0:00 min       E VAMOS À LUTA!     NOVELA
19:00 min    

WEBTVPLAY APRESENTA
E VAMOS À LUTA!
Novela escrita por
Débora Costa

BASEADA NA OBRA 'A FÁBRICA', DE GERALDO VIETRI
Colaboração
Tainá Andaluz

Revisão de Texto
Cristina Ravela

Direção
Wellyngton Vianna

Núcleo
Cyber TV

Personagens desse capítulo
Alex
Ângela
Camila
Clarice
Denise
Eduarda
Erasmo
Fábio
Ivan
José
Josivaldo
Liz
Lúcia
Manuela
Marta
Nicolas

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Todos os direitos reservados.
Capítulo 02 de 37

Cena 1/Int./Tecelagem Santa Isabel/Administração/Escritório de Ângela/Dia.

Alex entra, nervoso, dá um soco em uma cadeira. Ângela entra, fecha a porta, se aproxima de Alex.

ANGELA

Você precisa se acalmar, Alex.

ALEX

(nervoso) O que eu preciso é que Liz suma daqui!

ANGELA

Você sabia que cedo ou tarde, ela iria voltar. Isso aqui é dela, Alex.

ALEX

Tem 5 anos que ela não coloca os pés aqui, depois do incêndio que acabou com a fábrica, ela foi embora!

ANGELA

Natural, as únicas vítimas fatais foram o pai e o marido dela.

ALEX

Que seja, eu fiquei aqui, aliás, como sempre estive, não se esqueça que eu fui o braço direito do Geraldo! Liz cuidou das coisas de longe, e eu fiquei aqui, dando a minha cara a tapa.

ANGELA

Querido, você está assim, porque agora ela pode descobrir tudo de errado que nós fazemos aqui.



ALEX

Também... Mas eu não vou cair sozinho. Clarice que se prepare, porque se esses operários abrirem o bico, eu não vou levar a culpa do que ela faz, não vou mesmo!

ANGELA

Fica calmo, vamos arrumar o seu escritório, deve estar todo cheio de poeira.

ALEX

O meu escritório é onde a Liz está, eu preciso dar um jeito de tirar ela daqui!

Cena 2/Int./Mansão Camargo/Sala/Dia.

Camila e Denise entram, conversando.

DENISE

Eu vou ao pagode hoje à noite, mas a minha mãe não pode saber.

CAMILA

Denise, você já é uma mulher, não tem que ficar com medinho da mamãe.

DENISE

Camila, a minha mãe já implica comigo, só por eu não ter beleza, imagina se ela souber que eu amo pagode, e que eu (tom baixo) namoro o Josivaldo... Ela vai me matar.

CAMILA

Você quer parar de falar que é feia, e eu acho que você deve enfrentar a sua mãe.

Marta se aproxima.


MARTA

(sorri) Oi, pensei que vocês não iriam mais sair da faculdade.

DENISE

Eu também, aquilo é muito chato.

CAMILA

Você acha chato, porque quem escolheu o seu curso foi a sua mãe, e não você.

MARTA

Meninas, daqui a pouco a Liz vai voltar da fábrica, eu preparei um lanche para quando ela chegar.

CAMILA

Agora entendi porque você está tão sorridente, a sua filha postiça chegou.

MARTA

Para com isso, Camila. 

Clarice desce as escadas.

DENISE

(feliz) Que bom que a Liz voltou, estava com saudades dela.

Clarice se aproxima, olha Denise de cima a baixo.

CLARICE

Denise, de qual buraco você tirou essa roupa horrível?

DENISE

Mamãe/

CLARICE

Não fala nada e vai se trocar, Liz não pode te ver assim, aliás, ninguém pode.

DENISE

(chateada) Mas já viram mamãe, estou voltando da faculdade.

CLARICE

Credo, sua aparência já não é das melhores, e ainda você anda vestida como uma hippie, que vergonha Denise, você nem parece ser minha filha.

