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RAÍZA 2ª TEMPORADA SÉRIE
0:35:00 min
WEBTVPLAY APRESENTA
RAÍZA 2
Série
de
Cristina Ravela
Episódio 12 de 23
"Herança"
© 2010, WebTV.
Todos os direitos reservados.
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FADE IN
= = FLASH FORWARD = =
Takes da cidade do Rio de Janeiro
à noite.
CENA 1
CURTO-CIRCUITO – FUNDOS [NOITE]
= = Music ON – Suspense = =
Ouvimos passos apressados. Pernas
de homem atravessam a tela numa calçada escura. Logo corta para
frente dele e vemos se tratar de Dcr, semblante assustado, olha para
trás a todo instante. Ele para diante de uma parede, respira
ofegante.
DCR:
Boca maldita...Era só uma brincadeira...
Câmera focaliza bem seu rosto
aflito olhando para trás. Quando faz que vai correr novamente leva
um tremendo susto. Raíza está bem a sua frente de uniforme.
DCR (espavorido):
Raíza! Pelo amor de Deus, quer me matar de susto?
RAÍZA (séria):
Não devia brincar com essas coisas.
Dcr a pega pelo braço e vai
empurrando-a enquanto olha para trás.
DCR:
Vem cá, olha...Não podemos ficar aqui. Tem um cara me seguindo,
vamos tentar dar a volta...
RAÍZA:
Peraí! (Dcr para a sua frente) Isso não é uma brincadeira mesmo,
não, né?
DCR (tom intrigante):
Você deve saber que não...
Tensão.
Um sujeito se joga em Dcr que
bate de contra a parede, recebe um soco e cai no chão. Raíza tenta
lhe ajudar e vê que sua boca sangra.
Um homem mascarado está diante
deles apontando-lhes a arma. Ele faz um sinal com a mão para eles
passarem a grana.
HOMEM:
A bolsa, garota, anda!
Enquanto Dcr se recompõe, Raíza faz que vai abrir a bolsa.
Enquanto Dcr se recompõe, Raíza faz que vai abrir a bolsa.
HOMEM:
Eu mandei você passar a bolsa, espertinha!
DCR:
Espere!
Ele tenta se levantar, põe as
mãos nos bolsos da calça e retira sua carteira. O homem faz sinal
para ele jogar e assim Dcr o faz.
O homem abre a carteira e se irrita.
O homem abre a carteira e se irrita.
HOMEM:
Que palhaçada é essa?
Ele vai até Dcr e o levanta
violentamente.
HOMEM:
Ninguém te ensinou a andar prevenido não, ô mané?
RAÍZA:
Por favor...!
O cara empurra Dcr e se afasta
mirando nele.
RAÍZA:
‘Cê’ não precisa fazer isso!
O homem nervoso lhe aponta a
arma, Dcr se joga, segura seu braço fazendo-o mirar ao léu e
consegue dominá-lo pelas costas.
DCR:
CORRE, RAÍZA! CORRE!
RAÍZA:
Não, não vou te deixar aqui!
Não há muito tempo; O mascarado
acerta uma cotovelada no estômago de Dcr e ele acaba caindo na
calçada, vencido.
Raíza, assustada, vai até ele e
o abraça.
HOMEM (raiva):
Vai bancar a herói no inferno...
Ele atira no exato momento em que
a tela se fecha.
= = FIM DO FLASH FORWARD = =
2x12
HERANÇA
HERANÇA
FADE IN
CENA 2
FACHADA – ED. ELDORADO [MANHÃ DO MESMO DIA]
Corta para o APTº 215 [EXT.]
Close na porta fechada. Ela é
aberta, Dcr sorri para alguém fora da tela.
DCR:
Bom dia.
O homem de uns 60 anos que está
diante dele usa terno e gravata.
HOMEM:
Bom dia. Meu nome é Jorge Siqueira, advogado de Danilo Costa.
DCR:
Meu advogado? Em que encrenca me meti?
Jorge ri.
JORGE:
Você deve ser Danilo Costa Rodrigues, neto de Danilo Costa. Seu avô
materno.
Dcr se surpreende.
Corte rápido
CENA 3
APTº 215 - SALA [INT.]
Dcr e Jorge estão sentados no
sofá. Jorge tem uma pasta preta sobre o colo e lhe mostra uma foto.
Dcr pega e olha a foto sem entender.
JORGE:
É seu avô. Reconhece essas duas ao lado dele?
DCR:
Minha mãe e minha tia. Mas minha mãe disse que ele tinha morrido.
JORGE:
Foi pro bem dele. Ele sofria ameaças de morte, era sargento, sabe
como é... Depois que se aposentou, foi embora do país.
DCR (devolvendo a foto):
Por que fala no passado? Ele...?
JORGE:
É...Ele morreu. Causas naturais, mas ele vinha sofrendo de perda de
memória, morreu na rua sem documentos e a identificação demorou a
sair. Ele acabou sendo enterrado lá longe da família.
DCR:
Poxa...Eu nem o conheci.
Jorge abre a pasta e pega uma
papelada.
JORGE:
Mas antes dele começar a sofrer de perda de memória ele fez o
testamento (lhe entrega a papelada) Você é o único herdeiro de uma
pequena fortuna por ser o neto mais velho. Parabéns!
Dcr pega o documento extasiado
sem saber o que dizer.
A câmera focaliza o corredor
atrás deles. Corta para a entrada de um quarto.
Helena está encostada no batente da porta espiando a conversa. Seu semblante denota ódio.
Helena está encostada no batente da porta espiando a conversa. Seu semblante denota ódio.
FADE OUT
FADE IN
CENA 4
FACHADA – ED. CIRANDA DE PEDRA [MANHÃ]
Corta para o APTº 403 –
COZINHA
Um copo de café vazio é
colocado sobre a mesa sob o olhar de Bruno logo a frente.
BRUNO:
Bebe devagar, Ari. (ele olha seu relógio) Dá tempo.
RAÍZA:
Ela tá louca para o último treinamento na Curto-Circuito. Vocês
vão a inauguração hoje à noite?
JOÃO:
Se eu não for ocupar muito o espaço com essa cadeira...
Todos se entreolham. Ari dá uma
olhadela em João que disfarça, pega seu copo e dá uma golada.
JOSUÉ:
Lá vai ser que nem a outra boate?
RAÍZA:
Tá perguntando se lá tem cassino?
Josué fecha a cara.
JOSUÉ:
Não. Tô perguntando se lá será uma boate como outra qualquer.
BRUNO:
Lá será casa de shows nos finais de semana e boate durante os
outros dias.
RAÍZA:
Humm...Bem informado, hen (sorri).
ARI:
É, parece que todo fim de semana terá um show. (sorrindo) E claro,
a gente não precisa pagar entrada.
BRUNO:
Somos vips.
Ari e Raíza riem.
JOÃO:
Eu sempre disse que a gente se deu bem fazendo amizade com a pessoa
certa.
Raíza não gosta do
comentário.
Josué apoia os cotovelos sobre a mesa, passa a mão em seu cavanhaque, pensativo.
Josué apoia os cotovelos sobre a mesa, passa a mão em seu cavanhaque, pensativo.
JOSUÉ (provoca):
Que isso não saia daqui, mas Cael tem mostrado sua verdadeira
face...
RAÍZA:
O que tá dizendo agora?
JOSUÉ:
Começou com o cassino. Depois ele surpreende a todos quando quase
matou aquele cara...Aquele...
ARI:
Victor.
JOSUÉ:
Isso. Quem diria que o cara que julgou o próprio irmão por atentar
contra sua vida, Raíza, fosse fazer o mesmo contra alguém?
RAÍZA:
Essa é uma comparação ridícula, tio. Cael tava defendendo a Ari e
o Lipe, e o Marco? Hen?
