Desejo Secreto Capítulo 04

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DESEJO SECRETO


Minissérie de
Lucas Oliveira

Baseado na obra de
J. Gaspar

Capítulo 04 de 07

Personagens deste Capítulo:

ANINHA
BENTINHO
DITA
FERNANDO
LAURO
MANECO
MARLENE
OLGA
PADRE TIDE
REBECA
RUTE



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Todos os direitos reservados.

 

CAPÍTULO 04

 

CENA 01. MANSÃO BELMONTE. QUARTO DE RUTE. INT. DIA.

Continuação imediata do capítulo anterior. Rute em pé. Bentinho sentado na cama.

RUTE: Você gostou de transar com a Marlene, primo?

BENTINHO: O quê?!

RUTE: É isso mesmo que você ouviu.

Bentinho, visivelmente nervoso.

BENTINHO: Eu não sei do que você está falando.

RUTE: Não adianta disfarçar. Eu vi o que vocês fizeram lá na sala e depois subiram juntos para o quarto dela. Foi bom pra você, priminho?

BENTINHO: Como você viu?

RUTE: Eu estava descendo as escadas quando me deparei com você e a Marlene se beijando na sala. Depois notei que vocês iam subir e aí eu corri para meu quarto. Mas fiquei com a porta entreaberta e vi quando os dois passaram pelo corredor em direção ao quarto dela. Não tem como negar, primo!

Bentinho abaixa a cabeça, em silêncio. Rute se aproxima dele.

RUTE: Eu quero você faça comigo o que você fez com ela.

BENTINHO: Você está louca!

RUTE: Eu quero que você faça o mesmo que fez com ela. E se você não fizer, eu vou contar para todo mundo o que a Marlene e o seminarista fizeram na sala do papai.

Rute sorri maliciosamente. Bentinho apavorado.

BENTINHO: (Leva as mãos à cabeça) Ah, meu Deus! Agora são dois demônios aqui nessa casa!

RUTE: Dois demônios! Mas eu...

Rute gira em volta de si mesma, sensualizando.

RUTE: ...Sou muito melhor do que ela!

Rute fecha a porta.

BENTINHO: (Mexido) Não faz isso, Rute. Por favor!

RUTE: Agora você vai tirar a prova, priminho. Eu sou MUITO melhor!

Rute começa a desabotoar a roupa de Bentinho. Ele envolvido, arrepiado. Ela joga ele sobre a cama e monta em cima. Ele arranca a blusa dela e começa a chupar os seios. Os dois se beijam ferozmente. CORTE PARA/

CENA 02. CASA DE FERNANDO. SALA DE ESTAR. INT. DIA.

Aninha com um longo vestido florido. Ela e Fernando frente a frente.

ANINHA: Meu vestido é lindo, não é?

FERNANDO: Por que você fez isso?

ANINHA: Uma surpresa para comemorar o nosso aniversário de casamento. Acho que nosso almoço comemorativo merece uma roupa nova.

FERNANDO: (Irritado) Mas será que você não pensa? É burra?

Aninha retrai o sorriso.

ANINHA: (Abalada) Quê isso, Fernando?! Eu fiz pensando em você. Fiz para te agradar.

FERNANDO: E me encher de dívidas!

Fernando leva as mãos à cabeça.

FERNANDO: Meu Deus, será que você não percebe que não somos ricos?! Não é fácil manter essa venda e o pouco que sobra, você vai e gasta com futilidade.

ANINHA: Mas Fernando/

FERNANDO: (POR CIMA) Você sabe muito bem o perrengue que passamos pra fechar as contas no último mês. Você foi no mínimo imprudente, Ana!

ANINHA: Em primeiro lugar: em nenhum momento eu disse que comprei esse vestido para você pagar. Em segundo lugar: eu mesma estou pagando com os bordados que eu vendo. Bordados que você nem deve saber que eu faço, pois há meses você não presta mais atenção em mim.

FERNANDO: Ana, me entenda/

ANINHA: (GRITA) AGORA EU É QUEM VOU FALAR!

Aninha se aproxima de Fernando.

ANINHA: Será que você não percebe que eu existo? Não percebe o quanto eu te amo e tento fazer o máximo pra salvar nosso casamento? Não consegue notar que me dói ver que a cada dia você se distancia mais de mim?

Aninha começa a chorar.

ANINHA: Não, Fernando. Você não percebe! Eu acho que vivemos um casamento unilateral. Só eu deposito afeto, enquanto você me despreza! Eu fiz esse almoço pra comemorar uma data especial para nós, mesmo você não lembrando. Eu comprei esse vestido com meu dinheiro pra tentar te agradar. Mas me julgar dessa maneira e estragar esse momento, foi o fim da picada!

Aninha começa a rasgar o vestido, enfurecida.

ANINHA: Não vai ter mais porcaria de almoço nenhum! Eu estou cansada, Fernando. Cansada! Almoça sozinho, já que minha companhia não faz diferença!

Aninha sai furiosa em direção ao quarto. Ouve-se uma forte batida de porta. Fernando paralisado, nitidamente tocado. CORTE PARA/

CENA 03. ESCRITÓRIO DE MANECO. SALA DE MANECO. INT. DIA.

Maneco e Marlene deitados no chão, seminus. Marlene deitada sobre o peito de Maneco.

MANECO: Foi bom pra você?

Marlene dá risada.

MARLENE: Eu sabia que você falaria isso.

MANECO: Sempre quis falar essa frase.

MARLENE: Era eu quem devia te perguntar isso. O que achou?

MANECO: Maravilhoso! Bem melhor do que eu imaginava.

MARLENE: Nunca ouvi palavras diferentes dentre todos os homens que eu já fui para cama.

MANECO: E foram muitos?

