Desejo Secreto Capítulo 03

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DESEJO SECRETO


Minissérie de
Lucas Oliveira

Baseado na obra de
J. Gaspar

Capítulo 03 de 07

Personagens deste Capítulo:

ANINHA
BENTINHO
DITA
FERNANDO
LAURO
MANECO
MARLENE
OLGA
REBECA
RUTE


Participação:

MOTORISTA

SECRETÁRIA



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CAPÍTULO 03

 

CENA 01. MANSÃO BELMONTE. QUARTO DE BENTINHO. INT. NOITE.

Continuação imediata do capítulo anterior. Marlene suspende o vestido e exibe uma das pernas para Bentinho, que está em sua frente.

MARLENE: Já que você ficou tão excitado comigo...Quer ficar de novo?

Marlene começa a desabotoar o vestido.

MARLENE: Ai, eu quero tanto que você fique excitado de novo comigo. Vem!

Bentinho se retrai.

MARLENE: Só mais um pouquinho. Vem com a sua priminha que ela vai cuidar muito bem de você. E amanhã você vai poder escrever ainda mais coisas saborosas sobre sua Marlene.

Bentinho pega Marlene pelos braços e a sacode de forma brusca.

BENTINHO: (Firme) Para com isso, Marlene! Vai embora daqui e me deixa em paz!

MARLENE: Não faz isso, priminho. Quanto menos educação, mais excitada eu fico. Quanto menos você pedir permissão para me tocar, mais eu fico louca com a sensação de domínio.

BENTINHO: Eu estou falando sério. Ou você some da minha frente, ou então/

MARLENE: (POR CIMA) Ou então você vai fazer o quê?

BENTINHO: Desço lá embaixo e conto para todo mundo que você está dando em cima de mim. Quer pagar pra ver?

Marlene e Bentinho se encaram fixamente. Alta tensão entre os dois.

MARLENE: E vai fazer o que? Vai dizer que estava com medo do bicho papão e foi para cama da priminha se esconder? Ou que estava com dor nas costas e foi para minha cama por ser mais confortável? Não seja patético!

BENTINHO: Eu nunca fui de bater em mulher. Mas você implora e quer que eu perca a cabeça.

MARLENE: Só quero que perca o pudor! Mas não recusaria umas boas palmadas, você sabe.

Bentinho senta na cama e abaixa a cabeça.

MARLENE: Ué, primo. Desce lá e fala para todo mundo de uma vez. Quero ver se você tem coragem. (Encarando) Vai, desce e fala!

Bentinho balança a cabeça negativamente. Marlene gargalha alto.

MARLENE: Eu sabia! Você diz que não, mas no fundo você me deseja tanto quanto eu te desejo.

Marlene desabotoa o vestido e fica completamente nua. Bentinho vidra os olhos, babando.

BENTINHO: Demônio!

Marlene empurra Bentinho sobre a cama e sobe em cima dele.

MARLENE: Pelo que eu já estou sentido, é inegável o quanto você realmente fica excitado com essa sua priminha devassa.

BENTINHO: Você vai acabar com a minha vida desse jeito, Marlene.

MARLENE: Não, priminho. Sua vida não vai acabar. Aproveita, bobo! Ela está só começando!

Marlene e Bentinho começam a se beijar com intensidade, desejo. Ele dá tapas em seu rosto, seguidos por beijos ardentes. Eles se contorcem de prazer. CORTE PARA/

CENA 02. MANSÃO BELMONTE. SALA DE JANTAR. INT. NOITE.

Maneco e Rute estão à mesa. Eles jantam.

MANECO: Demorou na rua. Comprou tudo que queria na venda do Fernando?

RUTE: Sim. Depois aproveitei e dei uma passeio pela cidade para respirar um pouco de ar puro. As paredes dessa casa às vezes me sufocam.

MANECO: Mas não gosto que demore tanto. Uma mulher casada não deve ficar se dando ao desfrute por aí.

RUTE: E homem casado, também não! Não esqueça que eu vi como você olhou pra ela.

MANECO: Ela quem?

RUTE: Pra puta da minha irmã!

MANECO: Ela é puta? Não sabia disso, não.

RUTE: Como você é cínico!

MANECO: Você tem minhoca na sua cabeça. Você sonha demais.

RUTE: Você é um sem-vergonha que fica dando em cima da Marlene. Tá na cara que você está louco pra transar com ela.

MANECO: Sua neurose já está passando dos limites, Rute!

RUTE: (Alterada) Eu é quem estou ficando irritada com sua cara de pau.

MANECO: Ah, que novidade! Você é irritada por natureza!

RUTE: Seu broxa!

MANECO: Quer saber de uma coisa? Sua irmã é muito mais gostosa que você!

RUTE: Como é que é?

Rute encara Maneco, o fuzilando com os olhos. CORTE PARA/

CENA 03. CASA DE FERNANDO. QUARTO DO CASAL. INT. NOITE.

Aninha deitada, lendo um livro. Fernando entra apenas de pijama.

ANINHA: Demorou de vir deitar.

FERNANDO: Estava com insônia. Aí fui tomar uma fresca no quintal.

ANINHA: Algum problema?

FERNANDO: (Desconversa) Preocupações rotineiras.

Fernando deita. Aninha começa a ajeitar os cabelos.

ANINHA: (Sorri) Hoje eu vesti aquela camisola que você gosta...

FERNANDO: Sinto muito, Ana. Hoje estou cansaço demais. Boa noite!

