0:00 min       RAÍZA 3ª TEMPORADA     SÉRIE
0:34:00 min    


WEBTVPLAY APRESENTA
RAÍZA 3


Série de
Cristina Ravela

Episódio 07 de 17
"IT - Episódio Especial"



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PRIMEIRO ATO

FADE IN

CENA 1 ESCONDERIJO DE RAFAELA [INT. / NOITE]

Rafaela está de fone de ouvido, parece analisar algo diante do laptop.
Tony aparece da porta do quarto vestido de regata branca e calça jeans surrada.

TONY: To pensando em ir ali na birosca comprar um cigarro, quer alguma coisa?

Rafaela continua concentrada.

TONY: Cê tá me ouvindo?

Tony se aproxima, chateado.

TONY: Essa porra de fone de ouvido/

Rafaela logo vê Tony e trata de fechar o laptop, assustada.

RAFAELA: Tony! O que cê quer?

TONY: Tá escondendo o que aí de mim? É filme pornô? Deixa eu vê/

Rafaela se levanta, irritada.

RAFAELA: É coisa minha, Tony. Cê não tem nada melhor pra fazer, não, é?

TONY: Teria, mas tu faz jogo duro...

Rafaela bufa, Tony abre o laptop, mas a tela exibe uma janela para pôr uma senha.

TONY: Essa porra ainda exige senha, brincadeira, viu.

RAFAELA: Cê acha que eu vou dar moleza pra tu, é?

TONY: Sei lá, ultimamente cê anda estranha...Não sei o que é pior: Você assistindo Revenge ou aquela série do palhaço assassino...

Rafaela brinca com o pen drive agarrado no cordão.

Tony faz que vai pegar, Rafaela desvia.

RAFAELA: Você prometeu que não ia mexer nas minhas coisas, Tony!

E Tony segura seu braço e prensa Rafaela na mesa.

TONY: Então não me provoque.

Tony faz que vai beijá-la, mas ela desvia duas vezes.

TONY: (se afasta) Já to ficando cansado desse jogo, hen. Escuta.

RAFAELA: Por que você não vai comprar alguma coisa pra gente comer, hen?

Tony vai saindo de olho em Rafaela.
Rafaela se volta, observa o pen drive, pensativa, e o esconde no decote da blusa.

MARCO (O.S): “O destino é o que baralha as cartas...

Rafaela olha para a porta assustada e vê Marco entrando.

MARCO (cont.): ...Mas nós somos os que jogamos”. (sorri sacana, abre os braços) Shakespeare, querida.

Um homem negro de terno entra empurrando Tony, enquanto aponta uma arma em seu pescoço.

FADE OUT no rosto de Rafaela, séria.

FADE IN em Rafaela recebendo um TAPA na cara.

Em seguida, Marco a segura pelos ombros, com raiva.

MARCO: O que você pretendia com aquelas mensagens anônimas, hen? Me intimidar?

Marco acerta mais um tapa e joga Rafaela ao chão. Marco espia o laptop. Rafaela coloca a mão por baixo do sofá, pega uma arma de choque e vai se levantando.

RAFAELA: (esconde a arma) Eu podia ter morrido naquele acidente e seria sua culpa!

MARCO: Não me culpe por esse fracasso. (Marco a encara) Onde estão as provas?

Rafaela vai se levantando.

RAFAELA: Vai a merda!

Marco saca um revólver de dentro do paletó e atira contra o sofá. Rafaela fecha os olhos, medrosa.

MARCO: Você ouviu? Pois é, eu também não. Ninguém ouve um tiro com silenciador, sabia? (alisa o cabelo de Rafaela) As provas, querida.

RAFAELA: Abaixa a arma que eu te mostro.

Marco suspende a arma para o alto.

MARCO: Eu sei ser gentil.

RAFAELA: Eu não.

E Rafaela usa a arma de choque no pescoço de Marco, que reclama de dor, mas consegue acertar o cano do revólver na testa dela.
O segurança aponta o revólver, mas Tony é rápido, desvia seu braço e um tiro é disparado. Marco e Rafaela se abaixam, enquanto Tony luta contra o segurança.
Rafaela dá uma braçada em Marco que deixa o revólver cair, em seguida, ela apanha o laptop, joga pra cima dele e tenta correr, mas Marco é tinhoso; Ele alcança Rafaela e a joga em cima da mesa, derrubando tudo. Marco ainda tenta pegar sua arma, quando Rafaela corre para os corredores. Marco alcança o revólver e vai atrás.

CORTA PARA

CENA 2 ESCONDERIJO DE RAFAELA [EXT. / NOITE]

Rafaela dá um salto da varanda e se embrenha no meio do mato.
Marco já chega apontando a arma, mas não dá tempo.
Close na cara de frustrado dele.

CORTA PARA

Alto da cidade à noite toda iluminada

= = Tocando: You Could Be Mine – Guns N’ Roses = =

CENA 3 CIRCO [EXT. / NOITE]

Legenda: 24 horas depois

Um grande movimento de adolescentes e adultos diante de um circo. CAM sobe e revela o título com pisca-pisca vermelho: “The Circus Shows”. CAM desce e se movimenta para os FUNDOS do circo, passando pelas pessoas, até alcançar uma porta aberta.

Dela, sai um palhaço com uma fantasia preta e branca, máscara horrorosa lhe dando um ar macabro.

PALHAÇO #1: Vê se não demora, hen!

Duas garotas vestidas como góticas vem na direção do circo rindo de alguma coisa. Quando se deparam com o palhaço#1, elas riem mais.

GAROTA#1: Palhaço!

As duas riem. O palhaço faz uma reverência e vai embora.

A garota#1 se aproxima da porta aberta.

GAROTA#1: Eu sempre quis dar um susto num palhaço.

A garota#1 espia.

CAM adentra o CAMARIM

E apenas vemos de costas um palhaço#2 vestido da mesma forma que o anterior. Ele se ajeita, depois abre uma caixa preta onde há várias seringas de brinquedo. Suas mãos estão com luvas brancas e unhas postiças grandes e negras que chamam bastante atenção. Close em uma seringa de cor preta. O palhaço pega e aperta a seringa, que espirra um líquido.

GAROTA#1 (O.S): BÚÚÚ!

O palhaço olha para trás e vê a garota rindo da sua cara.

Corta para o lado de fora

Onde as duas saem correndo.

GAROTA#2: Você é doida, Amanda!

VOLTA PARA O CAMARIM

O palhaço retira a seringa de verdade de dentro da falsa seringa, dá uma analisada, depois calmamente torna a colocá-la na caixa e a fecha. Depois pousa as mãos sobre a penteadeira. Os dedos dedilham a mesa de forma medonha.

CORTA PARA

CENA 4 CIRCO [INT. / NOITE]

Um ambiente plano, lona vermelha, alguns circenses fazendo malabarismos.
Roger se espreita entre as pessoas, enquanto segura dois sacos de pipoca, até conseguir sentar ao lado de Lila.

LILA: Onde você foi buscar essa pipoca, Roger?

ROGER: Cê faz ideia de quantos palhaços têm no meio do caminho? Isso é carnaval ou halloween?

LILA: Não exagera. São só algumas pessoas fantasiadas porque são fãs daquela série de TV.

ROGER: Por isso mesmo. É a mesma coisa, causa o mesmo medo, e caso não tenha percebido, esse circo tá a cara do vodoo.

Lila ri e as duas góticas logo atrás riem também.

AMANDA: Tão dizendo que vai ter show cover do Marilyn Manson.

Roger arregala os olhos.

ROGER: O quê? Show cover? Do Marilyn Manson? Aqui? Morri...

Dcr toca o ombro de Roger que leva um susto.

ROGER: Ai, pensei que fosse um palhaço, credo!

DCR: Parece que você não tá muito confortável aqui.

LILA: Ele nunca tá confortável aqui.

ROGER: Você é um cara forte; Depois de sofrer uma perda, um circo seria o último lugar para me distrair.

Music Fade

LOCUTOR (O.S): ATENÇÃO, RESPEITÁVEL PÚBLICO!

Roger e Dcr se sentam.

Corta para o palco onde luzes rodeiam o locutor.

LOCUTOR: COM VOCÊS...OS PALHAÇOS NEGROS!