MARLENE: Isso não vem ao caso!

Marlene se levanta e começa a se vestir.

MARLENE: Maneco, me diz uma coisa: o que você acha do Bentinho?

MANECO: Sei lá. Acho que ele nem gosta disso.

MARLENE: (Leve sorriso) Aí é que você se engana. Sabia que eu tirei a virgindade dele?

MANECO: Fez isso, é?

MARLENE: Fiz sim!

MANECO: Você não vale nada mesmo, hein! Não poupou nem o primo seminarista.

MARLENE: Me senti na obrigação de fazer essa caridade e mostrar ao primo os prazeres da vida.

Marlene beija Maneco rapidamente e se aproxima da porta.

MANECO: Saia discretamente. Ninguém pode desconfiar do que aconteceu aqui.

MARLENE: Maneco... Você não está lidando com amadores!

Marlene pisca para Maneco e sai. Ele sorri satisfeito. CORTE PARA/

CENA 04. CASA DE FERNANDO. QUARTO DO CASAL. INT. DIA.

Aninha abraçada ao travesseiro, chorando. Fernando entra.

FERNANDO: (Brando) Queria pedir desculpas por ter estragado a comemoração e ter falado sem pensar, julgado sem saber.

Aninha permanece em silêncio

FERNANDO: O problema não é você, Ana. Eu já te disse isso antes e agora tenho certeza. Talvez eu é quem não te mereça mais!

Fernando sai, cabisbaixo. Em Aninha, pensativa. CORTE PARA/

CENA 05. GRAMADO. EXT. DIA.

Planos gerais. ANOITECE. CORTE PARA/

CENA 06. MANSÃO BELMONTE. VARANDA. EXT. NOITE.

Maneco sentado em uma poltrona. Ele observa Marlene, que está caminhando pelo jardim. Bentinho se aproxima dele.

BENTINHO: Não vem jantar, Maneco?

MANECO: Já estou lindo. (T) Ela é linda, não é?

BENTINHO: Quem?

MANECO: A Marlene. Vai dizer que você nunca notou?

BENTINHO: (Disfarça) Eu não penso nessas coisas.

MANECO: (Ri) Não precisa mentir pra mim. Eu também sou homem! E por mais que você tenha vocação religiosa, tem certos instintos que a gente não tem como negar. Eu já sei o que aconteceu entre você e ela.

Bentinho tenso, nervoso.

MANECO: Não precisa ficar assim, não. Acho que todo mundo devia ter o direito de experimentar a Marlene. Não te condeno, meu amigo!

BENTINHO: Então quer dizer que você também ficou com a Marlene?

MANECO: Desde que ela voltou, já sabemos bem como ela é. Nem preciso te responder essa pergunta.

Maneco dá uma leve batida nas costas de Bentinho e sai. Nele, boquiaberto. CORTE PARA/

CENA 07. MANSÃO BELMONTE. SALA DE JANTAR. INT. NOITE.

Lauro e Rebeca estão à mesa. Dita retirando os pratos.

REBECA: As minhas filhas já jantaram, Dita?

DITA: A Dona Marlene comeu um lanche mais cedo. Já a Rute não quis comer.

Rebeca balança a cabeça negativamente.

REBECA: Estou sentido essa casa cada vez mais vazia. Você precisa fazer alguma coisa, Lauro. Esse clima pesado não pode continuar!

LAURO: Eu não vou me meter! Já tenho muitas preocupações na empresa para me ocupar com as picuinhas da Rute com a Marlene. E muito menos me envolver nas brigas do casamento da Rute com o Maneco.

REBECA: É a nossa família, Lauro! É nossa obrigação tentar fazer alguma coisa.

LAURO: Sinto muito, meu amor. Mas não conte comigo!

Lauro levanta e sai. Em Rebeca, muito preocupada. CORTE PARA/

CENA 08. MANSÃO BELMONTE. CORREDOR. INT. NOITE.

Rute sai do quarto. Marlene passa por ela.

MARLENE: (Provocando) Eu já soube do quebra pratos que você promoveu aqui em casa, minha irmã.

RUTE: Pois se te incomodou, saiba que a culpa foi sua!

MARLENE: Minha culpa?

RUTE: Dando em cima do Maneco na minha frente. Você pensa que eu sou burra?! Nem o Bentinho você perdoou.

MARLENE: Nunca subestimei sua inteligência. Mas sempre tive certeza do quanto você foi sonsa, Rute!

Marlene se aproxima de Rute.

MARLENE: Sabe qual a diferença entre nós duas?! É que eu nunca usei máscara. Nunca me fantasiei de doce e pacata dona de casa, para encobrir meus anseios.

RUTE: Não tente reverter a situação, Marlene. Você quer tirar o Maneco de mim por pura pirraça. Porém, eu sei o que aconteceu entre você e o Bentinho. Se você continuar se jogando pra cima do meu marido, eu jogo tudo no ventilador!

Marlene se ira, segura um dos braços de Rute e a empurra para dentro do quarto. INTERCALA COM/

CENA 09. MANSÃO BELMONTE. QUARTO DE RUTE. INT. NOITE.

Marlene e Rute entram no quarto. Marlene fecha a porta.

RUTE: Me solta! Larga meu braço!

MARLENE: (Grita) NÃO LARGO, NÃO!

Marlene aperta ainda mais o braço de Rute.

MARLENE: Escuta bem o que eu vou te falar: Nem ouse me chantagear, minha irmã! Não é só eu que tenho telhado de vidro nessa casa.

RUTE: (Apreensiva) Do que você está falando?

MARLENE: Que quando você veio com a farinha, meu bolo já estava assado!

RUTE: (Acuada) Você está me machucando...

