0:00 min
RAÍZA 2ª TEMPORADA SÉRIE
0:32:00 min
WEBTVPLAY APRESENTA
RAÍZA 2
Série
de
Cristina Ravela
Episódio 20 de 23
"Quebra de Sigilo Parte 2"
© 2011, WebTV.
Todos os direitos reservados.
Todos os direitos reservados.
FADE IN
=
= Music
On
– Suspense = =
CENA
EM QUE ANITA PROCURA ARI
Ari
sai do café, apressada, close em seu rosto.
[OFF]:
No episódio anterior...
VOZ
FEMININA: Sempre tão
agitada...
Ari
se volta e se surpreende.
ARI:
Vó Anita?
CENA
EM QUE ARI E DCR CONVERSAM SOBRE ANITA
DCR:
A sua vó veio te cobrar o passado?
[...]
ARI:
[...] Se ela descobre que existe uma chance d’eu ser presa pela
morte do filho dela, ela não vai sossegar até conseguir isso.
[...]
DCR:
[...] Depois de tanto trabalho, acha mesmo que vou deixar que separem
a gente?
CENA
EM QUE CIPRIANO MANIPULA DCR
CIPRIANO:
[...] Acho que você iria precisar muito mais que boa vontade para
driblar a segurança da Coffee Break.
[...]
DCR:
Eu agradeço o conselho, mas não vou precisar. Com licença. (Ele dá
as costas)
CIPRIANO:
Ok, eu só queria ajudar (Dcr para). Mas pense bem em quem fazer esse
serviço, já que você não é Raíza para passar despercebido.
CENA
EM QUE RAFAELA NÃO ACEITA AJUDAR DCR EM SEU PLANO DE INVADIR O
ESCRITÓRIO DE MARCO
RAFAELA: (levanta assustada) Quê?! Cê ta maluco? Tá querendo que eu morra, é?
DCR:
É tão difícil assim pra você fazer algo que já fez antes?
RAFAELA:
[...] Você tem ideia do que o Marco é capaz de fazer? Não, você
não tem. Você pensa como super herói, quer agir como super herói,
mas você não é um super herói, entende?
CENA
EM QUE CAEL É DURO COM DCR
CAEL:
[...] Você tinha me dito que havia um jeito de convencê-la a
aceitar sua ajuda, por isso esperei. Mas parece que você não teve
coragem de pôr em prática esse
jeito, não é?
[...]
DCR:
Mas mesmo que eu a tivesse convencido, o plano não seria executado
por agora, não?
CENA
EM QUE DCR PROCURA CIPRIANO
CAEL
(V.O / desconfiado): Tudo
a seu tempo, Danilo. Você já fez a sua parte, deixe que do resto eu
cuido.
Takes
da cena em que Dcr chega à casa de Cipriano.
Ele
sobe o lance de escadas e aproxima-se da porta principal. Ouvimos
quando esta é destrancada e aberta.
DCR:
Eu espero não me arrepender disso.
CAM
gira e para em Cipriano que sorri satisfeito.
CENA
EM QUE DCR PERDE A INVISIBILIDADE NA COFFEE BREAK E TRAVA UMA LUTA
COM VALENTINA
Dcr
avança em Valentina, Rafaela se joga pra trás, surpresa e assiste a
luta.
Dcr
tenta segurar suas mãos onde está o transmissor, batem de contra a
parede e os dois medem força.
VALENTINA:
Me solta, seu covarde! Eu vou acabar com você!
Ela
se livra dele usando o salto fino sobre sua barriga, lhe
dá um soco de esquerda,
mais um soco, mais um, até que na quarta, com a boca sangrando, Dcr
se esquiva, fazendo a megera socar o ar. Rapidamente, ele a segura
pelas costas, comprimindo sua barriga e tentando torcer seu braço
para trás onde está o rádio. Valentina se contorce, mas não se
esforça muito...
VALENTINA:
Seu imbecil! Você ta perdendo tempo; Eles já sabem que você ta
aqui.
Ele
consegue pegar o objeto e a empurra fazendo-a cair no chão.
CENA
EM QUE DCR É DESCOBERTO PELOS SEGURANÇAS
[...]
Dois seguranças abrem uma porta rapidamente e sobem a escada. [...]
Dcr
corre, close em seu rosto, angustiado, e decidido. O suspense
aumenta.
De repente, ele é atingido na testa com o cano de uma arma fazendo-o cair para trás. Zonzo, sua testa sangra e ele tenta abrir os olhos.
De repente, ele é atingido na testa com o cano de uma arma fazendo-o cair para trás. Zonzo, sua testa sangra e ele tenta abrir os olhos.
[POV
de Dcr]
Marco
surge a sua frente e sorri cinicamente.
MARCO:
Vamos dar uma volta.
CENA
EM QUE MARCO SENTENCIA A MORTE DE DCR
Quatro
carros pretos vêm pela rua, até então vazia, ladeada por casas
velhas, terrenos baldios e galpões abandonados. [...] Os carros
param, DESFOQUE para o porta-malas sendo aberto. Dcr está acordado,
com as mãos amarradas para trás, e desesperado diante dos caras.
SEGURANÇA#1:
O que fazemos chefia?
MARCO:
(frio) Apague. Não queremos que o novo milionário veja o lugar
decadente aonde ele vai se despedir do mundo.
Helena
faz que aprova.
No momento em que Dcr vai levar um soco...
No momento em que Dcr vai levar um soco...
...A
tela se fecha num baque / Music
Off
2X20
QUEBRA DE SIGILO parte II
QUEBRA DE SIGILO parte II
FADE
IN
CENA
1 CURTO-CIRCUITO -
CHAPELARIA [INT. / NOITE]
A
casa está cheia. Ari acaba de colocar a bolsa de uma cliente no
guardador, e volta olhando firme para o seu celular na segunda
bancada abaixo do balcão.
ARI
(p/si): Ai meu Deus, será
que deu tudo certo?
Um
segurança se aproxima deixando-a sobressaltada.
SEGURANÇA#3:
Dona Ariadne? Tem uma
senhora lá fora querendo falar contigo. Disse ser sua vó.
Ari
se perturba.
Cael, do alto da escada, observa quando ela sai.
Cael, do alto da escada, observa quando ela sai.
CORTA
PARA
CENA
2 CURTO-CIRCUITO [EXT. /
NOITE]
Ari
atravessa o portão procurando alguém. Ela vê Anita do outro lado
da rua, próxima a um poste.
DESFOQUE
em Ari já diante da avó.
ARI:
Fala logo, o que é?
ANITA:
Continua petulante, hen garota. É o seguinte, eu andei pensando
muito naquilo que você me falou, e eu não quero prejudicar ninguém
inocente por conta de seus crimes. (Ari retorce os olhos) Entretanto,
como tudo na vida tem um preço e, pro seu maridinho isso não seria
problema/
ARI
(cortando): Olha, eu já
entendi, ta? E sei muito bem onde isso vai parar. A senhora pega a
grana, some, depois volta alegando que a grana acabou.