JOSUÉ:
O Marco mostrou ser o que era desde o início. Parece arrependido e
está nos ajudando. (Raíza bufa / Bruno desvia o olhar insatisfeito)
A gente se prende ao passado e se esquece do futuro (fita a sobrinha)
que está por vir. Eu sei quem é Marco, mas já não sei quem é
Cael.
BRUNO (irritado):
Você sempre fala da ajuda do Marco, mas as coisas que ele fez, Cael
poderia ter feito também. Você que não quis.
JOSUÉ:
Será?
Raíza fecha a mão, bate na mesa
com raiva e se levanta.
RAÍZA:
Pra mim já deu!...Saco!
ARI:
Eu também já vou. Tchau gente!
BRUNO:
Vai com Deus, meninas.
Ele e Josué se encaram sob o
olhar atento de João.
CORTA PARA
CENA 5
CURTO-CIRCUITO [INT./MANHÃ]
Vemos um salão de pisos na cor
preta e cinza, luzes estroboscópicas sendo testadas, pilastras
pretas e vermelhas em alguns pontos, mesas e cadeiras , paredes com
metade de azulejos retangulares e na cor cinza claro, um palco bem
estruturado e pessoas trabalhando. Ouvimos barulho de teste de som.
Ari e Raíza andam pelo local
observando a movimentação. Cael surge por trás do palco.
CAEL:
Então, Ari? Preparada para hoje à noite?
Ele se aproxima, dá um beijo na
boca de Raíza e um no rosto de Ari.
ARI:
Tô um pouco nervosa, mas animada.
RAÍZA:
Esse lugar ficou incrível.
CAEL:
É...Sugestão de um certo alguém. Vermelho, preto e cinza. Eu não
imaginava que ficaria tão bom.
Ari e Raíza se entreolham e
riem.
RAÍZA:
E o Dcr? Já tá lá em cima no escritório se aquecendo?
Ari ri.
CAEL:
Não, mas olha ele aí.
Elas olham para trás e veem Dcr
chegar extasiado ao lado de Joana e de uma garota loira, cabelos
lisos e um ar despojado.
DCR:
Oi gente. Chegamos juntos.
Ari vai abraçá-lo.
RAÍZA:
E aí Bárbara? Pronta pro agito?
BÁRBARA: (sorri)
Sempre. E curiosa ao máximo pra saber quem será a atração da
noite.
JOANA (eufórica):
Ai gente, eu tô louca pra saber quem será. Não rola uma dica,
não?
RAÍZA: Cael nem quis me contar.
RAÍZA: Cael nem quis me contar.
CAEL:
Eu tenho certeza que será uma grande surpresa.
Eles sorriem.
BÁRBARA:
Bom eu vou ajudar os meninos no som.
Ela sai. Ari observa Dcr bem
agitado.
ARI:
O que foi, ‘D’? Isso tudo é animação em trabalhar aqui?
Dcr parece que vai explodir de
alegria.
DCR:
‘Cês’ não têm ideia do que me aconteceu...Tô milionário!
Todos se espantam.
CORTA PARA
CENA 6
CURTO-CIRCUITO [INT.]
Todos eles estão sentados em
cadeiras em volta de uma mesa redonda.
RAÍZA:
Você recebeu sozinho uma herança de seu avô? Mas ‘cê’ não
tem uma prima?
DCR:
Pois é, mas meu avô deixou claro no testamento que a herança tinha
que ser pro neto mais velho administrar, sabe, mas eu pretendo
dividir com ela.
Ari o abraça feliz.
ARI:
Esse meu namorado não é um fofo?
Dcr cora e todos eles concordam.
JOANA:
Mas sua prima é menor de idade? Por que sendo assim a parte que você
der tem que ser administrada pela mãe dela, não é?
CAEL:
Exatamente. Sua tia já sabe?
DCR:
Eu não tive tempo de dizer isso, não queria chegar atrasado ao
trabalho (sorri).
CAEL:
Falando nisso, será que vou precisar contratar outro contador?
DCR:
Claro que não, ‘tamo’ junto. (eles riem) Essa grana veio em boa
hora (olha carinhosamente para Ari) Acho que agora não tem nada que
impeça nosso casamento, não é?
É a vez de Ari corar. Cael muda
o semblante de repente ao ver alguém fora da tela.
CAEL:
O que veio fazer aqui?
Marco se aproxima deles, mãos
nos bolsos, sorriso clássico no canto da boca. Faz sinal para trás.
MARCO:
A porta estava aberta e o segurança acreditou que somos irmãos.
(Cael revira os olhos) Quer dizer que vocês dois pretendem se casar
mesmo? Espero que dessa vez a noiva não dê pra trás, hen.
Clima.
CAEL (mantendo a calma):
Você não devia estar trabalhando? O que você faz naquela empresa?
MARCO:
Preocupado com o meu trabalho? Por acaso quer a minha ajuda aqui?
CAEL:
Eu não cometeria um erro duas vezes.
Marco mostra-se debochado, Cael
exibe seu sorriso cínico e todos os outros só observam a cena.
MARCO:
Suponho que isso vale também para o que você fez outro dia com
aquele Victor.
Cael se levanta com uma expressão
nada boa e todos se mostram apreensivos.
CAEL:
Você veio fazer o que aqui exatamente?
MARCO:
Desejar boa sorte para a inauguração e saber se os seus seguranças
estão preparados para que o anfitrião não precise usar a própria
arma.
RAÍZA (se contendo):
Qual é o problema dele usar uma arma? (Marco a encara com olhar
estranho) Até parece que você anda com uma bíblia debaixo do
braço.
Clima.
MARCO:
Eu não sou santo, querida. Mas se você me visse empunhando uma arma
ia me acusar de ser mau caráter, não ia?
Raíza o encara, depois olha para
Cael sem reação.
ARI:
Ele fez isso pra nos defender.
RAÍZA (corta):
Ele sabe disso, só quer provocar.
MARCO:
Se Victor tivesse morrido, ainda sim (olha para Cael) sua morte seria
justificada. (pausa / fita Raíza) É aquela história de que em
legítima defesa qualquer assassino se torna herói.
Raíza se levanta enfurecida.
RAÍZA:
Você fala isso, porque não ama ninguém! Jamais defenderia quem
quer que seja!
MARCO (cínico):
Você quer dizer que mataria por amor?
Raíza tenta avançar, mas Dcr,
ao seu lado a segura.
RAÍZA: Não
coloque palavras na minha boca!
Ari e Joana se levantam
assustadas.
CAEL:
Por favor, Marco! Vai embora!
MARCO:
O que custa a ela admitir que mau caratismo é uma questão de ponto
de vista?
Raíza fecha a cara, sai batida e
com os pulsos fechados.
Todos encaram Marco que mantém o sorriso cínico.
Todos encaram Marco que mantém o sorriso cínico.
CURTO-CIRCUITO [EXT.]
Raíza anda furiosa...
RAÍZA (resmunga):
Que inferno. Agora todo mundo deu pra implicar com isso.
...Se aproxima da curva e quando
vira para bruscamente, assustada com o que vê.
[POV de Raíza]
O dia, agora é NOITE.
Dcr está de costas sendo agarrado pela gola da camisa por um sujeito mascarado.
Dcr está de costas sendo agarrado pela gola da camisa por um sujeito mascarado.
DCR (assustado):
Pode levar o que quiser...
HOMEM:
Cala a boca, mané! (ele vê Raíza o encarando / ela denota medo ao
ser vista) Ah...Temos companhia...
O cara joga Dcr de contra a
parede ao lado. Dcr vê Raíza e se desespera.
DCR:
CORRE, RAÍZA! CORRE!
O mascarado lhe aponta o revólver
e dá três tiros no peito. Raíza tampa a boca aflita, não
acreditando no que vê. O mascarado lhe aponta a arma, a câmera
mostra a cena pelas costas de Raíza e uma mão toca seu ombro a
assustando.
Ela se volta e vemos que o dia
está claro novamente.
RAÍZA:
Cael?