Fernando vira para o outro lado. Aninha, visivelmente frustrada. CORTE PARA/

CENA 04. MANSÃO BELMONTE. SALA DE JANTAR. INT. NOITE.

Rute e Maneco estão à mesa. Rute se levanta.

RUTE: O que foi que você disse, Maneco?

MANECO: Que a Marlene é muito mais gostosa que você. Muito mais! Não era isso que você queria ouvir?!

Rute pega seu prato e joga em direção a Maneco, que se abaixa. O prato bate na parede e quebra.

RUTE: (Furiosa) Seu desgraçado!

Rute se levanta e vai para cima de Maneco.

RUTE: Eu vou te estrangular, seu canalha!

Rute dá pequenos murros sobre o peito de Maneco. Ele segura os braços dela, imobilizando-a.

MANECO: Ficou louca, porra?! Para com isso!

RUTE: (Grita) ME SOLTA, SEU FILHA DA PUTA! DESGRAÇADO!

Lauro e Rebeca veem de dentro.

REBECA: O que é isso?

LAURO: Acalmem-se!

MANECO: Segura sua filha, Seu Lauro! Senão eu vou capaz de fazer uma besteira.

Maneco solta Rute e Lauro a segura.

RUTE: Me solta, pai! Por favor!

LAURO: Calma, filha. Calma! Agir dessa maneira, não vai adiantar nada!

REBECA: Vai lá para fora, Maneco. Depois vocês conversam.

Maneco chuta uma cadeira e sai, nervoso. Dita vem de dentro.

DITA: (Olhando para o chão) Que sujeira toda é essa aqui?

REBECA: Depois você limpa, Dita. Agora pega um copo de água para a Rute, por favor!

DITA: Sim, senhora!

Dita sai. Rebeca coloca Rute sentada. Ela respira fundo. Lauro sai. CORTE PARA/

CENA 05. MANSÃO BELMONTE. VARANDA. EXT. NOITE.

Maneco enfurecido. Ele dá vários socos contra a parede.

MANECO: Que ódio, meu Deus! Que ódio!

Lauro se aproxima dele.

LAURO: Não fique assim, Maneco.

MANECO: Eu não aguento mais, seu Lauro! Sua filha está descontrolada de ciúmes!

LAURO: Eu percebi.

MANECO: Ela está achando que eu estou dando em cima da Marlene.

LAURO: E você não está?

MANECO: Lógico que não! Eu amo a Rute! Mas não sei o que faço. Vou dormir hoje no quarto de hóspede. Não aguento mais esses surtos dela.

LAURO: Eu também não aprovo esse temperamento explosivo da Rute. Porém, eu acho que você como marido, deveria agradecer. Mulher brava, significa mulher fiel!

MANECO: Será?

LAURO: Quando eu era jovem, a Rebeca também vivia tendo crises de ciúmes. A Rute puxou a mãe, pode ter certeza.

MANECO: Não sei, não. O que a Rute fez foi um desrespeito. E isso eu não admito!

LAURO: Tenho experiência de vida, Maneco. Você ainda é garoto. Enquanto você estiver recebendo presentinhos, carinhos, perfumes... Você estará fadado a receber também um par de chifres na testa!

Lauro dá um leve tapa na testa de Maneco.

LAURO: Mulher honesta, é mulher azeda!

Lauro sai. Em Maneco, pensativo. CORTE PARA/

CENA 06. GRAMADO. EXT. NOITE.

PANORAMA da pequena cidade. Transição da NOITE para o DIA. CORTE PARA/

CENA 07. MANSÃO BELMONTE. COZINHA. INT. DIA.

Rebeca à mesa. Dita servindo-a.

DITA: Quer mais café, Dona Rebeca?

REBECA: Não. Muito obrigada!

Marlene vem de dentro.

MARLENE: Bom dia!

REBECA: Bom dia, minha filha!

MARLENE: Aonde está o papai?

REBECA: O Lauro já foi para a empresa.

MARLENE: Quando eu estava descendo, eu vi o Maneco saindo do quarto de hóspede e não entendi nada. Aconteceu alguma coisa?

REBECA: Ah... Ele e a Rute tiveram uma forte discussão ontem na hora do jantar. A Rute jogou um prato nele. Sorte que não acertou.

MARLENE: (Boquiaberta) Que horror! Por que minha irmã fez isso?

REBECA: Por ciúmes. Nós não queríamos comentar nada, mas a verdade é que a Rute está morrendo de ciúmes de você com o Maneco. Ela acha que você e ele trocam olhares. Enfim... Coisas da cabeça da Rute.

MARLENE: Eu não sei porque a Rute tem toda essa cisma comigo, mãe. Desde pequena era isso. Ela sempre me via como adversária, como inimiga dela.

REBECA: Não bata de frente. Evite confrontos por agora, Marlene. Espere pelo menos a Rute se recompor.

MARLENE: Eu não vou falar nada. Mas essas ideias da Rute me assustam. Eu nem troquei uma frase completa com o Maneco, que dirá olhares. Eu fico muito magoada, mamãe.

REBECA: Tente relevar, minha filha.

MARLENE: Vou tentar, mãe. Vou tentar!

Em Marlene, fingindo tristeza. CORTE PARA/

CENA 08. VENDA DO FERNANDO. INT. DIA.

Fernando vem de fora carregando umas caixas de verdura. Aninha se aproxima dele.

ANINHA: Quer ajuda, amor?

FERNANDO: Não, não. Pode deixar que eu me viro!

ANINHA: Fernando, estou te sentindo tão frio, tão distante de mim ultimamente...

FERNANDO: Não é nada contigo, Ana. Eu já disse que são muitas coisas na cabeça.