MARLENE: Eu vi a tão recatada Rute, entrando em uma cabana abandonada lá na saída da cidade.

RUTE: Não sei de nada disso.

MARLENE: Pois eu vi. Entrou na companhia do único verdureiro da cidade. E o que você foi fazer com ele lá dentro, com certeza não foi escolher legumes.

Marlene solta o braço de Rute.

MARLENE: Mas eu nunca vou usar isso contra você. Só que não queira me atacar, senão eu vou atacar de volta! E como pode notar, tenho armas suficientes pra isso!

Rute espumando de ódio.

RUTE: (Fria) Sua vagabunda!

Marlene respira fundo e dá um tapão na cara de Rute, que cai na cama.

RUTE: Ficou maluca? Como ousa me bater?

Marlene pega pelos cabelos de Rute, enfurecida.

MARLENE: Foi só pra você aprender de uma vez por todas que eu não sou a única vagabunda dessa casa!

Marlene solta os cabelos de Rute e se afasta.

MARLENE: (Riso debochado) Boa noite, irmãzinha!

Marlene abre a porta e sai. Rute começa a esmurrar a cama, irada. CORTE PARA/

CENA 10. CASA DE FERNANDO E ANINHA. QUARTO DO CASAL. INT. NOITE.

Aninha e Fernando deitados na cama. Ela dormindo. Ele virando-se de um lado para o outro, inquieto e bastante pensativo. CORTE PARA/

CENA 11. MANSÃO BELMONTE. QUARTO DE RUTE. INT. NOITE.

Rute deitada na cama. Maneco sai do banheiro e deita.

MANECO: Não vou mais dormir no quarto de hóspede.

RUTE: (Seca) Tudo bem.

MANECO: Vai continuar chateada comigo até quando?

RUTE: Só deita e fica quieto, Maneco.

MANECO: Eu é quem deveria te exigir um pedido de desculpas. Afinal, foi eu quem quase levou um prato na cara.

RUTE: Eu posso ter exagerado, mas você me provocou e sabe muito bem disso. Agora me deixa dormir, por favor!

Rute se vira para o outro lado e se cobre com um lençol. Maneco balança a cabeça negativamente. CORTE PARA/

CENA 12. MANSÃO BELMONTE. SALA DE ESTAR. INT. NOITE.

Marlene sentada no sofá, chorando descontroladamente. Bentinho desce a escada e se aproxima.

BENTINHO: (Preocupado) Oh, minha prima... Não fica assim! O que aconteceu, Marlene? Pode desabafar comigo. Fala!

Marlene suspende a cabeça e começa a gargalhar. Bentinho se assusta.

MARLENE: Vocês homens são todos iguais! Basta ver uma mulher chorando e logo se derretem aos pés dela!

BENTINHO: Você não presta mesmo!

MARLENE: Só eu? E você confiou naquela falsa da minha irmã, é isso?

BENTINHO: Ela está sofrendo por sua causa e por causa do Maneco. Ela me contou tudo.

MARLENE: Vou te confessar uma coisa: as mulheres também mentem, meu primo!

BENTINHO: Mas eu acredito na Rute. Ela estava chorando de verdade.

MARLENE: Aaaahhh... Seeeeei.... E você foi lá e consolou a pobrezinha da minha irmãzinha, é isso?

BENTINHO: Isso.

MARLENE: E ela queria só o seu consolo ou queria alguma coisa a mais com você?

BENTINHO: (Desvia o olhar) Só consolo.

MARLENE: Só consolo? Jura?

Marlene dá uma forte risada. Ela se aproxima de Bentinho.

MARLENE: Mas você sabe bem o que eu quero com você, não sabe?!

BENTINHO: Sei...

Marlene começa a acariciar Bentinho. Ele se levanta rapidamente.

BENTINHO: Acho melhor não! Até o Maneco já sabe do que aconteceu com a gente. Essa situação já está ficando muito perigosa. Por que você foi contar pra ele?

MARLENE: Não se preocupe, Bentinho. Falta em você a malícia que transborda em mim. Só que é exatamente essa tua inocência que me atrai.

BENTINHO: Até com o Maneco você se deitou. Eu jamais poderia imaginar.

MARLENE: Nunca falamos de sentimentos, meu primo. Isso não existe entre nós, pelo menos da minha parte. E eu sei que você não vai contar nada para a Rute, não é?

BENTINHO: Claro que não! Mas eu estou me sentindo em uma bola de neve e tenho medo de onde isso vai parar. Ainda mais agora que o Maneco também sabe de nós dois.

Marlene se levanta.

MARLENE: Eu contei para o Maneco porque sei que ele nunca contará a ninguém. São as mulheres que vivem guerreando entre si. Já os homens... Ah, eu já os conheço o suficiente para saber o quanto são unidos e o quanto se protegem.

BENTINHO: Mesmo assim, Marlene. Eu me sinto constrangido com toda essa situação. Principalmente pela fé que eu sigo. Se descobrem, eu estou perdido. Seria um escândalo! Mas confesso que é muito difícil resistir à tentação...

MARLENE: Confessa também que é muito gostoso cair nela, vai!

Marlene sopra no cangote de Bentinho e se afasta.

MARLENE: Se quiser, estou no indo para o meu quarto.

Marlene sai. Em Bentinho, arrepiado. CORTE PARA/

CENA 13. GRAMADO. EXT. NOITE.

PANORAMA da pequena cidade. AMANHECE. CORTE PARA/

CENA 14. ATELIÊ DE OLGA. RECEPÇÃO. INT. DIA.

Aninha entrega dinheiro a Olga.

ANINHA: Aqui está a última parcela do vestido.

OLGA: (Pegando) Obrigada! E aí, fez sucesso com o maridão?

ANINHA: Era melhor que eu nem tivesse comprado. O Fernando nem ligou.

