O Mal que há Aqui
de Bruno Rodrigo
PARTE
I – PSICOPATAS E SEGREDOS.
COLOQUEI
O PÉ ESQUERDO NA ESCADARIA DA FACHADA DO COLÉGIO EMPIRE E FOI AI QUE TUDO DEU
ERRADO. Eu, a garota nova e desconhecida, entrando na escola mais
renomada deste país, com certeza iria causar algum alvoroço e atiçar a
curiosidade de todos. Sempre fui assim, na moda, linda e com certeza popular,
mas isso era na minha outra escola, onde o meu dinheiro parecia ser um mar.
Aqui é no mínimo um restinho de água no fundo da privada.
Cada
passo que dou nestes corredores percebo os alunos comentando, curiosamente
sobre quem eu era e principalmente de onde eu vim. -Olá pessoal, não sou um ET.
– Essa foi a primeira coisa que quis dizer, quando pisei naquelas escadas. Um
pouco mais a frente, perto do meu armário, está Marcela, mais conhecida como
Ma. Ma por ser má. Ridículo, não?
Não me
importava se eles seriam bregas e babacas, eu só queria ter a melhor experiência
nesses últimos três anos de escola, então fui gentil e obviamente burra.
Marcela aproximou-se de mim e logo seus cachorrinhos aproximaram-se. Hélio, o
mascote gay e a Lara, a amiga, inimiga que transa com o namorado. Como eu sei?
Bom, basta prestar atenção nos becos dessa escola. E antes de pisar aqui,
estudei bem onde eu estava me metendo.
O
colégio Empire foi palco de assassinatos no passado e uma das vítimas foi a tia
de Marcela. Ela era idêntica à
antiga rainha, não só na fisionomia, mas principalmente no jeito de tratar as
pessoas. Ela se aproximou de mim e me ajudou a abrir o armário. Eu sorri.
– Obrigado, estava um pouco
difícil. – Disse, altiva, mas com receio do que ela faria comigo.
– Que isso! Esse armário foi meu
durante anos e esse problema também foi eu que causei. – Sorrio, com seus
lábios cheios de Botox e dentes extremamente brancos.
Hélio
aproveitou a deixa e completou.
– Bom,
esse defeito foi causado porque o ex-namorado dela a traiu. Como ele não estava
aqui, ela destruiu o armário. – Disse, encarando-a debochado, como se esperasse
vê-la humilhada.
Marcela
o repreende. – Cala a boca, Hélio, ou com certeza essa língua vai parar de
fazer os seus machos revirar os olhos. – Ele leva a mão em sua boca, assustado.
Lara segue me analisando, como se eu fosse uma criminosa. Então guardei meus
materiais e fechei o armário. Marcela queria mais, ela sabia que corria algum
risco com a minha chegada, mas não fazia ideia de qual seria.
– Me diz, o que acha de
almoçarmos juntas?
Afinal, quero conhecer bem mais da garota nova. E então? – Ela me questionou
como se já soubesse a resposta. Eu a respondi. – Claro, nos encontramos no
almoço. Agora preciso ir, minha aula está começando. – Me afastei, sentindo os
olhares dos três me queimando como se eu tivesse com a calcinha no lugar
errado.
Eu
sabia que tinha um caminho longo para fazer parte daquele trio. Os motivos?
Eles são populares e as melhores experiências sempre serão ao lado dos vilões.
No fim do segundo tempo da aula, fui até o refeitório externo e os vi sentados
numa mesa no centro do refeitório, e claro que seria bem no centro das
atenções, era isso que eles buscavam.
Aproximei-me e sentei-me. Marcela
olhou para mim e me questionou. – Como foi a aula? Está à sua altura? – Ela me olhava, quase me
amedrontando. Lara falou pela primeira vez – Acredito que sim, afinal, você
veio de escolas praticamente públicas. Sinto o cheiro de pobreza. – Sorrio, ao
terminar seu comentário nada agradável e elitista. Hélio estava distraído, até
que deu um pulo assustando-nos.
Ele
mostra algo para Marcela, que a estremece. Então, questionei. – Algum problema?