O locutor sai do palco. O palhaço#1 entra correndo, dá cambalhota e para diante da plateia. Ele observa atento, procurando por algo. Ao fundo vem o palhaço#2 segurando um serrote de brinquedo e quando vai acertar o parceiro, este abaixa rapidamente. Ouvimos risos.

CAM busca Roger que não esboça nenhuma emoção.

[Algum tempo depois]

O palhaço#2 agarra o parceiro por trás e tenta lhe aplicar uma seringa preta no pescoço, até que resolve acertar na bunda. O palhaço#1 finge que está tonto, cambaleia várias vezes e cai, fingindo-se de morto. A maneira como isso acontece causa mais risadas. O palhaço #2, então, ri de forma macabra e vai até a borda do palco, coloca a mão acima do olhos como se procurasse alguém e faz cara de quem encontrou. O palhaço#2 aponta.

Roger está apreensivo como o possível escolhido.
O palhaço#2 aponta, já impaciente.

Amanda por trás de Roger se levanta, animada.

AMANDA: SOU EU!

Roger suspira aliviado. Amanda corre e sobe ao palco com a ajuda do palhaço.
De repente, as luzes fecham no palhaço e na Amanda e ouvimos tocar 
Symphony nº 5 – Beethoven.

O palhaço puxa a garota para uma dança, TODOS se mostram surpresos, mas emocionados.

Depois de uns 50 segundos dançando, no ritmo da música, o palhaço rodopia a garota pelo chão e a traz consigo, torna a afastá-la sem soltar seu braço, depois a traz consigo de novo. Ele faz um movimento com o braço e, pelo ponto de vista de Amanda, o palhaço tem um olhar medonho, deixando-a desconfiada. Enfim, ele aplica a seringa em seu pescoço, a garota faz uma cara de dor.

A música termina.

Roger se aflige.

ROGER: ELE VAI MATÁ-LA!

TODOS riem, e aplaudem o espetáculo.

O palhaço se ajoelha diante da garota que se mostra meio perturbada.
CORTA PARA

CENA 5 CIRCO - FUNDOS [EXT. / NOITE]

Ouvimos muita conversaria ao longe.
Amanda vem trocando as pernas, zonza, se apoia na lona do circo. De repente, o palhaço#2, segurando uma bexiga vermelha, pula na sua frente, assustando-a. Pelo PONTO DE VISTA de Amanda, o palhaço, às vezes, parece um borrão.

AMANDA: Que susto! O que você quer? O que você injetou em mim?

Close na mão direita do palhaço apertando uma seringa, de onde sai um líquido.
Ele estoura a bexiga, Amanda tenta desviar, mas o palhaço a cerca todas as vezes que ela tenta.

PALHAÇO#2: (com modulador de voz) Você tá demorando a morrer.

E o palhaço a envolve em seus braços violentamente, tampa sua boca e aplica a seringa no pescoço, enquanto a garota começa a se debater. Ela revira os olhos como se tivesse tendo uma convulsão e o palhaço finalmente a solta.

A garota jaz morta no chão, de olhos arregalados e espumando pela boca.
CAM foca as mãos do palhaço que esfregam a seringa verdadeira na mão de Amanda, em seguida, joga a seringa ao seu lado.
Os sapatos do palhaço passam pela câmera e, adiante, ROGER espreita, apavorado.

FADE OUT



IT – EPISÓDIO ESPECIAL



SEGUNDO ATO

FADE IN

CENA 6 CIRCO - CAMARIM [INT. / MANHÃ]

Mãos enluvadas manuseiam uma seringa preta de plástico.

HOMEM #1(O.S): Era uma mulher de óculos escuros, morena clara, disse que tava fugindo do marido violento e que precisava se esconder.

O jovem negro está vestido com camisa de manga cinza e calça jeans.

HOMEM #1: Não faço caridade, portanto a deixei ficar desde que cobrisse outro colega, que havia faltado.

A pessoa que manuseia a seringa é um policial, moreno, que coloca o brinquedo sobre a mesa.

POLICIAL #1: E qual o nome dela?

HOMEM #1: Dirce. Pelo menos foi assim que ela se identificou.

POLICIAL #1: Bom, isso é tudo. Obrigado.

Corta para o

EXT. / CIRCO

O policial #1 sai e Roger, ao lado da entrada, o intercepta, nervoso.

ROGER: Então, seu policial? Já sabe quem é o palhaço?

POLICIAL #1: Já sim; Eu. Cê tem ideia de quantos casos de verdade eu deixei pra investigar o suicídio de uma gótica?

ROGER: Mas eu vi/

POLICIAL #1: Escuta, garoto: Não existe serial killer no Brasil, até porque a garota se suicidou.

ROGER: Meio inusitado ela injetar uma seringa no próprio pescoço, e não no braço, não acha?

POLICIAL #1: Cara, eu sei que você é fotógrafo daquele grande jornal, então sugiro que se o palhaço atacar de novo...Você não esqueça de filmar, ok?

E o policial sai rindo com os colegas.
Roger se frustra e ouvimos outra risada por perto.
É Hans que chega a abraçar Roger para rir melhor.

HANS: (imitando Roger) “O palhaço matou a garota com uma seringa no pescoço, eu vi! Ele pode ser um lunático, fã de The Circus”. (mais risos) Não sei como a polícia não achou que você era o palhaço, porque cara você já tem.

Roger se afasta, com raiva.

ROGER: Fazer sensacionalismo é coisa tua, Hans, não minha. Eu sei onde trabalho. Eu sei o que vi.

E Roger sai de cena, deixando Hans com cara de bobo.

CORTA PARA

CENA 7 FACHADA CURTO-CIRCUITO [MANHÃ]

Corta para o interior do salão

Parte do salão está na penumbra, decorado por bolas pretas e brancas, alegorias assustadoras, facas de plástico penduradas no teto, lâmpadas LED coloridas.
Cael e Dcr de costas observam o ambiente.

CAEL: O que achou? Acha que teremos uma festa à fantasia sombria?

DCR: Sádico, né? (Dcr carrega um tablet na mão e caminha até uma mesa) Mas se o povo curte brincar de circo macabro...

CAEL: Por mim você ficaria em casa por 1 mês, você sabe.

DCR: E remoer o passado? (emocionado) Toda vez que paro pra pensar eu vejo tudo acontecer de novo, e de novo. Se eu pudesse voltar no tempo...

Cael se recosta na mesa, cruza os braços.

CAEL: Você realmente não pode? (os dois se encaram) Eu sei da sua fama de Evan/

DCR: Eu não sou o Evan de Ashton Kutcher. Se eu fosse, minha mãe estaria aqui, não é?

CAEL: Tudo bem. Mas você sabe que pode confiar em mim. Como na época das poções mágicas do sinistro Cipriano.

Dcr sorri forçado e pega uns convites sobre a mesa.

DCR: Vou entregar os convites pra algumas pessoas. Até mais tarde.

Cael observa Dcr sumir do salão.

CORTA PARA

CENA 8 CURTO-CIRCUITO [EXT. / MANHÃ]

Dcr vem andando com os convites numa mão e o tablet na outra. Josué surge a sua frente, bem alinhado socialmente, fazendo Dcr parar de forma brusca.

JOSUÉ: Será que podemos conversar?

CENA 9 FACHADA - CAFETERIA [MANHÃ]

DCR (O.S): Você acha que eu acusaria o João?

Corta para o interior da cafeteria, onde Dcr e Josué tomam café.

JOSUÉ: Não foi isso que eu quis dizer. Mas o João foi colocado no meio disso tudo por conta da rivalidade entre vocês, certo?

DCR: Alguém quis envolvê-lo nesse crime, e não sou eu. O meu problema com ele ficou no passado, mas seja quem for que quer acusá-lo pela morte de Soraya, essa pessoa vai pagar.

JOSUÉ: (analisa Dcr) Não fico surpreso com o seu senso de justiça. Você realmente é como aquela jornalista descreve nos jornais.

DCR: Não esperava que o senhor soubesse disso através de uma coluna. Afinal, eu frequentei muito o seu apartamento, não é?

Josué continua a analisá-lo, enquanto Dcr, esperto, finge que não percebe.

JOSUÉ: (alisa o queixo) É verdade...Não dei muita atenção...Mas nunca é tarde pra reparar um erro.

Os dois se encaram.

Roger aparece eufórico diante da mesa.