OLGA: (Incrédula) Sério?

ANINHA: E ainda brigou comigo. Achou que eu tinha comprado para ele pagar depois e ficou furioso. Estragou nosso almoço e na hora da raiva eu acabei rasgando o vestido.

OLGA: Ah, eu não acredito! Como que você rasga um vestido daquele? Você sabe o tempo que levou e o trabalho que me deu para fazê-lo?

ANINHA: Desculpa, Olga. Eu jamais queria desmerecer seu trabalho, mas é/

OLGA: (POR CIMA) Sinto muito, meu bem. Nem continua porque não me interessa mais. Só vou te dar uma dica: antes de encomendar o próximo vestido, conserta primeiro teu casamento!

Olga abre a porta.

OLGA: Agora você já pode ir. Ainda tenho um monte de encomendas para entregar. Tenha um bom dia, querida!

Aninha sai, cabisbaixa. Em Olga, chateada. CORTE PARA/

CENA 15. IGREJA. INT. DIA.

Padre Tide arrumando o altar. Bentinho ao lado.

PADRE TIDE: Tu podes me ajudar, Bentinho?

BENTINHO: Claro que sim, padre!

PADRE TIDE: A missa já vai começar. Sozinho eu não dou conta.

BENTINHO: Aonde fica a vassoura? Eu posso dar uma varrida por aqui.

PADRE TIDE: Lá nos fundos.

BENTINHO: Vou lá pegar.

PADRE TIDE: Espera!

Bentinho recua.

PADRE TIDE: Queria te perguntar uma coisa, meu filho.

BENTINHO: Pode perguntar.

PADRE TIDE: Tu estás bem?

BENTINHO: Estou sim.

PADRE TIDE: Não sei... Não vejo mais sorriso no teu rosto. Não noto mais sua empolgação ao comentar sobre o seminário. Tu sabes que não deves mentir para mim, não é?

BENTINHO: Padre...O desânimo bate, mas nada que me faça desistir. Eu vou resistir a tudo que venha e possa me atrapalhar.

PADRE TIDE: Meu filho, eu não nasci ontem. Se tu não queres mais, desista!

BENTINHO: Mas eu quero, padre! E é por isso mesmo que não vou desistir. Não é nada forçado. E nada vai ficar no meu caminho!

Em Bentinho, decidido. CORTE PARA/

CENA 16. MANSÃO BELMONTE. SALA DE ESTAR. INT. DIA.

Rebeca sentada no sofá. Rute vem de dentro.

REBECA: Vai sair, filha?

RUTE: É. Eu vou caminhar um pouco pela cidade. O ar preso dessa casa me agonia.

Lauro vem de dentro.

LAURO: Bom dia!

RUTE: Bom dia, pai!

LAURO: Já tomaram café?

RUTE: Eu já. E agora vou sair para caminhar.

REBECA: Você e o Maneco ainda não se acertaram?

RUTE: Não. E acho que não vai ter acerto.

REBECA: Por quê?

RUTE: Em breve você vai saber, mamãe!

Rute sai. Rebeca e Lauro se entreolham. CORTE PARA/

CENA 17. MANSÃO BELMONTE. QUARTO DE MARLENE. INT. DIA.

Ouve-se batidas na porta. Marlene levanta apenas de camisola e abre a porta. Maneco entra.

MANECO: Bom dia, cunhadinha!

Maneco vai para beijar Marlene. Ela se esquiva.

MARLENE: Aqui não! Se você quiser, passo mais tarde no seu escritório novamente.

MANECO: A Rute saiu. A gente pode aproveitar bastante agora.

MARLENE: Ainda estou sonolenta.

MANECO: Deve ter dado muita canseira no Bentinho durante a noite, hein.

MARLENE: Quem disse que o Bentinho dormiu comigo ontem?

MANECO: Quando eu levantei para ir ao banheiro, eu vi ele entrando no teu quarto.

Maneco agarra Marlene e começa a beijá-la.

MANECO: Ai, vamos aproveitar um pouco, vai! Vamos para o meu quarto. A gente transa em cima da cama que eu durmo com a Rute.

MARLENE: Isso é muito perigoso.

MANECO: Eu sei que o perigo te excita. Transar com o marido da irmã em cima da cama dela é um ótimo estimulante pra começar o dia.

MARLENE: (Leve sorriso) Você tem razão. Mas vamos com cautela. Vem!

Marlene pega na mão de Maneco e os dois saem do quarto. INTERCALA COM/

CENA 18. MANSÃO BELMONTE. QUARTO DE RUTE. INT. DIA.

Maneco e Marlene entram. Eles fecham a porta e caem na cama. Os dois transam loucamente. CORTE PARA/

CENA 19. GRAMADO. RUA. EXT. DIA.

Rute caminhando apressadamente. Ela atenta, olhando o tempo todos para os lados. CORTE PARA/

CENA 20. VENDA DE FERNANDO. INT. DIA.

Fernando guardando algumas caixas de verduras. Rute entra, esbaforida.

RUTE: Fernando!!!

Fernando se assusta e derruba as caixas no chão.

FERNANDO: Que susto, Rute!

RUTE: A sua mulher...?

FERNANDO: A Aninha saiu. Mas daqui a pouco volta.

RUTE: Eu preciso muito falar com você.

FERNANDO: Estava ansioso por isso.

RUTE: Pois é. Eu pensei muito naquela sua proposta de fugirmos juntos e já tenho uma resposta.

FERNANDO: E qual é?

RUTE: Eu topo, Fernando! Vamos embora daqui!

Fernando abre um largo sorriso, surpreso. CORTE PARA/


FIM DO CAPÍTULO!