– Curiosa, quis saber o que atraia tanto os dois. Marcela disfarçou e Hélio
começou a falar. – O professor Louis que matou todos aqueles alunos, anos
atrás, está morto agora. Ele se suicidou na cela. Disseram que nem quiseram
ouvir os gritos de socorro dos outros detentos. – Terminou, atraído de uma
forma estranha sobre aquele assunto.
Marcela
voltou para a mesa, ainda chateada. – Ele merecia. Esse foi um fim menos cruel.
Levando em conta tudo o que fez. – Completou Marcela. Lara mexe em seu celular,
agilmente. Começamos a almoçar, até que Lara deu outro pulo e descobri que eles
sempre farão isso. – Ele será velado e enterrado durante a noite. Acho que tive
uma ideia. – Ela disse, sorridente.
Hélio
e Marcela ficaram curiosos e levemente animados. – Diz logo, estou quase voando
de tanta curiosidade. – Disse Hélio, curioso. Lara fez um sinal para que todos
nós se aproximassem e assim fizemos. – Vamos ao enterro e fazer algo que aquele
velho nojento odiava, que é bullying. – Disse,
diabólica, bem mais vilã do que Alisson de Pretty Little Liars.
Achei
a ideia chocante, mas me calei por medo da retaliação. Lara completou. – Vamos
enterrar a feia, que luta contra o Bullying no túmulo daquele louco. Ela nunca
mais irá pisar novamente dentro desta escola e nos lembrar daquele passado
sombrio. – Marcela e Hélio não julgaram a ideia, como eu. Eles ficaram
reflexivos e observaram Jéssica, a garota mencionada por Lara.
Marcela
sorriu e concordou. – Essa ideia é
genial. A retaliação, o aviso e a necessidade de acabar com esse mimimi é muito
mais forte, do que seguir as regras. Bom,
já sei como será a primeira parte do plano. – Hélio concordou, sem nem mesmo dizer
algo. Os três olham para mim, esperando qualquer reação ou concordância. Eles
perceberam que engoli cada olhar a seco.
– Eu tenho compromisso hoje a
noite, não posso sair. – Disse, tentando sair dessa, mas eles não compraram a
ideia. Marcela então me encarou. – Querida, você quer fazer parte do nosso
grupo ou não? – Lara toma um gole do seu suco e me olha, por fim finaliza. – E
então? Lembre-se que fazer parte do nosso grupo é um privilégio e evita de ser
enterrada. – Eles levantam-se e saem. Eu respirei fundo, trêmula, e então fiz a mesma
escolha burra de quando pisei pela primeira vez aqui e, com certeza, foi a errada.
Era
tarde da noite, quando o carro parou em frente ao meu prédio. Estou tensa e
totalmente cheia de receios, afinal, qual seria o próximo passo desse plano? O
que iria acontecer com todos nós até o fim da noite? Eu mal os conhecia e já
estava a um passo
de fazer uma das maiores vilanias já presenciada por mim. Mas lembrei que se eu
não fosse, com certeza, eu seria a próxima. Então peguei minha bolsa e desci.
Hélio
estava dirigindo o carro de seus pais, que pegou
escondido. Fiquei preocupada, afinal, ele tinha apenas dezessete anos e aqui no
Brasil a idade mínima é dezoito e precisar ter carteira de motorista. Marcela e Lara estavam
despreocupadas, como se eles fizessem isso desde quando nasceram. Nos aproximamos
de um bairro suburbano e paramos em frente a uma casa. Ficamos algum tempo
encarando o lugar, até que Jéssica saiu. Ela foi em direção ao carro. Olhei a rua e estava vazia. Logo,
Marcela e Lara saíram do carro e surpreenderam Jéssica, que ficou visivelmente
apavorada. Hélio saiu logo depois com um saco preto na mão e correu na direção
das garotas.
Minutos
depois, Jéssica estava entre mim e Lara no banco de trás, apavorada. Ela não
sabia os motivos e as meninas mal se importaram em esconder seus rostos, apenas
agiram, como se fossem donas do mundo. – Por favor, não sei o que querem, mas
não façam nada
comigo! Eu imploro! – Disse Jéssica, aos
prantos. Lara riu.