ANITA:
Que isso, garota? Olha o respeito! Só estou lhe pedindo uma ajuda
de custo. Um valor razoável de 7 dígitos deve ser melhor do que a
prisão.
ARI:
Meu marido não ta por aqui. Não vai dá pra extorqui-lo agora.
ANITA:
Eu espero você ligar pra ele.
ARI:
Não vou ligar coisíssima nenhuma. Estou no meu horário de
trabalho, se me der licença...
Corta
para os carros que freiam bruscamente deixando as pessoas em pânico.
Movimentos rápidos. Portas se abrem, quatro homens encapuzados saem
deles deixando Ari e Anita atônitas. Ari tenta correr, mas acaba
sendo agarrada por dois deles.
ARI:
Ai, que isso?! Me solta, me soltaaaaaaaaa!
Cael,
da porta da boate, assiste a tudo, surpreso.
Ari é jogada para dentro do carro e todos aceleram.
Ari é jogada para dentro do carro e todos aceleram.
ANITA
(maliciosa): Bem feito.
CORTA
PARA
CENA
3 RUAS DA CIDADE [NOITE]
Ângulo
de cima
Os
carros da cena anterior param em frente a um terreno extenso e murado
que leva ao galpão.
Corta para as portas que se abrem, os caras encapuzados retiram Ari à força, também encapuzada, que se debate.
Marco retira o capuz dela deixando-a descabelada. Ari se apavora.
Corta para as portas que se abrem, os caras encapuzados retiram Ari à força, também encapuzada, que se debate.
Marco retira o capuz dela deixando-a descabelada. Ari se apavora.
ARI:
Marco? O que ta acontecendo?
MARCO:
Você não sentiu falta do seu esposo, minha querida? Resolvi
promover um encontro.
O
suspense marca.
CORTA
PARA
CENA
4 GALPÃO [INT. / NOITE]
O
corte é feito direto na expressão de desespero em Ari.
ARI:
DCR! DCR! (Marco a segura / ela se debate) Seu desgraçado! O que cê
fez com ele?
MARCO:
(ele consegue dominá-la / mantém a calma irritante) A pergunta é:
O que você acha que eu deveria fazer com quem entra em meu
escritório sem ser convidado?
Ari
reage surpresa.
MARCO:
Você está surpresa? Não devia. Aquela história de deixar o nosso
acordo para o ano que vem era para ganhar tempo, não era? (tensão
em Ari) Eu entendi tudo. Fico profundamente triste pela sua falta de
palavra.
ARI
(perturbada): Não, olha,
não é nada disso, eu (vacila) eu não sei o que houve, ta? Não
precisa fazer nada contra ele/
MARCO
(corta / cínico): Mas eu
não quero fazer nada contra ele, minha querida (Ari se chateia, com
olhos já molhados). Eu sou um homem bom, você, apesar de tudo, é
uma boa moça, e não precisamos transformar isso num drama, correto?
ARI:
Marco, pelo amor de Deus, deixa ele fora disso/
Ele
toca seu rosto suavemente para limpar as lágrimas.
MARCO
(corta): Me entregue o
segredo de Raíza, e você poderá levar seu amado esposo daqui.
Close
em Ari, pressionada que olha para algo fora da tela.
[POV
de Ari]
Dcr
está caído no chão úmido, próximo a caixas de papelão e isopor.
CORTA
PARA
CENA
5 APTº 403 – CORREDOR
[INT. / NOITE]
CAM
acompanha os passos de alguém enquanto segura uma bandeja com uma
vela acesa e uma xícara de leite.
Ao adentrar o QUARTO, João, em sua cadeira de rodas, observa sua aproximação; Joana nos encara com certo temor.
Ao adentrar o QUARTO, João, em sua cadeira de rodas, observa sua aproximação; Joana nos encara com certo temor.
RAÍZA
(O.S): Trouxe teu leite,
João.
Ela
sorri estranhamente.
As
cenas seguintes se ALTERNAM.
CENA
6 GALPÃO [INT. /
NOITE]
Helena,
encapuzada, acende o isqueiro deixando Ari nervosa.
ARI:
O que vai fazer?
MARCO:
Isso vai depender de você.
ARI
(entrando em desespero):
Por favor, Marco, você não é tão ruim assim...
Helena
ergue a mão com o isqueiro aceso deixando a chama iluminar a face de
Ari, aflita. Marco balança a cabeça positivamente [efeito câmera
lenta na mão de Helena abaixando]...
CENA
7 APTº 403 – QUARTO
DE JOÃO [INT. / NOITE]
Raíza
pega a xícara da bandeja que está sobre a cômoda.
RAÍZA:
Melhor tomar logo antes que esfrie.
João
se volta, arredio, pega a xícara da mão dela com raiva.
JOÃO
(desconfiado): Eu já
disse que não quero tomar agora.
Ele
coloca a xícara de volta no lugar com força. Uma estranha ventania
adentra o quarto assustando Joana.
De
repente, a vela tomba [efeito câmera lenta na vela caindo].
CENA
8 GALPÃO [INT. /
NOITE]
[Efeito
câmera lenta] Ari grita desesperada. O instante em que o isqueiro
cai sobre o chão úmido levantando o fogo coincide com a...
CENA
9 APTº 403 – QUARTO DE
JOÃO [INT. /NOITE]
Em
que a vela cai sobre as pernas de João e incendeia. Ele grita
desesperado, Raíza vai para trás, assustada. Joana grita, mas cobre
a boca em seguida, espavorida.
Josué
chega da porta e se desespera freneticamente.
JOSUÉ:
Meu Deus! João!
Rapidamente,
Josué pega uma colcha e sacode sobre as pernas de João que já
lacrimeja de dor.
Raíza está consternada. Atrás dela, aparece Bruno estarrecido.
Raíza está consternada. Atrás dela, aparece Bruno estarrecido.
BRUNO:
Meu Deus! Mas o que houve aqui?
Já
ouvimos a voz de Josué vinda da cena seguinte.
JOSUÉ
(V.O): Um atentado, isso
que houve ali.
CENA
10 HOSPITAL CENTRAL –
SALA DE ESPERA [INT. / NOITE]
Josué
já falando para Bruno.
JOSUÉ
(nervoso, daquele jeito dele):
A não ser que tenha outra explicação. Será que o incêndio
aconteceu num passe de mágica?
BRUNO:
Josué, quem ia querer fazer uma coisa dessas com o João, me diz?
Josué
encara, por instantes, Joana e Raíza sentadas e tensas com a
situação.
JOSUÉ
(para Bruno): Cê sabe
muito bem quem ia querer fazer uma coisa dessas, não sabe?
Joana
se levanta exasperada.
JOANA:
Seu Josué, ninguém teve culpa.../
JOSUÉ
(grosso): Você fica
quieta, ta bem? (Joana se senta amuada) A polícia vai decidir quem
teve culpa nisso ou não.
BRUNO
(surpreso): Eu não
acredito que você chamou a polícia, Josué.
