0:00 min       E VAMOS À LUTA!     NOVELA
21:00 min    

WEBTVPLAY APRESENTA
E VAMOS À LUTA!
Novela escrita por
Débora Costa

BASEADA NA OBRA 'A FÁBRICA', DE GERALDO VIETRI
Colaboração
Tainá Andaluz

Revisão de Texto
Cristina Ravela
Marcelo Delpkin

Direção
Wellyngton Vianna

Núcleo
Cyber TV

Personagens desse capítulo
Alex
Alfredo
Amanda
Ângela
Bruno
Camila
Célia
César
Clarice
Daniel
Denise
Eduarda
Erasmo
Fábio
Gabriel
Isadora
Ivan
José
Josivaldo
Juliana
Kira
Liz
Lúcia
Manuela
Marta
Nicolas
Otaviano
Patrícia

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Todos os direitos reservados.
Capítulo 12 de 37

 Cena 1/Int./Dia Seguinte – Apartamento de Fábio/Dia.

Fábio está se arrumando, alguém bate na porta, Fábio vai abrir, Manuela entra.

FÁBIO

(de bom humor, sorri) Bom dia, Dona Manu.

MANUELA

Bom dia, eu vim te avisar que o café está na cozinha.

FÁBIO

Obrigado, já vou lá.

MANUELA

(sorri) De todo esse tempo que você mora aqui, nunca te vi tão feliz assim pela manhã, o que aconteceu?

Fábio sorri, pega seu crachá.

FÁBIO

Depois te conto.

MANUELA

Nada disso, já fiquei curiosa.

FÁBIO

Ficar preso na tecelagem por causa daquele pé d’água, rendeu coisa boa.

MANUELA

(sorri) Fala logo!


FÁBIO

Eu beijei a Liz, e ela me beijou também, primeiro ela me bateu, ficou toda nervosinha, a gente discutiu, mas depois eu falei pra ela que beijei ela porque eu gosto dela, e ela disse que me beijou pelo mesmo motivo.

MANUELA

(feliz) Eu sabia que toda essa implicância tinha mais coisa por trás.

FÁBIO

Agora é esperar, pra ver se vai ficar só nisso.

MANUELA

Não espera nada, e nem deixa esse seu orgulho falar mais alto, toda vez que puder, demonstra que está interessado nela.

FÁBIO

Ela vive em outro mundo, e eu sei disso.

MANUELA

Que outro mundo? Que eu saiba tá todo mundo na terra, e vocês no Brasil, vai por mim, e não perde essa moça, porque se ela te beijou, ela não se importou com nada.

Fábio fica pensativo. 

Cena 2/Int./Mansão Camargo/Sala de Jantar/Dia.

Kira está tomando café da manhã, Liz entra, se senta.

LIZ

(sorri) Bom dia, Kira.


KIRA

Bom dia. 

Liz pega suco, está aparentemente mais feliz, Kira estranha, observa Liz.

KIRA

(sorri) Nossa, Liz, não te via desse jeito, desde quando cheguei aqui.

LIZ

Que jeito?

KIRA

Mais leve, feliz.

LIZ

(sorri) Estou me sentindo assim mesmo sabia.

KIRA

(sorri curiosa) Eu quero saber o motivo.

LIZ

Prefiro não falar ainda.

KIRA

Ah não! Você nunca teve segredos comigo, e não é agora que vai começar. (sorri) Me conta, amiga!

LIZ

(sorri com receio) Está muito cedo para sair falando disso, mas como você disse, nunca tivemos segredos... Ontem eu fiquei na tecelagem até tarde, porque a rua ficou inundada, o Fábio ficou comigo lá.

Kira fica incomodada, disfarça.

KIRA

(falsa sorri) Não me diga que...

LIZ

Depois dos insultos que trocamos, ele me beijou, mas eu fiquei brava, achei que ele tinha feito porque queria que eu ficasse quieta. (sorri se lembrando) Mas ele disse que me beijou, porque gosta de mim, e eu disse que o beijei pelo mesmo motivo.

KIRA

Você não sabe o quanto fico feliz por você, amiga.

LIZ

Mas não passou disso e eu nem sei se vai ter de novo.

Liz se levanta. 

LIZ

Kira, eu preciso ir, ainda tenho muito o que resolver na tecelagem.

KIRA

Pode ir, Liz, eu já estou me adaptando aqui, tenho coisas para fazer também, além de trabalhar daqui.

LIZ

(sorri) Tenha um bom dia.

Liz sai, Kira fica séria.

