WEBTVPLAY ORIGINAL APRESENTA
DESEJO SECRETO
Minissérie
de
Lucas Oliveira
Baseado na obra
de
J. Gaspar
Capítulo 01 de 07
Personagens
deste Capítulo:
BENTINHO
DITA
LAURO
MANECO
MARLENE
PADRE
TIDE
REBECA
RUTE
Participação:
MOTORISTA
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Todos os direitos reservados.
CAPÍTULO
01
CENA
01. RIO GRANDE DO SUL. GRAMADO. EXT. DIA.
PANORAMA
da pequena cidade. Clima bucólico. Poucos automóveis pelas ruas.
LEGENDA:
Gramado,
1945.
CORTE
PARA/
CENA
02. MANSÃO BELMONTE. COZINHA. INT. DIA.
REBECA
(Branca, magra, cabelos curtos e com uns 70 anos) coloca um jarro de
flores sobre a mesa. DITA (Branca, gorda e com uns 60 anos) em frente
ao fogão.
REBECA:
(Sorridente) Hoje
a minha filha vai voltar!
DITA:
Faz
tantos anos que eu não vejo a Marlene. Ela deve estar linda.
REBECA:
Eu
estou com tantas saudades, Dita. Guardo todas as cartas desde que ela
viajou para a Europa para ser atriz.
DITA:
Do
jeito que seu Lauro é conservador, eu não sei como ele permitiu.
LAURO
(Branco, baixo e com uns 85 anos) vem de dentro.
LAURO:
O
que as duas estão falando de mim aí?
REBECA:
Sobre
a volta da Marlene.
LAURO:
Dita,
capriche no jantar! E pode servir aquele vinho que eu venho
guardando. Hoje a ocasião merece!
REBECA:
Aonde
está o Bentinho?
DITA:
Não
sei, Dona Rebeca. Deve de tá na igreja. Aquele ali vive rezando.
Rebeca
sorri. CORTE
PARA/
CENA
02. IGREJA. SACRISTIA. INT. DIA.
PADRE
TIDE (Branco, baixo e com uns 75 anos) e BENTINHO (Branco, Alto,
magro e com uns 30 anos) estão sentados lado a lado. Conversam.
PADRE
TIDE: Se
tu tens a certeza, não existe mais espaço para dúvidas.
BENTINHO:
Eu
sei. Mas é que eu demorei tanto de me decidir e aconteceu tantas
coisas na minha vida... É normal que, em certos momentos, eu tivesse
dúvidas sobre minha vocação.
PADRE
TIDE: Quando
se tens um dom, não podes negá-lo. E tu tens, Bentinho! Tu estás
quase terminando o seminário. E ainda sonho em vê-lo no meu lugar
aqui nesta igreja.
BENTINHO:
Eu
agradeço muito seu apoio, Padre. Quando meus pais morreram e eu vim
morar com o tio Lauro, eu pensei que seria o fim. Mas você me fez
enxergar que era apenas um recomeço.
PADRE
TIDE: Tu
tens uma luz dentro de ti, meu querido. E nem que tu queiras, ela
deixará de brilhar!
Eles
se abraçam fortemente.
PADRE
TIDE: Deus
te abençoe, meu filho!
BENTINHO:
Amém!
No
abraço deles. CORTE
PARA/
CENA
03. MANSÃO BELMONTE. QUARTO DE RUTE. INT. DIA.
RUTE
(Branca, alta, cabelos longos e com uns 25 anos) sentada em uma
poltrona se maquiando. MANECO (Branco, alto, cabelo ao ombro e com uns 33 anos) sai do banheiro completamente nu.
RUTE:
Vista
logo uma roupa, Maneco! Estamos na casa de meus pais. Se ele ver
isso, não vai gostar nenhum pouco.
MANECO:
Essa
falta de privacidade é o que mais me incomoda aqui.
RUTE:
É
o preço por ter se acomodado. Não conseguimos comprar nossa casa
por conta de suas dívidas
MANECO:
Não
precisa me jogar na cara.
RUTE:
Só
estou dizendo que não adianta reclamar. E agora a privacidade só
irá diminuir com a volta da minha irmã.
Ouve-se
batidas na porta. Maneco cobre-se rapidamente.
RUTE:
Quem
é?
REBECA:
(OFF) Sou
eu, minha filha!
RUTE:
Aconteceu
alguma coisa, mãe?
REBECA:
(OFF) Só
vim avisar para vocês se arrumarem para o jantar de hoje à noite.
Sua irmã esta chegando e você sabe como a Marlene é pontual.