JOSUÉ:
Não precisei. (Raíza está aflita) O próprio hospital considerou o
caso como tentativa de homicídio, e é claro que eu não me opus.
BRUNO:
Você ta maluco? Enquanto você não ver a minha filha mofar na
prisão você não vai ter sossego!
MARCO
(O.S): Isso não vai
acontecer, Bruno.
Bruno
retorce os olhos, Marco sorri malicioso.
MARCO:
Já conversei com a polícia e expliquei que tudo não passou de um
ledo engano. (pausa / Josué põe as mãos na cintura, inconformado)
Evitei o máximo que eles soubessem a identidade da vítima (para
Raíza) para não ter más recordações...(sorri sarcástico)
JOSUÉ:
E João é que sai perdendo, não é mesmo, Marco?
MARCO:
Não se aflija, Josué. Tudo vai depender da conversa que nós três
(para Joana e Raíza) tivermos, pois a polícia vai querer me ouvir
novamente e, eu não quero dar um falso testemunho...
BRUNO:
E essa
polícia não vai querer ouvir a
família, não?
Marco
toca o ombro de Bruno.
MARCO:
Eu só quero poupá-los do constrangimento. (pausa / olha
sinuosamente para Raíza e Joana) Vou esperar por vocês na
lanchonete. Em meia hora.
Marco
sai, Bruno está pasmo.
CORTA
PARA
Takes
da cidade à noite.
CENA
11 FACHADA - HOSPITAL
CENTRAL [NOITE]
Corta
para HOSPITAL – QUARTO [INT. / NOITE]
Dcr
está deitado na cama, de olhos fechados. Seu rosto está marcado e
há hematomas pelos braços. Ele abre os olhos, e sorri ao ver Ari ao
seu lado.
DCR:
Ari...Que bom te ver de novo.
Ari
esboça tristeza, mas sorri aliviada.
DCR:
Você deve ta chateada comigo, não é?
Ari
aperta sua mão, fervorosamente.
ARI:
O importante é que você ta bem.
Dcr
sorri meio desconfiado de sua reação.
DCR:
Eu devo ta com a cara horrível. (p) Você não trouxe sua maquiagem,
não?
Ari
ri, escondendo sua tristeza.
ARI:
É bom de ter de volta.
CORTA
PARA
CENA
12 HOSPITAL CENTRAL –
CORREDORES [INT. / NOITE]
Ari
está saindo pela porta, cabisbaixa. Marco surge de repente e a
abraça, fazendo com que ela se assuste.
MARCO:
Como está o seu esposo?
Ela
tenta se soltar dele, com raiva, e ele força o abraço, continuando
a andar com ela.
MARCO:
Pelo visto ele está bem, não é? Não vai ficar com nenhuma sequela
desta noite.
Ela
permanece calada.
MARCO:
Cumpri com o prometido, certo?
Ari
não responde, chateada.
MARCO:
E já que ele está bem, que tal você cumprir com o seu acordo e
ficarmos todos felizes?
ARI:
(irada) Não tem como eu
ficar feliz, ta? Minha vó teve a mesma idéia que a sua e eu sei
muito bem que grana nenhuma vai fazê-la desaparecer da minha vida.
MARCO:
Hmmm...Parece que você está em maus lençóis, minha querida, mas
não se perturbe.
Marco
para forçando-a a parar também. Põe as mãos nos bolsos da calça
e se vira de frente para ela.
MARCO:
(cont.) Os bons sempre vencem, não é assim? (Ari apenas o encara,
com raiva) Te espero em meu escritório em duas horas. Não se
atrase.
Ele
dá as costas deixando Ari possessa.
JOÃO
(O.S): Ari! (pausa) Ari!
Ari
olha para onde vem a voz e se depara com João na cama do quarto ao
lado e com as pernas enfaixadas e suspensas.
ARI:
João?
CORTA
PARA
CENA
13 HOSPITAL CENTRAL –
QUARTO [INT./ NOITE]
A
conversa entre Ari e João já está iniciada.
JOÃO:
E foi isso. Meu tio acredita que foi tentativa de homicídio.
ARI:
Que absurdo! Essa obsessão que ele tem em te proteger da Raíza é
delirante. Não é bem essa atitude que uma pessoa como ele deveria
ter...
JOÃO:
Uma pessoa como ele...Como assim?
Ari
quase ia falando demais.
ARI:
Ah...De bom tio...Para ambos os sobrinhos. (p) Mas você não leva fé
no que ele disse, não né?
JOÃO:
Ari, o único spray que uso é o que a Joana trouxe do hospital/
ARI:
(corta) E por isso você acha que a Raíza trocou os sprays por um
inflamável para tentar te desmascarar?
João
finge expressão de dúvida.
JOÃO:
Ah, sei lá...Você teria outra explicação? No fundo você acha a
mesma coisa, não acha?
ARI:
O que eu acho é que você deveria abrir o bico, falar logo que já
pode andar, porque se a Raíza tiver alguma coisa a ver com isso
mesmo, ela pode fazer coisa pior, não pode?
JOÃO:
Tá vendo? Você já ta considerando a hipótese/
ARI:
(nervosa) Não to considerando nada, garoto! Não distorça o que eu
disse!(ele emudece, assustado) Você ta passando dos limites. Aquele
papo de querer que a Raíza dissesse a verdade, que te empurrou do
viaduto, era balela, eu sempre soube disso. Mas como eu tava
agradecida por você ter me salvado, eu preferi guardar segredo. Mas
eu não aguento mais ser cúmplice de uma cachorrada dessas.
JOÃO
(ressabiado): Do que você
ta falando?
ARI:
Do verdadeiro motivo de você estar fingindo esse tempo todo (tensão
em João). Você sabe que a Raíza não teria coragem de te jogar na
cadeia com você nesse estado, não sabe?
JOÃO:
Eu...Eu não sei do que/
ARI:
(corta / joga) Você sabe onde está a única prova do que eu to
dizendo? (João fica mudo) Não tem medo que ela apareça de repente?
JOÃO
(desconversa): Você...Você
ta nervosa. O que houve?
ARI
(insiste): Não tem medo
que ela apareça de repente?
JOÃO:
(esperto, mas sincero) A única coisa de que tenho medo é que você
me dê as costas, Ari. (ele pega em suas mãos / Ari se mantém fria)
Quando eu levantei daquela cadeira e...E tirei o Victor de cima de
você, eu...Eu juro que tinha esquecido da minha falsa condição.
ARI:
Ah, João...
João
a segura forte.
JOÃO:
Você sabe que eu não agi com a razão naquele momento, não sabe?
(Ari desvia o olhar) Quem abriria mão de um segredo para alguém que
poderia a qualquer momento revelá-lo para a amiga?
Ari
fica ali, só observando o truque barato de João.
CAM
busca Raíza atrás da porta, ouvindo tudo.
CORTA
PARA
CENA
14 HOSPITAL CENTRAL –
QUARTO [INT. / NOITE]
CAM
vai se aproximando da cama onde Dcr está deitado. Este abre os olhos
e vê algo a sua frente que o deixa sem graça.