Elenco:

Mariana Ximenes como Marlene

Joaquim Lopes como Bentinho

Juliane Araújo como Rute

Marcos Pitombo como Maneco

Ary Fontoura como Lauro

Ana Lúcia Torre como Rebeca

Amanda Richter como Olga

Giordano Becheleni como Fernando

Jacqueline Sato como Aninha

Rosane Gofman como Dita

Carlos Vereza como Padre Tide

Desejo Secreto Capítulo 03

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0:15:00 min    


WEBTVPLAY ORIGINAL APRESENTA
DESEJO SECRETO


Minissérie de
Lucas Oliveira

Baseado na obra de
J. Gaspar

Capítulo 03 de 07

Personagens deste Capítulo:

ANINHA
BENTINHO
DITA
FERNANDO
LAURO
MANECO
MARLENE
OLGA
REBECA
RUTE


Participação:

MOTORISTA

SECRETÁRIA



© 2021, Webtvplay.
Todos os direitos reservados.

 

CAPÍTULO 03

 

CENA 01. MANSÃO BELMONTE. QUARTO DE BENTINHO. INT. NOITE.

Continuação imediata do capítulo anterior. Marlene suspende o vestido e exibe uma das pernas para Bentinho, que está em sua frente.

MARLENE: Já que você ficou tão excitado comigo...Quer ficar de novo?

Marlene começa a desabotoar o vestido.

MARLENE: Ai, eu quero tanto que você fique excitado de novo comigo. Vem!

Bentinho se retrai.

MARLENE: Só mais um pouquinho. Vem com a sua priminha que ela vai cuidar muito bem de você. E amanhã você vai poder escrever ainda mais coisas saborosas sobre sua Marlene.

Bentinho pega Marlene pelos braços e a sacode de forma brusca.

BENTINHO: (Firme) Para com isso, Marlene! Vai embora daqui e me deixa em paz!

MARLENE: Não faz isso, priminho. Quanto menos educação, mais excitada eu fico. Quanto menos você pedir permissão para me tocar, mais eu fico louca com a sensação de domínio.

BENTINHO: Eu estou falando sério. Ou você some da minha frente, ou então/

MARLENE: (POR CIMA) Ou então você vai fazer o quê?

BENTINHO: Desço lá embaixo e conto para todo mundo que você está dando em cima de mim. Quer pagar pra ver?

Marlene e Bentinho se encaram fixamente. Alta tensão entre os dois.

MARLENE: E vai fazer o que? Vai dizer que estava com medo do bicho papão e foi para cama da priminha se esconder? Ou que estava com dor nas costas e foi para minha cama por ser mais confortável? Não seja patético!

BENTINHO: Eu nunca fui de bater em mulher. Mas você implora e quer que eu perca a cabeça.

MARLENE: Só quero que perca o pudor! Mas não recusaria umas boas palmadas, você sabe.

Bentinho senta na cama e abaixa a cabeça.

MARLENE: Ué, primo. Desce lá e fala para todo mundo de uma vez. Quero ver se você tem coragem. (Encarando) Vai, desce e fala!

Bentinho balança a cabeça negativamente. Marlene gargalha alto.

MARLENE: Eu sabia! Você diz que não, mas no fundo você me deseja tanto quanto eu te desejo.

Marlene desabotoa o vestido e fica completamente nua. Bentinho vidra os olhos, babando.

BENTINHO: Demônio!

Marlene empurra Bentinho sobre a cama e sobe em cima dele.

MARLENE: Pelo que eu já estou sentido, é inegável o quanto você realmente fica excitado com essa sua priminha devassa.

BENTINHO: Você vai acabar com a minha vida desse jeito, Marlene.

MARLENE: Não, priminho. Sua vida não vai acabar. Aproveita, bobo! Ela está só começando!

Marlene e Bentinho começam a se beijar com intensidade, desejo. Ele dá tapas em seu rosto, seguidos por beijos ardentes. Eles se contorcem de prazer. CORTE PARA/

CENA 02. MANSÃO BELMONTE. SALA DE JANTAR. INT. NOITE.

Maneco e Rute estão à mesa. Eles jantam.

MANECO: Demorou na rua. Comprou tudo que queria na venda do Fernando?

RUTE: Sim. Depois aproveitei e dei uma passeio pela cidade para respirar um pouco de ar puro. As paredes dessa casa às vezes me sufocam.

MANECO: Mas não gosto que demore tanto. Uma mulher casada não deve ficar se dando ao desfrute por aí.

RUTE: E homem casado, também não! Não esqueça que eu vi como você olhou pra ela.

MANECO: Ela quem?

RUTE: Pra puta da minha irmã!

MANECO: Ela é puta? Não sabia disso, não.

RUTE: Como você é cínico!

MANECO: Você tem minhoca na sua cabeça. Você sonha demais.

RUTE: Você é um sem-vergonha que fica dando em cima da Marlene. Tá na cara que você está louco pra transar com ela.

MANECO: Sua neurose já está passando dos limites, Rute!

RUTE: (Alterada) Eu é quem estou ficando irritada com sua cara de pau.

MANECO: Ah, que novidade! Você é irritada por natureza!

RUTE: Seu broxa!

MANECO: Quer saber de uma coisa? Sua irmã é muito mais gostosa que você!

RUTE: Como é que é?

Rute encara Maneco, o fuzilando com os olhos. CORTE PARA/

CENA 03. CASA DE FERNANDO. QUARTO DO CASAL. INT. NOITE.

Aninha deitada, lendo um livro. Fernando entra apenas de pijama.

ANINHA: Demorou de vir deitar.

FERNANDO: Estava com insônia. Aí fui tomar uma fresca no quintal.

ANINHA: Algum problema?

FERNANDO: (Desconversa) Preocupações rotineiras.