Ela olha para trás e não há
ninguém lá. Se dá conta de que foi uma visão. Torna a encarar
Cael pressentindo o pior. Ele, por sua vez, acaricia seu rosto,
preocupado.
CAEL:
Não gosto quando você sai assim toda vez que o Marco fala uma
bobagem. É o prazer dele.
Ela, confusa, é abraçada. A
câmera foca seu rosto angustiado sobre o ombro de Cael.
A tela se fecha num baque.
= = Passagem de Tempo = =
FADE IN
CENA 7
MERCADO [INT.]
A câmera caminha por entre as
seções onde há pouco movimento. Corta para uma seção de bebidas,
Raíza está abaixada, diante de uma prateleira e pega uma garrafa de
mate leão. Quando se levanta, dá com Cipriano, falsamente
simpático.
CIPRIANO:
Tudo bem?
Ele segura uma cesta vazia.
RAÍZA:
Oi...Tudo e você?
Eles passam a caminhar.
CIPRIANO:
Bem...(pausa) Você não parece legal...Aconteceu alguma coisa?
Raíza demora a responder
visivelmente chateada.
RAÍZA:
Não, é que...(pausa / olha pros lados).
CIPRIANO:
É o Marco, não é?
RAÍZA (tensa):
Você parece me conhecer tão bem...(pausa / eles param diante de
outra prateleira). Ele insinuou que qualquer pessoa que anda armado
tem pretensão de matar. E que se fosse ele eu iria questioná-lo.
Cipriano só a encara.
RAÍZA:
E o pior é que ele tem razão. Eu usaria o caráter dele pra
justificar o uso de uma arma, mas e o Cael?
CIPRIANO:
Por que isso te incomoda tanto, Raíza? Você esperava que o Cael
fosse uma Madre Tereza de Calcutá?
RAÍZA:
Não é isso, é que...
CIPRIANO:
Parece que você fez dele um santo. Só porque ele age muitas vezes
diferente do irmão, não significa que ele não possa errar.
RAÍZA:
Então você também acha que ele errou?
CIPRIANO (se esquiva):
Duas pessoas estão a salvo, não é o que importa?
RAÍZA:
Mas uma pessoa poderia ter morrido. (pausa) Isso faria alguma
diferença, não faria?
CIPRIANO:
Responda você mesma. João poderia ter morrido. Faria alguma
diferença pro seu pai e seus amigos? (Raíza não sabe o que dizer).
Se Cael tivesse matado aquele homem, mudaria alguma coisa pra você?
(pausa)Receio que não. Você sempre soube que ele permitiu um
cassino em seu estabelecimento e continua com ele. E nós dois
sabemos que Cael não é do tipo influenciável.
Raíza se mostra meio impressionada quando àquele comentário.
Raíza se mostra meio impressionada quando àquele comentário.
CORTA PARA
MERCADO [EXT.]
Ari e Raíza caminham pelo
extenso estacionamento onde há vários carros parados e poucas
pessoas transitando.
RAÍZA:
Ari, o que você faria se descobrisse que o Dcr cometeu um crime?
Ari para, assustada.
ARI:
Crime? O que você sabe, Raíza? Que crime ele cometeu?
RAÍZA:
É só uma suposição, menina. (Ari se acalma) Acho que você já
respondeu.
ARI:
Eu não acredito que ainda é por aquilo que o Marco falou?
RAÍZA:
Não foi só ele, né? Foi o meu tio, o Cipriano...
ARI:
Pessoas que não te amam...
RAÍZA:
O Cipriano é meu tio.
ARI:
Josué também.
Raíza para, insatisfeita.
RAÍZA:
Por que eu tenho a impressão de que você não gosta dele?
ARI:
Eu realmente não gosto. O cara surgiu há pouco tempo na sua vida,
mas tudo que ele fala parece que você toma como verdade.
RAÍZA:
Não é bem assim. Ele me dá conselhos bacanas, mas nunca contei a
ele sobre as minhas visões. Você sabe, daqui a pouco serei
pressionada a prever as guerras no mundo.
ARI:
Já é difícil prever as próprias...
Raíza se inquieta, encosta no
capô de um carro e Ari percebe.
ARI:
O que foi? Alguma visão?
Raíza a olha sem saber como
dizer.
RAÍZA:
Eu me lembrei de uma coisa. (pausa) Eu tive uma visão com o Dcr.
Ari se preocupa.
CORTA PARA
CENA 8 FACHADA CAFÉ-VEIGA [MANHÃ]
CENA 8 FACHADA CAFÉ-VEIGA [MANHÃ]
Corta para o interior
Há pouca movimentação. Ari e
Raíza, respectivamente, bebem suco de laranja e mate com pêssego.
ARI:
Meu Deus...E por que você nunca me contou isso?
RAÍZA:
Como dizer que a tia do cara com quem você namora é uma assassina?
ARI:
Mas você disse agora.
RAÍZA:
É, eu disse. (pausa) Mas agora você entende a minha visão? Aquilo
nem de longe será assalto, pra mim essa Helena não vai se conformar
de não ter a filha no testamento.
ARI:
Mas, Raíza, só porque ela matou o Renán certamente porque tava
envolvida com o medicamento que ele tomava, não significa
necessariamente que ela mataria Dcr por uma herança. Veja o caso do
Cael se ele tivesse...
RAÍZA:
Ah não! Não vamos voltar a esse assunto, né?
ARI:
Tudo bem, então...Veja o seu caso, se você tivesse matado...
RAÍZA:
Ari. (Ari se cala) Eu já entendi. Acontece que o Renán trabalhava
na mesma clínica em que o pai do Dcr tava internado e teve o mesmo
surto que supostamente o seu Daniel teve. E nós sabemos que o Renán
não tava louco.
Ari respira fundo.
ARI:
Nossa...Isso tudo parece um quebra-cabeça. Mas o que essa dona
Helena ganha com o seu Daniel internado?
RAÍZA:
Dinheiro é que não é. Pelo o que sei, dona Diva tem a sua
curatela, você sabe, assim como meu pai tem a sua. Ela não pode
vender nada que é dele, mas recebe os benefícios de sua
aposentadoria.
ARI:
Certamente tem seguro envolvido e dona Helena é calculista demais
pra fazer as coisas às pressas.
RAÍZA:
Mas parece que as coisas não ‘tão’ saindo do jeito que ela
queria, e Dcr é sua próxima cartada.
VOZ MASCULINA:
Próxima cartada de quem?
Ari e Raíza se assustam com a
presença de Dcr a frente delas.
FADE OUT
FADE IN
CENA 9
FACHADA - HDM CONSTRUTORA [MANHÃ]
Corta para o interior do
almoxarifado
Vemos três trabalhadores com
capacetes, prateleiras com caixas e materiais empilhados. Um dos
trabalhadores está numa cadeira de rodas de costas e segurando uma
prancheta.
Bruno, também de capacete, se aproxima do corredor, se encosta à prateleira e sorri para o outro na cadeira de rodas.
Bruno, também de capacete, se aproxima do corredor, se encosta à prateleira e sorri para o outro na cadeira de rodas.
BRUNO:
Seu expediente não acabou por hoje, João?
João para de anotar algo na
prancheta e olha o relógio.
JOÃO (sorri):
Falta uns cinco minutos.
BRUNO:
Vou te esperar lá fora, tá?
João faz que sim e Bruno dá as
costas.
Corte rápido
Bruno vem caminhando de frente,
mãos nos bolsos, quando desvia sua atenção para algo ao seu lado
onde há uma janela feita de tijolos com buracos. Ele se espreita.
[POV de Bruno]
No lado externo do almoxarifado,
Marco está de costas ao celular.
MARCO:
Paciência...Você já me pagou duas dívidas, não é? (pausa) Eu
ainda estou sendo bonzinho em não fazer o que eu devia ter feito há
muito tempo...(pausa) É, eu disse. O combinado foi esse, mas não se
esqueça que ainda posso mudar de ideia, Josué.