ANINHA: Você não lembra que dia é hoje?

FERNANDO: Terça-feira.

ANINHA: Não é só isso, Fernando. É nosso aniversário de casamento.

FERNANDO: Nossa! Eu esqueci completamente!

ANINHA: Eu fiz até um almoço especial para nós dois. E preparei também uma surpresa para você.

FERNANDO: Surpresa?

ANINHA: Sim.

FERNANDO: Agora eu fiquei curioso.

ANINHA: (Leve sorriso) Só saberá ao meio-dia.

Fernando se aproxima de Aninha.

FERNANDO: Desculpa esse meu jeito meio seco, tá?! Só quero que entenda que o problema nunca foi você. Você sempre foi uma mulher incrível, compreensível, amorosa, prendada, obediente...

ANINHA: Tento ser o melhor que posso.

FERNANDO: O problema sou eu! Talvez eu esteja na crise dos trinta, meio perdido...

ANINHA: E eu não posso te ajudar de alguma forma?

FERNANDO: Infelizmente, não.

Fernando segura o rosto de Aninha e a olha fixamente.

FERNANDO: Presta atenção: aconteça o que acontecer, nunca se culpe! A culpa nunca será sua, Aninha. Nunca!

Fernando abraça Aninha fortemente. Nele, pensativo. CORTE PARA/

CENA 09. ESCRITÓRIO DE MANECO. RECEPÇÃO. INT. DIA.

Secretária à mesa. Marlene entra.

MARLENE: Bom dia! Eu gostaria de falar com o Maneco.

SECRETÁRIA: Quem?

MARLENE: (Sorri) Desculpe. É que eu sou a cunhada dele e todos lá em casa só o chamam pelo apelido. Maneco é o advogado Manuel Martins. Ele está?

SECRETÁRIA: Ah sim! Está na sala dele.

MARLENE: Avise que Marlene Belmonte está aqui e quer falar com ele, por gentileza.

SECRETÁRIA: Sim, senhora! Com licença!

MARLENE: Toda!

A secretária levanta e sai. Marlene olha em volta observando cada detalhe do ambiente. CORTE PARA/

CENA 10. ATELIÊ DE OLGA. RECEPÇÃO. INT. DIA.

Olga e Aninha sentadas no sofá. Olga entrega uma caixa a Aninha.

OLGA: É todo seu!

ANINHA: (Largo sorriso) Ai, eu nem acredito! Eu sempre quis ter um desse, Olga. Era meu sonho!

OLGA: Sonho realizado com sucesso. Só resta aproveitar!

ANINHA: Sim. Hoje mesmo eu inauguro. Acho que o Fernando irá adorar.

OLGA: Eu tenho certeza!

Aninha abre a bolsa, retira dinheiro e entrega a Olga.

ANINHA: Essa é a segunda parcela que eu prometi que pagaria hoje. Agora só falta mais uma, não é?

OLGA: Exatamente! Mas não se preocupe, querida. Pague quando puder!

ANINHA: Eu estou vendendo uns bordados e graças a Deus minhas clientes estão amando e me indicando outras. Semana que vem já devo pagar o restante.

OLGA: Certo.

Aninha se levanta.

ANINHA: Hoje à noite eu vou ser a mulher mais feliz do mundo!

Em Aninha, empolgada. CORTE PARA/

CENA 11. ESCRITÓRIO DE MANECO. SALA DE MANECO. INT. DIA.

Maneco em sua mesa, envolvido na leitura de várias papeladas. A secretária entra.

SECRETÁRIA: Dr. Manuel, a Dona Marlene está aí para ver o senhor.

MANECO: (Surpreso) A Marlene aqui?

SECRETÁRIA: Sim. Posso mandá-la entrar?

MANECO: Pode. Mande ela entrar, dentro de dois minutos.

SECRETÁRIA: Sim, senhor!

A secretária sai. Maneco abre um largo sorriso, vai até um espelho e começa a se ajeitar. Nele, bastante animado. CORTE PARA/

CENA 12. MANSÃO BELMONTE. COZINHA. INT. DIA.

Dita cortando legumes na mesa. Rebeca ao lado, ajudando-a.

REBECA: Dita, você acha que eu fui muito paciente com a Rute?

DITA: Olha, assunto de família eu prefiro não me meter.

REBECA: Mas você é como se fosse da família, Dita. Trabalha conosco há tantos anos que eu te considero mais que uma amiga.

DITA: Bem... Me desculpe, mas eu acho que a Rute deve de tá sofrendo dos nervos. Onde já se viu quebrar um prato de porcelana? E cheio de comida dentro?

REBECA: Esse é o menor dos problemas, minha querida. Eu acho que do jeito que as coisas vão, o casamento dela com o Maneco pode acabar não resistindo. E uma mulher largada não é bem vista. O Lauro jamais aceitaria! É disso que eu tenho medo...

Em Rebeca, preocupada. CORTE PARA/

CENA 13. VENDA DO FERNANDO. INT. DIA.

Fernando apoiado no balcão, bastante pensativo.

FERNANDO: (Pra si mesmo) Ah, minha Rute... Não vejo a hora de estarmos juntos bem longe daqui. Só espero que não demore muito de me dar uma resposta.

Nele, suspirando. CORTE PARA/

CENA 14. ESCRITÓRIO DE MANECO. SALA DE MANECO. INT. DIA.

Maneco à mesa. Marlene entra.

MARLENE: Maneco... Como vai?

Marlene estende uma das mãos e Maneco beija.