RUTE:
Pode
deixar, mamãe. O Maneco e eu já estamos nos arrumando.
MANECO:
Amor,
me diz uma coisa: Essa tua irmã é bonita?
Rute
joga um pequeno objeto sobre Maneco. Ele ri. CORTE
PARA/
CENA
04. GRAMADO. EXT. DIA.
Planos
gerais. TRANSIÇÃO do DIA para a NOITE. CORTE
PARA/
CENA
05. MANSÃO BELMONTE. FACHADA. EXT. NOITE.
Um
automóvel para em frente. O motorista abre a porta e MARLENE
(Branca, loira, alta e com uns 35 anos) desce trajando um longo vestido
vermelho.
MARLENE:
(Doce) Muito
obrigada!
O
motorista a acompanha. CORTE
PARA/
CENA
06. MANSÃO BELMONTE. SALA DE ESTAR. INT. NOITE.
Lauro,
Rebeca, Rute, Maneco, Bentinho e Dita por ali. Todos em pé. Dita ao
lado da porta.
DITA:
A
Marlene chegou!
Dita
abre a porta. Marlene entra. Todos boquiabertos.
MARLENE:
Eu
não disse que voltava, família?!
Lauro
e Rebeca se aproximam dela.
MARLENE:
Oh,
meu pais...
Ela
abraça Lauro e Rebeca em seguida.
MARLENE:
Que
bom vê-los novamente. Eu estava contando os minutos para voltar pra
casa. É tão bom revê-los, meus queridos!
Rute
emburrada. Maneco e Bentinho estagnados, visivelmente fascinados com
a beleza de Marlene.
REBECA:
Fez
boa viagem, filha?
MARLENE:
Doze
horas dentro de um avião. Quem é que pode chamar isso de boa
viagem?! Nunca! Nunquinha!
Marlene
vai até Rute e a abraça.
MARLENE:
Rute,
minha irmã querida!
Rute
visivelmente fria.
RUTE:
Esse
é meu marido, Maneco.
MARLENE:
Maneco,
você está cuidando muito bem de minha irmã. Ela está linda! (T)
Como
vai?
Eles
se cumprimentam. Bentinho aproxima-se de Marlene.
BENTINHO:
Seja
bem-vinda!
MARLENE:
(Olhando-o fixamente) Meu
primo favorito!
Eles
se abraçam. Marlene assopra no ouvido de Bentinho.
MARLENE:
Mamãe
me contou nas cartas o acidente horrível que aconteceu com seus
pais. Eu sinto muito!
BENTINHO:
Obrigado!
MARLENE:
Quanto
tempo falta para terminar o seminário?
BENTINHO:
(Sem jeito) Dois
anos.
REBECA:
Então,
minha filha. Nos conte como foi lá na Europa.
Todos
se sentam.
MARLENE:
Ah,
sentirei muitas saudades. Tantos anos morando lá, tantos filmes...
No último que eu filmei, acordava às cinco da manhã. E aonde eu
estava, era um frio de rachar.
REBECA:
Eu
imagino.
MARLENE:
Mas
tirando todo esse frio, o trabalho ficou maravilhoso!
LAURO:
No
começo você sabe que eu relutei, mas saiba que eu tenho muito
orgulho de você, minha filha!
Marlene
sorri. Dita vem de dentro.
DITA:
O
jantar está servido!
Rebeca
se levanta.
REBECA:
Pois
então, vamos!
Nela,
sorridente. CORTE
PARA/
CENA
07. MANSÃO BELMONTE. SALA DE JANTAR. INT. NOITE.
Todos
à mesa. Dita servindo o jantar.
DITA:
Espero
que gostem da comida.
LAURO:
Sua
comida é sempre maravilhosa!
Maneco
e Marlene se entreolham disfarçadamente. Rute percebe.
LAURO:
Então,
o que achou da comida, minha filha?
MARLENE:
Uma
delícia! A Dita não perdeu a mão. Está cada vez melhor!
DITA:
Ah,
que isso! Fico muito grata, Dona Marlene!
MARLENE:
Amanhã
vou dar um passeio pela cidade. Gramado deve ter mudado bastante em
todos esses anos.
LAURO:
Sim.
Hoje em dia, a minha fábrica é a maior da região. Nossos vinhos
são enviados para várias cidades da redondeza. E ano que vem,
fecharei negócio com uma fábrica da capital. 1946 será um ano
ainda melhor!
MARLENE:
O
senhor merece, papai!
Bentinho
encara Marlene. Ela sensualiza discretamente. Ele tenta desviar o
olhar, nitidamente
desconcertado.