Clarice sai, Marta e Camila se olham com pena de Denise, que está triste, Marta a abraça.

MARTA

Não liga pra ela, Denise.

DENISE

Eu tento, mas ela sabe direitinho onde me ferir.

Marta abraça Denise, a consolando. 

Cena 3/Int./Tecelagem Santa Isabel/Administração/Sala de Liz/Dia.

Fábio e Liz estão sentados.

FÁBIO

Dona Liz, eu/

LIZ

O que aconteceu com o: Madame?

FÁBIO

(sem graça) Então, é isso que to tentando te falar, que eu não sabia que a senhora era a dona da fábrica.

LIZ

(sorri sarcástica) Agora me chamou de: Senhora. As coisas realmente mudaram.

Fábio se contém para não responder, fica um pouco inquieto. 

FÁBIO

Olha, eu posso voltar outra hora.

LIZ

Não, quero saber agora o que está acontecendo.

FÁBIO

(tom baixo, resmunga) Não parece.

LIZ

Como?

FÁBIO

Nada.

LIZ

Então fala o que aconteceu aqui? 

FÁBIO

O Alex demitiu o Paulo, ele trabalhava aqui há muito tempo.

LIZ

Eu sei quem ele é.

FÁBIO

Ele nunca fez nada de errado, nem aqui e nem em lugar nenhum, o Alex está acusando o Paulo de fazer coisa errada no laboratório, e por isso mandou ele embora.

LIZ

E você está convicto de que o Paulo não fez nada, é isso?

FÁBIO

Eu estou o que?

LIZ

(revira os olhos) Convicto. Quero saber se você tem certeza de que Paulo não fez nada.

FÁBIO

Claro que sim, eu e todo o pessoal aqui, e por isso o José ficou daquele jeito e falou de greve.

LIZ

Entendi, nesse caso o Alex exagerou nas demissões, que nem foram concretizadas ainda, e nem vão ser, vocês podem ficar tranquilos. 

FÁBIO

Então, ninguém vai ser demitido?

LIZ

Acabei de falar: Não.

FÁBIO

(aliviado) Que bom, muito obrigado, ma/(para de falar: madame, emenda) maravilha, Dona Liz.

LIZ

Sobre o Paulo, vou pedir para você falar com ele, diga que venha aqui amanhã.

Fábio se levanta.


FÁBIO

Falo sim.

LIZ

Eu ainda não terminei de falar com você.

FÁBIO

Não?

LIZ

(revira os olhos) Não, quer parar de ficar perguntando toda vez que eu afirmo algo.

Fábio respira fundo, se contendo, se senta.

FÁBIO

Pode falar.

LIZ

Eduarda disse que aqui tem muitas coisas erradas, eu quero que você escreva o que tem de errado aqui, e me entregue amanhã.

FÁBIO

(sorri um pouco) Igual lição de casa?

LIZ

Não, mas seu senso de humor é infantil.

FÁBIO

(sem graça) Pede para a Eduarda escrever, vai ser melhor.


LIZ

Eu estou mandando você fazer, porque a Eduarda não trabalha com vocês. A menos que você, e seus amigos, queiram continuar como estão, aí é outra coisa.

FÁBIO

Não... Então eu prefiro falar.

LIZ

Que seja: O que de tão errado tem por aqui?

Cena 4/Int./Mercadinho/Dia.

Manuela está no caixa, Lúcia se aproxima com algumas compras, coloca no balcão.

LÚCIA

Boa Tarde, dona Manuela, como vai?

MANUELA

Vou bem, Lúcia, e você?

Manuela começa a passar as compras no caixa.

LÚCIA

Preocupada. Você acredita que o José me disse que ele e um monte de gente foi demitido da fábrica!

MANUELA

É mesmo? Mas por quê?

Manuela coloca as compras de Lúcia em uma sacola.