MANECO: (Levantando-se) Marlene, que surpresa você por aqui.

MARLENE: Eu soube da sua última briga com a minha irmã Rute. Parece que pratos voaram...

MANECO: É. Acho que estamos tendo uma crise no casamento.

MARLENE: Crise? Olha...Que coisa!

Marlene aproxima-se de Maneco.

MARLENE: Eu fico com pena. Pois afinal de contas você nem deu motivos pra isso. Ou deu?

MANECO: Não. Motivo nenhum.

MARLENE: Coisa triste, não é?! Levar a fama de infiel, sem ser. Você não acha triste?

Marlene se aproxima de Maneco, provocativa.

MANECO: (Babando) Acho muito triste.

MARLENE: Que, pelo menos, leve a fama quem faz por merecer.

MANECO: (Inquieto) Concordo plenamente.

Marlene recua. Maneco nitidamente atiçado.

MARLENE: Eu conheço bem os homens. Basta uma oportunidade para que todos traiam. Aliás, a minha irmã não deve saber bem porque bate, mas você sabe porque apanha! Não sabe, meu cunhado?

MANECO: (Ofegante) Sei...

Maneco vai para cima de Marlene e começa a beijá-la intensamente. Marlene retribui na mesma intensidade. Ela morde uma das orelhas de Maneco. Ele se arrepia.

MARLENE: (Rindo) A Rute não faz isso, não é?

MANECO: Ela não é safada o suficiente pra isso.

MARLENE: Eu vi o jeito que você me olhou naquele jantar. Você não tem medo do meu pai e da minha mãe verem você fazer isso?

Maneco alucinado, retirando a roupa de Marlene.

MARLENE: E da Rute?! Ela ia quebrar ainda mais pratos em cima da sua cabeça.

Marlene gargalha.

MANECO: Você me deixou louco desde o dia que chegou. Com esse teu jeito de putinha, devassa...

MARLENE: Que delícia! Eu estou sentindo. E estou aqui só pra você, meu cunhadinho. Aproveita!

Maneco pega Marlene e a joga sobre a mesa. Todas as papeladas caem no chão. Eles transam loucamente. CORTE PARA/

CENA 15. MANSÃO BELMONTE. QUARTO DE RUTE. INT. DIA.

Rute chorando compulsivamente. Bentinho entra.

BENTINHO: Prima, desculpe entrar desse jeito... Eu estava passando no corredor e ouvi seus choros. Está tudo bem?

Rute continua chorando. Bentinho senta-se na cama ao lado dela.

BENTINHO: O que houve?

RUTE: Toda a minha briga ontem com o Maneco foi por causa dela!

BENTINHO: Dela quem, Rute?

RUTE: Ela quer tirar meu marido de mim. Desde quando chegou parece que todos os homens dessa casa caem de joelhos aos pés dela.

BENTINHO: (Respira fundo) Você está falando da Marlene, não é?

RUTE: (Choro contido) E de quem mais?

BENTINHO: Eu nem sei o que dizer...

Rute se levanta.

RUTE: Foi bom você vim falar comigo, primo. Eu sei de uma coisa que vocês não sabem que eu sei.

BENTINHO: Que coisa?

RUTE: Me responde com sinceridade: você gostou de transar com a Marlene?

Em Bentinho paralisado, sem reação. CORTE PARA/

CENA 16. CASA DE FERNANDO. SALA DE ESTAR. INT. DIA.

Fernando entra.

FERNANDO: Aninha, cheguei!

Ele coloca a chave em cima da mesa de centro.

FERNANDO: Vamos logo almoçar. Eu não vou nem tomar banho. Estou morrendo de fome! Já colocou a mesa?

Aninha vem de dentro, vestida com um longo vestido florido.

ANINHA: (Sorridente) Estava me preparando para você, meu amor. Feliz nosso aniversário de casamento!

Aninha se aproxima dele e gira em volta de si mesma.

ANINHA: Então, gostou da surpresa? Lindo esse vestido, não é mesmo?

Em Fernando, descontente. CORTE PARA/

CENA 17. MANSÃO BELMONTE. QUARTO DE RUTE. INT. DIA.

Rute em pé. Bentinho sentado na cama.

RUTE: E então, você gostou de transar com a Marlene, primo?

BENTINHO: O quê?!

RUTE: É isso mesmo que você ouviu.

Bentinho, visivelmente nervoso.

BENTINHO: Eu não sei do que você está falando.

RUTE: Não adianta disfarçar. Eu vi o que vocês fizeram lá na sala e depois subiram juntos para o quarto dela. Foi bom pra você, priminho?

BENTINHO: Como você viu?

RUTE: Eu estava descendo as escadas quando me deparei com você e a Marlene se beijando na sala. Depois notei que vocês iam subir e aí eu corri para meu quarto. Mas fiquei com a porta entreaberta e vi quando os dois passaram pelo corredor em direção ao quarto dela. Não tem como negar, primo!

Bentinho abaixa a cabeça, em silêncio. Rute se aproxima dele.

RUTE: Eu quero você faça comigo o que você fez com ela.

BENTINHO: Você está louca?!

RUTE: Eu quero que você faça comigo o mesmo que fez com ela. E se você não fizer, eu vou contar para todo mundo o que a Marlene e o seminarista fizeram na sala do papai.

Rute sorri maliciosamente. Bentinho apavorado. CORTE PARA/


FIM DO CAPÍTULO!


