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RAÍZA 2ª TEMPORADA SÉRIE
0:35:00 min
WEBTVPLAY APRESENTA
RAÍZA 2
Série
de
Cristina Ravela
Episódio 11 de 23
"Retrocesso"
© 2010, WebTV.
Todos os direitos reservados.
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FADE IN
Takes da cidade do Rio de Janeiro
de manhã.
CENA 1 RUAS DA CIDADE [MANHÃ]
Vemos pneus de um táxi parar em
nossa frente. Imediatamente, a porta se abre, pés femininos calçando
botas de cano curto saem de dentro dele, bate a porta e o táxi
arranca.
A câmera acompanha os passos
pela calçada, sobe por suas costas e mostra que é uma moça de
cabelos longos e castanhos. Algumas pessoas que passam por ela a
olham com desprezo, outras com medo apressam o passo e desviam seus
filhos dela.
Um portão é aberto e quando um senhor sai, volta rapidamente e bate a porta na cara da moça.
Um portão é aberto e quando um senhor sai, volta rapidamente e bate a porta na cara da moça.
Ouvimos uma discussão. A moça
para. Câmera aproxima do rosto dela e vemos que se trata de ARI.
VOZ MASCULINA:
Você não sabe de nada, seu moleque! Para de dar uma de grande gênio
e vá trabalhar!
O portão é aberto e o garoto,
LIPE SOARES,
é empurrado para fora caindo na calçada com uma pequena caixa de
bala. Ele é um garoto moreno claro, magro e olhar esperto. Começa a
arrumar as balas sob o ponto de vista de Ari.
Lipe percebe a aproximação,
levanta, derruba a caixa no chão com medo e corre.
ARI:
EI! EI!
= = Music ON – Suspense = =
Ari vai atrás dele, o garoto se
aproxima da transversal e um caminhão vem no sentido contrário.
ARI:
CUIDADO!
Ouvimos o freio do veículo
raspar o asfalto. Ari se joga no garoto e ambos caem do outro lado da
calçada.
ARI (ofegante):
Tudo bem, contigo?
Lipe a encara estranhamente.
LIPE:
Pra quê você voltou?
Clima. A tela se fecha na
expressão confusa dela.
= = Music Off = =
2x11RETROCESSO
FADE IN
CENA 2
PADARIA [INT. / MANHÃ]
Ari e o garoto Lipe estão
sentados a uma mesa. Apenas ele come pão e toma café como
esfomeado. Ari observa.
ARI:
Eu sem querer ouvi a discussão. Você não estuda?
Lipe a olha por cima de forma
medonha.
LIPE:
Não (volta a comer).
Ari se mostra sem jeito com
crianças. Pelo seu ponto de vista vemos marcas de agressão em seu
braço.
ARI:
Essas marcas...Bateram em você?
O garoto passa a mão no braço,
pensativo.
LIPE:
Eu não consegui vender tantas balas ontem...
Notamos que o garoto, ora se
comporta como criança, ora como adulto.
ARI:
Seu pai te bateu por isso? Pais não devem bater nos filhos.
O garoto fixa os olhos nela e
parece estar em outra dimensão.
LIPE:
Por que o espanto? Você matou um homem.
Ari paralisa.
ARI:
O quê? Ma-mas quem te contou isso?
LIPE:
Eu sei. Você é ruim.
Ele se retira.
ARI:
Não! (ela se levanta e vai atrás) Isso é passado (ela tenta
tocá-lo, mas ele é arredio) Eu mudei, juro.
Lipe se volta e a encara.
LIPE:
Jurar todo mundo jura. Meu pai vive jurando que vai parar de beber.
Ari se agacha diante dele.
ARI:
Lipe, todo mundo erra e todo mundo merece uma segunda chance. Eu não?
(Lipe nada diz) E como você se lembra de mim se você só deve ter
uns 8 anos?
LIPE:
Não sei. Eu lembro e pronto.
ARI:
Olha...
LIPE:
Tenho que ir.
O garoto vai embora deixando Ari
sem reação.
FADE OUT
FADE IN
CENA 3
FACHADA – CURTO-CIRCUITO [MANHÃ]
A casa de shows tem 3 andares,
detalhes vermelhos, boa parte ladrilhada e paredes brancas. O
logotipo “CURTO-CIRCUITO” está em tom vermelho. Três degraus
levam à entrada.
Corta para seu interior
Um segurança passa pela tela. Há
uma parede espelhada de frente e a câmera segue à esquerda. Vemos o
caixa ao lado, pilastras brancas nos dois cantos, caixas de som
espalhadas no 2º piso, bar mais a frente e chão de lajotas grandes
e cinza claro.
RAÍZA (O.S):
A inauguração é daqui a duas semanas, né? Ansioso?
CAEL (O.S):
Como nunca. (A cena mostra os dois sentados e abraçados no degrau
que leva ao palco) Espero que dê tudo certo.