ROGER: Com licença, gente. Nilo, você precisa me ouvir.

DCR: Calma, Roger, o que houve?

ROGER: É sobre aquela série. Você acredita em mim, não acredita? Eu não to louco, eu sei o que vi.

Josué vai se levantando e tira uma nota de sua carteira.

JOSUÉ: Bom, eu vou indo.

Josué coloca o dinheiro sobre a mesa e põe a mão na barriga, reclamando de dor.

ROGER: Algum problema, aí?

JOSUÉ: Não, tudo bem, é a minha vesícula. Bom dia pra vocês...

Josué sai apressado, Roger se senta no lugar dele e toma o café que era de Josué.

ROGER: Nilo, pelo amor de Deus, aquele Pennywise matou a Amanda, eu vi!

DCR: Penny, o quê?

ROGER: Você nunca assistiu ao filme IT, a obra prima do medo? Please, né?

DCR: Ah, sim...É que você chegou aqui falando da série, então...

ROGER: Tudo a mesma coisa. O mesmo susto, o mesmo pânico, e o mesmo vilão: O palhaço.

Dcr bebe um gole do café.

DCR: Roger, depois de tudo que passei, não duvido de mais nada, mas se a polícia não quer se envolver nisso...

ROGER: É aí onde você entra.

CORTA PARA

Alto da cidade com seus prédios e viadutos...

CENA 10 REDAÇÃO NOVO DIA [INT. / MANHÃ]

Tela de um computador mostra páginas aleatórias de jornais, inclusive, o da Carioca News.
Hans soca a mesa de raiva e derruba um copo de cappuccino.

HANS: Droga!

Beto, na outra mesa, observa a cena.

BETO: Qual é, hen Hans? Desde que chegou você tá socando essa mesa.  

HANS: (nervoso) Fica na tua, Beto, fica na tua.

Beto volta a sua atenção para o computador.

BETO: Ok, fechei a boca.

Hans se inquieta, se levanta e vai até a mesa de Beto, fazendo mistério.

HANS: Cê tem que me prometer que isso não vai sair daqui, hen.

BETO: Despeja, vai.

Hans se senta na mesa.

HANS: Ontem à noite eu atropelei um cara.

Reação em Beto.

BETO: Meu Deus! Você o matou?

HANS: Psiu! Quer me complicar? (Hans olha em volta) Eu não sei, pensei que a notícia estaria nos jornais, mas nem uma nota sequer.

BETO: (olhando firme para o colega) Hans...Você É o jornal. Se isso foi ontem à noite então não houve tempo da família registrar o ocorrido e a polícia pensar que foi você.

Silêncio.

HANS: (irônico) Incrível, Beto, como algumas palavras suas me encheram de esperança em virar manchete no meu próprio jornal.

BETO: Foi mal, mas você ao menos lembra da cara da vítima?

HANS: Eu tenho memória fotográfica, meu caro; Nunca esqueço um rosto.

BETO: Então deixa pra fritar os miolos quando você for intimado. Isso se você for, né?

HANS: Você acha que poderia ter alguma testemunha? (preocupado) Se a Lila descobre? Ela pode acabar com a minha carreira, sabia?

BETO: Cara, eu acho que a Lila tem mil chances de acabar contigo, porque você dá mil brechas pra isso, é só ela querer que tu (bate uma mão na outra) “pimba”.

Hans se levanta, preocupado.

HANS: Eu preciso saber quem era aquele cara.

Fecha em Hans, pensativo.

CORTA PARA

CENA 11 APTº 3011 [EXT. / MANHÃ]

A porta é aberta e Raíza dá de cara com Marco. Os dois se encaram, Marco faz cara de sedutor barato.

MARCO: Posso?

Raíza abre passagem e deixa Marco entrar.

RAÍZA: Se eu me negasse você seria capaz de me apontar uma arma e pedir gentilmente que eu saísse da sua frente.

A porta é fechada na nossa cara.

MARCO (O.S): Imagina, querida...

Corta para o INTERIOR do APTº.

Em Marco fiscalizando a sala.

MARCO: (cont. / sarcasmo) Hoje eu estou desprevenido.

RAÍZA: O que você quer?

MARCO: Sabe, eu estou admirado que você não tenha tido o trabalho de se esconder melhor. (Marco se volta) Eu poderia ter vindo com os enfermeiros, sabia?

Raíza caminha pela sala, tranquila.

RAÍZA: (sarcasmo) E eu poderia usar agora mesmo meus super poderes e fazê-lo voar pela janela, sabia?

Os dois sorriem forçado.

MARCO: Eu não tive a intenção de te fazer mal (Raíza faz que não acredita) e eu nem te internaria, até porque, eu tenho certeza de que de um jeito ou de outro será você mesma que me dirá toda a verdade.

Raíza cruza os braços, fecha a cara.

RAÍZA: Algum outro método de tortura, Marco?

Marco deixa escapar um sorriso mal intencionado, vai se aproximando.

MARCO: Eu gosto quando você usa a frase certa...

E quando Marco tenta tocar os cabelos de Raíza, ouvimos um celular tocar. Marco ainda resiste, mas saca o telefone de dentro do paletó.

MARCO: Alô?

Marco faz uma expressão estranha e olha para Raíza, que só observa. Quando Marco se volta, CAM se aproxima de seu celular para que possamos ouvir seu interlocutor.

VOZ COM MODULADOR: Você tem até a noite de amanhã para me entregar as provas que roubou de mim. Ou pode dar adeus a sua amada Raíza.

Ouvimos o telefone ser desligado. Marco encara Raíza, preocupado.

RAÍZA: Algum negócio sujo mal resolvido?

Marco aponta o celular, disfarçando o nervosismo.

MARCO: Não saia deste apartamento.

E Marco dá as costas, Raíza o segue.

RAÍZA: Vem cá, você veio até aqui pra dizer que eu to presa de novo?

Marco chega a abrir a porta, quando olha para Raíza de maneira ameaçadora.

MARCO: Tem gente minha lá fora. Aqui é luxo perto de onde você poderia estar.

Marco sai e Raíza bate a porta com raiva. Em seguida, Raíza vai até a janela e pelo seu PONTO DE VISTA, dois homens fortes espiam a janela fingindo estarem à toa.
Raíza observa, desconfiada.

CORTA PARA

CENA 12 CURTO-CIRCUITO – ESCRITÓRIO [EXT. / NOITE]

A CAM se aproxima da porta fechada, enquanto ouvimos barulho de serra elétrica, muitas vozes de desespero e uma risada maléfica típica de palhaço. Assim que a CAM atravessa a porta, ouvimos um grito de susto de Roger.

INTERIOR DO ESCRITÓRIO

Roger e Dcr estão diante de um laptop; Roger em cólicas e Dcr curioso.

ROGER: Salve a Casey, Maureen!

Corta para a tela do laptop onde um episódio da série The Circus é exibida.

CENA 35. ESGOTOS DE ENDLESS TOWN. INT. NOITE.

Casey correndo pelos esgotos, desesperada, mas na completa escuridão, sem poder ver o que está na sua frente. Só ouvimos o barulho das águas e sua respiração ofegante. Casey ouve um barulho de passos e para, com muito medo. Ouve-se um barulho de serra elétrica e ela se vira, dando um grito de horror.” (1x07 – Jogos Mortais)

Roger põe a mão na boca, aterrorizado. Ouvimos alguém bater na porta e Roger se assusta.

DCR: Deve ser o Cael reclamando dos seus berros.

Roger, medroso, força a coragem e vai até a porta. Assim que ele abre, leva um baque: O palhaço está bem a sua frente.
Roger dá um berro e desmaia. Dcr se levanta, assustado.

CORTA IMEDIATAMENTE PARA

CENA 13 CIRCO [EXT. / NOITE]

Muita gente circula pelo local, pessoas fantasiadas de palhaço, alguns góticos, carrocinha de pipoca e de algodão doce. CAM dá um giro de 90º e para diante de um beco na penumbra, atrás de um shopping. Uma garota com trajes góticos e exibindo uma cruz grande em seu colar, anda temerosa por ali com um celular no ouvido.

GAROTA #3: Ai, garoto, me atrasei, fazer o quê? (t) Claro que eu to chegando... (a garota espia o beco, meio pensativa) Mas acho que eu vou ter que pegar um atalho...(t / sorri animada) E eu vou perder esse show; Sou tarada por palhaços macabros, cê sabe. (t) Ok, até mais.