O rosto de Bruno está em
primeiro plano em dúvida. Ele sai de cena.
= = Passagem de Tempo = =
CORTA PARA
CENA 10
APTº 403 – QUARTO DE BRUNO E JOSUÉ [INT.]
Vemos cenas alternadas em curto
espaço de tempo.
Bruno levantando o colchão, abrindo o guarda-roupa, revirando gavetas. Até que pondo a mão por dentro de uma abertura abaixo da gaveta ele puxa uma caixa de madeira.
Tenta abrir, mas está fechada. Então leva consigo até a cama e senta.
Bruno levantando o colchão, abrindo o guarda-roupa, revirando gavetas. Até que pondo a mão por dentro de uma abertura abaixo da gaveta ele puxa uma caixa de madeira.
Tenta abrir, mas está fechada. Então leva consigo até a cama e senta.
JOÃO (O.S):
Tio! Tudo bem aí?
Bruno olha para a porta fechada.
BRUNO:
Sim...O Josué já deve estar chegando com o almoço.
Ele abre a gaveta da cabeceira,
foco em suas mãos que desliza por tudo que há nela. Pega uma
caderneta e segura por instantes.
BRUNO:
Não posso fazer isso. É do Josué.
Ele torna a colocar no lugar, mas
uma chave de detalhe vermelho cai no chão. Bruno apanha, titubeia,
mas abre a caixa. Ali há uma pasta. Bruno hesita, mas vira a capa e
se surpreende. É a HIPOTECA do apartamento. Sua expressão denota
que não acredita no que vê e põe-se a revirar as páginas. O que
encontra são suas assinaturas também.
A porta do quarto é aberta...
A porta do quarto é aberta...
JOSUÉ:
João me disse que...
Do ponto de vista deste vemos
Bruno olhá-lo de soslaio enquanto segura a papelada.
BRUNO:
Eu não acredito no que tô vendo, Josué.
JOSUÉ (indignado e surpreso):
Você...Você mexeu nas minhas coisas?
Josué fecha a porta com um
semblante paralisado.
BRUNO:
Quando foi que eu assinei isso?
JOSUÉ:
Olha, você não se lembra, mas...
Bruno joga a pasta para o lado e
se levanta.
BRUNO (apontando o documento):
QUANDO FOI QUE EU ASSINEI ISSO?
CORTA PARA A SALA
João se assusta com as vozes
alteradas e se mostra atento.
VOLTA PARA O QUARTO
Josué, surpreso, desvia da
direção de Bruno.
JOSUÉ:
Você não pode me culpar pelo o que fiz!
BRUNO:
E o que você fez, Josué? Falsificou minha assinatura? (Josué faz
que não) Eu não me lembro de ter assinado a hipoteca desse
apartamento, não lembro!
Quando nervoso Josué gesticula
muito.
JOSUÉ:
Você estava entretido com o desaparecimento da Raíza que se
esqueceu que tinha um sobrinho acidentado...
BRUNO (indignado / lembra de
algo): Peraí!...
= = FLASHBACK = =
HOSPITAL CENTRAL – QUARTO DE
JOÃO [INT.]
Bruno está sentado num banco
acolchoado e à sua frente João está deitado e acordado. Josué
entra com uma papelada.
JOSUÉ:
Bruno...Assine aqui para liberar o João.
Bruno se levanta, apanha a caneta
das mãos de Josué e este vai virando somente os rodapés das
páginas enquanto Bruno assina.
= = FIM DO FLASHBACK = =
Bruno se enche de raiva e parte
pra cima de Josué segurando a gola de sua camisa.
BRUNO:
Você agiu de má fé comigo! (ele derruba o irmão na cama) Como é
que você pôde fazer isso? Eu tava tão preocupado com a Raíza, com
o estado do João que não me dei conta de estar assinando papel
demais.
JOSUÉ:
Eu ia pagar, eu não queria que tivesse sido assim.
BRUNO:
Queria sim! Esse dinheiro não era pra pagar o tratamento do João
coisa nenhuma; Era pra pagar uma dívida antiga no cassino, não é?
E pro Marco ainda por cima.
Josué se levanta rapidamente.
JOSUÉ:
Não...Esse dinheiro era pra pagar as duas coisas, tente entender!
E alguém tinha que
pagar a cirurgia do João enquanto você acobertava a Raíza!
BRUNO (ignora):
Eu só quero saber o que você vai dar em troca pro Marco continuar
pagando o tratamento do João? Hen? O quê?
JOSUÉ:
Ele não pediu nada...
Bruno aperta a gola de sua camisa
novamente.
BRUNO:
Eu não sou idiota, Josué! Num dia ele quase mata minha filha e no
outro ele é benevolente?
Josué se desprende dos braços
dele com violência mudando seu semblante de repente.
JOSUÉ:
E o que te faz acreditar que o Cael não ia pedir algo em troca, hen?
Ah claro! Ele já tem a Raíza, pra que outro pagamento?
Bruno furioso lhe acerta um soco.
Josué cai sobre a cama e vemos sua boca sangrar.
BRUNO:
Você nunca mais fale da minha filha nesse tom! Nunca mais!
Ele joga o documento sobre a cama
e sai batido.
Josué se recompõe, limpa a boca
de sangue e vê alguém fora da tela. É João que está próximo da
entrada.
JOSUÉ:
Você...?
JOÃO (sonso):
Eu sei que fez tudo isso pensando em mim. Eu só espero que o tio
Bruno não impeça o Marco de continuar pagando meu tratamento.
JOSUÉ:
Talvez eu nunca consiga pagar essa dívida...
João olha indiferente para seu
tio.
CORTA PARA
CENA 11
CURTO-CIRCUITO – BAR [EXT.]
O corte é feito diretamente numa
coqueteleira sendo sacudida. Logo vemos que é Cael quem o faz. Este
serve num copo sobre o balcão e Dcr o olha admirado.
DCR:
É, um bom empresário manja de tudo um pouco de sua empresa.
CAEL:
Aprendi com Leonard, dono da ‘Open Bar’ em Los Angeles. Imagina
que ele abriu a casa de shows com o dinheiro que ganhou na loteria?
DCR:
Não me dê ideia.
Os dois riem. A câmera vai
passando pelas costas de Dcr. Este bebe o coquetel e aprova.
DCR:
Muito bom...
Cael se apoia no balcão e nota
Dcr meio avoado.
CAEL:
Como se sente como o mais novo milionário da praça?
Dcr pede silêncio.
DCR:
Psiu! Não quero que todos saibam (risos / pausa) Apesar de
que...Sinto como se todos já soubessem e tivessem me perseguindo.
CAEL:
Bem-vindo ao clube!
Risos.
A câmera focaliza as costas de
Dcr e Cael vê alguém fora da tela.
CAEL:
Olha quem veio te pegar pro almoço?
Dcr olha para trás e se levanta
para abraçar seu pai e sua mãe. Cael vem em seguida e cumprimenta
com a mão.
CAEL:
Sejam bem-vindos (sorri).
Daniel sorri, mas logo notamos
seu ar preocupado, se dirige a Dcr e coça o supercílio.
DANIEL:
Fiquei sabendo que você recebeu uma herança... Sozinho.
DCR:
Pois é. (olha para a mãe) Eu não sabia que tinha um avô. E menos
ainda que tava fugido.
Diva abaixa a cabeça, triste.
DIVA:
Eu devia ter contado, mas deixei passar muito tempo.
Daniel a envolve num abraço.
Daniel a envolve num abraço.
DANIEL:
E você já sabe o que fazer com o dinheiro?
DCR:
A primeira coisa é casar com a Ari (sorri animado).
Daniel também sorri, mas desfaz
o sorriso aos poucos.
DANIEL:
Me refiro ao fato de você ser o único herdeiro de seu avô. Você
sabe, tua prima tá fora.