CAM
vai descendo aos poucos até chegar embaixo da mesa onde vemos Maneco
passando um pé na perna de Marlene e ela passando um pé na perna de
Bentinho. CORTE
PARA/
CENA
08. MANSÃO BELMONTE. VARANDA. EXT. NOITE.
Maneco
em pé, fumando um charuto. Rute vem de dentro e se aproxima dele.
RUTE:
(Brava) Caso
sério!
MANECO:
O
que foi, meu amor?
RUTE:
Eu
vi quando você olhou para ela no jantar.
MANECO:
Ela
quem?
RUTE:
Não
se faça de idiota! Eu vou te dizer uma coisa: Eu aceito tudo, menos
traição! E muito menos... traição com parente!
Marlene
aparece no jardim. Maneco começa a observa-la.
RUTE:
Olha
o corpo dela...É quase uma afronta!
MANECO:
Não
vejo nada demais.
RUTE:
(Firme) Se
você me trair com ela, eu mato você e mato ela! Ouviu bem? Eu mato
os dois!
MANECO:
Meu
amorzinho, olha pra mim.
Maneco
segura Rute pelo braço e coloca as mãos no rosto dela.
MANECO:
Deixa
eu te falar uma coisa: Para mim, existe só uma mulher nesse mundo. E
essa mulher é você!
RUTE:
(Riso forçado) Será
mesmo?
MANECO:
Eu
não te trairia por nada nesse mundo. Juro por Deus!
RUTE:
Experimenta!
Experimenta pra você ver o que acontece!
Rute
sai. Maneco continua observando Marlene, compenetrado. CORTE
PARA/
CENA
09. MANSÃO BELMONTE. QUARTO DE MARLENE. INT. NOITE.
Dita
forrando a cama. Rebeca ao lado. Marlene entra.
REBECA:
Aonde
estava, minha filha?
MARLENE:
Estava
caminhando no jardim. Que saudade que eu estava disso tudo aqui,
mamãe. Desse clima, de vocês...
REBECA:
Você
não imagina o quanto estamos felizes.
MARLENE:
Deu
para notar.
REBECA:
A
Dita já arrumou sua cama e eu ajeitei alguns detalhes da decoração.
Gostou?
MARLENE:
(Olha em volta) AMEI!
Vejo que não esqueceu do meu bom gosto.
REBECA:
Vamos,
Dita! Vamos deixar a Marlene descansar, pois ela deve estar morta de
cansaço.
DITA:
Sim,
senhora!
REBECA:
(Beijando-a testa) Boa
noite, minha filha!
MARLENE:
Boa
noite!
Rebeca
e Dita saem. Marlene deita, sorridente. CORTE
PARA/
CENA
10. MANSÃO BELMONTE. QUARTO DE BENTINHO. INT. NOITE.
Bentinho
ajoelhado, rezando.
BENTINHO:
Oh,
meu santo... Me dê forças para resistir à tentação. Eu não
posso deixar que ela mexa comigo desse jeito. Me ajuda!
Bentinho
se benze fazendo o sinal da cruz e levanta. Ele respira fundo e sai
do quarto. INTERCALA
COM/
CENA
11. MANSÃO BELMONTE. SALA DE ESTAR. INT. NOITE.
Bentinho
desce as escadas em passos lentos. Ele passa pela sala e vai em
direção a cozinha, pensativo. INTERCALA
COM/
CENA
12. MANSÃO BELMONTE. COZINHA. INT. NOITE.
Bentinho
enche um copo de água no filtro de barro e bebe. Marlene aparece
apenas de camisola. Bentinho assusta-se.
MARLENE:
Com
sede, primo?
BENTINHO:
É...
Eu sempre tive sede à noite.
Marlene
abre a geladeira, bem
provocativa. Bentinho tentando desviar o olhar.
Marlene
retira um vaso de leite e começa a beber. Ela se aproxima de
Bentinho.
MARLENE:
Eu
quero te pedir uma coisa.
BENTINHO:
(Retraído) O
que?
MARLENE:
Um
beijo.
Marlene
lambe os lábios sensualmente.
MARLENE:
E
então...?
Bentinho
beija a testa de Marlene.
MARLENE:
(Impositiva) Isso
não é um beijo. Eu quero um beijo de verdade!
BENTINHO:
Como
assim?
MARLELE:
(Leve sorriso) Não
se faça de desentendido, não. Eu vi você me olhando a noite
inteira no jantar. Aliás, não só você.
BENTINHO:
Do
que você está falando?