Bate um silêncio.
CAEL:
É impressão minha ou você tem ficado mais tempo fora de casa?
Raíza afasta a mão dele, apoia
os cotovelos sobre seus joelhos e passa as mãos pelos cabelos,
chateada.
RAÍZA:
Aquilo nem é mais minha casa. Virou ponto do Marco.
CAEL:
Não entendo por que seu pai não dá um basta nisso. Medo dele parar
de bancar o tratamento do seu primo? Eu poderia fazer isso.
RAÍZA:
O problema é meu tio. Não quer ficar devendo a você por achar que
você faria isso só por mim.
CAEL:
E o Marco faz isso por quem?
DRº BEDLIN (O.S):
Cheguei em má hora?
Cael se surpreende, feliz.
CAEL:
Pai!
Ele se levanta e o abraça.
CAEL:
Disse que só chegaria semana que vem.
DRº BEDLIN:
(faz graça) Odeio hora marcada. E você, Raíza? Quanto tempo! Tem
salvado muitas vidas?
A garota se porta sem graça e é
envolvida pelo abraço do sogro. Cael sorri para ela.
CORTA PARA
CENA 4
APTº 403 – SALA [INT./FIM DA MANHÃ]
Bruno e Marco estão sentados,
cada um em uma ponta do sofá. João está logo atrás observando os
dois que mal se encaram.
Josué sai da cozinha com uma toalha sobre o ombro.
Josué sai da cozinha com uma toalha sobre o ombro.
JOSUÉ:
Vamos almoçar?
Bruno olha o relógio no pulso.
BRUNO:
Você não acha que deveríamos esperar pela Ari e pela Raíza?
JOSUÉ:
Temos visitas e já passa de meio-dia. Vocês não querem chegar
atrasados ao trabalho, né?
Bruno faz cara feia e encara
Marco.
BRUNO:
Desculpe perguntar, Marco, mas...Seu apartamento tá em reformas?
Marco finge não entender.
MARCO:
Deveria estar?
Ouvimos barulho de chaves e a
porta é aberta. Raíza, ao entrar, revira os olhos ao ver Marco.
Este mostra em seu semblante um êxtase involuntário ao vê-la e é
percebido por seu pai que também entra ao lado de Cael. Notamos um
mal estar na expressão de Drº Bedlin ao pisar na sala.
MARCO:
Pai? O que faz aqui?
DRº BEDLIN (disfarça o mal
estar): Vim filar
boia.
Raíza, Cael e Bruno riem. João
faz cara de quem acha que o circo se formou, Josué parece
indiferente e Marco faz cara de sem vergonha.
CORTA PARA
CENA 5
RUAS DA CIDADE [FIM DA MANHÃ]
O trânsito está parado no sinal
vermelho. Muita movimentação de pessoas. Dois moleques tentam
vender doces aos motoristas, e logo o sinal abre. Os moleques voltam
para a calçada, um ônibus passa na frente da câmera e mostra Lipe
sentado do outro lado, encostado ao muro.
A cena se aproxima. Ele joga
pedrinhas no asfalto, triste.
ARI (O.S):
Finalmente te achei, hen.
Lipe a olha, indiferente.
LIPE:
Tá me perseguindo, é?
ARI (faz graça):
Hmmm...Você é esperto.
Lipe se levanta, chateado, e faz
que vai dar as costas.
ARI:
Vai aonde agora?
LIPE:
Pra um lugar longe de você.
Close na expressão sagaz de Ari.
Corte rápido
Lipe caminha pela calçada, ainda
de braços cruzados e Ari o segue calmamente.
Uma mulher ao lado de uma criança vem no sentido contrário comendo um salgado. Lipe olha, nitidamente com fome e acompanha as duas no olhar. Quando olha pra trás, Ari finge estar lendo uma revista na banca.
Uma mulher ao lado de uma criança vem no sentido contrário comendo um salgado. Lipe olha, nitidamente com fome e acompanha as duas no olhar. Quando olha pra trás, Ari finge estar lendo uma revista na banca.
Ele continua a andar e para na
vitrine de um self-service. Ele toca o vidro com desejo de entrar.
Pelo reflexo do vidro, surge Ari
de braços cruzados. Lipe vê e não gosta. Ele então se volta,
cruza os braços também e vai até ela.
LIPE:
Vai ficar me seguindo, é?
ARI (fingindo / faz graça):
Não, imagina. É que me bateu uma fome e pensei em convidar uma
pessoa pra almoçar comigo e meus amigos.
LIPE:
E daí? Num ‘vô’.
ARI:
E quem te disse que é você? (Lipe se porta sem graça) ‘Cê’
num disse que sou ruim e que quer ficar longe de mim? Então...
LIPE:
Você é ruim sim. Prefiro morrer de fome “do que” ir na sua
casa.
ARI:
Uma pena, porque eu tava até pensando em te fazer o convite, sabe?