DCR:
Ah, não se preocupe. Vou dar uma parte pra ela e, tenho quase
certeza que administrar no meu lugar ela não ia querer, né?
Daniel disfarça sua preocupação
angustiante enquanto Diva passa a mão no rosto do filho carinhosa e
feliz por ele.
CORTA PARA
CENA 12
FACHADA – HDM CONSTRUTORA [TARDE]
Corta para um dos corredores dos
escritórios.
Secretárias e engenheiros
circulam pelo local. Há visitantes sentados e, Bruno vira na curva
apressadamente e nervoso indo em direção a uma porta fechada. Uma
secretária sentada ao lado da tal porta tenta impedir.
SECRETÁRIA:
Seu Bruno, o seu Marco não quer se incomodado!
Bruno invade a sala, a secretária
o segue. Ele vê Marco de pé de frente para a janela e se voltando
para ele.
MARCO:
Algum problema, Bruno?
BRUNO (se contendo):
Acho melhor você mandar sua secretária sair, porque você não vai
querer que ela ouça o que eu tenho pra dizer.
Marco faz um sinal para a
secretária deixar a sala. Ela sai.
MARCO:
Agora pode explicar a sua invasão?
BRUNO:
O que você vai querer em troca por bancar o tratamento do João?
Marco finge surpresa.
MARCO:
O que disse?
BRUNO:
Não se faça de desentendido! Num dia você quase mata minha filha e
no outro banca a bom samaritano. O que tá querendo?
Marco, de uma calma aparente e
irritante, senta.
MARCO:
Bruno...Você invade a minha sala para me ofender? Estou desapontado
contigo.
Bruno, contendo a raiva, se
aproxima da mesa, apoia as duas mãos sobre ela e o fita.
BRUNO:
Estamos só nos dois, tá ok? Então vou ser bem claro. Você pagou a
cirurgia do João, tá pagando o tratamento dele e sabe que nunca
poderemos te pagar, porque o Josué gastou o que não devia pra
quitar uma dívida contigo. E você não é o tipo de cara que vai
ficar esperando por um dinheiro que nunca virá, certo?
Marco faz uma cara de quem acha
tudo aquilo surpreendente, alisa o queixo e isso deixa Bruno mais
irritado.
MARCO:
Você não acredita que as pessoas possam fazer o bem pelo bem?
(pausa) Do jeito que fala parece até que está acostumado a lidar
com marginais...
Bruno não o deixa terminar e o
segura pela gola fazendo o corpo dele inclinar sobre a mesa.
BRUNO:
Escuta aqui! Eu só te aturo por causa do João, porque se dependesse
de mim e da Raíza você nunca mais pisava naquele apartamento!
Bruno o empurra sobre a cadeira e
dá as costas.
Marco ajeita o paletó, de cara amarrada.
Marco ajeita o paletó, de cara amarrada.
CORTA PARA
CENA 13
APTº 215 – QUARTO DE HELENA [INT./TARDE]
A porta é aberta, Helena entra
com o celular em mãos e se mostra preocupada em não chamar atenção.
Fecha a porta. Ela disca enquanto caminha até a tela.
HELENA (O.S):
Sabe aquele serviço? (pausa / olha para trás e se volta/ a câmera
só mostra seu rosto de perfil) Tem que ser hoje à noite. Fique
esperto (pausa) É, mas quero que você leve alguma coisa, sabe. Pode
pegar o que quiser. É latrocínio. (foco em sua expressão
satisfeita) Você sabe que eu cumpro.
Sorrindo, ela desliga o celular.
Tensão. Quando se volta dá de cara com Daniel a encarando. Ela se
assusta.
DANIEL:
Você vai ligar agora e desfazer o serviço, sua cobra nadja.
Os dois se encaram.
CORTA PARA
CENA 14
COLÉGIO FRANÇA [EXT./NOITE]
Ari está na calçada, de costas
para o portão. Usa camisa branca sem manga, calça social preta,
cabelos amarrados. Alguns alunos estão conversando perto do muro,
outros entram no colégio. Nesse momento, Raíza sai apressada
ajeitando a bolsa no ombro.
RAÍZA:
Ari? Aconteceu alguma coisa?
ARI (se volta):
É (pausa) você demorou, hen.
As duas caminham apressadamente.
RAÍZA:
Esse professor de matemática ainda nos larga às nove. Mas e aí? O
que aconteceu? Você não devia já estar na boate?
ARI:
É, devia, mas o Dcr ligou. Ele disse que o Cael pediu pra te buscar,
já que ele vai aproveitar e passar em casa pra trocar de roupa.
RAÍZA:
E o seu celular tá sem crédito de novo, adivinhei?
ARI:
Ahn...Não (pausa) É que...A moto dele tá no conserto e...Como ele
não gosta de andar de ônibus à noite...Ele virá a pé.
RAÍZA:
Tá achando que vai acontecer hoje? (Ari se mostra incomodada) O Dcr
sempre anda à noite, com ou sem moto. Se eu for atrás dele todos os
dias até ver quando o que eu vi vai se realizar ele vai achar
estranho. Eu posso prever o que vai acontecer, mas nem sempre quando.
ARI:
Na maioria das vezes sim.
RAÍZA (confusa):
Como?
ARI:
Lembra quando você viu que a Valentina ia atropelar alguém naquele
estacionamento? (Raíza faz que sim) Você me viu lá. Por que me
pediu pra não sair naquele dia? Como tinha certeza que ia acontecer
naquele dia e não em outro.
RAÍZA:
Você usava a mesma roupa.
ARI:
Isso eu poderia ter usado em qualquer dia. Não seria pelas
circunstâncias em que você se encontrava ali e acaba se esquecendo?
RAÍZA:
Como assim?
ARI:
Assim...Nesse exato momento você sabe o que fez minutos antes. Sabe
o que fez ontem, sabe do seu passado recente, certo? (Raíza faz que
sim) Então, como você foi ao futuro, qual era teu passado recente?
Por que você tava ali?
Raíza se põe a pensar.
RAÍZA:
Estranho como nunca pensei nisso...(pausa) Eu tava indo pros fundos
da casa noturna (ela se olha) de uniforme eu (câmera focaliza seu
rosto) Eu tinha acabado de receber uma ligação do Dcr (pausa)
dizendo que tava sendo seguido e que precisava da minha ajuda. Se não
ele não ia conseguir voltar (ela olha pra Ari) pra inauguração da
Curto-Circuito!
As duas se assustam. Medo. Elas
correm sumindo da tela.
A tela se fecha num baque.
FADE IN
Takes da cidade do Rio de Janeiro
à noite.
CENA 15
RUAS DA CIDADE [NOITE]
Vemos uma calçada por onde anda
apressadamente um par de pernas femininas. A câmera sobe e revela
Raíza, de uniforme, olhando tudo ao redor. A rua tem uns poucos
transeuntes, gente conversando nos portões de casa e outros vindo de
encontro a ela.
Corta...
Dcr está vindo de frente numa
calçada. Ao longe vemos a casa de shows Curto-Circuito iluminada.
Dcr diminui os passos, apanha o celular do bolso da calça, olha para
trás e disca. Alterna.
VOLTA PARA RAÍZA
Ouvimos um celular tocando. Raíza
apanha do bolso da calça e nem olha o visor já imaginando quem era.
RAÍZA:
Dcr?
DCR:
Raíza...(tom de desespero) Tô sendo seguido...Não vai dar pra ir
te buscar.
RAÍZA:
‘Cê’ tá onde?
DCR:
Em frente ao posto de saúde. Mas tô indo pra uma lan-house aqui
perto pra me esconder. Mas venha sozinha. Não chame o Cael, porque
ele é capaz de pôr os seguranças atrás de mim e eu não quero
escândalo.
Raíza desliga o celular,
cismada.
Corta
Dcr desliga o celular com um
sorriso sacana. Olha para a sua frente onde deveria haver um posto,
mas é uma veterinária.