A garota desliga o telefone, toma coragem e resolve atravessar o beco. A medida em que ela avança, uma sombra atravessa a rua logo atrás. A garota se assusta, olha em volta e ri, incrédula. Mais alguns passos, e mais uma vez a sombra surge e desaparece pelas suas costas. A garota olha para trás, chateada.

GAROTA #3: Tem alguém aí? Vai dizer ou vai ficar de palhaçada?

Silêncio. Muita tensão.

Quando a garota se volta, o palhaço a envolve em seus braços e tampa a sua boca.

PALHAÇO: (com modulador de voz) Pensei ter escutado que você é tarada por palhaços macabros. (medo na garota) Então vou fazer um show exclusivo pra você.

O palhaço arranca seu colar e alisa a cruz.

PALHAÇO: Você não vai precisar disso.

E o palhaço solta uma risada maléfica e joga a cruz no chão.

Close na parede onde vemos as sombras do palhaço e da garota, esta se debatendo de forma aterrorizante.

A tela se fecha

FADE IN

TERCEIRO ATO

CENA 14 CURTO-CIRCUITO [INT. / NOITE]

Em Roger, sentado, bebendo água.

ROGER: (ofegante) Isso não se faz não, viu. Eu podia ter morrido, tá? Morrido!

Dcr, em pé, se mostra atordoado pelo o que vê fora da tela.

DCR: Não dá pra acreditar nisso. Você...? Essa fantasia...?

Close no rosto assustado de Rafaela, com os trajes de palhaço.

RAFAELA: (sarcástica) Bom, eu não esperava um abraço assim tão forte depois de ser dada como morta, né?

Dcr vacila, mas abraça Rafaela, emocionado.

DCR: Você disse que tava fugindo do Marco. (Dcr desfaz o abraço) Me explica isso.

Rafaela se senta, chateada.

RAFAELA: Ele descobriu o meu esconderijo. Eu tava reunindo provas contra ele, quando o idiota invadiu a minha casa. Só pude salvar o meu pen-drive, mas as pastas que roubamos do cofre...Certamente ele pegou.

ROGER: Pensei que você tivesse caído no mar. Como os documentos foram salvos?

RAFAELA: A minha mochila é impermeável. Eu e o Tony, um dos capangas do Marco, conseguimos chegar do outro lado do mar, onde havia uma casa abandonada. Depois que fugi, fui parar num circo, onde me identifiquei como Dirce.

ROGER: Claro! O cara lá falou de você. Mas porque você resolveu virar um palhaço assassino?

DCR: Roger!

RAFAELA: Eu não sou assassina. Nem sei do que vocês estão falando. O dono do circo aceitou a minha história e deixou eu trabalhar lá, mas aí...

FLASHBACK

CIRCO – CAMARIM [INT. / NOITE]

Close na penteadeira com muita maquiagem e uma caixa igual àquela que vimos na cena 3. Mãos femininas manuseiam uma tinta vermelha e, assim que Rafaela se olha no espelho, ela leva um susto; Um palhaço em trajes macabros a observa, usando uma máscara, e não pintura no rosto.

RAFAELA: Ai, desculpa, é a minha primeira vez.

PALHAÇO (VOZ FEMININA E CONHECIDA): Não se preocupe, querida. Percebi que você não nasceu para o mundo circense. Se quiser, posso cobrir o seu número.

RAFAELA: Ah...Acho que o chefe não irá gostar.

O palhaço se aproxima e dá uma conferida em sua própria máscara diante do espelho.

PALHAÇO: Ele não precisa saber. Você pode espiar pela fresta da cortina e aprender um pouco (o palhaço a encara, de forma medonha). Irrecusável, não?

Rafaela engole a seco, já amedrontada.

FIM DO FLASHBACK

Em Roger com as mãos na boca, medroso.

ROGER: Era melhor que você fosse o palhaço. E agora? (sacode os ombros de Dcr) Quem será a próxima vítima? Me diz!

DCR: Calma, Roger! A gente nem sabe se haverá mais vítimas, ou se aquele crime foi um caso isolado. A minha preocupação agora é como esconder a Rafaela.

RAFAELA: Eu posso ficar por aqui? Porque com certeza no seu apartamento o Marco já esteve.

ROGER: Se você me prometer não usar mais essa fantasia, talvez eu te deixe ficar no meu apartamento. Assim eu te protejo.

DCR: E ela te protege do serial killer, né?

Dcr e Rafaela riem. Roger faz careta.

CENA 15 RUA DA CIDADE [NOITE]

Alta estrada, pouco movimento de carros. Close em um Chevette preto.

Corta para interior do carro onde ouvimos tocar Applause – Lady Gaga

Roger dirige ao lado de Rafaela, batendo os dedos no volante.

ROGER: Então quer dizer que você era a garota do blog? Deve ter muita história pra contar, a começar pela sua convivência com o capanga do Marco.

RAFAELA: Então quer dizer que você é o fotógrafo da Carioca News? Deve ter muita história pra contar, a começar pelo o seu medo por palhaços…

Roger encara Rafaela, olhar sacana.

ROGER: Veja bem, Rafaela, eu to te recebendo no meu apê por ser amiga do Nilo/

RAFAELA: Ok, e você quer o relatório completo, não é?

ROGER: Sendo amiga do Nilo pra mim já basta, mas é que...

RAFAELA: ...É que...?

ROGER: Não me leve a mal, mas eu não sei quem é o seu capanga/

RAFAELA: (corta) Eu não tenho capanga, Roger. (irônica) E não se preocupe; o Tony só usa aquela arma quando se sente ameaçado.

ROGER (tenso): Tu quer dizer que ele pode nos visitar?

RAFAELA (em cima): Às vezes ele entra pela janela...

ROGER (medroso): Do 3º andar?!

RAFAELA: Ou se disfarça de palhaço.

Roger, assustado, freia o carro bruscamente fazendo com que Rafaela quase bata a cabeça.

ROGER: Pelo jeito vamos ter que combinar uma coisas, tá?

RAFAELA:(debocha) Eu tava brincando, seu bobo!

ROGER: Não interessa! Diz pro seu capanga que ele pode vir disfarçado de qualquer coisa, menos de palhaço, Jason, Pânico ou outro personagem macabro...

Rafaela para de rir, se mostra tensa, enquanto observa algo fora da tela.

ROGER (cont.): ...Carteiro, entregador de pizza, cobrador, pedreiro, tudo tá valendo (Rafaela cutuca Roger). Peraí, cê tá me ouvindo?

RAFAELA (trêmula): Mete o pé, Roger...Pelo amor de Deus...

ROGER: Cê vai dizer que tem um palhaço olhando pra gente, aha, só que não, tá? Não caio mais.

Rafaela se contrai no banco, como se quisesse se afastar.

RAFAELA: Olha! Eu não to brincando!

Roger ainda ri quando olha para o lado.

Lá está o palhaço trajando sua fantasia macabra e segurando uma bexiga vermelha.

Roger, atônito, e sem olhar para a chave, a engata, mas nada acontece.

RAFAELA: Anda logo com isso, cara!

ROGER: (treme de medo) Eu não consigo...

O palhaço vem se aproximando, calmamente, e usa a seringa para estourar a bexiga. Um papel cai de dentro dela.

RAFAELA: (grita) Mete o pé, Roger!

PALHAÇO: (VOZ COM MODULADOR) Você pode me dar uma carona?

Roger dá um GRITO, Rafaela pisa no pé de Roger junto ao acelerador.

Corta para o EXT.

Onde o carro voa pela estrada.

CAM busca o palhaço rindo e observando o rastro de fumaça.

CORTA PARA

CENA 16 CURTO-CIRCUITO – ESCRITÓRIO [INT. / NOITE]

Ouvimos uma música ao fundo. Pela luz do abajur, vemos um relógio sobre a mesa marcando 3:30 da manhã. A CAM dá um leve giro para a porta que é aberta. Dcr adentra.

DCR: Mandou me chamar?

Cael está sentado atrás da mesa, pensativo, faz um gesto para Dcr entrar.

DCR: A boate tá bombando. Acho que a festa à fantasia amanhã irá superar os lucros do mês passado.