– Calma, sua vadia feia, o que é seu está guardado. Mas isso ainda lhe deixará
respirando. – Lara estava com um olhar psicopata e Marcela a acompanhava,
enquanto Hélio suava frio, com medo dos próximos passos.
Aguardamos
por horas no estacionamento do cemitério. Logo, Hélio emerge do cemitério,
correndo em nossa direção. Ofegante, ele diz. – Eles acabaram de o enterrar! Vamos, não tem mais
ninguém no cemitério!
Aproveita a terra macia. – Ele dá uma risada estranha ao finalizar. Descemos do
carro e arrastamos Jéssica, que já havia se calado. Entramos no cemitério e
seguimos em direção ao túmulo.
Marcela
e Lara amarraram a Jéssica na árvore, depois de ordenarem que eu e o Hélio
cavasse a cova do professor psicopata. Cavei, preocupada e percebi que Hélio
estava começando sentir o mesmo que eu.
– Me diz, quais as chances de
isso tudo dar certo? – Eu disse, olhando pro lado, observando Marcela e Lara.
– Tem que dar, ou seremos nós três que
pararemos dentro desse túmulo. – Disse, trêmulo.
– Elas não têm tanto poder
assim. Podemos voltar atrás e sair disso. Essa merda é arriscada e tudo pode
dar errado. – Completei, tentando persuadir, mas ele seguiu com os planos, como
se elas o tivessem em cativeiro. Então continuei. Terminamos e então abrimos o
caixão. Ele estava ali, podre e morto, o cheiro já não era tão agradável e tudo
que eu queria era tomar um banho e vomitar.
E
vomitei. Em cima do professor psicopata. Hélio fez o sinal e Lara e Marcela
aproximaram-se com Jéssica, que estava amordaçada. Lágrimas de desespero
escorrem molhando todo o semblante da garota, ela só quer ser salva. Lara e
Jéssica param em frente ao túmulo, frias.
– Agora vou te ensinar que não
se deve mexer com os grandões. Passei os últimos anos da minha vida tendo que
lidar com o seu antibullying e toda essa
merda que você milita. – Disse
Marcela, com ódio.
– Vamos, Marcela. Está na hora
de vingar a morte da sua tia. – Disse Lara, encantada com tudo o que estava
acontecendo.
Foi
neste momento que minha ficha caiu e entendi o motivo daquilo tudo. Não era só
um bullying doentio. Uma retaliação. É na verdade
a vingança que Marcela sempre desejou e por que não enterrar a líder deste movimento no
Colégio Empire, junto com o professor que assassinou alunos cruelmente, após
esses mesmos alunos assassinarem outro aluno, numa “brincadeira” de mal gosto?
Marcela
então empurrou Jéssica dentro do túmulo, junto ao corpo apodrecido. – Por
favor, não me deixem aqui. Não quero morrer assim, enterrada com um psicopata.
– Disse Jéssica, implorando por salvação. Então, entrei e ação, partindo para
cima de Marcela, mas Hélio e Lara me seguraram.
– Isso está indo longe demais,
Marcela. Me escuta, não vale a pena seguir com o plano. Ela já aprendeu a porra
da lição. – Tentei, mais uma vez persuadir alguém daquele grupo, mas eles não
eram persuadidos. Ela olhou para mim e depois para Jéssica.
– Minha tia foi assassinada por
um monstro, e depois disso culparam as vítimas de tudo o que aconteceu com
elas. Falaram que eles iniciaram tudo aquilo, que enlouqueceu o professor e o
fez matar cada um deles. Não aceito que a líder dessa merda de grupo continue compactuando
com essa porra de mentira. – Gritou, histérica.
Jéssica
a olhou, indignada.
– Você é pior que ela. Todos
sabem que ele enlouqueceu, não foi só pelo bullying, mas porque
mataram o filho dele. Basta ler pra ter o mínimo da informação, mas este homem, que está morto aqui,
não suportou a morte do seu próprio filho, principalmente pelas mãos das
pessoas que deveriam ser amigos dele e não uns filhos da putas psicopatas. Eles
mereceram o fim que tiveram. Mesmo eu sendo contra, não dá pra sentir empatia
quando você também está na reta de psicopatas como vocês e como eles. – Disse
Jéssica, esperando apenas o seu fim.