DCR:
Vamos ver se ela acerta onde eu tô...
Ele passa a caminhar e a nossa
visão começa a partir de outro ângulo onde um homem o
encara.
Suspense.
Suspense.
CORTA PARA
= = Passagem de tempo = =
CENA 16
RUAS DA CIDADE [NOITE]
= = Music ON – Suspense = =
Ouvimos passos apressados. Pernas
de homem atravessam a tela numa calçada escura. Logo corta para
frente dele e vemos se tratar de Dcr, semblante assustado, olha para
trás a todo instante. Ele para diante de uma parede, respira
ofegante.
DCR:
Boca maldita...Era só uma brincadeira...
Câmera focaliza bem seu rosto
aflito olhando para trás. Quando faz que vai correr novamente leva
um tremendo susto. Raíza está bem a sua frente de uniforme.
DCR (espavorido):
Raíza! Pelo amor de Deus, quer me matar de susto?
RAÍZA (séria):
Não devia brincar com essas coisas.
Dcr a pega pelo braço e vai
empurrando-a enquanto olha para trás.
DCR:
Vem cá, olha...Não podemos ficar aqui. Tem um cara me seguindo,
vamos tentar dar a volta...
RAÍZA:
Peraí! (Dcr para a sua frente) Isso não é uma brincadeira mesmo,
não, né?
DCR (tom intrigante):
Você deve saber que não...
Tensão.
Um sujeito se joga em Dcr que
bate de contra a parede, recebe um soco e cai no chão. Raíza tenta
lhe ajudar e vê que sua boca sangra.
Um homem mascarado está diante
deles apontando-lhes a arma. Ele faz um sinal com a mão para eles
passarem a grana.
HOMEM:
A bolsa, garota, anda!
Enquanto Dcr se recompõe, Raíza faz que vai abrir a bolsa.
Enquanto Dcr se recompõe, Raíza faz que vai abrir a bolsa.
HOMEM:
Eu mandei você passar a bolsa, espertinha!
DCR:
Espere!
Ele tenta se levantar, põe as
mãos nos bolsos da calça e retira sua carteira. O homem faz sinal
para ele jogar e assim Dcr o faz.
O homem abre a carteira e se irrita.
O homem abre a carteira e se irrita.
HOMEM:
Que palhaçada é essa?
Ele vai até Dcr e o levanta
violentamente.
HOMEM:
Ninguém te ensinou a andar prevenido não, ô mané?
RAÍZA:
Por favor...!
O cara empurra Dcr e se afasta
mirando nele.
RAÍZA:
‘Cê’ não precisa fazer isso!
O homem nervoso lhe aponta a
arma, Dcr se joga, segura seu braço fazendo-o mirar ao léu e
consegue dominá-lo pelas costas.
DCR:
CORRE, RAÍZA! CORRE!
RAÍZA:
Não, não vou te deixar aqui!
Não há muito tempo; O mascarado
acerta uma cotovelada no estômago de Dcr e ele acaba caindo na
calçada, vencido.
Raíza, assustada, vai até ele e
o abraça.
HOMEM:
Vai bancar a herói no inferno...
[efeito câmera lenta]
A câmera focaliza o homem de
frente apontando a arma, a bala é cuspida e a cena dá um giro
acompanhando a trajetória da bala. Raíza, abraçada ao amigo, está
de olhos fechados.
[fim do efeito câmera lenta]
De repente um flash de luz
ilumina a calçada no exato momento em que a bala atingiria os dois.
O homem olha para algo fora da
tela que o deixa atordoado.
[POV do bandido]
Raíza e Dcr desapareceram e a
câmera sobe revelando que a luz vem de um holofote da parede.
= = Music Off ==
A tela se fecha num baque.
A tela se fecha num baque.
FADE IN
CENA 17
ED. CIRANDA DE PEDRA – GARAGEM – TÉRREO [EXT.]
= = Music On = =
O ambiente é mal iluminado. A
câmera vai passando por entre alguns carros parados até chegar num
canto onde vemos Raíza e Dcr abraçados tal qual estavam antes. Ela
abre os olhos, ofegante, enquanto Dcr mantém os dele apertados. Ele
vai abrindo, receoso e olha abismado para o local.
DCR (murmura):
Morremos? (pausa / ofegante / toca o corpo à procura de algo) Eu não
sinto dor...Foi tudo tão rápido...
Ouvimos o som da carrocinha de
pipoca. Ele a encara, abismado e ela acaba rindo mesclando com seu
nervosismo.
RAÍZA (tocando seu ombro):
Só você pra me fazer rir numa hora dessas...
Dcr está sério, acreditando
mesmo estar morto.
DCR (sem entender):
Isso não tá acontecendo...Acho que eu assistia demais Ghosts e
Second Chance...
RAÍZA:
Dc...Não morremos. A gente tá na garagem do prédio onde moro.
DCR:
Como? Mas como é que...?
Ele se levanta, olha ao redor,
toca a cabeça. Faz um silêncio perturbador.
DCR (olhos começam a
lacrimejar): É
isso...(pausa) Como você consegue guardar um segredo desse? Isso é
impressionante!(Raíza não consegue dizer nada) Todo esse tempo eu
tinha certeza...Eu só não imaginava do que mais você era capaz de
fazer...
Ela se levanta.
RAÍZA:
Do que ‘cê’ tá falando, Dc? Não é nada disso, o que aconteceu
ali foi-foi coisa de Deus, sabe?
DCR (interrompe):
Não, Deus não tem nada a ver com isso. E você sabe. (pausa /
emocionado) Houve um tempo em que você confiava em mim o suficiente
pra me contar um segredo.
Olho no olho. Raíza faz que vai
dizer mais alguma coisa, mas logo é abraçada por ele.
DCR:
Eu te entendo, mas você não precisa mentir. Eu nunca vou contar o
que aconteceu (chora). Você salvou minha vida de novo. (sentido)
‘Brigado’.
Emoção. Raíza corresponde ao
abraço, chocada com a situação.
= = Music Off = =
FADE TO BLACK
FADE IN
Takes da cidade à noite.
CORTA PARA
CENA 18
APTº 403 – SALA [INT.]
A porta é aberta e Raíza entra
cabisbaixa e cansada. Bruno vai até ela preocupado, enquanto Josué
está sentado no sofá, cotovelos sobre os joelhos.
BRUNO:
Filha...A Ari me contou que...(ele vê João adentrar a sala)
Que...Enfim...Tá tudo bem?
Raíza tira a bolsa dos ombros.
RAÍZA:
Sim...Eu preciso me arrumar pra inauguração.
JOSUÉ (indiferente):
Ah claro, Cael ligou umas quatro vezes. Ele não ligou pra você?
BRUNO:
Isso pode esperar. Raíza, seu tio tem algo a dizer.
Josué se levanta e faz que dará
as costas.
JOSUÉ:
Eu não tenho nada a dizer.
BRUNO:
Tudo bem, eu digo.(ele pega um documento sobre a mesa de centro) Se
lembra de quando você teve aquela alucinação e achou que o
apartamento tivesse sido hipotecado?
RAÍZA:
Nem me lembre disso.
Ele entrega o documento.
BRUNO:
Era verdade.
Raíza não crê e olha o
documento, folheia e vê as assinaturas.
RAÍZA:
O senhor também assinou...
BRUNO:
Eu não sabia o que assinava. Josué disse que eram papeladas do
hospital (encara o irmão), não é?
Raíza olha o tio por cima com
raiva aparente.
RAÍZA:
Preferiu que eu passasse por louca a dizer a verdade...Hipotecou pra
pagar sua dívida com o Marco, não foi?
JOÃO:
Ele tava desesperado, gente. Dê um desconto.
RAÍZA:
Ele não me deu desconto quando eu disse a verdade! (voz sai meio
embargada) Me desacreditou na frente de todo mundo...