Elenco:

Mariana Ximenes como Marlene

Joaquim Lopes como Bentinho

Juliane Araújo como Rute

Marcos Pitombo como Maneco

Ary Fontoura como Lauro

Ana Lúcia Torre como Rebeca

Amanda Richter como Olga

Giordano Becheleni como Fernando

Jacqueline Sato como Aninha

Rosane Gofman como Dita

Desejo Secreto Capítulo 02

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0:15:00 min    


WEBTVPLAY ORIGINAL APRESENTA
DESEJO SECRETO


Minissérie de
Lucas Oliveira

Baseado na obra de
J. Gaspar

Capítulo 02 de 07

Personagens deste Capítulo:

ANINHA
BENTINHO
FERNANDO
LAURO
MANECO
MARLENE
OLGA
PADRE TIDE



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Todos os direitos reservados.

 

CAPÍTULO 02

 

CENA 01. MANSÃO BELMONTE. QUARTO DE MARLENE. INT. DIA.

Continuação imediata do capítulo anterior. Bentinho e Marlene deitados, seminus. Ele se levanta e começa a se vestir. Ouve-se batidas na porta.

REBECA: (OFF) Marlene, está tudo bem, minha filha?

MARLENE: (Baixo) É a mamãe!

Bentinho e Marlene se entreolham apavorados.

MARLENE: (Baixo) Entra debaixo da cama, vai!

BENTINHO: Ah, meu Deus! Nunca pensei ter que me submeter a isso.

MARLENE: A outra opção é muito pior. Entra logo!

Bentinho entra debaixo da cama. Marlene começa a se vestir.

REBECA: (OFF) Filha, está tudo bem ai?

MARLENE: Só um momentinho, mãe.

Marlene abre a porta. Rebeca entra.

REBECA: O que houve, minha filha? Já é quase meio-dia e você ainda nesse quarto. Fiquei preocupada.

MARLENE: Acabei tendo insônia à noite.

REBECA: Insônia?

MARLENE: É... É um problema que eu já tenho há alguns anos. O sono foi embora e veio todo pela manhã.

REBECA: Que coisa chata! Mas eu ouvi um barulho. Parecia vozes...

MARLENE: Era a radiola! Eu estava ouvindo um disco, mas desliguei para falar contigo.

REBECA: Ah...Bom, desça para almoçar! Daqui a pouco a Dita põe a mesa.

MARLENE: Pode deixar, mamãe!

Marlene vai empurrando Rebeca e fecha a porta. Ela respira aliviada. Bentinho sai debaixo da cama e espirra.

MARLENE: Saúde!

BENTINHO: Ufa! Essa foi por pouco!

MARLENE: Comigo nada é por um triz, Bentinho. Tudo é calculado previamente, pode estar certo disso.

Bentinho termina de se vestir. Marlene abre a porta.

MARLENE: Agora vai para o teu quarto de uma vez!

Bentinho sai esbaforido. Marlene fecha a porta. CORTE PARA/

CENA 02. MANSÃO BELMONTE. QUARTO DE RUTE. INT. DIA

Rute vestindo-se. Maneco deitado, fumando um charuto.

MANECO: Por sua causa eu vou chegar atrasado no escritório.

RUTE: Vai dizer que não valeu a pena?

MANECO: Isso eu não posso falar. E você, aonde vai?

RUTE: Eu vou até a cidade fazer umas compras na venda do Fernando.

MANECO: A Dita já não fez?

RUTE: Ela não comprou mamão. Eu não passo um dia sem minha vitamina.

Rute dá um beijo em Maneco.

RUTE: Bom trabalho e até mais tarde, amor!

Rute sai. CORTE PARA/

CENA 03. MANSÃO BELMONTE. SALA DE ESTAR. INT. DIA.

Lauro sentado no sofá, lendo um jornal. Bentinho vem de dentro.

LAURO: Finalmente apareceu, meu sobrinho!

BENTINHO: Estava à minha procura, tio?

LAURO: Sim. Fui até a igreja falar com o Padre Tide, mas você não estava lá.

BENTINHO: Hoje o sono me roubou. Com licença!

Bentinho sai. Lauro segue lendo o jornal. CORTE PARA/

CENA 04. MANSÃO BELMONTE. FACHADA. EXT. DIA.

Marlene aproxima-se do carro.

MARLENE: Pode me levar até a cidade?

MOTORISTA: Claro que sim, Dona Marlene! Deseja ir aonde?

MARLENE: Ao ateliê da Olga. É minha grande amiga e quero muito revê-la.

O motorista abre a porta.

MOTORITA: Pode entrar!

MARLENE: Obrigada!

Marlene e o motorista entram. O carro avança. CORTE PARA/

CENA 05. VENDA DE FERNANDO. INT. DIA.

FERNANDO (Branco, alto e com uns 35 anos) atrás do balcão. ANINHA (Branca, baixa e com uns 28 anos) vem de dentro.

ANINHA: Precisa de mais de alguma ajuda, amor?

FERNANDO: Não, Aninha. Pode voltar para casa. Eu me viro aqui.

ANINHA: Eu coloquei as verduras naquela prateleira de cima. Tem algum problema?

FERNANDO: Não, não. Você já me ajudou bastante.

ANINHA: Então eu vou subir para casa. Não demore para ir almoçar, tá?!

FERNANDO: Fique tranquila!

Aninha sai. Fernando começa a fechar a venda. Rute o intercepta.

RUTE: Calma! Eu ainda quero comprar umas coisinhas.

FERNANDO: Que susto, Rute! A Aninha acabou de sair daqui.

RUTE: Eu precisava muito te ver.

FERNANDO: Vamos lá no fundo e conversaremos melhor!