Marcela
engole seco todas aquelas palavras e depois as cospe com todo o seu ódio,
cravando a pá no pescoço de Jéssica, arrancado a cabeça dela de seu tronco. Ela
estava morta. E Marcela suja de sangue. Lara e Hélio me soltaram. Perplexo.
– O que você fez? – Indagou
Lara, não acreditando na cena.
– Ela ousou em tentar me
humilhar. – Disse Marcela, fria, encarando todo o sangue de Jéssica inundar o
caixão. – Fechem isso e vamos esquecer da existência dela. – Terminou,
ordenando para Lara e Hélio aquela função.
Arrastei-me em direção à árvore, ainda sem ar e enojada. Eu estava
envolvida na merda de um assassinato e tudo isso para estar no grupo dos
populares. Não valia o preço. Enquanto Lara e Hélio seguia fielmente os
mandatos de Marcela, ela aproximou-se de mim e me encarou.
– Você vai abrir a boca ou irá
ser nossa melhor amiga, de hoje em diante? Foi uma bela iniciação. Não gostei
do questionamento lá atrás, mas posso perdoar, novatos merecem segundas
chances. – Disse, ainda fria, com aquele olhar que me causava pânico. Apenas
concordei e seguimos em frente.
PARTE
II – O HALLOWEEN, FANTASMAS E MORTE.
O
Halloween estava se aproximando, faltava apenas uma noite para a grande noite
no Colégio Empire. As decorações tomavam todo o campus, as salas, os
refeitórios, as quadras. Qualquer nos lembravam e anunciavam o Dia das Bruxas, que se iniciou semanas
antes, depois da morte de Jéssica e dos cartazes escrito “desaparecida”.
Se
lessem a minha mente, iriam saber que ela nunca esteve desaparecida. Sempre
soube o paradeiro dela e quem eram os culpados. Aquilo me perturbou até o dia
de hoje. O trio de psicopatas seguiam intactos, mas eu me afastei. Não consegui
seguir com aquilo, era perigoso demais para minha própria integridade e ainda
de fato era, afinal, carrego um segredo que os colocará atrás das grades.
Passaram-se as horas, os dias
e, enfim, chegou à noite tão
esperada. Meus pais me forçaram a ir ao baile, afinal, era o primeiro depois
que cheguei nessa escola e precisava de amigos. Então menti, dizendo que iria.
Mas fui para outro lugar, o cemitério. Deixei mudas de flores naquele túmulo
desde aquela semana sombria. Era minha forma de tentar concertar as coisas.
Ajoelhei
em cima do túmulo e comecei a chorar de soluçar. Implorei pelo perdão e agarrei
a terra, sentindo-a molhada, gelada, fria. Sentindo a morte. Eu senti a dor
daquele acontecimento, que me sufocava e não aliviava. Senti que só havia um
final para tudo isso e era inevitável. Minhas lágrimas regavam aquele gramado
morto, até que uma fumaça sombria se intensificou em volta daqueles túmulos e
eu senti algo aproximando-se.
Senti algo me possuir, enquanto
agarrei aquela grama, que começou a se mexer. Numa ação ágil, uma mão saiu de dentro da terra, que
agarrou o meu braço. Comecei a ouvir o chamado e qual era a minha missão. A voz
dizia: – É a sua
hora, Julia. Atenda ao meu chamado. É seu dever. – A voz ecoava em meio a
névoa. Senti algo dominando o meu corpo.
Levantei-me
e vesti a máscara do psicopata dos filmes “Halloween”. Caiu
perfeitamente. Andei em meio a névoa, até desaparecer. Cheguei no baile e
entrei no salão principal. Eu tinha a trama perfeita e precisava usar. Observei
e percebi que Lara não estava no local, nem mesmo o namorado de Marcela.
Ela
estava ao meio do salão, implorando por atenção e desejando ser a rainha. Hélio
a fotografava e destilava toda sua adoração. Aproximei-me e cochichei no ouvido
dela o que ela deveria descobrir. Me afastei. Marcela me gravou como se eu
fosse o pivô da traição. Ela logo chamou a atenção de Hélio e os dois
seguiram-me pelos corredores da escola.