Fernando deita. Aninha começa a ajeitar os cabelos.

ANINHA: (Sorri) Hoje eu vesti aquela camisola que você gosta...

FERNANDO: Sinto muito, Ana. Hoje estou cansaço demais. Boa noite!

Fernando vira para o outro lado. Aninha, visivelmente frustrada. CORTE PARA/

CENA 04. MANSÃO BELMONTE. SALA DE JANTAR. INT. NOITE.

Rute e Maneco estão à mesa. Rute se levanta.

RUTE: O que foi que você disse, Maneco?

MANECO: Que a Marlene é muito mais gostosa que você. Muito mais! Não era isso que você queria ouvir?!

Rute pega seu prato e joga em direção a Maneco, que se abaixa. O prato bate na parede e quebra.

RUTE: (Furiosa) Seu desgraçado!

Rute se levanta e vai para cima de Maneco.

RUTE: Eu vou te estrangular, seu canalha!

Rute dá pequenos murros sobre o peito de Maneco. Ele segura os braços dela, imobilizando-a.

MANECO: Ficou louca, porra?! Para com isso!

RUTE: (Grita) ME SOLTA, SEU FILHA DA PUTA! DESGRAÇADO!

Lauro e Rebeca veem de dentro.

REBECA: O que é isso?

LAURO: Acalmem-se!

MANECO: Segura sua filha, Seu Lauro! Senão eu vou capaz de fazer uma besteira.

Maneco solta Rute e Lauro a segura.

RUTE: Me solta, pai! Por favor!

LAURO: Calma, filha. Calma! Agir dessa maneira, não vai adiantar nada!

REBECA: Vai lá para fora, Maneco. Depois vocês conversam.

Maneco chuta uma cadeira e sai, nervoso. Dita vem de dentro.

DITA: (Olhando para o chão) Que sujeira toda é essa aqui?

REBECA: Depois você limpa, Dita. Agora pega um copo de água para a Rute, por favor!

DITA: Sim, senhora!

Dita sai. Rebeca coloca Rute sentada. Ela respira fundo. Lauro sai. CORTE PARA/

CENA 05. MANSÃO BELMONTE. VARANDA. EXT. NOITE.

Maneco enfurecido. Ele dá vários socos contra a parede.

MANECO: Que ódio, meu Deus! Que ódio!

Lauro se aproxima dele.

LAURO: Não fique assim, Maneco.

MANECO: Eu não aguento mais, seu Lauro! Sua filha está descontrolada de ciúmes!

LAURO: Eu percebi.

MANECO: Ela está achando que eu estou dando em cima da Marlene.

LAURO: E você não está?

MANECO: Lógico que não! Eu amo a Rute! Mas não sei o que faço. Vou dormir hoje no quarto de hóspede. Não aguento mais esses surtos dela.

LAURO: Eu também não aprovo esse temperamento explosivo da Rute. Porém, eu acho que você como marido, deveria agradecer. Mulher brava, significa mulher fiel!

MANECO: Será?

LAURO: Quando eu era jovem, a Rebeca também vivia tendo crises de ciúmes. A Rute puxou a mãe, pode ter certeza.

MANECO: Não sei, não. O que a Rute fez foi um desrespeito. E isso eu não admito!

LAURO: Tenho experiência de vida, Maneco. Você ainda é garoto. Enquanto você estiver recebendo presentinhos, carinhos, perfumes... Você estará fadado a receber também um par de chifres na testa!

Lauro dá um leve tapa na testa de Maneco.

LAURO: Mulher honesta, é mulher azeda!

Lauro sai. Em Maneco, pensativo. CORTE PARA/

CENA 06. GRAMADO. EXT. NOITE.

PANORAMA da pequena cidade. Transição da NOITE para o DIA. CORTE PARA/

CENA 07. MANSÃO BELMONTE. COZINHA. INT. DIA.

Rebeca à mesa. Dita servindo-a.

DITA: Quer mais café, Dona Rebeca?

REBECA: Não. Muito obrigada!

Marlene vem de dentro.

MARLENE: Bom dia!

REBECA: Bom dia, minha filha!

MARLENE: Aonde está o papai?

REBECA: O Lauro já foi para a empresa.

MARLENE: Quando eu estava descendo, eu vi o Maneco saindo do quarto de hóspede e não entendi nada. Aconteceu alguma coisa?

REBECA: Ah... Ele e a Rute tiveram uma forte discussão ontem na hora do jantar. A Rute jogou um prato nele. Sorte que não acertou.

MARLENE: (Boquiaberta) Que horror! Por que minha irmã fez isso?

REBECA: Por ciúmes. Nós não queríamos comentar nada, mas a verdade é que a Rute está morrendo de ciúmes de você com o Maneco. Ela acha que você e ele trocam olhares. Enfim... Coisas da cabeça da Rute.

MARLENE: Eu não sei porque a Rute tem toda essa cisma comigo, mãe. Desde pequena era isso. Ela sempre me via como adversária, como inimiga dela.

REBECA: Não bata de frente. Evite confrontos por agora, Marlene. Espere pelo menos a Rute se recompor.

MARLENE: Eu não vou falar nada. Mas essas ideias da Rute me assustam. Eu nem troquei uma frase completa com o Maneco, que dirá olhares. Eu fico muito magoada, mamãe.

REBECA: Tente relevar, minha filha.

MARLENE: Vou tentar, mãe. Vou tentar!

Em Marlene, fingindo tristeza. CORTE PARA/

CENA 08. VENDA DO FERNANDO. INT. DIA.

Fernando vem de fora carregando umas caixas de verdura. Aninha se aproxima dele.

ANINHA: Quer ajuda, amor?

FERNANDO: Não, não. Pode deixar que eu me viro!