Fernando puxa Rute pra dentro. Fernando fecha totalmente o portão da venda. CORTE PARA/

CENA 06. GRAMADO. RUA. EXT. DIA.

O carro para. Marlene e o motorista descem.

MOROTISTA: O Ateliê da Olga é logo ali.

MARLENE: Me espere aqui. Não irei demorar.

Marlene sai caminhando devagar. Ela chama atenção de todos os homens que vão passando. Alguns viram o pescoço para olha-la. Marlene percebe e sorri, visivelmente convencida. CORTE PARA/

CENA 07. ATELIÊ DE OLGA. RECEPÇÃO. INT. DIA.

Marlene e OLGA (Branca, alta e com uns 35 anos) se abraçam.

MARLENE: Que saudades, minha amiga!

OLGA: (Admirando-a) Quanto glamour!

MARLENE: Estou bem vestida?

OLGA: Deixe-me ver.

Marlene dá uma voltinha.

MARLENE: Sem a sua aprovação, não me sentirei bem.

OLGA: Está linda! Você sempre teve bom gosto.

Olga e Marlene se sentam.

OLGA: Me conte: por qual motivo voltou para cá?

MARLENE: (Desconcertada) Bem...Eu precisava rever minha família. E também os trabalhos como atriz já não apareciam com tanta frequência.

OLGA: Tem certeza que foi só isso? Somos amigas desde a adolescência e sei bem quando você esconde algo.

MARLENE: Na verdade...Aconteceu outras coisas. Mas outra hora conversamos sobre esse assunto, pode ser?

OLGA: Se prefere...

MARLENE: (Levantando-se) Agora eu quero conhecer cada canto desse ateliê. Fiquei muito feliz quando me contou nas cartas que você tinha conseguido abri-lo.

OLGA: Vou fazer um modelo exclusivo só para você!

MARLENE: (Largo sorriso) Aaaah... Agora eu me lembrei o motivo de ter me tornado sua melhor amiga.

Elas riem. CORTE PARA/

CENA 08. VENDA DE FERNANDO. FUNDOS. INT. DIA.

Fernando coloca Rute contra parede e eles se beijam com voracidade.

RUTE: Que saudade que eu estava dos seus beijos. Dessa sensação de perigo que só nós dois sentimos.

FERNANDO: (Ofegante) Eu também, eu também. Você me deixa louco, Rute! Por que demorou tanto de me procurar novamente?

RUTE: Você sabe que não podemos deixar pistas. Ainda mais agora que minha irmã Marlene voltou da Europa. Eu fiquei com tanta raiva do Maneco por não tirar o olho dela ontem, que tive que vir te encontrar para descarregar meu ódio.

FERNANDO: Só não pode esquecer que eu também sou casado. Se você tivesse chegado um pouco antes, tinha dado de cara com minha esposa. A Aninha tinha acabado de subir para casa.

RUTE: Vai me dizer que desse jeito não é bem mais excitante?! (Riso) E se ela me visse, para todos os efeitos eu seria só mais uma cliente de sua venda como tantas outras.

FERNANDO: De qualquer forma, é melhor não abusarmos da sorte. Me encontre mais tarde lá na cabana de sempre. Lá terminaremos o que começamos aqui.

Eles voltam a se beijar intensamente. CORTE PARA/

CENA 09. ATELIÊ DE OLGA. FACHADA. EXT. DIA.

Olga e Marlene se cumprimentam.

OLGA: Volte mais vezes, Marlene.

MARLENE: Voltarei. Apareça também lá na mansão de papai.

OLGA: Seu primo Bentinho está morando lá, não é?! A cidade toda ficou comovida com o acidente dos pais dele.

MARLENE: Uma fatalidade...

OLGA: Outra fatalidade é o um homem tão bonito como o Bentinho, querer se tornar padre. Acho um completo desperdício.

MARLENE: Tenho que concordar que meu primo não tem o biótipo mais apropriado para se anular dos prazeres da carne. Porém, eu acho que eu posso conseguir dar um jeito nisso.

OLGA: Marlene, Marlene... O que você está pensando em fazer?

MARLENE: Ainda é cedo. Quem sabe mais pra frente não veremos um progresso mais visível?! Por enquanto, é segredo! Mas você sabe que meus métodos sempre foram muito eficazes.

OLGA: E como sei!

Marlene sorri maliciosamente.

Ao fundo, vemos Rute caminhando rapidamente. Olga nota.

OLGA: (Apontando) Aquela ali não é a sua irmã?

MARLENE: Aonde?

OLGA: Dobrando aquela rua ali da esquina.

MARLENE: É a Rute, sim. O que será que ela vai fazer ali?

OLGA: Se você não sabe, pior eu! Mas eu sempre a vejo fazendo compras na venda do Fernando.

MARLENE: Quem é Fernando?

OLGA: É um verdureiro que chegou há pouco tempo na cidade. Ele é casado com uma descendente japonesa muito simpática.

MARLENE: (desconfiada) Interessante...

Vemos de longe Fernando atravessando a rua e seguindo o mesmo caminho de Rute.

OLGA: (Apontando) Olha ele ali! E está indo na mesma direção de sua irmã.

MARLENE: Eu preciso averiguar isso de perto. Outra hora nos falamos, Olga!

Marlene sai apressadamente. CORTE PARA/

CENA 10. MANSÃO BELMONTE. QUARTO DE BENTINHO. INT. DIA.

Bentinho ajoelhado, rezando.