Ouvi
alguns gemidos ecoando e deduzi que poderia ser a Lara e o Ítalo. Apontei para a
sala e Marcela parou. Ela não sabia se me destruía ou se mataria os dois
naquela sala. Hélio aproximou-se da porta e os viu, confirmando todas as
suspeitas com sua reação. Marcela então invadiu a sala.
– Filhos da putas desgraçados,
eu vou matar vocês. – Disse, enquanto entrava na sala com todo o ódio sendo
usado em seus passos. Ela pegou o seu salto alto fino agulha e partiu para cima
de Ítalo e Lara, acertando-os com o
salto. Eles tentam se defender, mas ela está histérica.
Ele
tenta escapar, mas Marcela calcula errado ao deferir outra agressão com o seu
sapato, ao enfiar o salto agulha dentro do olho de Ítalo, matando-o na hora. Ele cai ao chão. Ela o observa, fria.
Lara aproxima-se da janela, em pânico. Ela abre e observa a altura.
Hélio
ficou paralisado, sem reação. Aproveitei seu momento de distração e acertei sua
cabeça com um taco que escondi sob minha fantasia, fazendo-o desmaiar. Entrei na sala e chamei
a atenção de Marcela.
– Você não devia ter feito o
que fez, Marcela. O seu legado acaba hoje, junto com toda a maldita linhagem da
sua família. Você nunca mais será adorada. – Falei, anunciando o seu fim. Ela
soltou uma risada, achando-se vencedora.
– Tá pra nascer a vadia que vai me... – Disse,
vangloriando-se, mas antes que terminasse, acertei sua cabeça com o taco,
fazendo-a desmaiar. Lara observou a cena e ficou calma, quando viu que a sua
melhor amiga assassina estava desacordada. Ela afastou-se da janela e estendeu
o braço até mim.
– Obrigado, eu não sabia qual
seria o meu fim, ou o quão doloroso iria ser. Você me... – A interrompi, dando
com o taco em sua cabeça.
Ali
estavam os três,
desacordados, em meio ao sangue de um outro garoto morto. E então peguei minha
carta e deixei em cima da mesa, contando o local onde estava o corpo de Jéssica
e os motivos de ela
ter parado lá. Revelei cada pedaço daquela noite sombria e então me sentei em
meio aos três.
Ouvi
de longe a polícia aproximando-se, com as sirenes e os carros acelerados. Eu
podia realizar uma nova chacina, mas pra quê? Eles precisam pagar por isso em
vida. Eles seriam até o fim os vilões e não mais as vítimas. Mas eu não
conseguia seguir em frente, ali era o meu fim. A culpa havia me matado dias
antes. A minha morte não tinha sido anunciada. Minha família escondeu sobre o
suicídio. Ninguém da escola sabia. Eu estava ali, mas ninguém podia me ver. Era
invisível.
Fiquei
no canto daquela sala fria, vendo os três sendo levados pela polícia. Lara,
Marcela e Hélio iriam pagar da pior forma por tudo que fizeram. Pela morte da
Jéssica, do Ítalo e
a minha. Eles carregavam nas mãos o sangue e as armas, todos eram culpados.
Marcela
gritava desesperada e culpava-me. – Foi a Júlia. Ela nos atraiu para cá e matou
o meu namorado. A culpa não é nossa. – Gritava. Um professor aproximou-se e
disse.
– Não, não é possível. Acabei
de ter uma reunião com os pais de Julia. Ela morreu dias atrás, sem deixar
nenhuma carta ou qualquer pista. Apenas tirou a própria vida. – Disse, deixando
os três perplexos.
A
polícia recolhe a carta que deixei na mesa do professor, colocando-a dentro de um saco
plástico. Mostra-se a cena do crime. Por fim, mostram-se os três sendo levados pela polícia,
atormentados com os acontecimentos. Prontos para pagarem por seus pecados.
Alguns
dizem que pessoas mortas não revelam segredos.
– Eles nunca iriam conseguir me
calar.
CAL - Comissão de Autores Literários
Bruno Olsen
Cristina Ravela
Esta é uma obra de ficção virtual sem fins lucrativos. Qualquer semelhança com nomes, pessoas, fatos ou situações da vida real terá sido mera coincidência.
REALIZAÇÃO
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