Ela joga o documento sobre a mesa
e sai da sala. Bruno encara Josué com reprovação e vai atrás.
Josué, por sua vez, vê João o encarando.
CORTA PARA
CENA 19
APTº 403 – QUARTO DE RAÍZA [INT.]
Raíza entra no quarto querendo
chorar e faz que vai fechar a porta, mas Bruno mete a mão pra
impedir. Ela, de frente pra tela, está de costas para o pai.
BRUNO:
O que houve? Pensei que você fosse descascar seu tio. Eu não ia
achar ruim.
Ela se volta, passa os dedos nos
olhos pra secar as lágrimas que já começam a escorrer.
RAÍZA:
O Dcr já sabe de tudo, pai.
BRUNO:
Como?
RAÍZA:
É...Ele...Descobriu faz tempo, sabe? Já desconfiava que eu podia
prever o futuro, depois me viu perder a invisibilidade no incêndio
da boate...Aí hoje eu não pude esconder...Era isso ou...A gente
morria.
Bruno se aproxima, preocupado.
BRUNO:
Ele ameaçou contar pra alguém? Meu Deus! Dele eu não esperava...
RAÍZA:
Não, não pai. Pelo o contrário. Ele garantiu que não vai contar
pra ninguém. Eu sinto que posso confiar nele mesmo.
BRUNO:
Então por que tá assim?
RAÍZA (respira fundo):
É que eu queria poder confiar no meu tio também.
Ele a abraça, enquanto ela
chora.
FADE OUT
FADE IN
CENA 20
APTº 215 – SALA [INT.]
A porta é aberta, Dcr entra e
fecha a porta. Ele estranha o local.
[POV de Dcr]
Sofá fora do lugar e objetos da
estante jogados no chão.
VOLTA À CENA
= = Music On – Suspense = =
Dcr se desespera e corre até
o...
QUARTO
Vemos a cena por cima do ombro
dele. Seu quarto está intacto. Ele vai para o outro quarto, mas a
porta do outro lhe chama atenção. Ele caminha devagar e se assusta
com a bagunça no quarto de Helena.
A mão de alguém toca seu ombro. Susto.
A mão de alguém toca seu ombro. Susto.
= = Music Off = =
Dcr se desfaz do susto.
DCR:
Oi, mãe...O que aconteceu aqui?
Diva o olha, penalizada.
DIVA:
Você não atendia o celular...(pausa) O seu pai...
DCR:
O que tem ele? O cara veio atrás dele?
DIVA:
Cara? Do que tá falando?
DCR:
Ahn...O que aconteceu com ele?
Ouvimos uma porta bater.
Corta para a sala.
Corta para a sala.
Helena, com alguns hematomas pelo
braço, se surpreende ao ver Dcr. Diva vai até ela.
DIVA:
Tá tudo bem contigo?
HELENA (fitando Dcr):
Vou ficar bem...
DCR:
Gente...O que aconteceu? (pausa) O que aconteceu com meu pai?
Diva e Helena se entreolham.
DIVA:
Seu pai surtou, meu filho.
DCR:
O quê? Como foi isso?
HELENA:
Ele teve um daqueles sonhos e disse que você corria perigo.
DCR:
Mas isso foi verdade!
DIVA (assustada):
Como assim?
DCR:
Eu fui assaltado e o cara por pouco não nos mata.
HELENA:
Você tava acompanhado?
DCR:
A Raíza (notamos o descontentamento nela) Mas e então? Cadê meu
pai?
Diva vai até ele com pesar no
semblante.
DIVA:
Tivemos que interná-lo.
DCR:
Não! Ele disse a verdade. Vamos tirar ele de lá agora!
Helena o contém.
HELENA (mostrando os
hematomas): Isso aqui
também é verdade, Danilo. Ele me agrediu e quase pôs tudo aqui
abaixo (pausa / o encara inconformado) Eu sinto muito, mas nem o
médico vai querer liberá-lo agora.
DCR:
Eu quero vê-lo.
DIVA:
Você conhece as regras, filho. Visitas só amanhã.
Dcr se inquieta e seus olhos
lacrimejam.
DCR:
Não me conformo com isso. Ele não tá louco, mãe! Não tá!
Os dois se abraçam, emocionados.
HELENA:
Vou pro meu quarto.
Ela vem de frente e esboça um
sorriso vitorioso.
CORTA PARA
CENA 21
APTº 215 – QUARTO DE HELENA [INT.]
Helena entra rapidamente e fecha
a porta. Abre a bolsa, pega seu celular e disca. Pausa.
HELENA (murmura quase
gritando): O que
houve? Como foi deixá-lo escapar? (pausa) Sumiu? Ninguém some
assim, você que deve ter se distraído (pausa). Tá, tá, chega! Não
adianta mais nada agora (pausa). Claro que não! Aquela testemunha já
causou problemas pros outros; Não quero problemas pra mim. Por
enquanto, vamos deixar quieto. (close em seu rosto) Como tem o
ditado: Vão-se os dedos, ficam os anéis.
Ela sorri maliciosa referindo-se
a Dcr.
FADE TO BLACK
FADE IN
CENA 22
CURTO-CIRCUITO [EXT./NOITE]
Ouvimos tocar
‘I Got Feeling – Black Eyeds Peas’
A câmera, ao longe, mostra muita
movimentação na porta da casa de shows. Cael sai com as mãos nos
bolsos, olha ao redor, preocupado e verifica a hora em seu
pulso.
Close em seu rosto, distraído, olhando pro lado contrário da tela.
Close em seu rosto, distraído, olhando pro lado contrário da tela.
MARCO (O.S / deboche):
Está quente lá dentro?
Cael se volta e faz cara feia.
CAEL:
Espero que não venha torrar de novo com a minha paciência.
Marco põe a mão no bolso do
paletó e tira um cartão colorido.
MARCO:
Bonito convite, hen. Quem é a atração surpresa? Internacional ou
cantor de garagem?
CAEL (irritado):
Você veio, não veio? Então senta lá e espera.
Cael torna a se mostrar
preocupado com a demora de Raíza. Marco observa, debochado.
MARCO:
Não parece muito confiante. É o show ou por que sua namoradinha não
apareceu? (Cael nada responde) Seria muito chato da parte dela não
vir te prestigiar.
Close na mão de Cael que é
tocado por outra feminina. Cael se mostra feliz ao ver Raíza, de
vestido verde estampado e curto, gloss e cabelos soltos.
RAÍZA:
Concordo, Marco. Seria muito chato se eu não viesse.
E beija Cael na boca fazendo
Marco fechar a cara.
RAÍZA (sorrindo/pra Cael):
Vamos entrar? Tô louca pra saber quem irá abrir o show.
Cael sorri debochado para Marco e
dá as costas.
A câmera vai se afastando. Marco fica ali, sério vendo-os entrar.
A cena sobe e dá um close na placa ‘CURTO-CIRCUITO’ brilhando em vermelho.
A câmera vai se afastando. Marco fica ali, sério vendo-os entrar.
A cena sobe e dá um close na placa ‘CURTO-CIRCUITO’ brilhando em vermelho.
FUSÃO PARA
CENA 23
CURTO-CIRCUITO [INT.]
Vemos o salão do alto, cheio e
animado.
Corta para Cael e Raíza cumprimentando Drº Bedlin e Lara.
Corta para Cael e Raíza cumprimentando Drº Bedlin e Lara.
LARA:
Já fazia um tempo que a gente não se via, não é mocinha? O Cael
não te leva lá em casa.
Cael olha para o pai fazendo cara
de desagrado.
RAÍZA (sorrindo):
No entanto é ele quem vai à minha casa.
LARA:
Tanto quanto o Marco?
Clima. Raíza nota uma certa
alfinetada em Cael.
DRº BEDLIN:
Ignore, Raíza. Ela já nasceu assim. É defeito de fábrica.
Cael e Raíza disfarçam um riso,
enquanto Drº Bedlin ri.