CAEL: Eu na verdade estou esperando outro tipo de relatório...

Dcr põe as mãos por dentro dos bolsos da calça, sem entender.

CAEL: Quando você pretendia me contar que a Rafaela esteve aqui?

Surpresa em Dcr.

DCR: Ahn...Me desculpe, Cael, é que ainda não me caiu a ficha de que ela tá viva.

Cael se levanta, olhar analítico.

CAEL: A Rafaela anda vestida de palhaço e você sabe que a polícia está atrás de qualquer pessoa com essa característica, não sabe?

Cael se posiciona por trás de Dcr.

DCR: Eu sei e entendo a sua preocupação. Ela não pode ser pega agora sem as provas contra o Marco, não teríamos como explicar o motivo da fantasia dela.

CAEL: E a polícia só precisa de um forte suspeito para chamar de assassino. (Dcr se volta) Não acho que a Rafaela funcione bem sob pressão.

DCR: Tudo bem que ninguém quer ser preso por uma coisa que não fez, mas não acho que ela prejudicaria um de nós para limpar a própria pele.

CAEL: A Rafaela pode não ser mais aquela garota que você conheceu há alguns anos (Cael estranha algo fora da janela), e talvez, tenha se tornado uma caixinha de surpresas...

Pelo P.V de Cael, há um palhaço com trajes macabros e segurando uma bexiga vermelha na calçada.

CAEL: Danilo, a essa altura, não era para a Rafaela estar na casa do Roger?

DCR (O.S): Sim, por quê?

Cael olha para Dcr, enigmático.

CAEL: Tem um palhaço olhando pra cá.

Dcr faz o incrédulo, vai até a janela, e pelo seu P.V, a calçada está vazia.

DCR: Parece que foi embora. Ainda bem que o Roger não está aqui; Ele ia dizer que isso é um forte sinal de que o palhaço está atrás da gente.

Os dois riem.

Muito suspense. Assim que a CAM se posiciona a frente dos dois, o mesmo palhaço está logo atrás.

Dcr e Cael se entreolham sérios, de repente.

PALHAÇO (com modulador de voz / cantarola): Nananinanaaaana...

Dcr e Cael se voltam rapidamente no susto.

O palhaço acerta um soco em Dcr que cai no chão; Cael corre até o telefone, mas o palhaço o ataca pelas costas, dá uma gravata rápida, Cael tenta lutar, mas recebe uma injeção no pescoço.
De repente, Dcr voa pra cima do palhaço e o arremessa de contra a janela, que estilhaça.

Corta para o EXTERIOR DO ESCRITÓRIO

Onde o palhaço cai. Dcr espia.

VOLTA EM DCR que toca a jugular de Cael, preocupado.

DCR: Aguenta firme, cara.

Dcr se levanta e vai até a janela novamente dar uma conferida, mas pelo seu P.V, o palhaço desapareceu.

Na expressão confusa de Dcr.

CORTA PARA

CENA 17 FACHADA - HOSPITAL CENTRAL [MANHÃ]

Corta para o interior de um quarto

Close na TV onde há uma repórter: “[...] A polícia investiga se essas duas mortes têm ligação com a outra morte ocorrida na noite antepassada, nos fundos do Circo “The Circus Show” Segundo a polícia, o primeiro ataque ocorreu 1 dia depois da rebelião na clínica psiquiatra Novo Horizonte, onde 10 internos fugiram”.

A TV é desligada. Roger coloca o controle sobre a mesa, insatisfeito.

DCR: Clínica Novo Horizonte? Era onde o meu pai e a Raíza estiveram internados.

ROGER: Curioso, amigo. Se todos nós quase viramos vítimas desse cenário de terror, melhor começar a rezar por eles.

Cael está sentado na cama, medicado com soro.

CAEL: Muito estranho isso; todo serial killer deveria ter um perfil, não?

Rafaela está próxima da janela, trajando uma calça social preta, camisa social branca listrada em azul e de manga comprida, óculos escuros dependurado na camisa, além da peruca preta e curta.

RAFAELA: Acho que cada um de nós temos algo em comum. Senão ele não teria por que vir atrás de nós.

CAEL: (irônico) Isso explica a sua volta, não é mesmo?

Rafaela revira os olhos, chateada.

Dcr anda pensativo pelo quarto e para ao lado de Rafaela.

DCR: Ou talvez tenhamos uma função diferente que atrapalhe a vida dele. Roger presenciou o primeiro ataque, e atualmente está empenhado em desmascará-lo, então...

Em Roger, amedrontado.

ROGER: Ah, tá bom, chega! Eu com receio de ser morto pelo Marco, agora descubro que posso morrer nas mãos de um palhaço? Ok, não existe fim pior para a minha carreira.

LILA (O.S): Talvez exista.

Lila entra com sua bolsa verde e um envelope transparente.

LILA: Bom dia, gente. (para Cael) Como você se sente?

CAEL: Um ex-drogado. (Todos riem)

LILA: Você teve sorte; Esse palhaço está munido de uma mistura de drogas altamente perigosas. Seja lá o motivo que fez esse maluco vir atrás de vocês, ele não deve voltar.

ROGER: Como você tem certeza disso?

Lila mostra o envelope.

LILA: Foi encontrado essa bexiga estourada nos fundos da boate.

CAEL: Aquele maluco tava segurando um balão mesmo.

DCR: Peraí, você roubou uma evidência do crime?

LILA: (sorri sacana) Só peguei emprestado (Dcr sorri, incrédulo). A questão é que toda bexiga é encontrada estourada perto do local do crime e nele tem um bilhete com a seguinte mensagem: “A culpa não é minha; É da heroína.”

RAFAELA: Um deboche, né? Cael quase morreu por overdose dessa droga.

LILA: Mais do que um deboche, um símbolo de seus ataques. É como riscar uma foto de sua vítima após matá-la. Talvez, na cabeça do assassino, ele já matou todos vocês.

ROGER: Eu não to seguro disso; E se esse palhaço estiver trabalhando pro Marco? (Todos se entreolham) Por que atacar pessoas que estão tentando prejudicá-lo?

DCR: Eu não tinha pensado nisso...Mas...E as góticas? Por quê matá-las?

Roger titubeia, nervoso.

ROGER: Sabe, é meio chato fazer revelações agora, mas...(Todos aguardam, ansiosos) Eu fui gótico na minha adolescência.

LILA: Roger!?

ROGER: Desculpa, gente, mas eu curtia usar roupa preta e uma cruz no pescoço, mesmo sem entender direito os conceitos do movimento gótico.

Dcr olha esbabacado para ele.

DCR: Muito bom conhecer a sua história de vida, Roger, mas eu e a Rafaela nunca fomos góticos, e... Acredito que nem o Cael. Mesmo que esse lunático siga um padrão, por que ele aceitaria nos matar a mando do Marco, se estamos fora desse padrão?

ROGER: Porque não estamos fora, né amado? Alguma coisa a gente tem em comum como disse a palhaça do bem, Rafaela, então tratem de descobrirem quando vocês tiveram adoração por uma cruz. Talvez esteja aí a chave para desmascará-lo.

Fecha em Dcr, abismado.

CORTE IMEDIATO EM

CENA 18 COLÉGIO FRANÇA – SECRETARIA [INT. / MANHÃ]

Raíza está olhando pela janela com a porta aos fundos. Nesse momento, a porta é aberta e Cipriano entra, sem ver que Raíza está ali.

RAÍZA: Desde quando o Josué se tornou diretor?

Cipriano finge estar feliz e vai até Raíza.

CIPRIANO: (a abraça) Raíza! Que bom te ver bem.

Raíza corresponde o abraço, séria.

RAÍZA: Não graças a você, não é? Eu precisei vir até aqui, porque você parece ter me esquecido.

Cipriano, muito falso, segura as mãos de Raíza, fazendo cara de vítima.

CIPRIANO: Raíza, tem acontecido coisas estranhas por aqui.

Raíza se solta das mãos dele, firme.

RAÍZA: (sarcástica) Não me diga? Josué tomou os seus poderes justo quando eu mais precisava de você?

CIPRIANO: Eu entendo a sua raiva, Raíza, mas (mente) a verdade é que desde que o Josué te internou, que ele se sente mais forte, mais capaz. Não sei com que tipo de forças ele anda metido para ter conseguido a diretoria no meu lugar.