LÚCIA

Parece que eles foram defender o Paulo, e deu nisso, eu falo para o José, não querer bancar o super herói, olha aí o que deu, se ele perder mesmo o emprego, só quero ver como a gente vai ficar.

MANUELA

Tomara que tudo dê certo.

Lúcia pega a sacola.

LÚCIA

Sim, dona Manu, tomara. (saindo) Marca aí na minha conta, obrigada.

Lúcia sai, Manuela balança a cabeça negativamente, sorri.

MANUELA

Essa Lúcia.

Cena 5/Ext./Tecelagem Santa Isabel/Pátio/Dia.

José, Nicolas,Josivaldo, e Ivan estão reunidos, preocupados. Eduarda e Erasmo se aproximam.

JOSÉ

E então, dona Eduarda, já sabe de alguma coisa?

EDUARDA

Ainda não, Liz e Fábio ainda estão conversando.

JOSIVALDO

Eu acho que tamo ferrado.

IVAN

Vira essa boca agourenta pra lá, ninguém aqui pode perder o emprego, é uma porcaria, mas é nosso.


NICOLAS

Se fosse pra gente ser demitido, já tinha sido.

ERASMO

Exatamente, eu tenho certeza que a Liz, vai reverter toda essa situação, quem manda aqui é ela, e não o Alex.

EDUARDA

(sorri para Erasmo) Isso mesmo. (aos operários) Vai dar tudo certo.

Cena 6/Int./Tecelagem Santa Isabel/ Administração/Sala de Liz/Dia.

Fábio e Liz estão conversando.

FÁBIO

O refeitório é tão pequeno, que quando a gente entra em dois, fica apertado, e os outros esperam, porque não cabe mais. O microondas tem dia que ele funciona, e dia que não, mas daí vai da vontade dele. 

LIZ

E por que vocês não falam isso para o Alex?

FÁBIO

Porque a gente cansou, ele é igual político em época de eleição, fala que vai fazer chega na hora, não faz nada.

LIZ

Entendi... Tem mais alguma coisa?

FÁBIO

Tem, o nosso uniforme além de ser quente, pinica, então a gente no calor que faz aqui, é obrigado a colocar uma camiseta por baixo. Hora extra, aqui ninguém nem sabe o que é, e a nossa comida e nosso transporte, sai tudo do nosso salário que também não é essas coisas.

LIZ

Como? Vocês não recebem esses benefícios?

FÁBIO

Nenhum.

LIZ

Mas isso é impossível, eu mesma assinei a folha de pagamento, durante os anos que estive fora, e mandei para o Alex.

FÁBIO

Então ma/(se corrige para não falar: madame)manda ele falar o que faz com o dinheiro, porque pra gente não chega.

Liz fica brava, pega o telefone.

LIZ

Alex, venha até a minha sala imediatamente. 

Liz desliga o telefone.

LIZ

(Para Fábio) Vamos tirar essa história a limpo agora.

FÁBIO

Eu já posso ir?

LIZ

Por que a pressa? 

FÁBIO

É que/

LIZ

Você vai sair quando resolvermos tudo.

FÁBIO

Falando com esse jeitinho tão meigo, eu fico.

LIZ

Enquanto Alex não chega.

Liz pega sua carteira, pega uma quantia, entrega para Fábio.

LIZ

Para o conserto do seu carro.

FÁBIO

(imitando Liz) Nossa como as coisas mudaram, o que aconteceu com o: Lata velha?

Liz sorri um pouco, disfarça, fica séria.

LIZ

Se não for o suficiente, você me avisa.

FÁBIO

Obrigado.

Alex entra.

ALEX

Aconteceu alguma coisa, Liz?

LIZ

(altiva) Aconteceu, por que os meus funcionários não recebem os benefícios que eu autorizo? 

Alex, com raiva, encara Fábio, tenta se conter. Encara Liz.

Fim Do Capítulo


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