ANINHA: Fernando, estou te sentindo tão frio, tão distante de mim ultimamente...

FERNANDO: Não é nada contigo, Ana. Eu já disse que são muitas coisas na cabeça.

ANINHA: Você não lembra que dia é hoje?

FERNANDO: Terça-feira.

ANINHA: Não é só isso, Fernando. É nosso aniversário de casamento.

FERNANDO: Nossa! Eu esqueci completamente!

ANINHA: Eu fiz até um almoço especial para nós dois. E preparei também uma surpresa para você.

FERNANDO: Surpresa?

ANINHA: Sim.

FERNANDO: Agora eu fiquei curioso.

ANINHA: (Leve sorriso) Só saberá ao meio-dia.

Fernando se aproxima de Aninha.

FERNANDO: Desculpa esse meu jeito meio seco, tá?! Só quero que entenda que o problema nunca foi você. Você sempre foi uma mulher incrível, compreensível, amorosa, prendada, obediente...

ANINHA: Tento ser o melhor que posso.

FERNANDO: O problema sou eu! Talvez eu esteja na crise dos trinta, meio perdido...

ANINHA: E eu não posso te ajudar de alguma forma?

FERNANDO: Infelizmente, não.

Fernando segura o rosto de Aninha e a olha fixamente.

FERNANDO: Presta atenção: aconteça o que acontecer, nunca se culpe! A culpa nunca será sua, Aninha. Nunca!

Fernando abraça Aninha fortemente. Nele, pensativo. CORTE PARA/

CENA 09. ESCRITÓRIO DE MANECO. RECEPÇÃO. INT. DIA.

Secretária à mesa. Marlene entra.

MARLENE: Bom dia! Eu gostaria de falar com o Maneco.

SECRETÁRIA: Quem?

MARLENE: (Sorri) Desculpe. É que eu sou a cunhada dele e todos lá em casa só o chamam pelo apelido. Maneco é o advogado Manuel Martins. Ele está?

SECRETÁRIA: Ah sim! Está na sala dele.

MARLENE: Avise que Marlene Belmonte está aqui e quer falar com ele, por gentileza.

SECRETÁRIA: Sim, senhora! Com licença!

MARLENE: Toda!

A secretária levanta e sai. Marlene olha em volta observando cada detalhe do ambiente. CORTE PARA/

CENA 10. ATELIÊ DE OLGA. RECEPÇÃO. INT. DIA.

Olga e Aninha sentadas no sofá. Olga entrega uma caixa a Aninha.

OLGA: É todo seu!

ANINHA: (Largo sorriso) Ai, eu nem acredito! Eu sempre quis ter um desse, Olga. Era meu sonho!

OLGA: Sonho realizado com sucesso. Só resta aproveitar!

ANINHA: Sim. Hoje mesmo eu inauguro. Acho que o Fernando irá adorar.

OLGA: Eu tenho certeza!

Aninha abre a bolsa, retira dinheiro e entrega a Olga.

ANINHA: Essa é a segunda parcela que eu prometi que pagaria hoje. Agora só falta mais uma, não é?

OLGA: Exatamente! Mas não se preocupe, querida. Pague quando puder!

ANINHA: Eu estou vendendo uns bordados e graças a Deus minhas clientes estão amando e me indicando outras. Semana que vem já devo pagar o restante.

OLGA: Certo.

Aninha se levanta.

ANINHA: Hoje à noite eu vou ser a mulher mais feliz do mundo!

Em Aninha, empolgada. CORTE PARA/

CENA 11. ESCRITÓRIO DE MANECO. SALA DE MANECO. INT. DIA.

Maneco em sua mesa, envolvido na leitura de várias papeladas. A secretária entra.

SECRETÁRIA: Dr. Manuel, a Dona Marlene está aí para ver o senhor.

MANECO: (Surpreso) A Marlene aqui?

SECRETÁRIA: Sim. Posso mandá-la entrar?

MANECO: Pode. Mande ela entrar, dentro de dois minutos.

SECRETÁRIA: Sim, senhor!

A secretária sai. Maneco abre um largo sorriso, vai até um espelho e começa a se ajeitar. Nele, bastante animado. CORTE PARA/

CENA 12. MANSÃO BELMONTE. COZINHA. INT. DIA.

Dita cortando legumes na mesa. Rebeca ao lado, ajudando-a.

REBECA: Dita, você acha que eu fui muito paciente com a Rute?

DITA: Olha, assunto de família eu prefiro não me meter.

REBECA: Mas você é como se fosse da família, Dita. Trabalha conosco há tantos anos que eu te considero mais que uma amiga.

DITA: Bem... Me desculpe, mas eu acho que a Rute deve de tá sofrendo dos nervos. Onde já se viu quebrar um prato de porcelana? E cheio de comida dentro?

REBECA: Esse é o menor dos problemas, minha querida. Eu acho que do jeito que as coisas vão, o casamento dela com o Maneco pode acabar não resistindo. E uma mulher largada não é bem vista. O Lauro jamais aceitaria! É disso que eu tenho medo...

Em Rebeca, preocupada. CORTE PARA/

CENA 13. VENDA DO FERNANDO. INT. DIA.

Fernando apoiado no balcão, bastante pensativo.

FERNANDO: (Pra si mesmo) Ah, minha Rute... Não vejo a hora de estarmos juntos bem longe daqui. Só espero que não demore muito de me dar uma resposta.

Nele, suspirando. CORTE PARA/

CENA 14. ESCRITÓRIO DE MANECO. SALA DE MANECO. INT. DIA.

Maneco à mesa. Marlene entra.

MARLENE: Maneco... Como vai?

Marlene estende uma das mãos e Maneco beija.

MANECO: (Levantando-se) Marlene, que surpresa você por aqui.