DCR:
O-oi Cael...
Cael
está parado bem diante dele, sério, e fazendo ar de quem se
compadece com seu estado.
CAEL:
Como está se sentindo?
DCR:
Ahn...Meio quebrado, mas sobrevivo.
Cael
balança a cabeça afirmativamente numa expressão de dar medo,
começa a caminhar para o outro lado, enquanto toca o ferro da cama.
CAEL:
Sabe, eu fiquei surpreso quando a Joana veio me perguntar se eu não
tinha alguém mais capacitado para mandar invadir o escritório de
Marco. Juro que fiquei sem palavras.
DCR
(titubeia): Ahn...Eu...Eu
posso explicar/
CAEL:
(corta) A parte do “vou salvar a minha amada esposa das ameaças de
Marco” eu já sei. Ari me contou. Você podia ter confiado mais em
mim. Eu poderia ter te ajudado, sabe disso.
DCR:
Cael, tem coisas que um homem precisa fazer sozinho, entende?
CAEL:
Não um plano secreto como o nosso. Quantas pessoas já sabem?
Dcr
não consegue responder.
CAEL:
Entendi. Se Joana sabe, Raíza também. Você sabe o que significa a
sua imprudência?
Dcr
faz um gesto para seu próprio estado.
DCR:
Agora sei perfeitamente.
Cael
aproxima o rosto dele inesperadamente.
CAEL
(rude): Isso não é uma
brincadeira, Danilo! (Dcr se assusta) Eu passei meses reunindo
provas, esperando o momento certo de agir, pra você acabar com tudo
numa única noite. Quando você me procurou querendo saber de que
maneira você poderia ajudar Rafaela a se livrar de Marco, eu estava
disposto a ajudá-lo, não estava? A essa altura era pra ela estar
respondendo por cumplicidade. Você também estava disposto a encarar
esse trabalho como adulto, e não como um moleque.
Cael
distancia o rosto dele ainda o encarando. Dcr está sem graça, mas
ressentido.
DCR:
Moleques não se preocupam com o futuro, porque sempre acham que tudo
será eterno.
Cael
põe as mãos nos bolsos da calça, desvia o olhar meio chateado
ainda, passa uma das mãos na cabeça.
CAEL:
Tudo bem...Você não agiu com a razão, mas...Tenho que admitir que
você foi corajoso. (pausa) Mas agora, as coisas ficaram um pouco
mais difíceis. Marco já está de sobreaviso.
DCR:
Eu já pensei num plano B, caso ainda interesse.
CAEL:
Hmmm...Talvez ganhe o meu interesse, depois que você me contar quem
lhe ajudou.
DCR:
Na verdade, ninguém me ajudou.
CAEL:
Você vai me dizer que contou com a sorte para invadir o escritório
de Marco?
Dcr
faz expressão de quem entendeu a que ele se referia.
DCR:
Ahn...Eu...Eu não posso contar. (gagueja) Isso-isso não posso.
CAEL:
Hmmm, está protegendo alguém, entendo...Então você perdeu a
confiança em mim, não é? Porque as pessoas que trabalham comigo
precisam confiar em mim.
Dcr
percebe ali uma ameaça velada entre suas palavras.
DCR:
Não, não é isso, Cael, é que...Da mesma forma que você quer que
eu confie em você, há alguém confiando em mim, sabe?
CAEL:
E esse alguém está na nossa equipe?
Dcr
não tem tempo de responder.
CAEL
(corta/áspero): Porque eu
acho que a minha equipe deve fidelidade a mim, você não concorda?
Dcr
pensa um pouco, hesitante.
DCR:
Olha...Você não ia acreditar.
Cael
se senta na poltrona ao lado, cruza as pernas.
CAEL:
Sou todo ouvido.
CAM
pega os dois de cima. Dcr olha pro teto fazendo suspense, e Cael
junta as mãos, só esperando. A cena lembra um consultório de
psicanálise onde Dcr parece estar num divã.
CORTA
PARA
CENA
15 HOSPITAL CENTRAL –
CAFETERIA [INT. / NOITE]
Uma
colher mexe numa xícara de café, a colher é colocada sobre o pires
e, a mão masculina eleva a xícara, quando duas moças param a nossa
frente.
Joana
e Raíza não sustentam uma cara muito boa.
MARCO
(olhando o relógio do pulso):
Pontualidade inglesa. Sentem-se. Querem café? Posso pedir agora.
Joana
e Raíza, já sentando.
RAÍZA:
(seca) Não viemos tomar café com você. Diga logo o que quer.
Marco
disfarça um sorriso de estranho prazer por aquela grosseria. Toma um
gole do seu café calmamente, o que irrita suas convidadas.
MARCO:
Bem, eu chamei vocês aqui
para tentar encontrar uma solução para o nosso problema.
Joana
e Raíza se entreolham sem entender.
RAÍZA:
Nosso?
Marco
tenta tocar a mão de Raíza sobre a mesa.
MARCO:
Claro, minha querida (Raíza se esquiva). Josué quer encontrar um
culpado para o que aconteceu, o que não é nenhuma novidade, não é
Raíza? (Raíza bufa) E isto seria muito ruim para os meus negócios,
já que, o apartamento está em meu nome. Mas nós três sabemos que
tudo não passou de um acidente, não é mesmo?
Joana
olha para Raíza que fita Marco como a esperar algo pior por vir.
JOANA
(insegura): Cla-claro. Um
acidente.
MARCO:
Entretanto...O spray modificado de forma caseira é a única prova
que contrariaria a nossa tese. (para Joana) A senhorita sabe o que
isso significa em sua carreira, não sabe?
JOANA:
Eu não fiz nada! Eu jamais poria a minha carreira em risco/
RAÍZA:
(corta / fitando Marco) Calma, Joana. Ele sabe que você não teve
culpa (Marco solta um risinho frouxo). Que nós não tivemos culpa.
Mas ele não veio nos dar apoio, não é Marco?
Marco
a encara, esboça levemente um sorriso de satisfação.
MARCO:
Eu só estou tentando dizer que, Josué não acredita em acidente e,
não vai deixar impune o que aconteceu com João. Se provada a
negligência, a senhorita Joana seria a única responsável por isso.
Joana
esboça pânico; Raíza, aflição.
RAÍZA:
Meu tio não pode fazer isso.
MARCO:
Poder ele pode, minha querida. Mas também podemos evitar que ele
chegue ao extremo. Só depende de você.
RAÍZA:
(tensa / direta) O que você quer que eu faça?
MARCO:
O que eu quero não; O que você
quer fazer para ajudar sua amiga? (raiva em Raíza) Se
responsabilizar pelo o que aconteceu ou...Aceitar a minha proposta de
casamento?
Raíza
o encara, mesclando ressentimento e ódio. Joana ainda está
insegura, olha para ela esperando uma resposta a seu favor.
MARCO:
Acho que você quer pensar, não é? (p) Você tem até meia-noite de
amanhã para me dar uma resposta. Não se pode demorar muito, Josué
é impaciente.
Marco
dá um sorrisinho de canto.