Mas você nunca aceitaria mesmo.(pausa) Tchau.
Ela dá as costas e Lipe está
pensativo.
LIPE:
Seus amigos são assassinos também?
Ari olha pra trás e disfarça um
sorriso.
CORTA PARA
CENA 6
APTº 403 – COZINHA [INT.]
Vemos a mesa posta para o almoço.
Arroz com batata palha, carne seca e legumes e salada de tomate com
alface e brócolis. Bruno está sentado na frente, João de frente
para Marco, este ao lado do pai, Raíza entre João e Cael. Josué,
diante da pia, vira-se com um jarro de suco de laranja e põe sobre a
mesa. Ouvimos um barulho de porta abrindo.
BRUNO:
Eu não me importava de esperar pela Ari. Ela nunca chega tarde
assim.
JOSUÉ:
Isso é bom pra ela aprender que aqui nessa casa tem horário.
Ari aparece da porta da cozinha
nitidamente chateada.
ARI (irônica):
Desculpe a demora, senhor.
Clima.
Drº Bedlin se levanta e vai até
ela lhe dar um abraço.
DRº BEDLIN:
Quanto tempo, menina! Como é que você tá? (cochicha) Senta logo
antes que esse Josué tenha um ataque.
Ari não aguenta; Solta um tímido
sorriso. Ele se afasta e a olha por alguns instantes de forma
estranha. Ari se encabula.
ARI:
Eu trouxe um amigo, espero que não se incomode, seu Bruno.
Lipe aparece ao lado dela olhando
a todos de forma curiosa. Encara Josué com raiva deixando-o
indignado.
CORTA
= = Passagem de Tempo = =
Todos estão reunidos na sala.
João se incomoda com o olhar persistente de Lipe. Raíza e Cael
estão sentados bem abraçados e Drº Bedlin bebe café enquanto
troca algumas possíveis palavras com Marco.
Bruno está próximo ao corredor junto de Ari.
Bruno está próximo ao corredor junto de Ari.
BRUNO:
Quer dizer que ele sofre maus tratos? Isso é crime, tem que
denunciar.
ARI:
Preciso falar com o Cael, ele pode ajudar, né?
BRUNO:
Eu só espero que esse garoto não fique falando do seu passado por
aí, senão, você sabe...
Nossa atenção volta para Lipe
que passa a encarar Josué ao notar ser encarado também.
LIPE:
Você é ruim (ninguém entende). Eu não gosto de você e nem seu
filho deve gostar.
Josué empalidece. Vai se
aproximando do garoto em tom ameaçador.
JOSUÉ:
O que foi que você disse?
Lipe se afasta, com medo e acaba
esbarrando nas pernas de Marco. Em seguida, assustado, amarrota sua
camisa querendo colo. Marco se mostra sem jeito com crianças e finge
não entender o gesto.
Drº Bedlin faz sinal para ele segurar o menino. Todos estão surpresos.
Marco põe a xícara de café sobre a mesa e, sem vontade alguma, pega o garoto no colo. Lipe envolve os braços em seu pescoço e sorri.
Drº Bedlin faz sinal para ele segurar o menino. Todos estão surpresos.
Marco põe a xícara de café sobre a mesa e, sem vontade alguma, pega o garoto no colo. Lipe envolve os braços em seu pescoço e sorri.
Do outro lado, Ari está irada
com aquela ação.
ARI (cochicha para Bruno):
Mundo injusto! Ele deve ter as costas mais sujas que as minhas e o
garoto o trata como se fosse da família.
VOLTA PARA MARCO
LIPE:
Tio Bruno não teve a mesma sorte que o tio Cael. (espanto no
semblante de Raíza e Cael) Você é um bom irmão.
Marco não entende e olha para
Cael que nada diz.
Lipe apoia a cabeça sobre seu
ombro e faz que irá adormecer. João ri debochado na cara de Marco
que se mostra incomodado.
Ouvimos a campainha tocar. Josué
vai atender, abre a porta e, Dcr entra, abismado com tanta gente.
DCR:
Ahn...Oi pessoal (para Drº Bedlin) Doutor Bedlin! (cumprimenta com a
mão e recebe um abraço) Quanto tempo! Como vai o senhor?
DRº BEDLIN:
Bem e você, rapaz? Soube que está namorando, hen.
Dcr ri e olha estranho para o
garoto no colo de Marco.
DCR (brinca):
Tô tendo uma visão?
Marco não gosta nem um pouco do
comentário e entrega Lipe para ele. O garoto tenta resistir, mas não
consegue.
MARCO:
Eu não levo jeito com crianças.
Dcr sorri sem jeito, Cael e Raíza
escondem o riso.
CORTA PARA
CENA 7
QUARTO DE RAÍZA [INT.]
Ari entra no quarto, seguida por
Dcr. Os dois estão rindo pela situação em que Marco foi colocado.
DCR:
Eu não imaginava que uma criança fosse gostar dele.