BENTINHO: Oh, meu santo... Eu pequei! Não sou mais puro como queria. Me ajuda a resistir à tentação. O senhor sabe que é difícil. Às vezes ela é mais forte que nós. Mas eu quero vencer. Eu preciso vencer!

Bentinho começa a chorar, compulsivamente. CORTE PARA/

CENA 11. GRAMADO. RUA. EXT. DIA.

Marlene caminhando em passos rápidos. Ela passa pelo carro da família.

MOTORISTA: Vai aonde, Dona Marlene?

MARLENE: Eu vou ali na esquina resolver um pequeno problema. Pode continuar esperando aí. Eu não me demoro.

MOTORISTA: Não quer que eu a leve?

MARLENE: Não é necessário, querido. Eu já volto!

Marlene segue andando. O motorista a observa. CORTE PARA/

CENA 12. CABANA ABANDONADA. EXT. DIA.

Rute entra, seguida por Fernando. CAM desfoca e vemos Marlene escondida atrás de uma árvore.

MARLENE: (Pra si mesma) É, minha irmã...Teu telhado de vidro foi descoberto!

Em Marlene, sorrindo maliciosamente. CORTE PARA/

CENA 13. CABANA ABANDONADA. INT. DIA.

Fernando e Rute deitados na cama.

FERNANDO: (Sorri) Que saudades desse disso tudo contigo, Rute!

RUTE: Eu também. Precisava de uma dose de prazer para me revigorar.

FERNANDO: Não sabia que você tinha tanto ciúmes do Maneco.

RUTE: O problema não é o Maneco. É a puta da Marlene! Aquele ar de superioridade dela, aquele jeito que quando chega chama atenção de todos, que abala as estruturas, sabe?!

FERNANDO: Eu ainda não a vi, então não posso falar.

RUTE: Pois é exatamente assim! Foi desse jeito que ela deixou todos os homens daquela casa. E eu não posso dar esse gostinho para ela.

FERNANDO: Gosto de que?

RUTE: Dela roubar o meu marido. Ela vai ficar se achando se conseguir levar o Maneco para a cama. E eu sei que ela vai! Ele já estava babando.

Rute se levanta e começa a se vestir.

RUTE: Desde pequena ela disputava comigo, queria se mostrar melhor. Tudo que eu fazia, ela também queria fazer só para não ficar pra trás.

FERNANDO: Rute, eu pensei que viemos aqui para falar da gente. Sei que está querendo desabafar, mas vamos tentar aproveitar o pouco tempo que temos juntos para colocar a nossa relação em foco.

RUTE: Até o Bentinho, meu primo seminarista, aquela vadia... Ai, que ódio! Se você soubesse o que eu vi...

FERNANDO: Rute, você ouviu alguma coisa do que te falei?

RUTE: Ouvi. Mas eu preciso botar minha raiva para fora, senão eu vou surtar!

FERNANDO: O que está acontecendo é que você e eu estamos sufocados com a vida que levamos. Ou você acha que eu me sinto bem em estar casado com uma pessoa que eu não amo?! Eu casei com a Aninha por conveniência, mas não por amor.

Rute se senta na cama.

RUTE: Isso você nunca me contou.

FERNANDO: O pai da Aninha me obrigou a casar com ela depois que descobriu que nós transamos. Mas não tinha nenhum sentimento da minha parte. Sentimento mesmo eu tenho por você, Rute. Foi você quem eu aprendi a amar nesse tempo que estamos juntos às escondidas.

Fernando pega as mãos de Rute e a olha fixamente.

FERNANDO: E pensando nisso, eu queria te fazer uma pergunta. Você também é apaixonada por mim?

RUTE: Claro que sou! Quer dizer... Eu não vou negar que sinto atração pelo Maneco, que é bom estar com ele. Mas paixão, não sinto mais!

FERNANDO: É o mesmo que acontece comigo e com a Aninha. Acho que vamos poder resolver nosso problema.

RUTE: Aonde você quer chegar, Fernando?

FERNANDO: Foge comigo, Rute! Vamos fugir juntos e sermos felizes bem longe daqui?

Em Rute, surpresa. CORTE PARA/

CENA 14. GRAMADO. RUA. EXT. DIA.

Carro parado por ali. Motorista encostado nele. Marlene aproxima-se.

MARLENE: Pronto! Você já pode me levar para casa, meu querido.

MOROTISTA: Aconteceu alguma coisa, Dona Marlene?

MARLENE: Nada que você possa ajudar. Obrigada!

O motorista e Marlene entram no carro, que avança. CORTE PARA/

CENA 15. CABANA ABANDONADA. INT. DIA.

Rute e Fernando sentados na cama.

RUTE: Fugir com você?

FERNANDO: Isso. Só nós dois juntos, sem nenhuma preocupação.

RUTE: E do que iríamos viver?

FERNANDO: Eu tenho umas economias e uma irmã bem de vida na capital. Ela me conseguiria um emprego no estabelecimento dela.

Rute levanta.

RUTE: (Indecisa) Talvez seja uma boa ideia, mas... Eu não posso te dar uma resposta imediata. Preciso pensar.

Fernando se aproxima dela.

FERNANDO: Pense o quanto quiser e depois me der a resposta. Imagina como será boa nossa vida, juntos, meu amor?! Até as dificuldades que possamos ter, com o sentimento que a gente tem um pelo outro, nós enfrentaríamos.

Fernando abraça Rute, animado. Rute, visivelmente insegura. CORTE PARA/

CENA 16. IGREJA. SACRISTIA. INT. DIA.

Padre Tide guardando alguns objetos na gaveta. Bentinho ao lado.