CAM sobe para a janela e revela Cael a espreita odiando o que ouviu.
CAM sobe para a janela e revela Cael a espreita odiando o que ouviu.
=
= Passagem de Tempo = =
CAM
passeia por cima da cidade, onde há a Coffee Break
CENA
16 FACHADA - COFFEE BREAK
[NOITE]
Corta
para o interior do escritório
Mãos
femininas estão sobre o colo, imóveis.
CAM revela Ari sentada, tensa e, atrás dela está Marco meio chocado.
CAM revela Ari sentada, tensa e, atrás dela está Marco meio chocado.
MARCO:
Você está me dizendo.../
ARI:
Que o segredo dela é esse. Satisfeito?
Marco
gira a cadeira onde ela está com força deixando-a assustada, e
apóia as duas mãos de cada lado.
MARCO
(ameaçador): Isso é
alguma brincadeira, é? Você sabe o que pode lhe acontecer se isso
for mentira, não sabe?
ARI:
Eu sei, mas você não tem como ter certeza de outro modo se é
verdade ou não. Duvido que ela algum dia conte isso e, mesmo se
contar, quem iria acreditar em você?
Marco
a segura pelos cabelos com raiva.
MARCO:
Se você estiver mentindo, não é atrás do seu marido que eu vou,
entendeu?
ARI:
(dor) Não sei por que ficou nervoso. Não era isso que você queria?
Hen? Não era isso?
Marco
solta seus cabelos, ajeita o paletó, incomodado.
MARCO:
Pode ir.
Ari
se levanta, preocupada, enquanto ele se senta.
ARI:
E o nosso acordo? E a minha vó? Eu não vou ser presa, não né?
MARCO:
Eu já não mandei você sair?
Ari
fecha a cara, o encara por instantes, e sai batendo a porta.
Marco
pega uma caneta e fica batendo sobre a mesa, pensativo.
CORTA
PARA
CENA
17 COFFEE BREAK [INT. /
NOITE]
=
= Tocando
no Ambiente:
Wake Up Alone – Amy Winehouse = =
Ari
acaba de descer as escadas, passa pelas mesas movimentadas, e para,
encara o balcão e vai até ele.
Ela
fala alguma coisa com um atendente a qual não ouvimos, e sai na
direção de um corredor.
CORTA
PARA
CENA
18 TOILLETE – COFFEE
BREAK [INT.]
Assim
que Ari entra, uma moça sai. Valentina, de rabo de cavalo, avental
sobre o vestido verde e seu salto fino, está lavando as mãos quando
a vê pelo reflexo do espelho.
VALENTINA:
Ora, ora se não é a Bond girl do 007. (ela fecha a torneira) Como
ta o seu maridinho? (ela seca as mãos no papel toalha) Precisando de
retoque naquela carinha bonitinha?
Ari
lhe acerta um TAPA bem dado. Valentina não tem tempo de reagir,
recebe um SOCO de esquerda, ela cai no chão e Ari avança.
ARI:
Você que vai precisar de um retoque, sua vagabunda!
Valentina
recebe mais tapas enquanto tenta se esquivar.
VALENTINA:
PARA COM ISSO, SUA LOUCA! SOCORRO! PARA COM ISSO! PARA!
A
porta é aberta, duas garotas se assustam com a cena e dão o alerta.
VALENTINA:
Cê nunca devia ter saído do hospício, sua maldita!
Dois seguranças invadem e tiram Ari de cima de Valentina.
ARI:
Isso é pra tu aprender a não se meter a besta com gente doida.
(pausa / se recompõe) O que eu tinha pra fazer, eu já fiz.
Os
seguranças ainda a seguram quando Rafaela aparece. Valentina está
descabelada e com sangue escorrendo pelo nariz.
VALENTINA:
Tão esperando o quê? Chamem a polícia, prendam essa louca, façam
alguma coisa, bando de incompetentes!
RAFAELA:
O chefe não vai gostar muito dessa idéia, Valentina, você sabe.
Deixa que eu a levo embora. (Os seguranças resistem) Pode deixar.
Ari
é liberada e vai embora com Rafaela.
=
= Music Off
= =
CORTA
PARA
CENA
19 COFFEE BREAK [EXT. /
NOITE]
Rafaela
se mostra animada com o que assistiu.
RAFAELA:
Eu acho melhor você tomar cuidado, hen Ari. Ela não vai querer
deixar barato/
ARI:
(corta / alterada) Não to nem um pouco interessada nos seus
‘achismos’, Rafaela. Isso tudo eu devo a você. Se o Dcr
morresse, a culpa seria sua, ta ouvindo? Sua!
RAFAELA:
Mas eu não tive culpa, Ari. Se o Marco fez aquilo com ele, pensa no
que ele faria comigo? Pensa!
ARI:
E você pensou nas consequências quando resolveu investigar a vida
da Raíza, pensou? Você tem idéia do que eu passei, do que eu tive
que fazer...? (pensa um pouco / Rafaela não entende) Eu vou te dizer
uma coisa, acabou, entendeu? Acabou.
RAFAELA:
Acabou o quê? Do que cê ta falando?
ARI:
Dcr fez de tudo pra evitar que você pagasse pelos crimes do Marco,
mas agora você escolhe: Ou você o entrega, ou eu te entrego pela
morte de Afonso Abjumara.
Baque
em Rafaela.
RAFAELA:
Como é? Que Afonso? Que/
ARI:
Não finja que não sabe, ta legal? Você não foi nem um pouco
cuidadosa enquanto esteve no apartamento de favor.
RAFAELA:
Peraí, Ari, eu não fiz nada, eu não matei ninguém/
ARI:
Você vai explicar isso pra polícia.
Cael
surge entre as duas, estranhando a cena.
CAEL:
Ari?
Rafaela
o encara com medo.
CAEL:
(olhar desconfiado) Eu
pensei que você ainda estivesse no hospital.
ARI:
(sarcástica) Não, eu vim apenas cumprimentá-la. Trocar umas
idéias. Falar sobre o futuro...
CAEL:
Hmmm...Eu vim falar com o Marco. (para Rafaela) Será que ele se
encontra em seus aposentos reais?
Rafaela
encara Ari, temerosa.
CORTA
PARA
CENA
20 COFFEE BREAK –
ESCRITÓRIO [INT. / NOITE]
Marco
está sentado, rindo muito, cheio de charme como sempre.
MARCO:
E isso aconteceu aqui? (ri mais um pouco)
Valentina
está diante dele, possessa, ainda com o cabelo desgrenhado e o rosto
marcado.
VALENTINA:
Do que é que você ta rindo, Marco?
MARCO:
Da sua falta de sorte, querida. Tentou pegar o marido da outra e
acabou apanhando. Você tem que ter mais cuidado, hen.
VALENTINA:
Como é que é? Você pediu pra mantê-lo o máximo aqui até você
chegar. Ele invadiu seu escritório sabe lá como. Eu fiz isso por
você.
MARCO:
Quem mais sabe disso? Para todos os efeitos, você apanhou porque se
meteu com o marido da Ari. E ponto final.