LARA:
Me trouxe pra me fazer passar vergonha?
Ela dá as costas.
DRº BEDLIN:
Peraí, mulher! Não vá embora que é com você que vou dançar!
Ele vai atrás pra implicar,
enquanto Cael e Raíza riem.
CAEL:
Seu pai, seu tio e o João não quiseram vir?
RAÍZA:
Eles já devem tá apontando por aí...(ela olha adiante) Ahn...Cael
eu vou ali falar com a Ari, rapidinho, tá?
CAEL:
Ok. Daqui a pouco vou anunciar o show.
RAÍZA:
To louca pra saber quem é (ela sorri e os dois se beijam)
Corta para o bar.
Ari e um rapaz estão fazendo
coquetéis. Raíza senta na cadeira e Ari para o que está fazendo,
preocupada.
ARI:
Raíza! Pelo amor de Deus! Deu tudo certo? Cadê o Dcr?
Dcr surge e senta ao lado de
Raíza.
DCR:
Aqui, vivíssimo da silva só pra você!
Ari desmonta de alívio e os dois
se beijam rapidamente.
Depois ele e Raíza se cumprimentam e trocam olhares confidentes. A música para.
Depois ele e Raíza se cumprimentam e trocam olhares confidentes. A música para.
CAEL (O.S):
Boa noite! Peço a atenção de todos.
Corta para o palco.
CAEL:
Hoje é o recomeço daquilo que um dia parecia ter terminado.
Curto-Circuito é o novo nome e um novo estabelecimento para quem
gosta de se divertir. Agradeço pela presença de todos. Fiquem agora
com o show de BLUEBERRY!
Todos aplaudem.
Raíza, Ari e Dcr se surpreendem ao ver subir no palco Johnny Land e sua banda.
Raíza, Ari e Dcr se surpreendem ao ver subir no palco Johnny Land e sua banda.
ARI:
Ai gente! Quanto tempo!
DCR:
Não começa a se animar não, hen.
Eles riem.
Ouvimos a
banda tocar ‘Closer
To The Edge – 30 Seconds To Mars’.
Cael se aproxima e segura nos
ombros de Raíza.
CAEL:
Gostaram da surpresa?
ARI:
Eu amei! Você hen, Raíza, nem pra me contar.
RAÍZA:
Mas eu não sabia.
DCR (fazendo graça):
A gente não acredita em uma só palavra do que você diz.
Raíza toca o peito fingindo
espanto.
RAÍZA:
Isso me deixa tensa.
Todos riem. Joana se aproxima
deles.
JOANA:
Eu já tinha ouvido falar desses caras...Bonito o vocalista, hen.
Dcr revira os olhos.
DCR:
Agora eu que fiquei tenso.
Mais risos.
CAEL (para Raíza):
Vamos dançar?
Eles se afastam enquanto os
amigos conversam no bar.
RAÍZA:
Tá feliz?
Cael acaricia seu rosto, meigo.
CAEL:
Sim...E mais ainda porque você está aqui(beija).
Adiante, Marco vê a cena
contendo a raiva. Em seguida, vai se desviando das pessoas para
tentar sair.
Corta para o exterior
Marco abre a porta do carro,
entra e bate a porta com força. A cena revela Valentina ao seu lado.
VALENTINA:
Não aguentou ficar muito tempo?
Marco lhe dá aquela olhada.
MARCO:
Você devia estar trabalhando. Hoje não tem nada aqui de útil a ser
visto.
Ele liga o carro e acelera.
Corta para a traseira do carro que vemos partir.
Corta para a traseira do carro que vemos partir.
FUSÃO PARA
CURTO-CIRCUITO [INT.]
Vemos a banda Blueberry agitando
a noite.
Cael e Raíza curtem o show.
A mão de alguém toca o ombro dele.
Cael e Raíza curtem o show.
A mão de alguém toca o ombro dele.
DCR:
Posso roubá-la?
Eles riem e Cael assente.
CAEL:
Mas por pouco tempo, hen.
Ele se afasta. Dcr e Raíza ficam
meio sem jeito. Lado a lado, curtem o som, depois se encaram, abaixam
a cabeça como forma de disfarçar alguma coisa. Riem.
RAÍZA:
O que foi?
DCR:
É que...Tenho me sentido meio Chloe Sullivan, sabe? Aquela coisa de
guardar o segredo do Clark, de estar com ele para o que der e vier
(pausa) Isso é...Emocionante!
RAÍZA:
É...Eu sempre fui fã de Smallville e entendia o lado do Clark em
querer ser normal. É um peso muito grande ter a vida de alguém em
nossas mãos.
DCR:
Hoje eu entendo tudo (pausa). Deve ter sido difícil pra você não
conseguir evitar o acidente do João depois de salvar duas vezes o
Marco, não é?
Raíza desvia o olhar, sem graça.
RAÍZA:
É...É muita pressão...Fica parecendo que eu escolho quem salvar.
DCR:
Fica assim, não. Até o Clark sempre salvava o Lex mesmo depois de
saber que tipo de gente ele era (Raíza ri). Faz parte de todo herói.
RAÍZA (sorri): Bem...
Eu espero que você entenda meu lado quando eu não conseguir evitar
alguma coisa. Já basta meu tio me cobrando por eu não ter salvado o
queridinho dele.
DCR:
Nunca. E eu também vou tomar mais cuidado. Não tentarei descobrir
outro podre seu.
Eles riem. Ela o olha como a
tentar dizer algo sem acusar.
RAÍZA:
Mas você sabe que o que aconteceu hoje pode se repetir, não é?
Você é herdeiro único e isso não acontece todo dia.
Dcr não percebe o que ela quis
dizer e faz graça.
DCR:
Prevendo o futuro?
Raíza dá de ombros com ar
sapeca.
A câmera vai se afastando em
ângulo alto enquanto eles riem. A música predomina até terminar.
FADE TO BLACK
= = FIM DO EPISÓDIO = =
SÉRIE ESCRITA POR: Cristina
Ravela
ESTRELANDO:
Maria Flor - Raíza
Michael Rosenbaum - Cael
Pierre Kiwitt - Marco
Caio Blat - João Batista
Nathália Dill - Ari
Aaron Ashmore - Dcr
Fernanda Vasconcellos - Rafaela
Alinne Moraes - Valentina
Caco Ciocler - Josué
Juan Alba - Bruno
Thiago Rodrigues - Cipriano
ESTRELANDO:
Maria Flor - Raíza
Michael Rosenbaum - Cael
Pierre Kiwitt - Marco
Caio Blat - João Batista
Nathália Dill - Ari
Aaron Ashmore - Dcr
Fernanda Vasconcellos - Rafaela
Alinne Moraes - Valentina
Caco Ciocler - Josué
Juan Alba - Bruno
Thiago Rodrigues - Cipriano
PARTICIPAÇÕES:
Thaís de Campos - Helena
Jane Saymour - Lara
José Augusto Branco - Drº Bedlin
PARTICIPAÇÕES ESPECIAIS:
Thaís de Campos - Helena
Jane Saymour - Lara
José Augusto Branco - Drº Bedlin
PARTICIPAÇÕES ESPECIAIS:
Rainer
Cadete - Bandido
Othon Bastos - Drº Jorge
Milena Toscano - Bárbara
Marcela Valente - Secretária
Jared Leto - Johnny Land
(CrossOver com a minissérie "O Dia Em Que Eu Tentei Viver")
TRILHA SONORA:
I Got Feeling - Black Eyed Peas
Closer To The Edge - 30 Seconds To Mars
Othon Bastos - Drº Jorge
Milena Toscano - Bárbara
Marcela Valente - Secretária
Jared Leto - Johnny Land
(CrossOver com a minissérie "O Dia Em Que Eu Tentei Viver")
TRILHA SONORA:
I Got Feeling - Black Eyed Peas
Closer To The Edge - 30 Seconds To Mars
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