ARI:
Eu tô irada com isso, mas tive que rir também.
Ela senta na cama e ele ao seu
lado.
DCR:
Irada? Por quê? Aliás, quem é esse menino?
ARI:
Depois eu te conto. Você parecia querer falar comigo. O que houve?
Ele olha para trás e se volta
fazendo segredo.
DCR:
Desde que descobri o envolvimento de Rafaela com o Marco que venho
investigando sua vida. Marco tem encontro marcado quase todas as
noites na Coffee Break.
Ari faz que não entende.
ARI:
Muita gente tem encontro marcado lá.
DCR:
É, mas...Nem todos saem com boladas de dinheiro.
ARI:
Como assim? O que você sabe?
DCR:
Eu tenho um amigo que fiz no tempo em que eu dava aula, contei pra
ele que tava juntando uma grana pra casar, então ele me sugeriu
apostar na sorte.
ARI:
O que você anda aprontando, hen mocinho?
DCR:
Eu, nada. Ele que chegou a dizer que eu poderia me apresentar com o
nome dele, já que apenas pessoas selecionadas entram.
ARI:
Quer dizer que há um cassino ali?
DCR:
Pode ser, talvez. Eu não fui conferir e nem poderia.
ARI:
Por que não? A gente tem que ter certeza.
DCR:
É, mas a Rafaela é a mais nova funcionária do local, só que
quando eu fui perguntar pra ter certeza, ninguém soube dizer quem
era ela. Entende?
ARI:
Ela tá trabalhando no cassino?
Close na porta entreaberta onde
está João. Logo ele sai de cena.
FADE TO BLACK
FADE IN
CENA 8
ED. CIRANDA DE
PEDRA [EXT./TARDE]
Bruno, Marco, Cael, Ari, Dcr,
Raíza, Lipe e Drº Bedlin estão na calçada se despedindo. Ari
segura Lipe pelo braço enquanto ele puxa a calça de Marco querendo
atenção. Marco se incomoda e se afasta discretamente.
ARI:
Cael eu sei que não temos nada a ver com a vida desse garoto,
mas...Ele sofre maus tratos e...Não consigo agora levá-lo embora
fingindo que nada aconteceu, entende?
CAEL:
Eu vou ver o que posso fazer, mas...Você não podia tê-lo trazido
pra cá. Os pais podem lhe acusar de sequestro, você sabe.
ARI:
E eu os acuso de maus tratos. Fim de papo.
Dcr a abraça, consentindo.
DCR:
Essa é a minha garota.
Eles riem.
A cena vai para Drº Bedlin que
está abraçado a Raíza e conversando com Bruno.
DRº BEDLIN:
Essa menina aqui vale ouro (Bruno assente) Quero te ver trabalhando
com seu pai na HDM, hen?
RAÍZA (sorri):
João já tá lá estagiando. Não sei se seria uma boa trabalhar com
ele...
DRº BEDLIN:
Ele tem mais cara de ator do que de engenheiro... (sorri para
disfarçar a ironia)
Bruno não entende, mas Raíza
concorda de imediato.
Marco, mãos nos bolsos da calça se aproxima sorrateiramente.
Marco, mãos nos bolsos da calça se aproxima sorrateiramente.
MARCO:
Quer carona, Bruno?
BRUNO:
Ahn...Não...Vou no meu carro (pausa) Tchau, drº Bedlin, com
licença.
Bruno sai zampado e entra em seu
carro.
Marco olha para Raíza e junta os lábios como se fosse mandar um beijo.
Marco olha para Raíza e junta os lábios como se fosse mandar um beijo.
Cael chega perto, observa o
descaramento do irmão em fitar sua namorada e a abraça. Dá-lhe um
beijo na boca e o pai encara Marco. Este se mostra desconcertado.
CORTA PARA
CENA 9
RUAS DA CIDADE [TARDE]
Um Toyota para próximo de uma
calçada onde Ari esteve de manhã. Close na porta. Ela é aberta e
Cael sai dela com um papel na mão observando o local. Uma moradora
está num portão prestando atenção.
Cael vai até o portão onde mora Lipe e bate palmas. Não demora muito e um homem magro, moreno, expressão ruim e mastigando um palito vem atender. Reconhecemos ser VICTOR LEME (2x08).
Cael vai até o portão onde mora Lipe e bate palmas. Não demora muito e um homem magro, moreno, expressão ruim e mastigando um palito vem atender. Reconhecemos ser VICTOR LEME (2x08).
Victor visualiza bem Cael, sua
roupa e seu carro.
VICTOR (tom de malandro):
O que o bacana quer na minha humilde residência?
CAEL:
Já não nos conhecemos antes?
VICTOR:
Sei disso não. Diz aí o que você quer?
CAEL:
Sou assistente social. Será que poderíamos conversar um instante?
VICTOR:
Vai ter que ser aqui mesmo, porque não vou deixar um estranho entrar
na minha casa, ok pro bacana?