VALENTINA:
Escuta aqui, tu não vai fazer isso comigo não, hen, não se faça
de sonso/
MARCO:
Calma, minha querida, eu estou brincando. (pausa) Mas eu não posso
fazer nada contra alguém que cumpriu com o meu acordo. Já se
esqueceu que sou um homem de palavra?
VALENTINA:
Nunca soube que você fosse um homem de palavra, Marco (ele faz
beicinho). E que acordo é esse? Você anda me escondendo as coisas
agora é?
Marco
se levanta, sorri maliciosamente.
MARCO:
Não há nada aqui escondido de você, meu bem. (A pega por trás)
Mas não quero lhe aborrecer com os meus problemas. (ajeita seus
cabelos, beija sua nuca) Prometo que você vai receber uma adicional
de periculosidade, ok?
Ele
não resiste e ri. Valentina lhe dá um safanão fazendo-o cair sobre
a mesa.
O
telefone toca.
Marco sorri sacana, senta na beirada da mesa e aperta um botão.
Marco sorri sacana, senta na beirada da mesa e aperta um botão.
MARCO:
O que é Rafaela?
RAFAELA
(V.O): O Cael quer falar
contigo. Posso mandar subir?
MARCO:
(irônico) Mas é claro, é uma honra. (desliga o telefone / para
Valentina) Se não quiser que ele te veja assim, melhor sair. Depois
a gente volta a falar sobre aquele adicional.
Ele
ri e ela sai furiosa.
=
= Passagem de Tempo = =
Close
na fachada da COFFEE BREAK [NOITE]
CORTA
PARA
CENA
21 COFFEE BREAK –
ESCRITÓRIO [INT. / NOITE]
Marco
continua sentado na beirada da mesa. A porta é aberta, Rafaela entra
e, em seguida, entra Cael. Rafaela sai e fecha a porta.
MARCO:
(irônico) Cael, Cael...Estou profundamente chateado com você.
Cael
vem andando calmamente, mãos nos bolsos da calça, sem pressa.
CAEL:
Engraçado, eu ia dizer a mesma coisa.
MARCO:
Espero que não tenha vindo brigar comigo pela péssima recepção
que ofereci ao seu funcionário. Você sabe, eu fico nervoso quando
sou pego de surpresa.
CAEL:
Imagine então como estou depois de saber que você propôs casamento
a minha namorada. (Marco esboça indiferença / provoca) Usando de
meios escusos, claro, porque você não conhece outro jeito de se
aproximar de alguém, não é?
MARCO:
(finge que não ouviu / provoca) Ah, então já soube da novidade?
Será que ela aceita, ou vai deixar a pobre Joana responder por
negligência?
CAEL:
Você premeditou tudo, não foi? Desde o boicote a minha boate até a
prisão de Raíza pela morte de dona Andréa. Não duvido nada que
você tenha alguma coisa a ver com esse incidente.
Marco
se levanta e dá as costas enquanto fala.
MARCO:
(suspira) Ah, meu irmão, você não aceita que sua namorada seja
capaz de coisas tão baixas para se ver livre do primo, não é?
(Cael emudece / Marco se volta) O que você acha? Ciúmes? Inveja?
Antipatia gratuita?
CAEL:
É isso que você quer, não é? Que as pessoas sejam iguais a você.
É a possibilidade de semelhança que o atrai nela?
MARCO:
Você já parou para pensar que em tudo pode haver um fundo de
verdade? Eu não sou tão criativo assim quanto pareço.
CAEL:
Mas tem se esforçado bastante para tomá-la de mim.
MARCO:
(sorri, ergue as sobrancelhas) Não será tomado se ela vier de boa
vontade.
Cael
se enche de raiva e avança...
CAEL:
Você não presta!
Cael
lhe pega pelo colarinho furioso.
CAEL:
Você quer me destruir, mas antes que você faça, eu o farei
primeiro! (raiva em Marco) Se você quer um motivo para se vingar de
mim com razão, eu te dou esse motivo, ta ouvindo? Por que o meu
limite com você acabou! Acabou!
E
solta dele ainda em fúria.
Cael sai da tela deixando Marco de olhar inquieto, e segurando o ódio.
Cael sai da tela deixando Marco de olhar inquieto, e segurando o ódio.
CORTA
PARA
Manhã
/ CAM pega de cima alguns prédios
CENA
22 FACHADA – APTº 215
[DIA SEGUINTE]
Corta
para o interior do APTº 215- SALA
Ari
e Dcr, este com marcas pelo rosto, acabam de entrar, abraçados. Diva
está logo atrás, fechando a porta, sorridente.
DIVA:
O médico não havia dito que você só ia sair de tarde? Vocês não
fugiram não, né?
DCR:
Esse era o meu plano de ontem, mas a Ari frustrou com as minhas
tentativas.
Ari
ri, e Helena aparece no corredor.
DIVA:
O que a polícia disse sobre o caso?
Ari
e Dcr se entreolham.
DCR:
(mente) Ahn...A polícia vai tentar investigar, mas...A senhora sabe,
os caras estavam de capuz, eu não poderia reconhecer nenhum.
ARI:
Além do que ele foi confundido com alguém, né? Só pode.
DIVA:
Mesmo assim eu acho.../
DCR:
Vamos esquecer isso, mãe, pelo amor de Deus. Depois do que eu
passei, a única coisa que quero é aproveitar cada minuto da minha
vida ao lado das pessoas que eu amo.
Diva
sorri contemplando o casal, e Helena vem por trás, com aquele olhar
de cobra.
DCR:
(cont.) E fazê-las felizes ao meu lado também, o que não é muito
difícil, né? (Risos dele, de Ari e Diva) Por isso, (segura na mão
de Ari e a olha nos olhos) será que você aceita esse azarado como
seu legítimo esposo, para amar na riqueza ou na pobreza, em casa ou
no hospital, até que a morte nos separe?
Ari
ri incrédula, e feliz.
ARI:
Tá dizendo...Na igreja?
DCR:
Desta vez , sem rapto.
Ela
o abraça forte, e Diva também os envolve no abraço.
Helena observa a cena segurando a raiva.
Helena observa a cena segurando a raiva.
CORTA
PARA
CENA
23 QUARTO DE DCR [INT. /
MANHÃ]
Dcr
se aproxima da cama, senta olhando para uma foto sobre o criado mudo,
em que está ele e Ari no dia em que se casaram no civil na mansão
de Cael. Ao virar-se para deitar, leva um baita susto. Cipriano está
próximo à porta.
CIPRIANO:
Desculpe se lhe assustei.
DCR:
Como entrou aqui?
Cipriano
continua ao batente da porta.
CIPRIANO:
Eu acho que já podemos pular essa parte. (p) Bateram muito?
DCR:
(faz gracinha) Não o suficiente para me deixar invisível.
Cipriano
vem se chegando, olhando ao redor do quarto como quem não quer nada.