KIRA

(toma um gole de suco) Não demorou para você encontrar quem cure a sua dor... Mas eu arrumo outra dor para você (falsa)amiga.

Cena 3/Int./Tecelagem Santa Isabel/Pátio/Dia.

Nicolas, Fábio, José, Ivan, Josivaldo, estão reunidos, chateados.

FÁBIO

Você perdeu muita coisa?

JOSÉ

(triste) Tudo que tinha na sala já era, o motor da geladeira pifou, por pouco a água não invadiu os quartos.

IVAN

Verdade, eu tive que jogar tudo pra cima do guarda roupa.

JOSIVALDO

Mas José, você pode usar o dinheiro que a patroa deu, dá pra comprar as coisas.


Célia vem entrando.

JOSÉ

Esse dinheiro já tem destino, é a faculdade do meu filho, eu faço questão de pagar cada centavo, nem que eu passe fome, frio, ou o que mais tiver que passar, pelo menos ele e a Amanda vão ser gente.

NICOLAS

Então a gente faz uma vaquinha, não vai ser muito, mas vai te ajudar.

FÁBIO

Isso ai! Gostei da ideia.


JOSÉ

Eu agradeço vocês, mas não vou aceitar, vocês não tem condições, assim como eu não tenho, não é justo tirar o pouco que vocês tem.

JOSIVALDO

Mas a água acabou com a sua casa, deixa a gente ajudar.

JOSÉ

(coloca a mão no ombro de Josivaldo) Não, e vamo trabalhar.

Célia fica chateada, entra na administração.

Cena 4/Int./Tecelagem Santa Isabel/Sala de Liz/Dia.

Célia entra, Erasmo entra em seguida.

ERASMO

A Liz já chegou?

CÉLIA

Ainda não.

ERASMO

Quando ela chegar, você pede pra ela ir na minha sala, por favor.

CÉLIA

Pode deixar, seu Erasmo.

Liz entra. 

LIZ

Bom dia.


ERASMO

Bom dia, Liz, eu preciso falar com você sobre o orçamento das máquinas novas.

LIZ

Claro, daqui a pouco vou até o seu escritório.

ERASMO

Tudo bem.

Erasmo sai, Liz se senta, Célia está chateada, pensativa.

LIZ

Célia, está tudo bem?

CÉLIA

Está sim dona Liz, comigo sim.

LIZ

E com quem não está?

CÉLIA

Ai dona Liz, eu estava chegando e ouvi os operários conversando, parece que por causa da chuva de ontem, a água entrou na casa do José, e estragou tudo.

LIZ

Coitado... Ainda bem que eu devolvi o dinheiro dos benefícios.

CÉLIA

Ele não vai usar o dinheiro pra isso, ele disse que vai dar tudo na faculdade do filho dele.


LIZ

 Essa é uma atitude muito nobre, de um verdadeiro pai. (pensativa)

Cena 5/Ext./Faculdade/Rua/Dia.

Gabriel e Camila estão sentados em um dos bancos que ficam de frente para a faculdade.

GABRIEL

(chateado) Foi muito triste ver o desespero dos meus pais pelo o que aconteceu.

CAMILA

Esse tipo de coisa infelizmente acontece, Gabriel.

GABRIEL

Eu sei, mesmo assim, eu sei o quanto o meu pai rala pra conseguir cada coisa lá em casa. Não vejo a hora de me formar, ter o meu consultório e poder ajudar a minha família.

CAMILA

Você pretende sustentar a todos?

GABRIEL

Não digo sustentar, mas ajudar no que eu puder sim, é o mínimo que posso fazer pelos meus pais.

CAMILA

(incomodada) Gabriel, quando a gente se casar, essa será a sua família, você e eu.

GABRIEL

O que você quer dizer com isso?


CAMILA

Que a sua preocupação deve ser a nossa casa, e não a do seus pais.

GABRIEL

(sério) Eu não esperava ouvir isso de você sabia, é tão egoísta.

CAMILA

Egoísta não, realista, meu amor.

Gabriel se levanta bravo.

GABRIEL

É egoísta sim e muito! Eu nunca vou ser capaz de virar as costas para os meus pais.

Gabriel entra na faculdade, Camila se levanta sem entender o que aconteceu.

CAMILA

Eu não disse para virar as costas pra ninguém!

Camila entra na faculdade. 

Cena 6/Int./Apartamento de Renato/Quarto/Dia.

Clarice e Renato estão deitados na cama, se beijando.

CLARICE

(gostando) Como é bom estar com você, meu amor.

RENATO

(sorri) Digo o mesmo, Clarice.

CLARICE

Você sabe que é só você mandar, e eu deixo aquela lesma do meu marido.

RENATO

(ri) Eu sei, mas não quero que nos vejam juntos, pelo menos ainda não.

Clarice se senta.

CLARICE

Eu preciso da sua ajuda. Quero tirar Liz do meu caminho.

RENATO

(sorri) Faz muito tempo que não vejo a minha cunhadinha. 

CLARICE

Eu achei que ela nunca mais iria voltar, mas voltou! E está controlando tudo, principalmente o dinheiro, você sabe que eu não sei viver com pouco.

RENATO

(pensativo) É, meu irmão deixou boa parte dos bens dele para a Liz, juntando as heranças, ela tem uma fortuna e tanto.

CLARICE

(ambiciosa) E tudo isso pode ser nosso, meu amor.

Renato sorri, beija Clarice, a olha nos olhos.

RENATO

Gostei da ideia, mesmo porque os meus negócios não andam bem, já que nossos irmãos não pensaram em nós... Vamos pegar o que deveria ser nosso.

Clarice sorri gostando, beija Renato.


Cena 7/Int./Tecelagem Santa Isabel/Dia.

Alfredo está caminhando pela fábrica, vê José, se aproxima.

ALFREDO

José, está muito ocupado?

JOSÉ

(espantado) Seu Alfredo, há quanto tempo não via o senhor aqui!

ALFREDO

(sorri) Pois é, cansei de ficar sem fazer nada, mas eu preciso de um favor seu.

JOSÉ

Pode falar.

ALFREDO

Eu vou voltar a trabalhar aqui, e preciso de uma assistente, conheci a sua cunhada, e ela disse que estava precisando de um emprego, você pode me passar o telefone dela, pra ver se ela aceita ser a minha assistente?

JOSÉ

Ela aceita, não precisa nem de telefone, é só me falar a hora que é pra ela ta aqui, que ela vai tá.

ALFREDO

(ri) Perfeito então, diga para ela vir às 08:00hs.

JOSÉ

Pode deixar.

Célia se aproxima.  

CÉLIA

Com licença. (para José) José, a dona Liz está te chamando na sala dela um instante.

JOSÉ

(preocupado) Você sabe o que ela quer?

CÉLIA

Não.

José suspira preocupado. 

Cena 8/Int./Tecelagem Santa Isabel/Escritório de Liz/Dia.

José entra, está sem jeito.

JOSÉ

A Célia disse que a senhora quer falar comigo.

LIZ

Quero sim, sente-se, por favor.

José se senta, preocupado. 

JOSÉ

Eu fiz alguma coisa errada?

LIZ

Não, ao contrário, você começou a trabalhar aqui quando meu pai ainda era vivo, não é?

JOSÉ

(sorri) É, seu Geraldo era um ótimo patrão. (saudoso) Eu lembro quando ele te trazia, a senhora era pequeninha, e corria por tudo isso, e seu Geraldo atrás.


LIZ

(ri, saudosa) Me lembro pouco disso, mas lembro. Então, vamos dizer que você é um dos operários antigos que temos aqui, e por isso eu quero te dar uma coisa.

Liz entrega um envelope para José, que pega o envelope sem entender. 

JOSÉ

O que é isso?

LIZ

A parte que faltou da bonificação, mas essa é só você que vai receber, porque você, José, é uma parte importante dessa tecelagem. 

José abre o envelope, fica emocionado ao ver que dentro do envelope tem uma quantia em dinheiro.

JOSÉ

Dona Liz, a senhora não sabe como isso veio em boa hora, eu perdi tudo na enchente de ontem, e tava quebrando a cabeça pra saber como ia recuperar tudo.

LIZ

(sorri) Fico feliz em saber que de certa forma, é uma ajuda, mas que fique claro, esse dinheiro é pelos anos que você trabalha aqui.

José se levanta, sorri, enxuga as lágrimas, estende a mão para Liz, que o cumprimenta. 

JOSÉ

Muito obrigado, dona Liz, ganhei o dia.


LIZ

(sorri) E eu também.

JOSÉ

(feliz, aliviado) Eu vo indo, licença.

José sai, Liz sorri satisfeita. 

Cena 9/Int./Tecelagem Santa Isabel/Escritório de Eduarda/Dia.

Eduarda está concentrada, desenhando um modelo de roupa, Patrícia entra.

PATRÍCIA

Mãe, eu preciso do meu cartão de crédito de volta, vou sair com umas amigas.