Close na expressão assentida de
Cael que, pelo ângulo vemos Valentina em seu carro a uma certa
distância.
= = Passagem de Tempo = =
Victor se mantém encostado ao
batente do portão e mastigando o palito.
VICTOR:
Como eu disse pro senhor. Lipe tá na escola e a única coisa que
exijo dele é tirar boas notas, só isso.
CAEL:
Não é isso que fiquei sabendo. O garoto tem marcas de agressão nos
braços e medo de voltar pra casa. Além do senhor e do menino, quem
mais vive aí?
VICTOR:
Só nós dois. Mas somos tudo da paz. Lipe deve ter se machucado na
escola. Aliás, quem andou falando demais sobre ele, hen?
CAEL:
Isso não vem ao caso (pausa) Obrigado pela atenção e desculpe pelo
incômodo.
Cael dá as costas e Victor,
desconfiado, fecha o portão.
Quando Cael abre a porta do carro, a tal moradora se aproxima, curiosa.
Quando Cael abre a porta do carro, a tal moradora se aproxima, curiosa.
MULHER:
Oi moço (Cael se volta) Eu sem querer ouvi a conversa. O senhor
devia dar parte na polícia. O menino foi levado daqui por aquela
garota.
CAEL:
Aquela garota...?
A mulher fala baixo, com certo
temor.
MULHER:
É. A Ari...Não sei pra que voltou, mas apareceu aí logo cedo e
levou o menino. Deve ser pra cometer outra loucura...
Cael se mostra em dúvida.
FADE OUT
FADE IN
CENA 10
COFFEE BREAK BAR [INT./TARDE]
Close na porta que leva à
cozinha. Valentina sai por ele com um celular em mãos nitidamente
agitada enquanto digita. A cena intercala entre ela e Marco no
escritório.
VALENTINA (ao telefone):
Marco, você que não sai mais daquele apartamento já deve saber da
novidade, né?
Marco se vira em sua cadeira.
MARCO:
Depende de qual novidade você descobriu.
VALENTINA (tenta falar baixo
para outras funcionárias não escutarem):
O menino que está com a Ari. Parece que sofre maus tratos e a garota
quer defendê-lo.
MARCO (debochado):
Muito comovente, não acha?
VALENTINA:
Tanto que Cael se mostrou engajado a ajudá-lo, só que pro azar o
dele os moradores preferem defender os pais a ficar do lado de uma
louca assassina como Ari.
MARCO (irônico):
Passado triste de algumas pessoas, não?
VALENTINA:
E pra minha sorte, o pai do moleque é o mesmo que contratamos para
dar um fim nela naquele dia.
MARCO:
E pro azar da Ari ela está querendo defender o neto do homem que
matou.
VALENTINA (sorri maliciosa):
Espero que ela goste de um déja-vu...
A tela se fecha em seu semblante
esperto.
FADE IN
CENA 11
FACHADA – MANSÃO DE CAEL [TARDE]
Corta para o interior da sala.
Cael aparece na entrada e vê seu
pai sentado no sofá tomando um drink. Desce o degrau, olha ao redor
e seu pai ergue o copo.
DRº BEDLIN:
Chegou a minha salvação. Aceita?
CAEL:
Agora não...(ele joga a chave do carro no sofá) E a minha mãe? Não
veio te fazer companhia?
O pai solta um riso frouxo.
DRº BEDLIN:
Ela quer distância de mim desde que saiu da Europa...
Cael senta e o pai percebe sua
preocupação.
DRº BEDLIN:
Como foi lá?
CAEL:
Não foi (o pai faz que não entende). O pai do garoto é um
malandro, lógico que mente, mas...Parece que a Ari não me contou
tudo sobre ela.
Drº Bedlin toma um gole do
drink, pensativo.
DRº BEDLIN:
Talvez por que agora não tem mais importância. O que está em jogo
é a vida desse menino.
Cael apoia o cotovelo em seus
joelhos, visivelmente chateado.
CAEL:
A vida de um menino cujo avô ela pode ter matado.
Logo atrás está um segurança
ao lado de Ari e Raíza. As duas demonstram ter escutado.
SEGURANÇA:
Seu Cael. Essas moças querem lhe falar.
Cael olha para trás com cara de
tacho por imaginar ter sido ouvido e se levanta. Ele faz um sinal e
dispensa o segurança.
Ari vai até ele rapidamente e nervosa.
Ari vai até ele rapidamente e nervosa.
ARI:
Eu matei o avô dele?
CAEL:
Isso que eu quero que você me diga. Parece que pra eles é mais
grave o garoto estar com você a ser maltratado pelo pai.
Ari olha desolada para Raíza.
CORTA PARA
CENA 12
APTº 403 – SALA [INT.]
A cena de um filme de desenho
animado preenche a tela. A cena se afasta e corta para Josué
entregando um copo d’água para João Batista, sentado no sofá.
Lipe observa aquele gesto.
LIPE (para João):
Por que você mesmo não pega sua água?
João para o copo por entre seus
lábios.
JOÃO:
Por que não posso andar.
Ele bebe a água e Josué
demonstra não gostar de ver João ter que responder aquilo.
LIPE (olhando pra tv):
Meu pai um dia disse isso, mas era pra conseguir o dinheiro de um
seguro.
João quase se engasga.
JOÃO:
Não é o meu caso.
LIPE:
Se você diz.
JOÃO (aborrecido):
Tio, pega um copo d’água pra ele também, pega.
LIPE:
Por que você chama ele de tio?
Josué empalidece e João não
entende a pergunta.
JOÃO:
Por que ele É meu tio, ué (enfatiza).
O garoto faz que vai dizer mais
alguma coisa, mas Josué se movimenta rápido.
JOSUÉ:
Vou pegar sua água, Lipe. (o encara com jeito ameaçador) Continue a
assistir ao desenho.
Josué vai até a cozinha e Lipe
fita João por baixo sem que ele perceba. Ele olha insistentemente
para suas pernas e de repente, lhe chuta a canela fazendo João uma
expressão de dor.
JOÃO (resmunga de dor):
‘Cê’ pirou, garoto? ‘Cê’ quer apanhar, quer?
Lipe fica acuado. Josué vem com
o copo d’água sem entender a situação.
JOSUÉ:
O que tá havendo aqui?
JOÃO (disfarça):
Ah...É o Lipe. Ele disse que queria tomar um ar fresco lá fora.
LIPE:
Eu não...
JOÃO (interrompe):
Leva ele, tio.
Josué fita Lipe que o olha com
raiva.
CORTA PARA
CENA 13
MANSÃO DE CAEL [EXT.]
Vemos ao longe, Cael, Ari e Raíza
caminhando pelo gramado enquanto conversam.
CAEL:
Já entrei em contato com meu advogado, Ari. O que a gente precisa
fazer é saber se o Lipe tem mais alguém que possa ficar com a
guarda dele.
ARI:
Se até hoje ele viveu com o pai é porque não tem mais ninguém pra
ficar com ele ou não querem assumir a responsabilidade, Cael.
CAEL:
Ou talvez não saibam que tipo de pessoa é o pai do Lipe, Ari.
Converse com ele, tente descobrir algum parente.
A câmera se aproxima do
trio.
Ari põe as mãos na cintura, incomodada.
Ari põe as mãos na cintura, incomodada.
ARI:
E se ele não souber? E se isso demorar? Lipe volta pra casa pra
apanhar mais ainda?
CAEL (firme):
Você tem que pensar, Ari, que se começarmos essa briga e, o garoto
não tiver mais ninguém por ele, é pro orfanato que ele vai.
ARI:
Raíza, e se o seu Bruno...?
CAEL:
Ari, com o depoimento daqueles moradores nenhum juiz dará a guarda
de uma criança para o Bruno sabendo que vai conviver com você.
Impacto em Ari.
CAEL:
Desculpe, Ari, mas é que...
ARI (sentida):
Eu entendi, Cael. Uma criança não pode conviver com uma assassina.
Eu nem devia ter tentado ajudar um garoto que, além de tudo, só
enxerga meu passado, enquanto que o Marco recebe carinhos como se
fosse um cara muito bom.
Ela dá as costas. Raíza olha
para Cael que faz um sinal para ela ir atrás.
CORTA PARA
CENA 14
MANSÃO DE CAEL – SALA [INT.]
Cael entra meio desolado por não
ter podido ajudar. Drº Bedlin continua sentado e Lara está de pé
próxima da janela.
LARA:
Você realmente gosta de um perigo, não?
Cael, mãos nos bolsos, para na
escada sem entender.
CAEL (impaciente):
Do que está falando?
DRº BEDLIN:
Sua mãe estava ouvindo sua conversa lá fora.
Cael se mostra pasmo.
LARA:
Não me olhe assim. Você fala de seu irmão, mas tenta ajudar uma
assassina só por que ela é amiga de sua namoradinha.
CAEL:
Ela já paga caro pelo passado que tem, não queira compará-la ao
Marco.
LARA (provoca):
Jamais pensaria em comparar, até porque os dois são bem diferentes.
Até a criança não gosta dela... E você sabe como as crianças são
sensíveis, não é?
CAEL:
Não vou discutir isso contigo (dá as costas).
LARA:
Você tá querendo que a história se repita, é?
Cael para de costas. Drº Bedlin
põe o copo sobre a mesa e se levanta. Notamos um clima estranho,
algo por acontecer.
LARA:
Aquela desgraça não teria acontecido se você não tivesse
libertado aquela assassina só por que era amiga de sua noiva
falecida. Aliás, a culpa é de vocês dois (ela aponta).
Cael se volta nervoso.