CIPRIANO:
Eu falei pra você que era perigoso, não falei? (mente) A
invisibilidade não é um sentimento que você pode controlar. (se
volta / joga) Sorte sua que o Marco não te quis morto. Ele teve um
certo cuidado com você.
DCR:
Como assim? (vacila) Eu fui salvo, não fui? O Marco não ia me
deixar vivo/
CIPRIANO
(por cima): Depois de
tê-lo desafiado? (Dcr o encara rapidamente). Penso que não, mas
para ele poupar a sua vida só se fosse por algo muito importante.
(sonso) Já pensou o que seria?
Dcr
se levanta, demonstra querer ignorar a verdade.
DCR:
Não, ele não poupou a minha vida. Alguém me tirou de lá. Daqui a
pouco o Marco aparece pra tirar satisfação e/
CIPRIANO:
Ele não apareceu no hospital? (tensão em Dcr) Será que ele não
está curioso em saber como você passou pela segurança?
Dcr
inquieta o olhar.
CIPRIANO:
Como imaginei. Devemos presumir então que se você está vivo é
porque ele quis assim, e se ele quis assim/
Dcr
o encara de modo acusador.
DCR
(por cima): Você veio
tocar o terror, é? Se quer saber, eu nunca devia ter feito aquilo.
Nem a Ari e nem a Raíza teriam permitido se soubessem da minha
intenção.
CIPRIANO:
Não tente acusar ninguém das suas ações, meu caro. Você já está
bem grandinho para arcar com as consequências (p). Você é
inteligente, no fundo sabe que não foi por um golpe de sorte que
você está aqui.
DCR:
O que você quer, hen? Veio até aqui pra me contar isso, por quê?
CIPRIANO:
Do que você tem medo, Danilo? De encarar a verdade? De que pode
haver alguém pagando por seus atos?
Cipriano
vai se aproximando e fica cara a cara com Dcr.
CIPRIANO:
Ou de que você não consiga defender esse alguém do Marco? (p) Eu
acho que você é perfeitamente capaz pra isso, não?
Ele
dá um tapinha em seu rosto e sorri.
Close
na expressão abismada de Dcr.
CORTA
PARA
CENA
24 APTº 403 – SALA
[INT. / TARDE]
Josué
anda de um lado e de outro, nervoso. João está sentado no sofá,
com as pernas enfaixadas sobre a mesa central, disfarçando a
ansiedade.
A
porta é aberta e, Joana e Raíza adentram, dando de cara com Josué.
JOSUÉ:
Até que enfim vocês chegaram. Fechem a porta.
Joana
obedece, tensa.
JOSUÉ:
(gesticulando de um lado, e a outra mão na cintura) Senta aqui que
eu quero falar com vocês duas. (p) Aliás, não senta não, porque o
meu recado será rápido.
Raíza
olha para João que se mantém sério.
JOSUÉ:
(cont.) Olhem bem para o João, olhem. (Joana olha penalizada) Vai
ter que adiar a fisioterapia por conta dessa barbárie que aconteceu
aqui.
JOANA:
Seu Josué, a gente não teve a intenção. (para Raíza), diz pra
ele, Raíza, diz!
Raíza
se mostra estupefata por sua reação.
JOSUÉ:
Não vai dizer nada! Eu só não me explodo com você, Joana, porque
sei que você acabou sendo vítima disso tudo também.
RAÍZA:
Tio, alguém plantou aquele spray inflamável aqui. O João usava um
produto que/
JOSUÉ:
(corta) Olha eu já ouvi essa história e não to com cabeça pros
seus delírios, garota! (impaciente) Cê ta querendo se
responsabilizar pelo crime, é isso? Vai dizer o que pra polícia?
Que você quis fazer milagre que nem Jesus?
RAÍZA:
Será que dá pro senhor uma vez na vida prestar atenção no que eu
falo, será que dá?
JOSUÉ:
Não, não dá! O único que atura suas sandices é seu pai, e
futuramente seu marido. Aliás, era esse o recado que eu queria dar.
A Joana pode ser vítima das suas loucuras, mas isso aconteceu
enquanto ela estava aqui, em serviço. Se você não quiser que ela
responda por negligência e perca todos os anos de estudos que ela se
dedicou, é bom que você se case com o Marco e seja infeliz pro
resto da sua vida!
JOANA:
Mas seu Josué.../
JOSUÉ:
Tá dado o recado.
Raíza
encara o tio, olha rapidamente para João que sorri debochado.
RAÍZA
(raiva / para João): Tá
satisfeito?
JOSUÉ:
Não começa, Raíza.
RAÍZA
(aumenta o tom): Tá
satisfeito com o que você fez, seu imbecil? (Josué se aproxima) Tá
satisfeito?
Raíza
se esquiva de Josué, abre a porta e sai furiosa.
Close
em Joana angustiada.
FUSÃO
PARA
Takes
da cidade da tarde, em seguida, da noite
Ouvimos
uma trovoada que ilumina a logotipo da Coffee Break.
CENA
25 FACHADA – COFFEE
BREAK [NOITE]
Corta
para o interior do escritório
O
corte é feito direto num envelope pardo sendo entregue de mãos
masculinas para femininas. Anita abre o envelope e aprecia o
conteúdo.
ANITA:
Uhh, isso é mais do que o combinado.
Marco
está sentado diante dela, relaxado, cotovelos sobre os braços da
cadeira e mãos cruzadas.
MARCO:
A senhora merece pelo ótimo serviço prestado, minha querida (sorri
sacana). Espero que, para onde quer que a senhora vá, esqueça que
tem uma neta.
Anita
vai abrindo a sua bolsa e colocando o envelope.
ANITA:
Não vai me dizer por que quis raptá-la? Não me diga que se
enrabichou pela louca?
Marco
esboça serenidade. O telefone toca.
Marco tira o fone do gancho e atende.
Marco tira o fone do gancho e atende.
MARCO
(ao telefone): Sim? (p)
Hmmm, ok. (desliga).
Marco
vai se levantando.
MARCO:
Um pouquinho de suspense torna a aventura mais emocionante (sorri
charmoso). (Ele a envolve num abraço levando-a até a porta) Foi um
prazer negociar com a senhora.
ANITA
(sorrindo de canto a canto):
O prazer foi meu, seu Marco. Espero que não se arrependa de ajudar a
Ari, hen; Ela gosta de brincar com o fogo.
E
Anita sai rindo, Marco fecha a porta, pensativo.
=
= TOCANDO: Two Is Better Than One – Boys Like Girls feat. Taylor
Swift = =
Ele
caminha até a poltrona e se senta, relaxado, põe a mão por dentro
do paletó e retira o celular. Olha por instantes, e o coloca sobre o
braço da poltrona. Close no celular.
FUSÃO
PARA
CENA
26 COFFEE BREAK [EXT. /
NOITE]
Chove
pouco.
Anita,
debaixo do guarda-chuva, deixa o café e segue em direção ao táxi
a frente.
CORTA
PARA
TÁXI
[INT.]
Anita
se ajeita, sorridente, e fecha a porta.
ANITA:
De volta para casa, meu rapaz.