Eduarda para de desenhar, olha Patrícia. 

EDUARDA

Oi filha, estou bem e você?

PATRÍCIA

(revira os olhos) A gente já se viu hoje, me devolve o cartão.

EDUARDA

Não, você sabe muito bem que temos que controlar os gastos.

PATRÍCIA

O meu pai vai pagar a fatura, ele me deu o cartão.

EDUARDA

Nós não vivemos mais com o seu pai, e você tem que acordar para a nossa realidade sem ele.


PATRICIA

Sem ele porque você não quer!

EDUARDA

Sem ele, porque ele me traiu!

PATRICIA

(nervosa) Ta bom! Me devolve o cartão.

EDUARDA

Não! E vai embora, aqui é meu local de trabalho!

PATRÍCIA

Eu quero ir morar com o meu pai!

Patrícia sai, Eduarda fica triste, chora, Erasmo entra, está sem jeito. 

ERASMO

Foi impossível não ouvir, a porta do meu escritório estava aberta... Não chora.

EDUARDA

Eu não aguento mais isso, toda hora a Patrícia me joga coisas na cara, como se eu fosse a culpada de tudo.

Eduarda chora, Erasmo se aproxima, a abraça a consolando. 

Cena 10/Int./Tecelagem Santa Isabel/Escritório de Alex/Dia.

Alex está sentado, pensativo, Ângela entra, se aproxima de Alex.

ANGELA

Você não sabe o que a Liz fez.

ALEX

Foi embora?

ANGELA

Não. (tom baixo) Ela deu uma quantia em dinheiro para o José, e alta pelo jeito.

ALEX

Ela quer ganhar o afeto desses imbecis, mas eu estou pensando em uma coisa.

ANGELA

Em que?

ALEX

Sabotagem. (sorri maldoso)

ANGELA

Que tipo de sabotagem?

ALEX

O que está indo bem, vou fazer ir mal, e a culpa vai cair em cima deles, desse bando de analfabeto, quando a Liz começar a brigar com eles, essa harmonia vai acabar. (ri maldoso).

Cena 11/Int./Tecelagem Santa Isabel/Refeitório/Dia.

José, Ivan, Nicolas, Josivaldo, e Fábio que está de costas para a porta, estão na hora do almoço, conversando.

JOSÉ

Eu tava pensando, e quero chamar a dona Liz pra ir no pagode no fim de semana.

Liz se aproxima, Fábio não a vê, pois está de costas para a porta. 

FÁBIO

(ri debochado) E você acha que a madame vai se abalar daquela mansão, pra ir no pagode dos pobres? Mais de jeito nenhum.

LIZ

Eu adoraria ir.

Fábio se assusta ao ouvir Liz, se vira a olha. 

FÁBIO

No pagode que a gente faz?

LIZ

Não era esse o convite que queriam me fazer?

JOSÉ

É sim, e eu tava sem graça de chamar a senhora, mas é um jeito de agradecer.

LIZ

(sorri um pouco) E o retrógrado aqui, estava dizendo que eu não iria, sem nem mesmo me fazer o convite.


FÁBIO

Claro, a madame com esse jeito todo frescurento, não vai querer se juntar com a gente.

LIZ

Não sei o que me assusta mais: Seu pensamento, ou o seu português, mas (a José) eu aceito o seu convite, pode contar com a minha presença.

Fábio sorri para Liz, que sorri para Fábio, e sai.

Cena 12/Int./Mansão Camargo/Sala/Dia.

Kira está sentada no sofá, mexendo no celular, Marta traz um copo de suco.

MARTA

(séria) Aqui está.


KIRA

(sorri) Obrigada.

Kira pega o copo, Marta vai indo para a cozinha.

KIRA

Toda raiva que você sente por mim, é porque você sabe que o Mauricio era meu amante. (sorri cínica).

Marta volta nervosa. 

MARTA

Sim! A Liz sempre confiou em você, e no marido também! Você vivia atrás dele, ficou insistindo até ele ficar com você!

KIRA

Foi mesmo, eu o amava, não era pra ele ter se casado com a Liz.

MARTA

Hipócrita! É isso que você é!

Kira ri, a campainha toca.

KIRA

Vai lá atender, vai.

Marta fica com raiva, vai abrir a porta, ao ver Carlos, fica em choque, sem acreditar, Carlos entra.

CARLOS

(sorri um pouco) Como vai, Marta?

Marta ainda está em choque olhando Carlos. 

Fim Do Capítulo


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