CAEL:
As evidências apontavam para a inocência dela. Eu não forcei a
barra!
LARA:
Quem ouve você falar assim nem diz o quanto (ênfase) esforço você
fez pra tirá-la da prisão.
CAEL:
Você gosta de me atormentar, né? Já passaram mais de 10 anos, mas
pode passar 50, eu posso morrer que você é bem capaz de ir ao meu
túmulo me lembrar disso.
DRº BEDLIN:
Vamos parar com isso?
LARA:
E não seria o suficiente. Você parece ignorar o fato de que está
cometendo o mesmo erro. Aquela garota não prestava e sua noiva
também não.
Cael vai até ela alterado.
CAEL:
Você fala isso de todas as namoradas que eu tive, menos da
Valentina. Será que é por que vocês são iguais? Gananciosas e
traidoras?
Recebe um tapa.
Drº Bedlin segura seu braço
para evitar um novo confronto, mas ela ignora.
DRº BEDLIN:
Pelo amor de Deus, Lara!
LARA (imponente e arrogante):
A Valentina tem bom gosto, isso sim. Te traiu com o Marco porque você
não sabe cuidar do que é seu. Não ficarei admirada se você perder
a Raíza pra ele.
Cael vai pra cima dela, mas o pai
o detém olhando-o fixo.
DRº BEDLIN:
Por favor, Cael! Melhor você subir e esfriar a cabeça.
CAEL (para Lara):
Eu sei que não sou seu filho preferido porque meu pai te largou
(Lara segura o ódio) Eu já me sinto culpado. Não preciso que mais
alguém me faça me sentir assim.
Clima. Olho no olho. Cael se
solta do pai, pega a chave do carro e sai.
Drº Bedlin olha para Lara reprovando sua atitude.
Drº Bedlin olha para Lara reprovando sua atitude.
CORTA PARA
CENA 15
ED. CIRANDA DE PEDRA [EXT./FIM DE TARDE]
Vemos adiante Ari e Raíza
conversando, enquanto caminham. Ari demonstra estar bem chateada.
ARI:
Eu sempre achei que ter um amigo influente fazia toda a diferença,
mas tô vendo que não nasci com sorte mesmo.
RAÍZA:
O problema não é o Cael e sim a falta de testemunhas, ‘cê’
sabe.
ARI:
E o que você acha que pessoas em má situação com costas quentes
fazem?
Raíza dá uma paradinha e toca
seu ombro, puxando-a.
RAÍZA (surpresa):
Você queria que ele comprasse as testemunhas? (pausa / Ari a encara
demonstrando ter pensado besteira) Do jeito que aquelas pessoas falam
de você o tiro ia sair pela culatra.
Ari põe as mãos na cintura,
desvia o olhar e vê algo que chama sua atenção.
ARI:
O que o Lipe tá fazendo ali?
Corte rápido
Lipe está sentado na calçada de
frente para o edifício e olhando para o chão. Depois ele ergue a
cabeça para ver alguém fora da tela.
ARI (O.S):
Por que não tá lá dentro?
LIPE:
Disseram que eu queria pegar ar fresco...
Raíza cruza os braços.
RAÍZA:
Me parece coisa do João.
Ouvimos o barulho de carro. A
sombra dele cobre o corpo de Lipe parando em seguida.
A porta é aberta e Cipriano sai dele sorrindo falsamente.
A porta é aberta e Cipriano sai dele sorrindo falsamente.
CIPRIANO:
Olá meninas! (Ari revira os olhos) Não te vi no colégio hoje,
Raíza. O que houve?
Ele dá um beijo no rosto de
Raíza e Ari desvia na sua vez.
ARI (provoca):
Não sabe?
Cipriano ignora e vê o menino
Lipe o encarando. Ele se levanta vagarosamente e seu olhar é de
medo.
CIPRIANO:
E esse menino bonito...?(ele se agacha e faz que vai tocar seu rosto)
Quem é?...
Lipe leva a mão para impedir ser
tocado.
LIPE:
Não encosta em mim!
Ele sai correndo apavorado.
ARI:
LIPE! LIPE! VOLTA AQUI!
RAÍZA:
Vai atrás dele, Ari!
CIPRIANO:
O que aconteceu?
Raíza olha para ele sem entender
também.
RAÍZA:
Ele é um garoto muito especial...
Dcr chega por trás deles com ar
sarcástico pela cena que acabou de presenciar.
DCR:
Parece que o garoto se assustou contigo hen, Cipriano.
Cipriano lhe dá uma olhada
rápida e mortal.
Adiante, Ari corre atrás de
Lipe. Um carro preto vem de frente, para, Victor sai dele rapidamente
e contém Lipe.
RAÍZA:
Meu Deus...O que tá havendo ali?
Dcr fecha o sorriso sarcástico.
Raíza apressa o passo, Cipriano vai junto se fingindo de preocupado
e Dcr corre também.