O
taxista assente e acelera.
Corta
para o seu EXTERIOR
O
carro avança e pega estrada.
FUSÃO
PARA
CENA
27 APTº 403 – QUARTO DE
JOÃO [INT. / MANHÃ]
O
quarto está na penumbra. João, sentado na cama, com as pernas
descansando sobre a mesma, observa uma foto. CAM vai se aproximando
de sua expressão concentrada.
=
= Flashback = =
INSERT
de ÁUDIO
ARI:
[...] Aquele papo de querer que a Raíza dissesse a verdade, que te
empurrou do viaduto, era balela, eu sempre soube disso.
CORTA
PARA
HOSPITAL
CENTRAL – QUARTO [INT./ NOITE]
Ari
diante de João.
ARI:
(joga) Você sabe onde está a única prova do que eu to dizendo?
(João fica mudo) Não tem medo que ela apareça de repente?
=
= Fim do Flashback = =
VOLTA
À CENA ANTERIOR
João
olha para baixo, CAM acompanha, a foto de Ari é contemplada.
FUSÃO
PARA
CENA
28 MANSÃO DE CAEL –
SALA [INT. / NOITE]
Cael
está ao telefone, decidido.
CAEL:
Não se preocupe, irei encontrá-la.
E
desliga.
Pega o paletó sobre o sofá, coloca no ombro, avança na chave do carro sobre a mesa do bar ao lado de um copo de uísque pela metade, e sai.
Pega o paletó sobre o sofá, coloca no ombro, avança na chave do carro sobre a mesa do bar ao lado de um copo de uísque pela metade, e sai.
FUSÃO
PARA
CENA
29 COFFEE BREAK [EXT. /
NOITE]
Continua
chovendo, agora mais forte.
Marco
caminha até seu carro, com um sobretudo cobrindo suas costas e, ao
lado de um segurança que segura um guarda-chuva para ele.
CAM
vai se aproximando.
A
porta do carro é aberta, Marco olha para a câmera, surpreso.
Raíza
está molhada, o encara mesclando raiva e pesar.
Marco
retira seu sobretudo rapidamente e tenta entregar a ela.
MARCO:
Raíza, se cubra com isso/
RAÍZA:
(coloca a mão na frente / evita o contato) Eu vim dizer que aceito.
(Marco fica paralisado) Fique feliz por essa ser mais uma coisa que
você consegue por seus esforços.
Marco
tenta dizer algo, mas ela dá as costas.
Marco ainda sustenta o ar paralisado.
Marco ainda sustenta o ar paralisado.
SEGURANÇA
#1: Podemos ir, senhor?
Marco
esboça um discreto sorriso, faz que sim, e entra no carro.
Este acelera...
Este acelera...
FUSÃO
PARA
CENA
30 RUAS DA CIDADE [NOITE]
O
carro de Cael vem calmamente pelas ruelas, quando Raíza atravessa a
sua frente. O carro para, Cael, assustado, olha para fora da janela.
CAEL:
Raíza! Entra aí.
Raíza
abre a porta do carro, entra e fecha a porta.
CARRO
[INT.]
Cael
tenta dizer alguma coisa, mas logo Raíza o cala com um beijo ardente
na boca. Cael cede rápido.
CAM
se afasta para o EXTERIOR, e eles continuam se beijando.
FUSÃO
PARA
CENA
31 ESTRADA – BR101
[NOITE]
Vemos
a estrada de cima e ao longe. Sinuosa, é uma estrada perigosa. Um
táxi solitário corre pela alta estrada.
Corta
para o seu INTERIOR
Anita
está com o envelope aberto, conta o dinheiro fácil, maravilhada.
=
= Music Fade = =
O
taxista a olha pelo retrovisor de forma estranha.
De
repente, o táxi freia bruscamente e derrapa na pista.
ANITA:
Mas menino, cuidado!
=
= Music On – Suspense
= =
Ela
vê um homem de preto se levantar do chão e vir até o táxi com
outro sujeito encapuzado.
Um
deles retira o taxista à força e entra em seu lugar.
Anita,
com medo, segura seu envelope com afinco.
O outro sujeito entra no banco do carona com uma arma e um pano branco em outra mão.
O outro sujeito entra no banco do carona com uma arma e um pano branco em outra mão.
ANITA
(pânico / se faz de vítima):
Pelo amor de Deus, eu sou uma velha doente, não façam nada comigo.
SUJEITO:
Não vai doer nada, senhora.
O
sujeito tapa a sua boca com o pano umedecido no clorofórmio. Ela se
debate.
Corta
para o seu EXTERIOR
O
táxi acelera.
O taxista deixado para trás, já está com o celular. Faz uma ligação.
O taxista deixado para trás, já está com o celular. Faz uma ligação.
TAXISTA:
Feito.
E
desliga.
CORTA
PARA
CENA
32 ESTRADA – BR101
[NOITE]
O
táxi se aproxima de um túnel.
As
portas da frente e de trás abrem e os dois sujeitos pulam, um deles
segura a bolsa de Anita.
O
carro adentra o túnel, no meio do breu luzes de um caminhão que vem
em alta velocidade.
Ouvimos uma buzina estridente.
Ouvimos uma buzina estridente.
A
cena se fecha num baque, seguida de uma forte batida.
=
= Music Off = =
=
= FIM DO EPISÓDIO = =
SÉRIE
ESCRITA POR:
Cristina Ravela
ESTRELANDO:
Maria Flor - Raíza
Michael Rosenbaum - Cael
Pierre Kiwitt - Marco
Caio Blat - João Batista
Nathália Dill - Ari
Aaron Ashmore - Dcr
Fernanda Vasconcellos - Rafaela
Alinne Moraes - Valentina
Caco Ciocler - Josué
Juan Alba - Bruno
Thiago Rodrigues - Cipriano
Cristina Ravela
ESTRELANDO:
Maria Flor - Raíza
Michael Rosenbaum - Cael
Pierre Kiwitt - Marco
Caio Blat - João Batista
Nathália Dill - Ari
Aaron Ashmore - Dcr
Fernanda Vasconcellos - Rafaela
Alinne Moraes - Valentina
Caco Ciocler - Josué
Juan Alba - Bruno
Thiago Rodrigues - Cipriano
PARTICIPAÇÕES:
Monique Alfradique - Joana
Thaís de Campos - Helena
Júlia Lemmertz - Diva
Monique Alfradique - Joana
Thaís de Campos - Helena
Júlia Lemmertz - Diva
PARTICIPAÇÃO
ESPECIAL:
Nicete Bruno - Anita
Nicete Bruno - Anita
OUTRAS
PARTICIPAÇÕES:
Segurança#1
Segurança#2
Segurança#3
Taxista
Segurança#1
Segurança#2
Segurança#3
Taxista
TRILHA
SONORA:
Wake Up Alone - Amy Winehouse
Two Is Better Than One - Boys Like Girls feat. Taylor Swift
Wake Up Alone - Amy Winehouse
Two Is Better Than One - Boys Like Girls feat. Taylor Swift
0 comentários: