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RAÍZA 2ª TEMPORADA SÉRIE
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WEBTVPLAY APRESENTA
RAÍZA 2
Série
de
Cristina Ravela
Episódio 23 de 23
"Colapso"
© 2012, WebTV.
Todos os direitos reservados.
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FADE
IN
CENA 1
FACHADA - ED. EM
CONSTRUÇÃO [MANHÃ]
Carros de polícia cercam o local
onde reconhecemos ter sido o palco da morte de Ari.
Corta para o seu interior
Há sinais de que as obras foram
retomadas. Agentes trabalham na reconstituição do crime. Víctor
está próximo, tenso, segurando uma arma.
CAM
passa por eles, atravessa o chão e João Batista está em sua
cadeira, de costas, olhando fixamente para uma grande abertura.
JOÃO:
Tio, me leva embora. Eu não quero mais ficar aqui (silêncio). Tio!
Tio, eu to falando contigo/
Forte
suspense.
Raíza o surpreende por trás, fazendo avançar a cadeira. Medo em João.
Raíza o surpreende por trás, fazendo avançar a cadeira. Medo em João.
RAÍZA:
(voz sinistra) Tá querendo ir embora, querido primo? Se cansou de
bancar ao falso viúvo cadeirante?
Raíza
se mantém por trás, segurando a cadeira. Seu olhar denota uma leve
perturbação.
JOÃO:
Raíza? Não era pra você tá em casa? Hoje é sua formatura, não?
RAÍZA:
Pra quê a pressa? Eu também quis vir para assistir a reconstituição
do crime. (Raíza empurra a cadeira calmamente) Você acha que a Ari
sofreu muito? (avança mais um pouco se aproximando da abertura).
JOÃO:
Raíza, cê poderia me afastar da janela?
RAÍZA:
O que te prende? Você sai a hora que você quiser. Aliás, você
veio pra quê? Para ver se o Víctor repete o mesmo desempenho com a
mesma destreza de antes?
Raíza
leva João até a beirada da abertura. O vento bate no rosto de João,
deixando-o amedrontado.
JOÃO:
Raíza, o que cê tá fazendo? Me leva daqui…
RAÍZA:
Sabe, fiquei pensando...A Ari deve ter levado um baita susto ao se
deparar com o seu assassino...(Raíza encosta a boca em sua orelha)
Você não acha? (em João, tenso)
JOÃO:
(olhando para o vão / temendo o pior) Todo mundo sabe que foi o
Víctor. Não sei por que o Danilo quer se atormentar ainda com isso,
agora me leva daqui?
RAÍZA:
Peça por favor, com jeitinho.
JOÃO:
Eu posso gritar, sabia disso? Eu posso gritar e a polícia vai te
levar presa, gosta da ideia?
RAÍZA:
Por estarmos trocando uma ideia? Ninguém me viu entrar, sabia disso?
E ninguém vai me ver sair.
Raíza,
disposta, faz que vai empurrar a cadeira.
JOÃO:
Não, Raíza! Não!
Josué
está subindo as escadas, se assusta com a cena.
JOSUÉ:
Raíza, para com isso!
Raíza
leva um susto, solta a cadeira, mas Josué alcança a tempo de salvar
João da queda, e acaba jogando Raíza ao chão.
JOSUÉ:
Tá tudo bem, João, tá tudo bem.
João
sua frio, espavorido; Josué espia Raíza ao chão, ambos com ódio.
CORTA
PARA
2x23
Colapso
Final da 2ª temporada
CENA
2 FACHADA – ED. CIRANDA
DE PEDRA [MANHÃ]
Corta
para o interior do APTº 403 – SALA
O
corte é feito diretamente na expressão raivosa de Josué.
JOSUÉ:
Por um milímetro assim o João não morreu, acha pouco ou quer mais?
BRUNO:
(perturba-se / anda de um lado e de outro) Isso é grave. Vamos
esperar a Raíza chegar pra gente conversar com ela/
JOSUÉ:
(por cima) Conversar? Se eu fosse o pai dela daria logo um corretivo.
BRUNO:
Mas você não é o pai dela, Josué! Que mania você tem! Desde
criança querendo mandar no que é de minha responsabilidade.
Clima.
Joana e João espiam.
JOSUÉ:
Não é nada disso, mas você mima demais essa garota. Ela sempre foi
assim; Ou se fecha, ou se revolta.
BRUNO:
Tente entender. Ela viu a Ari cair do prédio, foi um baque muito
grande. Você sabe o que significa pra ela ter assistido a uma coisa
a qual ela não pôde evitar.
JOSUÉ:
Isso se chama culpa. Ela acha que pode estar a frente de Deus, que
pode decidir o futuro das pessoas, e quando uma tragédia acontece,
ela quer culpar o primeiro que lhe convém, porque é isso que ela
quer: Jogar pra cima do João a culpa pela morte da Ari.
BRUNO:
É uma prova de que ela não está bem; (joga) João tá preso a uma
cadeira, não é? Ele nunca poderia estar naquele prédio.
JOSUÉ:
Eu não sei no que você acredita. Não é a primeira vez que a sua
filha apronta, não é?
BRUNO:
Eu apenas procuro não julgar as pessoas. Eu sei que ela jogou o João
do viaduto, mas se ela o fez, é porque ele também provocou, você
não concorda?
Josué
nada diz.
João ouve, contendo a raiva. Joana só observa, olhando-o de soslaio. CORTA.
João ouve, contendo a raiva. Joana só observa, olhando-o de soslaio. CORTA.
Alto
da cidade do Rio de Janeiro onde está a CURTO-CIRCUITO
CENA
3 FACHADA –
CURTO-CIRCUITO [MANHÃ]
Corta
para o seu interior
Dcr
caminha por um corredor até chegar a uma porta. Faz que vai abrir.
Corta
para o interior do escritório
A
porta é aberta. Dcr, cabisbaixo, entra, fecha a porta e, quando se
volta, se surpreende.
Valentina, num vestido branco e justo, e óculos sobre a cabeça, gira a cadeira onde está sentada e põe os pés sobre a mesa.
Valentina, num vestido branco e justo, e óculos sobre a cabeça, gira a cadeira onde está sentada e põe os pés sobre a mesa.
VALENTINA: (provocante) Oi, garotão. Já faz um tempinho que eu to te esperando, sabia?
DCR:
Como é que você entrou aqui, Valentina?
Valentina
se levanta, sensual.
VALENTINA:
Tenho os meus meios, como você tem os seus.
Dcr só observa. Valentina caminha por trás dele.
VALENTINA:
Não vai tentar me tirar daqui? Só pra eu... (Valentina dá um
tranco nele, por trás, deixando-o tenso / encosta a boca em sua
orelha) ... Relembrar a sua pegada?
Dcr
se esquiva, contorna a mesa. Valentina sorri, safada.
DCR:
O que você quer?
Valentina
se apoia sobre a mesa, toda se querendo.
VALENTINA:
Já disse; Relembrar a sua pegada, bonitão. (Dcr a encara, esperando
outra resposta) Eu soube que você reabriu o caso Ari.
DCR:
Sim, e você pode avisar pro Marco que eu vou levar esse caso
adiante, até o verdadeiro assassino pagar pelo que fez.
VALENTINA:
Eu não vim a mando dele.
DCR:
Me poupe, ok?
VALENTINA:
Marco não gosta de acusações, ainda mais quando são infundadas.
DCR:
Ok, se ele não tiver nada a ver com isso, pra quê se preocupar, não
é mesmo?
VALENTINA:
Você sabe que ele não pode e não quer ter o nome envolvido numa
investigação. Você tá mexendo com gente graúda, garoto.
DCR:
Se ele fosse um cara honesto, digno, tenha certeza de que eu estaria
muito preocupado em ver o nome dele numa investigação. Mas como
cada um escolhe seu destino. Cada um paga o preço que merece.
Dcr
vai até a porta e abre.
DCR:
Agora se me der licença.
Valentina
fecha a cara, pega sua bolsa grande e põe os óculos no rosto.
VALENTINA:
(toca o queixo de Dcr): Uma pena que você não me ouve. Gostoso.
E
Valentina sai. Dcr fecha a porta, insatisfeito.
CORTA
PARA
CENA
4 COFFEE BREAK - SALÃO
DE JOGOS [INT./ MANHÃ]
O
corte é feito num pulso enfeitado por um relógio, cuja mulher está
caminhando.
A mão masculina toca seu pulso, Rafaela se assusta, protegendo seu relógio.
A mão masculina toca seu pulso, Rafaela se assusta, protegendo seu relógio.
BARMAN:
Rafaela, é verdade que o salão ficará fechado por tempo
indeterminado?
RAFAELA:
Ahn...É, pois é, André...Cê soube que o Danilo reabriu o caso
Ari, né? (André faz que sim) O chefe tá com receio de ser alvo de
investigação.
ANDRÉ:
Quem deve, teme. Tipo isso.
Rafaela,
tensa, concorda. André toca seu relógio e Rafaela ergue o pulso em
sua direção.
ANDRÉ:
Gostei do relógio. Meio arrojado pra uma garota, hen.
E
André sai. Rafaela observa, depois olha para o pulso.
CORTE
CASADO
CENA
5 MANSÃO DE CAEL –
ESCRITÓRIO [INT. / MANHÃ]
Tela
de um notebook onde Rafaela aparece olhando para a câmera. Todo o
cenário do salão é filmado.
LARA
(O.S): Trabalhando em
casa, como sempre.
O
notebook é fechado na nossa cara. Cael disfarça.
CAEL:
Perdendo a educação, como sempre.
Cael
pega o note e se levanta.
LARA:
Você anda trabalhando demais. Ouvi você de conversa ao telefone
pela madrugada. (Cael para) Falava em códigos. Por acaso pretende
voltar ao mundo do crime?
CAEL:
Eu não falava com o Marco, ok? Licença.
Cael
dá as costas deixando Lara desconfiada.
CORTA
PARA
Alto
da cidade / Corta
CENA
6 RUAS DA CIDADE [MANHÃ]
Grande
movimento, engarrafamento de carros. CAM move-se de um lado para o
outro como sendo alguém. Vendedores ambulantes de um lado; Guardas
de outro.
Raíza, na porta de uma galeria, encostada estreitamente a uma das lojas como a se esconder, observa o movimento.
Raíza abre sua bolsa, apanha um celular – o mesmo que ela encontrou nas coisas de João – e admira.
Raíza, na porta de uma galeria, encostada estreitamente a uma das lojas como a se esconder, observa o movimento.
Raíza abre sua bolsa, apanha um celular – o mesmo que ela encontrou nas coisas de João – e admira.
[Ponto de Vista de Raíza]
O
vídeo é visualizado.
Raíza olha rapidamente o movimento. Torna a admirar o vídeo, para logo desligá-lo.
Raíza olha rapidamente o movimento. Torna a admirar o vídeo, para logo desligá-lo.
VOLTA À CENA
Raíza
torna a olhar para frente, mas vê uma ambulância e enfermeiros
conversando na calçada. Um deles olha para ela e aponta para os
demais.
Raíza se assusta. Ela está de cabelos curtos, toca sua roupa, e se vê com uma camisa branca, típica de hospital.
Raíza se assusta. Ela está de cabelos curtos, toca sua roupa, e se vê com uma camisa branca, típica de hospital.
ENFERMEIRO: Ela está ali! Rápido!
Muita
ação. Raíza corre, desvia dos carros, se joga contra o capô de um
deles para atravessar a rua, esbarra nas pessoas.
Ao mesmo tempo em que vemos os enfermeiros correndo atrás dela, também não há ninguém no encalço de Raíza.
Ao mesmo tempo em que vemos os enfermeiros correndo atrás dela, também não há ninguém no encalço de Raíza.
Raíza sobe a passarela, atravessa o outro lado, CAM atrás dela o tempo todo mostra suas roupas normais e seus cabelos compridos. Até que, olhando para trás, Raíza se choca violentamente contra um homem e cai no chão.
O
tal homem veste uma farda de policial e se apronta para ajudá-la.
POLICIAL:
Cê tem que ter mais cuidado, menina. Se machucou? Tá indo com essa
pressa toda pra onde?
Raíza,
confusa, observa que não há ninguém a perseguindo. Olha para o seu
lado, onde há uma delegacia, e respira aliviada.
RAÍZA: Já cheguei.
O
policial assente.
A
tela se fecha num baque
FADE
IN
CENA
7 HDM CONSTRUTORA –
ESCRITÓRIO DE MARCO [INT. / TARDE]
Marco
entra, furioso, com uns papéis
nas mãos, joga sobre a mesa e apanha o celular.
A
porta está aberta, um homem (Ivan) entra com uma pasta.
IVAN:
Marco, eu preciso que...(observa a pressa de Marco) Vai sair?
Aconteceu alguma coisa?
MARCO:
(mente) Minha mãe. Parece que bateu com o carro. Não volto mais
hoje, ok? Até amanhã.
E
Marco sai. Ivan não tem tempo de mais nada. Fica ali, realmente
preocupado.
CORTA
PARA
CENA
8 ESCRITÓRIO DO DRº
MUNHOZ – ED. OLÍMPIA [INT. / TARDE]
Marco
abre a porta com estupidez, a secretária vem atrás.
MARCO:
(firme / encara) Está se esquivando de mim, doutor?
Munhoz se levanta da cadeira, tenso.
SECRETÁRIA:
Desculpe, doutor. Tentei avisar, mas/
Marco
vai empurrando a moça delicadamente para fora.
MARCO:
(força a educação) Ele já entendeu, agora licença, querida.
Marco
fecha a porta.
MUNHOZ: O que aconteceu, Marco? Algum problema com os documentos?
MARCO:
Algum problema, doutor?
Marco
vai até ele e o pega pelo colarinho.
MARCO:
Algum problema? Achou que ia me enganar até quando? Até o Danilo
esfregar na minha cara que comprou o apartamento? (Joga Munhoz na
cadeira, que cai sentado) É isso?
Em
Munhoz, muito tenso.
MARCO:
Ele e o Cael estão envolvidos nisso, não é? Trataram de contratar
um testa de ferro para comprar o apartamento, não é isso?
MUNHOZ:
Veja bem, Marco...Eu também fui enganado/
Marco
saca, de dentro do paletó, uma arma e aponta em sua direção.
MARCO:
Me conte esse esquema.
Medo
em Munhoz; Marco engatilha a arma.
MARCO:
AGORA!
MUNHOZ:
(rápido) Olha, depois que os documentos foram assinados, o garoto
veio até aqui esfregar na minha cara que eu tinha passado a perna em
você sem saber. O plano partiu dele. O dinheiro é dele, mas foi o
Cael quem arrumou o testa de ferro. Eu não podia saber/
Marco
lhe acerta na testa com o cano da arma. Munhoz cai no chão, testa
ferida.
MARCO:
Você mente tão bem quanto esconde seu passado.
Tensão.
Marco aponta a arma, decidido...
MUNHOZ:
NÃO FAÇA ISSO!
E
Marco aperta o gatilho. Nada acontece.
MARCO:
Você achou que eu ia ser idiota em te matar aqui? (Marco guarda a
arma por dentro do paletó) Tenho mais com o que me preocupar agora.
Marco
sai de cena.
Munhoz se levanta, senta na cadeira e limpa a ferida, com raiva.
Munhoz se levanta, senta na cadeira e limpa a ferida, com raiva.
Corta
/ Movimento do trânsito
CORTA
PARA
CENA
9 ED. OLÍMPIA [EXT. /
TARDE]
Marco
destranca o carro, enquanto fala ao celular.
MARCO:
Quer dizer que Danilo Rodrigues ainda não registrou o imóvel, minha
querida? Esse meu irmão anda muito ocupado ultimamente. Obrigado,
falarei com ele.
Marco
desliga o celular com um sorrisinho de vitória.
CORTA
PARA
CENA
10 CURTO-CIRCUITO –
ESCRITÓRIO DE CAEL [INT. / TARDE]
Vista
de cima.
Há
um lustre grande, volumoso. O escritório é bem espaçoso, com
decoração preta, pisos cinza, e um lado da parede vermelha. Uma
janela de vidro que vem do teto ao chão, uma mesa onde Cael está
sentado diante de um laptop, duas portas, uma de frente para a mesa;
Outra na extrema direita.
Dcr, de pé ao seu lado, observa.
A porta do outro lado é aberta, Rafaela surge, apreensiva.
Dcr, de pé ao seu lado, observa.
A porta do outro lado é aberta, Rafaela surge, apreensiva.
DCR:
Alguém te viu?
RAFAELA:
Se ninguém além de nós souber dessa passagem que vem da porta da
cozinha onde algumas pessoas costumam transitar...
CAEL:
(sem tirar os olhos do laptop) Ela entendeu a pergunta.
RAFAELA:
A Bárbara não me viu, fiquem tranquilos.
CAEL:
Bom...Nem todos nossos amigos precisam saber dos nossos planos, não
é?
Rafaela
entreolha Dcr, sem graça.
CAEL:
(finalmente a encara) Soube de alguma coisa?
RAFAELA:
(provoca) Além do que você vê pela câmera?
Cael
apenas lhe dá uma olhada. Dcr fica na dele, sério.
RAFAELA:
(muda o tom) O Marco já sabe do golpe que vocês deram. Eu o ouvi
dizendo ao telefone que vai dar um susto muito grande em quem tá
pedindo há muito tempo.
Cael
se levanta, passa por trás de Dcr, analisa o que acabou de escutar.
DCR:
Eu ainda não registrei o imóvel. Será que há problema?
CAEL:
Sempre há problema em se tratando de Marco. Mas não vamos nos
preocupar com isso; Ele não poderá fazer nada.
RAFAELA:
Ele pode tentar nos matar, não preciso repetir isso, né?
CAEL:
E eu não preciso repetir que vocês terão seguranças. Vocês não
terão contato direto com eles para ninguém levantar suspeitas.
Estão preparados?
RAFAELA:
Vai ser hoje?
Cael
contorna a mesa, abre uma gaveta, e saca um revólver. Rafaela dá um
passo para trás. Cael estende a mão, mas ela recua.
RAFAELA:
O combinado não era esse.
CAEL:
Entenda isso como proteção. Você não precisa matar ninguém, é
só saber usá-la na hora certa.
Rafaela
pega, receosa. Cael pega outra arma e entrega para Dcr, que admira o
“acessório”.
CAEL:
Se tudo der certo, Marco estará na cadeia até amanhã.
RAFAELA:
E se tudo der errado?
Silêncio.
Dcr encara Cael, este esboça dúvida.
CAEL:
Não pode dar errado.
Dcr
encara Rafaela; Esta mantém a expressão de medo.
A
tela se fecha num baque
FADE
IN / Alto da cidade do Rio de Janeiro / Corta
CENA
11 CASA DE CIPRIANO [INT.
/ TARDE]
Mãos
femininas se esfregam irritantemente.
Alguém se aproxima e senta no sofá. É Cipriano, que estende uma xícara de chá para Raíza, sentada.
RAÍZA: (nervosa) Camomila? Eu não to nervosa, tá? Eu vim dizer que entreguei o João à polícia, gostou?
Alguém se aproxima e senta no sofá. É Cipriano, que estende uma xícara de chá para Raíza, sentada.
RAÍZA: (nervosa) Camomila? Eu não to nervosa, tá? Eu vim dizer que entreguei o João à polícia, gostou?
Cipriano
coloca a xícara na mesa, calmamente.
RAÍZA:
Cê não vai dizer nada? O seu celular finalmente vai ser útil.
(olha ao léu) Quero só ver o Joãozinho indo para uma cela
arrastando aquela cadeira (sorri estranho).
Cipriano
toca suas mãos tentando contê-la.
CIPRIANO:
Raíza...Raíza! O que você fez foi ótimo, mas você pensou que há
mais gente envolvida nisso? Você falou para o Cael sobre essa sua
atitude?
RAÍZA:
Ele vai me agradecer, isso sim.
CIPRIANO:
Você se esqueceu do passado que envolve esses dois. (intriga) Se até
hoje o Cael não fez nada contra o Marco, você acha que essa
gravação vai servir para quê? Ele não faz nada, porque não quer
fazer nada, entendeu?
Raíza
só observa. De repente se levanta, angustiada.
RAÍZA:
Eu vim aqui pra você me apoiar. Você tem obrigação nisso. Eu
deixei de ir com a Ari para a igreja porque você me chamou urgente.
Cipriano
se levanta, rapidamente, fingindo-se de ofendido.
CIPRIANO:
Você por acaso está me culpando de alguma coisa?
RAÍZA:
(já consternada) Eu vi/ Eu...Eu senti que algo ia acontecer. Se eu
tivesse ido com ela teria impedido/
CIPRIANO:
Eu não sou vidente, Raíza. (mente) Eu te chamei aqui porque eu ouvi
o teu tio dizer no colégio que ia te internar se você continuasse a
agir desse jeito. Eu precisava te prevenir.
RAÍZA:
E quem preveniu a Ari, hã? Eu podia ter estado com ela, você podia
ter me ligado, mandado sms, é assim que as pessoas modernas fazem,
sabia?
CIPRIANO:
Você está me culpando por você não ter conseguido salvar a sua
amiga, é isso? Se é assim que você pensa a meu respeito eu não me
importo. Só que enquanto você fica chorando a morte da sua amiga, e
acusando qualquer pessoa pelo o que aconteceu, o João continua
naquela cadeira posando de vítima, até que ele decida sair dela.
Em
Raíza, encarando-o.
CORTA
PARA
CENA
12 FACHADA - ED. CIRANDA
DE PEDRA [TARDE]
Corta para o interior do APTº 403 - SALA
Corta para o interior do APTº 403 - SALA
João
vem em sua cadeira, para, olha ao redor, estranhando.
JOÃO:
Tio? Joana? Tem alguém aí?
Quando
se volta, susto; Raíza está à soleira da porta da varanda, com
vestido preto drapejado até o joelho, cabelos soltos, batom
vermelho, um sapato de salto baixo cor preta, e segurando uma mini
bolsa, igualmente preta.
JOÃO:
Você podia entrar pela porta como todo mundo faz.
Raíza
dá alguns passos, aparentemente arrependida.
JOÃO:
Fique onde está! (Raíza para) Você veio terminar o que começou,
não é? (Ele arrasta a cadeira para trás até o criado mudo, põe a
mão no telefone) Eu ligo pra polícia, pro síndico, pro teu pai,
mas você não vai tentar nada contra mim desta vez.
RAÍZA:
(preocupada) Porque você se dá o trabalho de se arrastar com essa
cadeira, se você pode se levantar? (sem deboche) Estamos só nós
dois.
JOÃO:
(desconfiado) Não sei do que você tá falando.
RAÍZA:
A gente não tem mais conversa, não é? Na verdade, nunca fomos
amigos, e tudo por causa de uma cruz.
JOÃO:
Ainda não sei do que você tá falando.
RAÍZA:
As coisas podiam ter sido diferentes. As coisas seriam diferentes,
João? Se não fosse por essa cruz (aponta para o próprio pulso)?
JOÃO:
Você quase me matou diversas vezes, Raíza. (delira) Seu gravador tá
pegando isso? (raiva) E agora vem perguntar se as coisas teriam sido
diferentes? Você ia me matar se não fosse o nosso tio chegar, não
é? Só que como sempre, você faz tudo errado. Você não sabe fazer
nada no meio de tanta gente.
RAÍZA:
Desculpa.
JOÃO:
O quê?
Raíza
caminha calmamente na sua direção.
RAÍZA:
Eu vim pedir desculpas. E dizer que...Vou me casar com o Marco, sair
dessa casa, e você nunca mais precisa se preocupar comigo.
JOÃO:
(temendo a aproximação) Eu não me preocupo com você, quem disse
isso?
RAÍZA:
Você queria o meu lugar. Queria ter a minha vida, mas...Você não
seria feliz, porque eu não sou.
JOÃO:
Você não é feliz, porque não quer. Se você tivesse cuidado da
sua vida, tanto quanto cuidou da minha, a Ari poderia ainda estar com
a gente, você não precisaria se casar com o Marco/
Raíza
o abraça, deixando-o surpreso.
RAÍZA:
A partir de hoje...
Raíza
desliza a mão sorrateiramente até uma alavanca da cadeira,
bloqueando-a.
RAÍZA:
... Nada mais será como antes...
Em
seguida, encara o primo, sorrisinho estranho.
RAÍZA:
...Tudo será consequência.
João
não entende. Raíza torna a abraçá-lo.
CORTE
CASADO
CENA
13 FERROVIA [TARDE]
=
= Mudança de Cenário = =
Ainda
abraçada a João Batista, Raíza desfaz o abraço, enquanto ele,
olhando ao redor, se mostra aflito.
JOÃO:
O que cê fez?
João
está sentado em sua cadeira, sobre os trilhos de uma ferrovia. Ele
tenta, em vão, mover a cadeira, mas tem dificuldade para desbloquear
a roda.
Raíza o encara, com sorrisinho estranho.
Raíza o encara, com sorrisinho estranho.
RAÍZA:
Você tinha razão; Eu não sei fazer nada no meio de tanta gente.
Pavor
em João.
A
tela se fecha num baque
FADE
IN
CENA
14 FERROVIA [TARDE]
A
cena está dentro de uma tela de vídeo. João está trêmulo,
olhando fixamente para a nossa câmera.
JOÃO: Raíza, para com essa palhaçada. Você quer gravar a minha morte, é isso?
RAÍZA
(V.O): Eu só quero
assistir ao milagre de te ver se levantar dessa cadeira, primo.
(Raíza aparece segurando uma câmera) Você acredita em milagres,
não acredita?
João
olha ao seu redor. Muro de um lado; Morro de outro.
JOÃO:
ALGUÉM ME AJUDA AQUI! ALGUÉM ME AJUDA!
RAÍZA:
É inútil, João. (arregala os olhos / toca o terror) Ó, tá
ouvindo? (murmura) O trem se aproxima.
JOÃO:
MENTIRA! Você tá louca! Louca!
RAÍZA:
Já to perdendo a paciência, João. Levanta dessa cadeira, vai!
(trinca os dentes) Levanta! Todo mundo vai ver a sua performance,
sabia?
JOÃO:
(raiva) “Todo mundo” quem? O nosso tio Josué? É pra ele que
você quer dar satisfação, não é? Você nunca conseguiu conviver
com o desprezo dele ou de qualquer outra pessoa (baque em Raíza).
Foi assim com ele, foi assim com o Marco e será assim sempre, por
que ninguém tem obrigação de gostar de você, ouviu bem? NINGUÉM!
RAÍZA:
CALA A BOCA!
Ouvimos
um celular tocar.
Raíza, perturbada, põe a mão por dentro do decote e, pega seu celular.
Raíza, perturbada, põe a mão por dentro do decote e, pega seu celular.
RAÍZA
(ao telefone): Tio! Que
bom que o senhor ligou (p). Ué, eu trouxe o João para passear de
trem, fiz mal?
INTERCALA
APTº
403 - SALA [INT.]
JOSUÉ:
Raíza, onde é que você tá? O que cê fez com ele?
Ouvimos
a campainha tocar.
JOSUÉ
(ao telefone / vai atender):
Tu não faz nada. To indo pra aí.
Josué
abre a porta e dá de cara com dois agentes da polícia. Josué
desliga o celular.
POLÍCIA
#1: Boa tarde. Seu João
Batista Lopes se encontra?
JOSUÉ:
Ahn...Não, por quê?
POLÍCIA
#1: Ele está sendo
acusado de tentativa de homicídio e sabotagem contra a antiga casa
noturna, L.A House, e de ser o principal suspeito de assassinato da
senhora Ariadne Rodrigues. (surpresa em Josué) Sabe onde podemos
encontrá-lo?
Em
Josué prestes a falar.
CORTA
PARA
CENA
15 CURTO-CIRCUITO –
ESCRITÓRIO DE CAEL [INT. / FIM DE TARDE]
Cael
está sentado olhando para o seu laptop.
Ouvimos uma porta se abrindo, Cael espia, tranquilamente.
Ouvimos uma porta se abrindo, Cael espia, tranquilamente.
MARCO
(V.O): Já estava me
esperando? (Marco se aproxima com as mãos nos bolsos) Pensei que não
ia permitir a minha entrada.
Cael
fecha o laptop.
CAEL:
Você pretende fazer alguma coisa contra mim?
MARCO:
E eu não devia? Você passou a perna mais uma vez em mim, só que
desta vez você resolveu usar seus amigos. Você não tem
consideração por ninguém, não é?
CAEL:
Você
está me dizendo isso? Ora, Marco, que consideração você teve pela
pessoa que salvou a sua vida? Quer obrigá-la a se casar com você
para se vingar de mim?
MARCO:
Você deixou a minha noiva morrer, acabou com os meus negócios, me
fez teu empregado na tua
casa noturna. É justo que você pague um preço agora.
Cael
se levanta e saca uma arma, apontando para Marco. Imediatamente,
Marco põe a mão na cintura e saca sua arma também.
MARCO:
Vamos resolver isso da forma que você conhece, querido irmão.
CORTE
BRUSCO PARA
CENA
16 COFFEE BREAK –
ESCRITÓRIO [INT. / FIM DE TARDE]
O
local está aparentemente vazio.
Rafaela surge na tela sorrateiramente, tensa, e segue na direção de um quadro. Ela o retira de lá, revelando o cofre. Rafaela digita a senha, abre o cofre e pega uma papelada.
Rafaela surge na tela sorrateiramente, tensa, e segue na direção de um quadro. Ela o retira de lá, revelando o cofre. Rafaela digita a senha, abre o cofre e pega uma papelada.
RAFAELA:
Perfeito.
Rafaela
guarda a papelada e se prepara para fechar o cofre. Valentina entra
de repente. Rafaela se volta, assustada.
VALENTINA:
O que é isso? (vê o cofre aberto / se aproxima / Rafaela está
trêmula) Então foi você quem desligou as câmeras dos corredores,
né, sua ordinária?
Valentina
lhe acerta um tapa.
VALENTINA:
Isso não é nem a metade do que vai lhe acontecer.
RAFAELA:
Quero ver só, sua bandida.
E
Rafaela lhe devolve o tapa, agarra seus cabelos, as duas lutam.
Valentina tem força, segura Rafaela pelos ombros e a joga no chão.
Em
seguida, Valentina põe a mão por debaixo da bainha da calça,
retira uma arma pequena e engatilha.
Rafaela
olha para trás, preocupada.
VALENTINA:
Não vou deixar sobrar pena pra contar história. Levanta! Anda!
Rafaela
obedece, encarando a arma.
VALENTINA
(daquele jeito, surtada):
Quem é a bandida aqui, hen? Diz, sua vagabunda! Achou mesmo que eu
não tava de olho em você, né? (p) Vai, passa pra cá o que você
roubou, anda.
Rafaela
faz que vai abrir a bolsa.
RAFAELA:
(inventa) Valentina, escuta, eu não peguei nada que o Marco não
tenha pedido.
VALENTINA:
Mentira! O Marco jamais confiaria a senha pra quem quer que seja.
RAFAELA:
Muito menos pra você, não é? Ele não queria que você soubesse
disso, mas eu sou o braço direito dele aqui (Valentina ri), sim, por
que você acha que você tá servindo cafezinho, e não aqui do lado
dele?
Valentina
não gosta.
RAFAELA:
A gente pode se unir, Valentina. Ou você quer viver a vida inteira
como capacho?
VALENTINA:
Eu nunca me juntaria a você (se prepara para atirar). Quer saber? Eu
mesma vou te depenar.
Ouvimos
um alarme.
Valentina
se assusta, olha para o cofre e vê que está aberto.
Rafaela
aproveita sua distração, puxa a arma de dentro da bolsa e dá um
soco na mão de Valentina, fazendo sua arma cair. Em seguida, volta
com o braço e acerta sua inimiga no rosto com o cano da arma,
derrubando-a.
Rapidamente, Rafaela sai da sala e...
Rapidamente, Rafaela sai da sala e...
CORREDOR
/ SONOPLASTIA: AÇÃO
E
corre, assustada. Ouvimos pessoas correrem pela escada, e o sinal do
elevador.
Rafaela vira na curva, espavorida. Um segurança#1 vem em seu encalço e aponta a arma.
Rafaela vira na curva, espavorida. Um segurança#1 vem em seu encalço e aponta a arma.
Entre
a porta de vidro que se estende do teto ao chão, e Rafaela, há uma
média distância. O segurança#1 logo atrás dela.
Rafaela
atira contra a porta de vidro que se estilhaça.
[Efeito
câmera lenta] Rafaela se joga no momento em que ouvimos um tiro, e
CAI ILESA sobre a carroceria de um caminhão em movimento. [Fim do
efeito]
O
segurança, ao lado de Valentina observa.
VALENTINA:
Tá fazendo o quê aí parado? Vai atrás dela!
O
segurança sai. Valentina espia a ousadia da rival.
CORTA
PARA
CENA
17 PRÉDIO EM CONSTRUÇÃO
- TÉRREO [EXT. / FIM DE TARDE]
Homens
ainda estão trabalhando.
Um deles, moreno, barba por fazer, se aproxima de um funcionário.
Um deles, moreno, barba por fazer, se aproxima de um funcionário.
SUJEITO
#1: Você vai lá pra cima
agora?
SUJEITO
#2: Sim, tenho que falar
com o seu Bruno. Por quê?
SUJEITO
#1: É que ligaram da casa
dele. Será que você podia aproveitar e chamá-lo aqui?
SUJEITO
#2: Claro, seu Edson.
O
sujeito #2 vai à direção do elevador improvisado e aciona. Edson
observa atento quando o elevador sobe. Corta
5º
ANDAR – INT.
Bruno
retira o capacete, abismado, diante do sujeito #2.
BRUNO:
Ligaram lá de casa? (pensa) Estranho não terem ligado pro meu
celular. Segura isso (Bruno entrega uma prancheta).
SUJEITO
#2: Ah, eu vou descer
contigo.
BRUNO:
Ok, então, vamos!
Os
dois entram no elevador.
ELEVADOR
[EXT.]
Bruno
aciona o botão. Close nas cordas gastas que sustentam o elevador.
SUJEITO
#2: Ah, já ia me
esquecendo. O seu Marco esteve por aqui.
BRUNO:
Ele disse o que queria?
SUJEITO
#2: Apenas mandou avisar
que aquilo que o senhor ajudou a fazer, terá recompensa.
Bruno
faz que entende. De repente, o elevador dá um tranco. Susto em Bruno
e em sujeito #2.
BRUNO:
O que tá havendo?
SUJEITO
#2: Não sei, isso aqui
foi inspecionado essa semana.
BRUNO:
Tente parar!
=
= SONOPLASTIA: AÇÃO = =
Sujeito
#2 aperta o botão. Corta.
Edson
observa a cena.
O elevador despenca.
Todos se apavoram.
Edson mantém uma expressão fria.
No momento em que o elevador cai...
O elevador despenca.
Todos se apavoram.
Edson mantém uma expressão fria.
No momento em que o elevador cai...
CORTA
PARA
CENA
18 CURTO-CIRCUITO –
ESCRITÓRIO DE CAEL [INT. / FIM DE TARDE]
...Coincide
com o momento em que Cael bate no braço de Marco desviando da arma e
a joga longe. Muita ação.
Marco volta com o braço, segura no de Cael, e naquela luta, Marco derruba a arma dele.
Marco volta com o braço, segura no de Cael, e naquela luta, Marco derruba a arma dele.
Os
dois começam uma queda de braço que parece interminável. Marco
joga Cael no chão e, numa grande chance, este alcança as duas
armas, e se levanta, apontando para Marco.
Marco
surpreende, sacando de dentro do paletó, outra pistola.
Marco atira, atinge de raspão a mão de Cael. Cael reclama de dor e uma de suas armas cai. Cael atira também, mas Marco desvia a tempo, tendo chance de atingir sua testa com o cano da arma e derrubar o irmão.
Marco atira, atinge de raspão a mão de Cael. Cael reclama de dor e uma de suas armas cai. Cael atira também, mas Marco desvia a tempo, tendo chance de atingir sua testa com o cano da arma e derrubar o irmão.
Marco
se posiciona diante dele, e se prepara para engatilhar a arma
novamente.
MARCO:
Vamos acabar logo com isso.
CAEL:
Eu termino.
Cael
atira para o alto.
Marco olha para cima.
O lustre, cheio de pontas cortantes, despenca.
Close na expressão assustada de Marco.
Marco olha para cima.
O lustre, cheio de pontas cortantes, despenca.
Close na expressão assustada de Marco.
Cael
rola pelo chão, Marco é atingido pelo lustre. Os cristais se
despedaçam, a cena é trágica. Cael, ainda deitado, só tenta
proteger o rosto. Depois, observa o estrago.
O
lustre sobre o corpo de Marco, parte da sala coberta por cacos de
vidros e cristais.
CORTA
PARA
CENA
19 FERROVIA [FIM DE TARDE]
O
trem fazendo a curva. Corta.
Raíza
ainda filma João Batista.
RAÍZA:
Já to perdendo a paciência! A polícia tem que acreditar que você
matou a Ari, que você tava lá, que você pode andar, tá me
ouvindo?
JOÃO:
CHEGA! Você enlouqueceu, porque deve ter sido você a culpada, não
é? Você que é vidente, prevê a droga do futuro, não se preocupou
em evitar a morte dela (medo em Raíza). Tá filmando direito? O seu
segredo é esse! Você é vidente e me teletransportou até aqui.
RAÍZA:
(grita) Seu imbecil! Ninguém vai acreditar em você!
JOÃO:
(grita) O Marco acreditaria. Ele iria acreditar em qualquer coisa
vinda de você.
Raíza
desliga a câmera, furiosa. Abre
a bolsa, saca de dentro dela um pequeno revólver e aponta para a
cabeça de João. João se assusta.
RAÍZA:
Perdi a paciência.
Ouvimos
sirenes de polícia.
João
esboça medo; Raíza observa adiante.
Movimento
rápido da CAM.
ESTAÇÃO DE TREM [INT.]
ESTAÇÃO DE TREM [INT.]
Carros
de polícia param ao mesmo tempo causando burburio.
Os
policiais descem armados, Josué vem atrás.
CORTA
/ FERROVIA
Raíza
sacode a arma na direção de João.
RAÍZA:
Tá com medo, tá? (surtada) Diz que tá com medo! Diz que tá com
medo!
João
treme, olhando de soslaio para o cano da arma.
JOÃO:
Você não teria coragem...
RAÍZA:
Você vai confessar que matou a Ari e que não está paralítico
coisíssima nenhuma, ouviu bem? (Raíza espera) OUVIU?
Ouvimos
o trem se aproximando.
A
polícia intercepta o local. Josué vem de um lado. Raíza observa, e
logo atrás, quatro policiais armados, se aproximam, sorrateiramente.
JOSUÉ:
Raíza! Solta essa arma. Você tá maluca?
RAÍZA:
Eu? Eu não. Eu só to fazendo o que é certo. Vou jogar o João na
cadeia. Sabia que ele matou a Ari, sabia? (cutuca a cabeça de João
com a arma) Fala pra ele, João, fala! Fala como você fez, fala!
POLÍCIA
#2: RAÍZA MACIEL, (Raíza
se assusta) ABAIXE ESSA ARMA, VOCÊ ESTÁ CERCADA!
RAÍZA:
Que isso? O senhor chamou a polícia pra mim? A polícia é pra ele,
pra ele!
Os
policiais se aproximam, o trem também. Há curiosos em cima do muro,
atentos.
Raíza se atordoa, aponta a arma em todas as direções, vários ângulos para mostrar seu estado insano, seu foco disperso, como se todos que estivessem a sua frente fossem seus inimigos.
Raíza se atordoa, aponta a arma em todas as direções, vários ângulos para mostrar seu estado insano, seu foco disperso, como se todos que estivessem a sua frente fossem seus inimigos.
RAÍZA:
Não chega perto de mim, não chega perto de mim!
POLÍCIA
#2: Raíza, abaixe essa
arma e estará tudo bem. Nós viemos levar o João Batista para a
delegacia para prestar depoimento, lembra?(João em pânico) Você
esteve na delegacia hoje cedo, não viemos por você.
RAÍZA:
(louca) Mentira...Mentira...Ele (olha para Josué) deturpou tudo, não
foi? Vocês têm que saber que o João pode andar e matou a Ari, cês
têm que saber disso!
O
trem se aproxima cada vez mais. Pânico nas pessoas.
Josué
faz sinal para um policial. Este faz sinal para o colega.
RAÍZA:
Não tentem nada contra mim!
E
Raíza atira na direção dos policiais. Susto. Raíza não atinge
ninguém.
João se enche de coragem, levanta no impulso e agarra as mãos de Raíza.
João se enche de coragem, levanta no impulso e agarra as mãos de Raíza.
JOÃO:
Solta isso, solta, sua louca!
Os
dois lutam. O trem prestes a bater neles. Pânico.
João e Raíza olham para trás, se apavoram.
Os dois se jogam em direções opostas.
João e Raíza olham para trás, se apavoram.
Os dois se jogam em direções opostas.
Enquanto
o trem passa, Raíza, se levantando, está cara a cara com Josué.
RAÍZA:
(perturbada) Viu isso, tio? (ri) Ele se levantou, ele sempre pôde
andar, sempre/
Josué
apanha o revólver do chão e lhe acerta na testa. Raíza cai de
novo. Sua testa sangra.
JOSUÉ:
Você não é igual a sua mãe; Você é uma idiota! Uma idiota
perfeita.
RAÍZA:
Mas o João/
Josué
a pega pelos ombros com força.
JOSUÉ:
Você achou mesmo que o João ia passar a perna em mim? Que você ia
me salvar das mentiras dele? Você nunca seria a minha heroína,
ouviu bem? NUNCA!
Raíza,
consternada, o empurra violentamente.
Corta.
Policiais
seguram João Batista, ainda atordoado.
O trem acaba de passar. Josué está do outro lado, sozinho, e jogado no chão.
Ninguém entende.
O trem acaba de passar. Josué está do outro lado, sozinho, e jogado no chão.
Ninguém entende.
CORTA
PARA
CENA
20 APTº 3011 [EXT. / FIM
DE TARDE]
O
corte é feito diretamente nas costas de uma mulher, na altura da
cintura, onde a mão segura uma arma presa na calça.
Rafaela anda de um lado e de outro, mantendo a mão nas costas e outra no celular. Ela disca, e ninguém atende.
O visor do celular exibe o nome de Josué.
Em seguida, Rafaela olha o relógio.
Rafaela anda de um lado e de outro, mantendo a mão nas costas e outra no celular. Ela disca, e ninguém atende.
O visor do celular exibe o nome de Josué.
Em seguida, Rafaela olha o relógio.
Ouvimos
um barulho.
RAFAELA:
(susto) Quem ta aí?
Ninguém
responde.
Rafaela
bate na porta.
RAFAELA:
(murmurando) Anda logo com isso, Danilo.
Ouvimos
passos. Rafaela se volta, assustada.
Um homem, com um roupa negra, se aproxima da garota segurando um canivete.
Um homem, com um roupa negra, se aproxima da garota segurando um canivete.
RAFAELA
(medo / saca a arma): Não chega perto, senão eu atiro!
O
homem não obedece.
Rafaela engatilha e atira, mas a arma trava.
Rafaela engatilha e atira, mas a arma trava.
RAFAELA:
Droga! (O homem vai se chegando) Aqui você não entra... Aqui você
não entra!
Corte
rápido. O celular e a arma de Rafaela caem no chão.
CORTA
PARA
CENA
21 EDIFÍCIO -
ESTACIONAMENTO [EXT.]
Rafaela
é jogada para dentro de um carro onde há outros dois homens, o
motorista e o carona.
Outros dois caras mal encarados disfarçam, encostados a um carro.
Outros dois caras mal encarados disfarçam, encostados a um carro.
CORTA
PARA
CENA
22 APTº 3011 [EXT.]
A
porta é aberta, Dcr sai com uma pequena mala, e estranha a ausência
de Rafaela.
De repente, Dcr se mostra tenso. Há um homem apontando uma pistola para sua cintura.
De repente, Dcr se mostra tenso. Há um homem apontando uma pistola para sua cintura.
CORTA
PARA
CENA
23 EDIFÍCIO –
ESTACIONAMENTO [EXT.]
Dois
seguranças estranham uma movimentação do outro lado do
estacionamento.
De repente, dois carros, um cinza-claro e outro, cinza-escuro, saem em alta velocidade. Um outro segurança se aproxima com uma rádio.
De repente, dois carros, um cinza-claro e outro, cinza-escuro, saem em alta velocidade. Um outro segurança se aproxima com uma rádio.
SEGURANÇA
#4: Eles foram pegos!
Todos
eles entram em seus respectivos carros pretos e seguem atrás.
CORTE
BRUSCO PARA
CENA
24 COLÉGIO FRANÇA –
AUDITÓRIO [INT. / FIM DE TARDE]
O
salão está cheio, garotas de vestidos brancos e garotos de terno.
No palco, um microfone e uma mesa, onde está o diretor e Cipriano.
DIRETOR:
Raíza Maciel!
Os
alunos começam a fazer bochichos, e outros na frente olham para
trás. Raíza, com a testa escorrendo sangue, vem andando pelo
estreito corredor que separa as fileiras de bancos, trajando seu
vestido amarrotado, com uma expressão desatenta, olha a todos ainda
consternada.
Cipriano
disfarça um sorriso de deboche.
CORTE
RÁPIDO
CENA
25 RUAS DA CIDADE [FIM DE
TARDE]
Os
carros da cena 23 seguem pela alta estrada.
Corta para o interior de um dos carros.
Corta para o interior de um dos carros.
Atrás
do banco do motorista, o segurança#1 aponta a arma para a cabeça de
Dcr, amarrado com as mãos para trás.
DCR:
O que vocês fizeram com a Rafaela? (p) O que vocês fizeram com ela?
O
segurança#1 finca o cano da arma em sua testa. Dcr reclama de dor.
SEGURANÇA#1:
(mal encarado) Cala essa boca!
Corta
para o carro cinza-escuro
O
segurança#2, no banco da frente, olha para trás, e o segurança#3
mantém Rafaela, esboçando medo, sob a mira de um revólver.
MOTORISTA:
(olha pelo retrovisor, dois carros pretos o segue)
Tony,
dá um jeito neles.
O
segurança#2 coloca a cara na janela...
Corta
para o seu exterior
...E
atira contra o pneu do carro que vem atrás, mas acerta o capô. O
carro desvia por um instante, mas volta a sua rota.
O
segurança de Cael surge da janela e atira, o segurança#2 (Tony) se
afasta rapidamente e o tiro acerta o retrovisor. É a vez desse carro
fazer um desvio pela estrada. Ouvimos buzinas.
Os
carros dão uma guinada.
CORTE
RÁPIDO
CENA
26 COLÉGIO FRANÇA –
AUDITÓRIO [INT.]
Raíza
está no palco, com os olhos carregados, querendo chorar. O homem lhe
entrega um diploma enrolado numa fita verde e a abraça.
Raíza encara a plateia.
Raíza encara a plateia.
CIPRIANO:
Raíza, o que aconteceu?
Você não quer ir ao toillete lavar esse rosto?
Raíza
impede algum contato.
RAÍZA:
ME DEIXA! (perturbada) Essa é a minha formatura...Eu não posso
faltar.
Rapidamente,
policiais invadem o local. Os alunos se levantam, Raíza se afasta
com medo.
Três enfermeiros e Josué vêm atrás causando balburdia.
Três enfermeiros e Josué vêm atrás causando balburdia.
JOSUÉ:
Podem pegá-la.
DIRETOR:
O que está acontecendo aqui?
JOSUÉ:
Desculpem o transtorno. Mas a Raíza não está em plenas faculdades
mentais. Peço a todos que se afastem.
RAÍZA:
Mentira! Ele quer que todo mundo pense que fiquei louca! Eu não to
louca!
Raíza
pula do palco, sai correndo por entre os colegas, mas um policial a
detém. Dois enfermeiros agarram Raíza. Ela grita e luta em vão
para se esquivar. A cena é deplorável.
CORTA
PARA
CENA
27 AVENIDA BRASIL [FIM DE
TARDE]
Um
caminhão de carga, carregando alguns carros na lataria, segue numa
velocidade média. Corta.
Os
carros pretos perseguem seus alvos. Os homens de cada carro trocam
tiros.
Vários ângulos, muita ação.
O caminhão de carga e os carros onde estão Dcr e Rafaela se aproximam da ponte.
Vários ângulos, muita ação.
O caminhão de carga e os carros onde estão Dcr e Rafaela se aproximam da ponte.
CORTE
RÁPIDO
CENA
28 COLÉGIO FRANÇA
[EXT.]
Carros
de polícia e uma ambulância cercam o local. Alunos, professores e
curiosos assistem Raíza ser arrastada pelos enfermeiros de camisa de
força. Raíza ainda esperneia.
RAÍZA
(surtada): Me solta! Me
solta! Cadê o meu pai? Pai, me tira daqui, me tira daqui!
Josué
segura no rosto de Raíza.
JOSUÉ:
O seu pai não vai te ajudar; O seu pai tá morto, ouviu bem? Agora
quem cuida de você sou eu!
Baque
em Raíza.
CORTA
PARA
CENA
29 PONTE RIO-NITERÓI [FIM
DE TARDE]
O
carro cinza-escuro tenta uma ultrapassagem perigosa, logo atrás de
um corsa branco.
Os carros pretos logo atrás. Há uma troca de tiros entre os ocupantes desse carro e os do carro cinza-escuro.
Quando finalmente o corsa branco ultrapassa, um ônibus surpreende vindo de frente.
Os carros pretos logo atrás. Há uma troca de tiros entre os ocupantes desse carro e os do carro cinza-escuro.
Quando finalmente o corsa branco ultrapassa, um ônibus surpreende vindo de frente.
Corta
para o interior do carro cinza-escuro.
Todos
se apavoram. Rafaela grita.
Volta
pra o exterior
O
carro desvia violentamente.
Outros
carros freiam de forma brusca.
O carro cinza-escuro bate de contra a grade da ponte, rodopia no ar e despenca no mar.
Um dos veículos do caminhão cai na pista.
O carro cinza-escuro bate de contra a grade da ponte, rodopia no ar e despenca no mar.
Um dos veículos do caminhão cai na pista.
Pânico
em todos no carro cinza-claro.
=
= CENAS SE ALTERNAM = =
A
porta da ambulância é fechada. Raíza gritando lá dentro.
O
carro desvia do veículo tombado, mas vai de encontro a lataria do
caminhão.
Muita tensão.
Forte batida arrebenta todo o vidro dianteiro. Cena chocante.
Muita tensão.
Forte batida arrebenta todo o vidro dianteiro. Cena chocante.
A
tela se fecha num baque.
Continua
na próxima temporada
SÉRIE
ESCRITA POR:
Cristina Ravela
ESTRELANDO:
Maria Flor - Raíza
Michael Rosenbaum - Cael
Pierre Kiwitt - Marco
Caio Blat - João Batista
Nathália Dill - Ari
Aaron Ashmore - Dcr
Fernanda Vasconcellos - Rafaela
Alinne Moraes - Valentina
Caco Ciocler - Josué
Juan Alba - Bruno
Thiago Rodrigues - Cipriano
Cristina Ravela
ESTRELANDO:
Maria Flor - Raíza
Michael Rosenbaum - Cael
Pierre Kiwitt - Marco
Caio Blat - João Batista
Nathália Dill - Ari
Aaron Ashmore - Dcr
Fernanda Vasconcellos - Rafaela
Alinne Moraes - Valentina
Caco Ciocler - Josué
Juan Alba - Bruno
Thiago Rodrigues - Cipriano
PARTICIPAÇÕES:
Monique Alfradique - Joana
Alexandre Barilari - Víctor
Ed Oliveira - Tony
Aramis Trindade - drº Munhoz
Ator não definido - Edson
Sujeito#2
Segurança#1
Segurança#3
Polícia#2
Monique Alfradique - Joana
Alexandre Barilari - Víctor
Ed Oliveira - Tony
Aramis Trindade - drº Munhoz
Ator não definido - Edson
Sujeito#2
Segurança#1
Segurança#3
Polícia#2
PARTICIPAÇÃO
ESPECIAL:
Paulo Vilela - André
Jane Saymour - Lara
Werner Schünermann - Ivan
Paulo Vilela - André
Jane Saymour - Lara
Werner Schünermann - Ivan
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