MARLENE: Eu soube da sua última briga com a minha irmã Rute. Parece que pratos voaram...

MANECO: É. Acho que estamos tendo uma crise no casamento.

MARLENE: Crise? Olha...Que coisa!

Marlene aproxima-se de Maneco.

MARLENE: Eu fico com pena. Pois afinal de contas você nem deu motivos pra isso. Ou deu?

MANECO: Não. Motivo nenhum.

MARLENE: Coisa triste, não é?! Levar a fama de infiel, sem ser. Você não acha triste?

Marlene se aproxima de Maneco, provocativa.

MANECO: (Babando) Acho muito triste.

MARLENE: Que, pelo menos, leve a fama quem faz por merecer.

MANECO: (Inquieto) Concordo plenamente.

Marlene recua. Maneco nitidamente atiçado.

MARLENE: Eu conheço bem os homens. Basta uma oportunidade para que todos traiam. Aliás, a minha irmã não deve saber bem porque bate, mas você sabe porque apanha! Não sabe, meu cunhado?

MANECO: (Ofegante) Sei...

Maneco vai para cima de Marlene e começa a beijá-la intensamente. Marlene retribui na mesma intensidade. Ela morde uma das orelhas de Maneco. Ele se arrepia.

MARLENE: (Rindo) A Rute não faz isso, não é?

MANECO: Ela não é safada o suficiente pra isso.

MARLENE: Eu vi o jeito que você me olhou naquele jantar. Você não tem medo do meu pai e da minha mãe verem você fazer isso?

Maneco alucinado, retirando a roupa de Marlene.

MARLENE: E da Rute?! Ela ia quebrar ainda mais pratos em cima da sua cabeça.

Marlene gargalha.

MANECO: Você me deixou louco desde o dia que chegou. Com esse teu jeito de putinha, devassa...

MARLENE: Que delícia! Eu estou sentindo. E estou aqui só pra você, meu cunhadinho. Aproveita!

Maneco pega Marlene e a joga sobre a mesa. Todas as papeladas caem no chão. Eles transam loucamente. CORTE PARA/

CENA 15. MANSÃO BELMONTE. QUARTO DE RUTE. INT. DIA.

Rute chorando compulsivamente. Bentinho entra.

BENTINHO: Prima, desculpe entrar desse jeito... Eu estava passando no corredor e ouvi seus choros. Está tudo bem?

Rute continua chorando. Bentinho senta-se na cama ao lado dela.

BENTINHO: O que houve?

RUTE: Toda a minha briga ontem com o Maneco foi por causa dela!

BENTINHO: Dela quem, Rute?

RUTE: Ela quer tirar meu marido de mim. Desde quando chegou parece que todos os homens dessa casa caem de joelhos aos pés dela.

BENTINHO: (Respira fundo) Você está falando da Marlene, não é?

RUTE: (Choro contido) E de quem mais?

BENTINHO: Eu nem sei o que dizer...

Rute se levanta.

RUTE: Foi bom você vim falar comigo, primo. Eu sei de uma coisa que vocês não sabem que eu sei.

BENTINHO: Que coisa?

RUTE: Me responde com sinceridade: você gostou de transar com a Marlene?

Em Bentinho paralisado, sem reação. CORTE PARA/

CENA 16. CASA DE FERNANDO. SALA DE ESTAR. INT. DIA.

Fernando entra.

FERNANDO: Aninha, cheguei!

Ele coloca a chave em cima da mesa de centro.

FERNANDO: Vamos logo almoçar. Eu não vou nem tomar banho. Estou morrendo de fome! Já colocou a mesa?

Aninha vem de dentro, vestida com um longo vestido florido.

ANINHA: (Sorridente) Estava me preparando para você, meu amor. Feliz nosso aniversário de casamento!

Aninha se aproxima dele e gira em volta de si mesma.

ANINHA: Então, gostou da surpresa? Lindo esse vestido, não é mesmo?

Em Fernando, descontente. CORTE PARA/

CENA 17. MANSÃO BELMONTE. QUARTO DE RUTE. INT. DIA.

Rute em pé. Bentinho sentado na cama.

RUTE: E então, você gostou de transar com a Marlene, primo?

BENTINHO: O quê?!

RUTE: É isso mesmo que você ouviu.

Bentinho, visivelmente nervoso.

BENTINHO: Eu não sei do que você está falando.

RUTE: Não adianta disfarçar. Eu vi o que vocês fizeram lá na sala e depois subiram juntos para o quarto dela. Foi bom pra você, priminho?

BENTINHO: Como você viu?

RUTE: Eu estava descendo as escadas quando me deparei com você e a Marlene se beijando na sala. Depois notei que vocês iam subir e aí eu corri para meu quarto. Mas fiquei com a porta entreaberta e vi quando os dois passaram pelo corredor em direção ao quarto dela. Não tem como negar, primo!

Bentinho abaixa a cabeça, em silêncio. Rute se aproxima dele.

RUTE: Eu quero você faça comigo o que você fez com ela.

BENTINHO: Você está louca?!

RUTE: Eu quero que você faça comigo o mesmo que fez com ela. E se você não fizer, eu vou contar para todo mundo o que a Marlene e o seminarista fizeram na sala do papai.

Rute sorri maliciosamente. Bentinho apavorado. CORTE PARA/


FIM DO CAPÍTULO!


Elenco:

Mariana Ximenes como Marlene

Joaquim Lopes como Bentinho

Juliane Araújo como Rute

Marcos Pitombo como Maneco

Ary Fontoura como Lauro

Ana Lúcia Torre como Rebeca

Amanda Richter como Olga

Giordano Becheleni como Fernando

Jacqueline Sato como Aninha

Rosane Gofman como Dita