Marlene
vai pra cima de Bentinho e rouba um beijo dele. Ele a empurra e sai
correndo. INTERCALA
COM/
CENA
13. MANSÃO BELMONTE. SALA DE ESTAR. INT. NOITE.
Luzes
apagadas. Bentinho coloca as mãos sobre a cabeça, bastante
confuso. Marlene aparece.
MARLENE:
Espera!
BENTINHO:
Volta
para o seu quarto, por favor!
MARLENE:
Olha...
Marlene
abaixa um pouco a camisola deixando os seios à mostra. Bentinho olha
fixamente, sem disfarçar o desejo.
MARLENE:
Acha
bonito? Quer tocar? Eu deixo você beijar se você quiser. Quer?
BENTINHO:
Você
sabe que eu não posso.
MARLENE:
(Ri) Será
que você não pode mesmo?
Marlene
pega a mão de Bentinho e coloca em seu peito. Ela se aproxima dele e
os dois se beijam intensamente.
MARLENE:
Então
o seminarista também ficou excitado... Está vendo só como é
gostoso o gosto da liberdade?!
Bentinho
empurra Marlene.
BENTINHO:
Para!
Se afasta de mim!
Bentinho
dá um tapa na cara de Marlene, que cai no chão.
Marlene
olha fixamente para Bentinho. Um olhar sedutor, hipnotizante. Ela
levanta um pouco a camisola, abre as pernas, começa a retirar a
calcinha e joga sobre ele.
Bentinho
cheira a calcinha, cheio de desejo. Ele vai para o chão e os dois
começam a se beijar demasiadamente.
Bentinho
levanta, joga Marlene no sofá e começa a rasgar sua roupa. Ele abre
as pernas dela e penetra com força fazendo movimentos contínuos. Os
dois queimando de desejos.
CORTE PARA/
CENA
14. GRAMADO. EXT. NOITE.
PANORAMA
da pequena cidade. AMANHECE. CORTE
PARA/
CENA
15. MANSÃO BELMONTE. COZINHA. INT. DIA.
Lauro
e Rebeca à mesa, tomam café da manhã. Dita servindo.
LAURO:
A
Marlene ainda não acordou?
REBECA:
Deve
estar dormindo. Cansada do jeito que estava, nada mais justo que
durma até mais tarde.
Rute
vem de dentro.
RUTE:
Bom
dia!
REBECA:
Bom
dia, minha filha!
Rute
senta-se, emburrada.
LAURO:
Que
cara é essa, Rute?
RUTE:
Adverti
o Maneco sobre a Marlene.
LAURO:
Advertiu
porquê?
RUTE:
Ué,
vocês não viram como ela olhou para ele ontem no jantar?
REBECA:
(Abismada) Você
enlouqueceu, menina?!
RUTE:
Mamãe,
eu posso está louca, mas não sou burra!
LAURO:
Filha,
que você tenha ciúmes é mais que compreensível. Mas da sua irmã?
RUTE:
Qual
o problema, papai?! Ela também é mulher. E homem é tudo igual!
LAURO:
Mas
que absurdo! Homem não é tudo igual, não. Eu nunca traí a sua
mãe!
RUTE:
(Leve sorriso) Vai
dizer que o senhor nunca olhou de um jeitinho especial para a Dita?
DITA:
Deus
me livre, menina!
LAURO:
(Grita) Olha
como fala com seu pai, menina! Acha que todo mundo é promíscuo?!
Não estamos na Europa. Estamos no Brasil!
RUTE:
Grande
coisa. Pior ainda!
Rute
joga um talher sobre a mesa e sai.
LAURO:
Eu
ainda não terminei, Rute!
Lauro
se levanta, furioso. Rebeca vai atrás. INTERCALA
COM/
CENA
16. MANSÃO BELMONTE. SALA DE ESTAR. INT. DIA.
Rute
sobe as escadas. Lauro vem de dentro, seguido por Rebeca.
LAURO:
(Grita) VOLTE
AQUI, RUTE!
Rebeca
segura Lauro.
REBECA:
Calma!
Não adianta tentar conversar com ela agora, meu bem. Você sabe como
é o gênio da Rute.
LAURO:
(Irritado) Mas
essa menina está cada vez mais difícil. Você viu só os absurdos
que ela falou?
REBECA:
Tenha
paciência, meu bem. Eu mesma já esperava por isso. Desde pequena a
Rute nunca teve uma relação harmoniosa com a Marlene.
LAURO:
Pois
eu espero que isso mude. Eu sou um homem muito bem respeitado na
cidade e não vou admitir que o nome da minha família seja envolvido
em escândalos!