RAÍZA: Talvez com as mesmas forças que o impediram de me ajudar? Olha, se você estiver me escondendo alguma coisa, melhor que conte logo.

CIPRIANO: Não estou te reconhecendo, Raíza; eu jamais poderia esconder qualquer coisa de uma vidente.

Raíza leva um baque, mas disfarça.

CIPRIANO: (sonso) Desculpe, eu queria que você tivesse me contado, mas não sou o tipo mais confiável, não é?

RAÍZA: Eu não sei por que eu achei que poderia esconder isso de você. (chateada) Foi você que me batizou, não é?

Cipriano se aproxima e toca suas mãos novamente.

CIPRIANO: E você não acha estranho? Nem eu pude te ajudar, nem você conseguiu sair de lá sozinha. (t) Raíza, o Josué está se tornando cada vez mais perigoso. Não sei o que anda fazendo, mas ele conseguiu tirar suas forças por muito tempo. (olho no olho) O Marco é ficha perto do seu tio.

Em Raíza mais relaxada diante do vilão.

CORTA PARA

CENA 19 RUA DA CIDADE [MANHÃ]

Rafaela vem andando de frente para a CAM, espreitando um muro e espiando ao seu redor. Assim que o muro termina,

Muita tensão no rosto de Rafaela

Rafaela leva um susto ao trombar com Tony, de óculos escuros e bigode falso.

RAFAELA: Tony!?

CORTA IMEDIATAMENTE PARA

CENA 20 LANCHONETE [INT. / MANHÃ]

Rafaela acaba de se sentar, surpresa.

RAFAELA: Eu pensei que o Marco tivesse te mandado pro inferno.

TONY: Que nada! Eu consegui fugir, mas fiquei por perto.

Tony abre a mochila sobre o colo e pega uma pasta.

TONY: O idiota não imagina que aquela sala tem um fundo falso.

Rafaela ri, satisfeita.

RAFAELA: Eu não acredito! (pensa, fecha a expressão, preocupada) Meu Deus...Será possível?

TONY: O quê...?

Rafaela olha ao redor, faz segredo.

RAFAELA: Ficou sabendo desse serial killer que se veste de palhaço pra matar?

TONY: Nem me fale. (t) Isso não é coisa tua não, né?

RAFAELA: (pensa) Não, mas...(sorri, esperta) Marco acredita que sim.

Tony se aproxima de seu rosto, desconfiado.

TONY: Como assim, garota? Explica isso direito.

RAFAELA: Marco deve ta achando que eu sou a palhaça (ri). Cê tem ideia de que tem alguém querendo matá-lo, e ele pensa que sou eu?

TONY: E isso é bom? O cara morre e o tempo que a gente tá perdendo? Quem vai pagar?

RAFAELA: É verdade. Marco não pode morrer agora...Mas não vejo o que fazer para evitar isso.

TONY: Eu tenho um jeito: Entrega logo essas provas e resolve a parada. Não vai esperar ele morrer para posá-lo de vilão, cê sabe que todo mundo que morre vira santo, num é?

RAFAELA: Não seja impaciente, Tony. Já disse que o Marco precisa ser acusado de um crime que cause comoção.

Tony se chateia.

CORTA PARA

CENA 21 COFFEE BREAK – ESCRITÓRIO [INT. / NOITE]

O corte é feito diretamente na discussão entre Marco e Valentina.

MARCO: Está satisfeita? A Rafaela voltou dos mortos e agora está me ameaçando. Ela acha que eu estou com as provas que ela mesma roubou de mim.

VALENTINA: Ameaça de morte? Não faz o menor sentido isso. Mesmo que você tivesse essas provas, de um jeito ou de outro você ia se ferrar.

Marco fecha a mão sobre a mesa, inquieto.

VALENTINA: Não foi a você que ela ameaçou de morte, não é?

Marco a encara, quando ouvimos um telefone tocar. Marco retira o celular de dentro do paletó e espia a chamada.

Tela do celular: Número Privado

Marco atende rapidamente.

MARCO: Escuta, eu não estou com as provas/

VOZ COM MODULADOR: Olá, querido...Quanto tempo, não? Sabe onde a sua querida Raíza estará essa noite?

MARCO: Não me interessa, eu/

VOZ COM MODULADOR: (corta) Ao meu lado. E sabe o que vai ser mais divertido? (Tensão em Marco) Você estará junto. Será que desta vez ela escapa?

MARCO: Que conversa é essa? Eu não estou com as provas/

VOZ COM MODULADOR: O circo essa noite estará desativado. Compareça sozinho às dez horas. Estaremos esperando...

O telefone é desligado.

VALENTINA: Era a vadia de novo?

Marco contorna a mesa e abre a gaveta.

MARCO: Ela pretende matar a Raíza se eu não for ao encontro.

Valentina ri, cética.

Marco apanha uma 9mm e verifica se está carregada.

VALENTINA: Você pretende matar a Rafaela pra se livrar do encosto ou pra salvar a Raíza?

Marco lhe dá uma olhada.

MARCO: (desconversa) Raíza não precisa de herói.

E Marco guarda a arma por dentro da calça, apanha uma chave sobre a mesa e sai.
Valentina espia, preocupada.

CORTA PARA

CENA 22 CURTO-CIRCUITO [EXT. / NOITE]

Muito movimento, pessoas fantasiadas entram no local.
Corta para o INTERIOR da boate

Muita gente fantasiada, inclusive alguns palhaços macabros circulam por ali. Roger adentra vestido de detetive e observa horrorizado a presença de palhaços, até que um palhaço o assusta. O sujeito retira a máscara: é Hans.

ROGER: Droga, Hans! Vai assustar tua vó!

Hans ri. Sua roupa está manchada de sangue artificial.

HANS: Mas é impressionante, não? Veio até aqui para superar seus medos? Porque não tá conseguindo.

ROGER: Eu não sabia que você curtia festa à fantasia.

Hans põe a mão no queixo, finge análise.

HANS: Elementar, meu caro Watson, eu não vim pela festa, mas sim pelo trabalho (Roger não entende). Já ficou sabendo que o palhaço assassino pode ser qualquer um que esteja aqui?

Roger dá uma olhada em um palhaço que passa.

HANS: Mas não se aflige; se algum deles te atacar, prometo que você sairá bem na foto.

E Hans torna a ri. Roger bufa e sai de cena.
Ouvimos um telefone tocar. Hans apanha, de dentro do bolso do jaleco, um celular.

HANS: Alô? (t) Eu to no meio de uma festa, Marco/ (t) Sei, sei, mas...(t) O quê? Tem certeza? (t) Aqui é um ambiente propício pra isso mesmo, porque tá cheio de palhaço, inclusive, vestido de detetive, só que...(t) Ok, deixa comigo.

E Hans desliga o telefone, receoso. Logo atrás, Valentina adentra usando um vestido preto provocante, como a procurar por alguém.

CORTA PARA

CENA 23 CURTO-CIRCUITO – ESCRITÓRIO [INT. / NOITE]

Em Roger, ao lado de Rafaela, com roupa de palhaço, mas sem a máscara. Lila está de braços cruzados, perto da porta.

ROGER: É o que a polícia acredita. Se esse palhaço segue o mesmo padrão do psicopata da série, certamente ele tem um alvo predileto.

RAFAELA: Mas antes ele assusta e mata as pessoas que estão ao seu redor. Principalmente as pessoas que prejudicam seu alvo.

Dcr está sentado atrás da mesa, avaliando a notícia.

LILA: Isso conclui que o alvo dessa doida tá perto de nós.

DCR: Mais do que isso; isso conclui que todos nós estamos prejudicando o alvo da assassina.

Rafaela engole a seco, receosa.

LILA: Atualmente, nós estamos prejudicando o Marco/

De repente, a porta atrás de Rafaela é aberta e Valentina entra, decidida.

VALENTINA: Você é terrível mesmo, hen.

Rafaela se assusta, Dcr se levanta, prontamente.

DCR: Valentina?! Como conseguiu entrar?

VALENTINA: Eu entro em qualquer lugar, meu amor. (aponta para Rafaela) Já essa vadia aqui devia ser banida desse lugar e da sua vida.

LILA: Do que você tá falando?

VALENTINA: Essa cobra (Valentina puxa Rafaela pela roupa) anda chantageando o Marco pra conseguir as provas que ela pensa que estão com ele. Se o alvo do palhaço for o Marco, a Rafaela o atraiu pra cima de vocês.

DCR: Isso é verdade, Rafaela?

Rafaela se desvencilha à força de Valentina.

RAFAELA: Me solta! (t) Eu não tenho nada a ver com esse palhaço. Sou tão vítima quanto vocês.

DCR: Você não me respondeu. É verdade que você andou ameaçando o Marco?

Rafaela encara um por um; Valentina aguarda, geniosa; Lila e Roger observam, com ares preocupados.

RAFAELA: Olha, eu só fiz isso uma vez/

Valentina vibra; Dcr soca a mesa, irritado.

DCR: Eu não acredito, Rafaela! Você sabe que não se pode brincar com esse cara/

RAFAELA: Escuta! Eu só liguei uma vez pra ele, mas depois que eu soube desse psicopata eu resolvi parar.

VALENTINA: Mentira! Hoje mesmo ela ligou pra ele marcando um encontro, e caso ele não aparecesse, a Raíza é quem pagaria o pato.

A frase causa impacto em todos.

RAFAELA: Eu não marquei nada, sua vaca! (para Dcr / mente) Eu jamais usaria a Raíza pra isso, você tem que acreditar em mim.

LILA: Peraí, gente. Se o alvo for mesmo o Marco, o palhaço viria atrás de nós de qualquer maneira.

VALENTINA: Tá defendendo ela, por quê, hen? São amiguinhas?

LILA: Eu to apenas dando o meu ponto de vista, e você? Por que esse interesse todo em acusá-la?

RAFAELA: (nervosa) Óbvio, não vê? Ela quer jogar vocês contra mim, depois eu viro alvo fácil é do Marco. Não estranharia se esse palhaço for obra dele. Alguém por acaso sabe se a Raíza foi atacada? Não, não foi, por que será né? Por que o palhaço tá poupando a garota?

Nesse instante, Dcr fica estagnado, enquanto Rafaela e Valentina discutem, mas não ouvimos.

FLASHBACK

INSERT DE ÁUDIO

1.“[...] Segundo a polícia, o primeiro ataque ocorreu 1 dia depois da rebelião na clínica psiquiatra Novo Horizonte, onde 10 internos fugiram”.

2. DCR: Clínica Novo Horizonte? Era onde o meu pai e a Raíza estiveram internados.

3. RAFAELA: Acho que cada um de nós temos algo em comum.

4. ROGER: [...] Alguma coisa a gente tem em comum[...] então tratem de descobrirem quando vocês tiveram adoração por uma cruz.

5. LILA: [...] A questão é que toda bexiga é encontrada estourada perto do local do crime e nele tem um bilhete com a seguinte mensagem: “A culpa não é minha; É da heroína.”

FIM DO FLASHBACK

Dcr se mostra aturdido.

DCR: (murmura) Heroína...(lembra, assustado) Raíza! (t) Valentina, onde o palhaço marcou esse encontro?

VALENTINA: No circo, daqui a pouco.

ROGER: Mas o circo estará fechado.

Dcr apanha uma chave de cima da mesa e se apressa.

DCR: Tem que dar tempo. Põe sua máscara, Rafaela. Hora de dar um susto em alguém.

Rafaela faz que não entende, mas obedece. Dcr atravessa a porta, todos o seguem.

CORTA PARA

QUARTO ATO

CENA 24 CURTO-CIRCUITO [EXT. / NOITE]

Raíza, fantasiada de Mortícia Addams, vem se aproximando de outros fantasiados que tentam entrar na boate. Raíza espia cada um deles, incluindo palhaços.
CAM se afasta e mostra o palhaço assassino à espreita na curva. Assim que Raíza chega bem perto, o palhaço cobre a sua boca, Raíza tenta se soltar, mas o assassino é rápido e injeta a seringa em seu pescoço.

CORTE BRUSCO PARA

CENA 25 CIRCO [INT. / NOITE]

O local está na penumbra. Marco entra, cauteloso, sem conseguir enxergar muita coisa. Caminha por entre as cadeiras quando, pelo seu PONTO DE VISTA, uma bexiga vermelha está presa no primeiro assento. Marco puxa sua arma, atento.
Ouvimos um estouro e Marco se assusta, apontando a sua arma em qualquer direção, mas observa um bilhete revelado de dentro da bexiga.
Marco se aproxima, apanha o bilhete com a seguinte mensagem: “A culpa não é minha; É da heroína”.

Uma luz fraca se acende no palco revelando Raíza sobre uma cadeira alta e amarrada por uma corda no pescoço. Marco faz que vai até lá, quando o palhaço surge por detrás de Raíza. Ele segura uma bandeja com uma seringa.

PALHAÇO (COM MODULADOR DE VOZ): Fique onde está! É hora do calmante dela.

MARCO: Sabia que com um tiro eu te acerto daqui?

O palhaço mostra a seringa.

PALHAÇO: Não duvido de sua pontaria, meu caro, mas ainda acho cedo aumentar a dose de heroína nela (risada). Heroína...Será que heroína morre de heroína? (outra risada)

MARCO: Diz logo o que você quer?

PALHAÇO: Ora, querido Marco, eu quero o mesmo que você; A gente quer que a sua queridinha Raíza mostre do que é capaz de fazer com uma cruz cravada no pulso.

Muita tensão no rosto de Raíza.

PALHAÇO: Então, minha querida? Só você pode se salvar. (olha o próprio relógio de pulso) E não tem muito tempo.

Marco, apreensivo.

CORTA PARA

CENA 26 CIRCO – CAMARIM [INT. / NOITE]

Dcr dá instruções a alguém fora da tela.

DCR: Você já sabe: não queremos mortes. Você distrai esse maluco que eu farei a minha parte.

LILA: Pelo amor de Deus, Danilo, um erro e todos nós podemos morrer.

ROGER: (sarcástico) Você, né? Porque nós já morremos.

Roger ri, Dcr se mantém sério, atento. Roger engole o riso.

DCR: (para Rafaela mascarada) Preparada?

RAFAELA: Deixa comigo.

CENA 27 CIRCO [INT. / NOITE]

O palhaço balança a cadeira, irritado.

PALHAÇO: Eu já to perdendo a paciência! Você não precisa passar por tudo isso, menina! O Marco tá esperando!

MARCO: PARA COM ISSO, AGORA, SUA MALDITA! Eu não quero saber de nada. O seu problema é comigo, então resolva comigo!

O palhaço para. Encara Marco de forma medonha.

PALHAÇO: Você mandou que eu fizesse isso. Se eu tivesse feito direito antes eu não teria ido parar no hospício. Agora eu tenho que terminar o serviço.

E o palhaço põe a mão no bolso, retira uma arma de choque e usa na cintura de Raíza. Raíza grita de dor.

Marco sofre.

PALHAÇO: O que foi? Tá doendo em você também? Passional barato! (para Raíza) Anda! Sai daí! Use o seu dom, garota, prove que você é uma heroína.

RAÍZA: Sua vagabunda!

E Raíza dá uma pernada na cara do palhaço, que vai ao chão. Raíza quase desequilibra.

PALHAÇO: Você não sabe se comportar.

O palhaço vai até a cadeira e se prepara para retirá-la, quando é empurrada por um segundo palhaço (palhaço #3). Os dois rolam para fora do palco, enquanto Raíza tenta se equilibrar.

Marco tenta pegar um atalho para chegar ao palco, o palhaço assassino acerta um soco no palhaço #3 e se levanta a tempo de impedir que Marco alcance Raíza. Assim que o palhaço derruba a cadeira, Marco segura Raíza e os dois caem no chão. O palhaço olha para cima e vê Dcr que acaba de soltar a corda.

PALHAÇO: Seu maldito!

Não há tempo. Um terceiro palhaço (palhaço #4) com a fantasia manchada de sangue, surge por detrás das cortinas e acerta um garrote em sua cabeça. O psicopata voa do palco.

Marco se levanta e corre com Raíza dali.

Dcr desce a escada, assustado, enquanto o palhaço #4 golpeia o assassino várias vezes, sem dar chance dele se defender.

DCR: (empurra o palhaço #4) PARA COM ISSO!

O assassino está inerte. Dcr, com medo, toma coragem e arranca sua máscara. É BETTY, a enfermeira de Raíza na clínica Novo Horizonte, com a cabeça ensanguentada.