PADRE TIDE: Tu não sabes quem esteve hoje aqui.

BENTINHO: Quem?

PADRE TIDE: Seu tio. Queria saber onde tu estavas.

BENTINHO: (Cabisbaixo) Ele me contou. Eu tinha apenas dormido demais. Só isso!

PADRE TIDE: Tu estás triste, Bentinho?

BENTINHO: Um pouco desanimado. Tristeza comum que atinge qualquer ser humano e com um homem de fé, não seria diferente. Mas nada demais, Padre.

PADRE TIDE: Pois escrevas. Escrever é um bom exercício. Fazia muito na época do meu seminário. Escrevas o que te entristece e vás se sentir mais aliviado. E qualquer coisa, podes contar comigo!

Bentinho dá um leve sorriso de canto. CORTE PARA/

CENA 17. IGREJA. FACHADA. EXT. DIA.

Bentinho sai, pensativo. Ele vê o carro da família passando de longe, com Marlene dentro.

BENTINHO: (Pra si mesmo) Eu preciso ser forte!

Nele, decidido. CORTE PARA/

CENA 18. GRAMADO. EXT. DIA.

Planos gerais. ANOITECE. CORTE PARA/

CENA 19. CASA DE FERNANDO. SALA DE ESTAR. INT. NOITE.

Aninha sentada no sofá, bordando. Fernando entra.

ANINHA: (Séria) Aonde estava até essa hora, Fernando?

FERNANDO: Meu amor, eu posso explicar.

ANINHA: Espero mesmo que tenha uma boa explicação. Eu coloquei o almoço, fiquei horas esperando e você não apareceu. Depois eu desci na venda e não te achei. Não tinha sequer um bilhete de satisfação. Você acha isso certo?

FERNANDO: O seu Antônio me chamou para repor algumas mercadorias no armazém dele. Aí eu fui ajudá-lo e como era bastante coisa, acabou levando a tarde inteira.

Aninha começa a chorar.

ANINHA: E você nem lembrou de subir e me avisar antes? Quanto descaso comigo, Fernando!

FERNANDO: Por favor, sem drama! Eu já expliquei com todo carinho o que aconteceu. Não precisa mais ficar alongando isso. Estou aqui, não estou?! Pois vamos jantar juntos. Já botou a mesa?

ANINHA: (Limpando as lágrimas) Não. Ainda vou colocar.

FERNANDO: Pois coloque enquanto eu vou tomar um banho!

Fernando beija friamente a testa de Aninha e sai. CORTE PARA/

CENA 20. MANSÃO BELMONTE. QUARTO DE BENTINHO. INT. NOITE.

Bentinho sentado em frente a uma mesa, escrevendo em uma máquina de escrever. Marlene entra e se aproxima dele.

MARLENE: Não sabia que você também era escritor, meu primo.

BENTINHO: São só uns pensamentos. Escrevo para não morrer por dentro.

MARLENE: Posso ver o que você está escrevendo?

BENTINHO: Não! Lógico que não!

Marlene puxa o papel da máquina de escrever e corre. Bentinho vai atrás dela, tentando impedi-la.

MARLENE: Deixa eu ler, vai!

BENTINHO: São coisas pessoais, Marlene. Por favor!

MARLENE: (Lendo) E ela me beijou com gosto de leite na boca e eu fiquei tão excitado.’’

Bentinho toma o papel da mão de Marlene. Ela dá fortes risadas.

BETINHO: Isso é particular. Para!

Bentinho guarda o papel embaixo de alguns livros.

MARLENE: É sobre ontem à noite, não é?

BENTINHO: Isso são contos que eu escrevo.

MARLENE: Contos não. Isso que você escreveu é sobre o que aconteceu ontem à noite entre a gente.

BENTINHO: Claro que não!

Marlene se aproxima de Bentinho.

MARLENE: (Provocando) Claro que é! Não mente pra mim, primo. Diz que você gostou, diz!

Marlene suspende o vestido e exibe uma das pernas pra Bentinho.

MARLENE: Já que você ficou tão excitado comigo...Quer ficar de novo?

Marlene começa a desabotoar o vestido.

MARLENE: Ai, eu quero tanto que você fique excitado de novo comigo. Vem!

Bentinho se retrai.

MARLENE: Só mais um pouquinho. Vem com a sua priminha que ela vai cuidar muito bem de você. E amanhã você vai poder escrever ainda mais coisas saborosas sobre sua Marlene.

Bentinho pega Marlene pelos braços e a sacode de forma brusca.

BENTINHO: (Firme) Para com isso, Marlene! Vai embora daqui e me deixa em paz!

MARLENE: Não faz isso, priminho. Quanto menos educação, mais excitada eu fico. Quanto menos você pedir permissão para me tocar, mais eu fico louca com a sensação de domínio.

BENTINHO: Eu estou falando sério. Ou você some da minha frente, ou então/

MARLENE: (POR CIMA) Ou então você vai fazer o quê?

BENTINHO: Desço lá embaixo e conto para todo mundo que você está dando em cima de mim. Quer pagar pra ver?

Marlene e Bentinho se encaram fixamente. Alta tensão entre os dois. CORTE PARA/

FIM DO CAPÍTULO!

Elenco:

Mariana Ximenes como Marlene

Joaquim Lopes como Bentinho

Juliane Araújo como Rute

Marcos Pitombo como Maneco

Ary Fontoura como Lauro

Ana Lúcia Torre como Rebeca

Amanda Richter como Olga

Giordano Becheleni como Fernando

Jacqueline Sato como Aninha

Carlos Vereza como Padre Tide