Lauro
sai. Rebeca balança a cabeça negativamente. CORTE
PARA/
CENA
17. MANSÃO BELMONTE. QUARTO DE RUTE. INT. DIA.
Maneco
em frente ao espelho, colocando a gravata. Rute entra.
MANECO:
Que
gritaria foi aquela na cozinha?
RUTE:
Eu
falei para os meus pais que achava que você estava de olho na minha
irmã.
MANECO:
Eu
não acredito que você meteu até seus pais nessa história, Rute.
RUTE:
Dizem
que o pior homem que há, é aquele que ainda vai te trair.
Maneco
aproxima-se de Rute.
MANECO:
Meu
amor, eu já disse que eu nunca vou te trair.
RUTE:
Ah,
é? Então prova!
Rute
puxa Maneco pela gravata e tenta beija-lo. Ele se esquiva.
MANECO:
Agora
não. Tenho que ir para o escritório trabalhar.
RUTE:
É
rapidinho, amor.
Rute
começa a acariciar Maneco.
RUTE:
Eu
quero fazer muito barulho pra ela escutar.
MANECO:
Ela
quem?
RUTE:
A
minha irmã. Eu quero que a Marlene nos ouça fazendo amor.
Maneco
balança a cabeça negativamente.
MANECO:
Você
endoidou de vez.
RUTE:
Endoidei.
Estou completamente maluca!
Rute
abre a camisa de Maneco e começa a morder seu peitoral.
MANECO:
Por
que você faz isso, hein?!
RUTE:
Eu
quero que aquela puta da minha irmã nos ouça. Eu quero que ela
morra de inveja da gente.
MANECO:
Então
para de falar nela e presta atenção em mim!
Maneco
joga Rute na cama e eles começam a se beijar vorazmente. CORTE
PARA/
CENA
18. IGREJA. INT. DIA.
Padre
Tide no altar. Lauro entra.
LAURO:
Bom
dia, Padre Tide!
PADRE
TIDE: Deus
abençoe, Seu Lauro!
LAURO:
Estou
procurando meu sobrinho, Bentinho. Não o vejo desde cedo e preciso
falar com ele. Pode chama-lo?
PADRE
TIDE: O
Bentinho não apareceu por aqui hoje.
LAURO:
Tem
certeza? Nem café da manhã ele desceu para tomar. Achei que tivesse
vindo à igreja como faz todos os dias.
PADRE
TIDE: Hoje
ainda não apareceu.
LAURO:
Que
estranho...
PADRE
TIDE: Não
te preocupes, Lauro. O Bentinho é um jovem muito esforçado e de
muita vocação. Tu tens um sobrinho de ouro!
Lauro
sorri, convencido. CORTE
PARA/
CENA
19. MANSÃO BELMONTE. COZINHA. INT. DIA.
Dita
em frente ao fogão, cozinhando. Rebeca entra.
DITA:
O
Almoço está quase pronto, Dona Rebeca.
REBECA:
E
a Marlene ainda não desceu?
DITA:
Ainda
não.
REBECA:
Eu
vou até o quarto dela. Vou subir e saber o que aconteceu.
Rebeca
sai. Dita continua cozinhando. CORTE
PARA/
CENA
20. MANSÃO BELMONTE. QUARTO DE MARLENE. INT. DIA.
Bentinho
e Marlene deitados, seminus. Bentinho ainda dormindo. Marlene abre os
olhos. Ouve-se barulhos abafados de gemidos.
MARLENE:
(Pra si mesma) Se
eu bem conheço minha irmã, esses gemidos não são à toa... Que
patético!
Marlene
ri. Ela começa sacudir Bentinho.
MARLENE:
Acorda,
primo! Acorda!
Bentinho
vai despertando gradativamente.
BENTINHO:
Que
horas são?
MARLENE:
Não
sei. Mas com certeza passamos da hora. O dia já está alto.
BENTINHO:
Meu
Deus!
MARLENE:
Levanta
e vai para o teu quarto sem fazer muito barulho.
Bentinho
se levanta e começa a se vestir. Ouve-se batidas na porta.
REBECA:
(OFF) Marlene,
está tudo bem, minha filha?
MARLENE:
(Baixo) É
a mamãe!
Bentinho
e Marlene se entreolham apavorados. Clima tenso. CORTE
PARA/
FIM
DO CAPÍTULO!
Elenco:
Mariana Ximenes como Marlene
Joaquim
Lopes como Bentinho
Juliane
Araújo como Rute
Marcos
Pitombo como Maneco
Ary
Fontoura como Lauro
Ana
Lúcia Torre como Rebeca
Rosane
Gofman como Dita
Carlos
Vereza como Padre Tide