O palhaço #4 larga o garrote e foge.

O palhaço #3 retira sua máscara revelando ser Rafaela.

Roger, Lila e Valentina logo aparecem, surpresos com a cena.

CORTE RÁPIDO

CENA 28 RUA DA CIDADE [NOITE]

O palhaço #4, já esbaforido, para de correr e se esgueira pelas paredes. Assim que retira a sua máscara vemos se tratar de Hans, suando frio.

CORTE RÁPIDO

CENA 29 CARRO DE MARCO [NOITE]

A cena inicia numa discussão entre Marco e Raíza.

RAÍZA: A culpa foi tua, tá satisfeito? Era a Betty debaixo daquela fantasia horrorosa. Não bastava ela me torturar naquela clínica, agora quase fui assassinada, e por sua culpa!

Marco freia bruscamente e com raiva.

MARCO: Eu podia tê-la deixando te matar, mas não deixei!

RAÍZA: Ah, você quer que eu te agradeça? Você pagou a Betty pra me torturar em prol de uma desconfiança besta. Agora pergunta se eu, com algum dom, ia me prestar a ser salva por você?

MARCO: Você deve se lembrar de que eu pedi pra você não sair do apartamento hoje, não?

RAÍZA: Claro, cê achou que a Rafaela estivesse por lá, não? Saquei tudo.

E Raíza tenta sair do carro, Marco puxa seu braço, mas Raíza se desvencilha.

CARRO [EXT.]

Marco sai do carro, irritado.

MARCO: Você não dá valor a nada que eu faça (e agarra Raíza, / apaixonado / ofegante). Você não percebe.

Cara a cara, Raíza sem reação. Marco a beija na boca...

= = TOCANDO: Infatuation – Maroon 5 = =

...Raíza tenta resistir, mas Marco a abraça forte. Demora um pouco até que Raíza o empurra e sai correndo.

Marco suspira, alisa o rosto, surpreso com o que ele mesmo fez.

CORTA PARA

CENA 30 APTº 3011 – QUARTO [INT. / NOITE]

Raíza entra chateada, bate com a porta e se joga na cama, aos prantos.

RAÍZA: Eu me odeio...

E torna a chorar.

FUSÃO PARA

Vista panorâmica da cidade à noite / Logo amanhece

Music Fade

CENA 31 CARIOCA NEWS [INT. / MANHÃ]

A foto de Betty ensanguentada estampa o jornal sob a seguinte manchete: “Palhaça assassina já foi enfermeira de clínica psiquiátrica – Elizabeth Tusset chegou a ser internada após matar um paciente”.

Roger vem no corredor e é ovacionado por todos.

COLEGA #1: Aí Roger, hen. Desvendando crimes.

Todos batem palmas. Roger todo bobo.

ROGER: (se faz de humilde) Imagina. Se a polícia tivesse me escutado, outras mortes teriam sido evitadas.

COLEGA #2: Quem diria que o alvo do palhaço era você, hen. Justo quem se borrava todo quando o assunto era circo.

ROGER: Pois é, pra vocês verem, né? O palhaço tava perseguindo todos que tinham relação comigo. A droga heroína era uma clara referência a Danilo, o nosso querido herói.

Lila surge ao seu lado e murmura, enquanto caminham.

LILA: Seus 15 minutos de fama, né?

ROGER: Que seja eterno enquanto dure, amiga.

E os dois riem e somem da tela.

CORTA PARA

CENA 32 CLÍNICA DE FISIOTERAPIA [INT. / MANHÃ]

Alguma pessoas praticam exercícios, a fisioterapeuta dá instruções.
Bruno está sentado num carpete, atônito com o que acaba de ouvir. Dcr está agachado ao seu lado.

BRUNO: Quer dizer que o alvo era o Marco e a Raíza? Mas no jornal diz que/

DCR: (por cima) Aquela foi a maneira que eu encontrei para preservá-la. Embora eu duvide que alguém fosse acreditar, sempre tem quem investigue.

BRUNO: Não sei o que seria da vida dela sem você. Parece que você nasceu para protegê-la.

DCR: É o que amigos fazem. Mas eu vim aqui também para te pedir um favor. (olha ao redor, toma cuidado) Sabe quando a Lila falava do meu suposto efeito borboleta? (Bruno faz que sim) É verdade.

BRUNO: Então...Você pode voltar ao passado, ver coisas que não viu, que não vivenciou?

DCR: Isso, e longe de ser algo do qual me orgulhe, esse dom me deixava confuso a ponto de inverter o meu próprio passado.

BRUNO: Eu imagino que deve ser difícil, mas...Onde entra o favor que você quer pedir?

DCR: É que numa dessas voltas ao passado eu fui parar no prédio de onde a Ari despencou/

BRUNO: Viu o assassino?

DCR: Não, mas o curioso é que eu vi uma espécie de chip cair do vestido dela. Se for uma câmera, talvez a gente descubra o assassino.

BRUNO: Já entendi. Você tem sorte. Aquele andar ainda não foi finalizado. Uma ligação e a sua entrada será permitida.

Dcr sorri, aliviado.

CAM busca, pelo externo da sala, João Batista surpreso.

CORTA PARA

CENA 33 COLÉGIO FRANÇA [INT. / TARDE]

Josué está com as mãos apoiadas na mesa, indignado.

JOSUÉ: A Raíza veio tirar satisfação com você? Mas é muita petulância mesmo. (eleva as mãos para o alto) Por que esse palhaço não matou todos eles incluindo o enxerido do Danilo? Me diz? Agora essa Lila conseguiu tirar o foco da morte de Soraya.

CIPRIANO: Não se preocupe. Helena dará um novo depoimento que convencerá a polícia de que foi Danilo o responsável pela morte de Soraya. Com um pouco de sorte, ele se torna o mandante do assassinato da esposa e o grande vilão da história.

Josué bufa, ainda insatisfeito.

Ouvimos um bip. Cipriano espia o seu celular e disfarça.

CIPRIANO: Eu agora preciso ir.

Cipriano sai de cena, deixando Josué desconfiado.

CORTA PARA

CENA 34 COLÉGIO FRANÇA [EXT. / TARDE]

Há um pequeno engarrafamento.

Dentro de um carro, Hans dedilha o volante, impaciente.

HANS: Droga de vida! Como fui deixar isso acontecer? Roger famoso por minha culpa! Aquela foto era pra ser minha...

Hans observa o outro lado onde, no quintal do colégio, Cipriano conversa com um homem. Alguns alunos passam na frente, mas assim que há uma brecha, o rosto do homem aparece. É Erom.

HANS: (estagnado) É ele!

CORTA PARA

CENA 35 EDIFÍCIO PLAZA [INT. / TARDE]

Obs.: Edifício onde foi palco da morte de Ari

Dcr acaba de cumprimentar e dizer algumas coisas as quais não ouvimos para um engenheiro-chefe. Este sai e Dcr caminha pelo local, só no cimento, mas sem a bagunça de outrora.
Dcr analisa o local, nostálgico, e mira na fresta entre o chão e a parede, onde há algo que não sabemos identificar. Com dificuldade, Dcr consegue pegar.

DCR: (analisando entre os dedos) Uma microcâmera!

Em Dcr, animado.

CENA 36 HDM CONSTRUTORA [INT. / TARDE]

Marco está na janela, pensativo.

FLASHBACK

VALENTINA: Você pretende matar a Rafaela pra se livrar do encosto ou pra salvar a Raíza?

[...]

Marco a beija na boca. Raíza tenta resistir, mas Marco a abraça forte. Demora um pouco até que Raíza o empurra e sai correndo.

FIM DO FLASHBACK

Marco se mostra aborrecido, olhos marejados, até que sai da tela.

FUSÃO PARA

Takes da cidade à tarde / Noite
CENA 37 CASA DE CIPRIANO [INT. / NOITE]

O corte é feito direto no rosto de Cipriano analisando um frasco com líquido amarelo ouro. Logo atrás, aparece Erom.

EROM: Chegou a hora de dar início ao projeto.

Cipriano retira o frasco da nossa frente, satisfeito e olha para Erom.

CIPRIANO: Eu espero por isso há muito tempo.

E Cipriano sorri, maquiavélico.

A tela se fecha


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