Corta para Victor
Corta para Victor
VICTOR:
Entra no carro, anda!
ARI (assustada):
Não, Para! Quem é você?(ela para ao reconhecê-lo) Ai, meu
Deus...
Tenta voltar, mas é tarde demais. Ele a pega pelo braço...
Tenta voltar, mas é tarde demais. Ele a pega pelo braço...
ARI (grita):
AHH! ME SOLTA!
...E a joga no banco de trás do
carro. Em seguida, Victor entra, bate a porta e acelera no momento em
que Raíza chega batendo na janela.
RAÍZA:
PARA! PARA!
O carro dá uma guinada e passa
zampado por um Toyota que para imediatamente.
Cael sai do carro assustado.
Cael sai do carro assustado.
CAEL:
O que aconteceu aqui?
RAÍZA (desesperada):
Um cara...O mesmo cara que agrediu a Ari na boate, lembra? (ele faz
que sim) Ele acabou de levá-la. Ela e Lipe.
CAEL (pensa alto / lembra):
Victor...
DCR:
O que foi?
CAEL:
Eu estive com ele hoje, agora tô me lembrando. É o pai do garoto.
(Dcr e Raíza se entreolham, surpresos) Ele pode querer terminar o
serviço.
Tensão.
CORTA PARA
CENA 16
CASA DE VICTOR [INT.]
Ari e Lipe são jogados contra
uma parede e ela o abraça para protegê-lo. Há uma sombra que se
projeta sobre eles. É de Victor que aponta uma arma.
VICTOR (ironiza):
Que cena mais bonita...O garoto é abraçado pela assassina de seu
avô(pausa) Larga dela, anda!
Lipe não obedece. Ari respira
ofegante.
ARI:
O que vai fazer com a gente?
VICTOR (ironiza):
Vamos brincar de quebra-cabeça. Você ainda se lembra de como se
brinca?( pausa / solta uma gargalhada).
Medo na cara dos dois raptados.
VICTOR:
Eu vou arrumar as malas. (apontando e fazendo gestos com a arma)
Fiquem quietinhos aí, hen (ri).
Assim que eles saem, Ari se
levanta e olha ao redor. Não há uma janela. Ela vê Lipe amuado no
canto sem reação como se aceitasse a situação.
Ari se agacha diante dele.
Ari se agacha diante dele.
ARI:
Não há nada que possamos fazer?
Lipe a olha de baixo. Ari olha
por alto, tristonha.
ARI:
Ele vai acabar comigo?
LIPE:
Do mesmo jeito que você acabou com o meu avô.
Ari abaixa a cabeça.
ARI:
Você só consegue ver o passado das pessoas. (o encara) Não vê que
elas mudaram. Por quê? Desde quando?
LIPE:
Não sei. Você faz tudo que aquele cara manda (Ari não entende)
aquele que chegou de carro. (tom de desejo) Um dia ele faz com você
o que você faz com os outros.
O semblante de Ari é de temor.
Sabe que ele se refere a Cipriano.
CORTA PARA
CENA 17
TOYOTA [INT.]
Cael dirige o carro apreensivo.
Dcr, ao seu lado, o olha de soslaio curioso.
DCR:
Por que esse cara ia querer matar a Ari? Acha que tem alguém por
trás disso desde aquela vez?
CAEL:
Talvez...Talvez...(ele se concentra em outra coisa / olha para frente
o tempo todo) Talvez houvesse um jeito de ajudar o garoto e isso não
estaria acontecendo...
DCR:
Mas se o cara já pensava em matar a Ari, não importava o que fosse
feito. Ele já devia estar planejando algum ataque. O que a gente
precisava descobrir é quem está por trás disso. ‘Cê’ não
acha?
Nessa hora, Cael olha para ele
sem conseguir concordar e torna a olhar pra frente.
A câmera sai do interior focando
o carro verde que vem ao longe.
Corte rápido para o interior do
carro verde
Cipriano dirige e Raíza, ao seu
lado se mostra tensa.
RAÍZA:
Ele não tem que se sentir culpado. (pausa) Tenho medo do que ele
possa fazer.
CIPRIANO:
Calma, Raíza. Vai dar tudo certo. Cael é um cara sensato, já
chamou a polícia. Todos eles vão sair são e salvos, você vai ver.
Raíza sorri nervosa para ele que
esconde um sorriso de satisfação.
CORTA PARA
CENA 18
CASA DE VICTOR [INT.]
Close na porta. O local está
escuro e a porta é aberta fazendo a claridade entrar. Victor entra
com duas malas e aponta a arma.
VICTOR:
Vambora! Anda! Tá na nossa hora.
Ari se levanta e Lipe também.
ARI:
Vai nos levar pra onde?
VICTOR:
(ironiza) Pra praia do Arpoador, olha que coisa linda. (agressivo)
Para de fazer perguntas e anda logo!
Corte rápido
CENA 19
CASA DE VICTOR [EXT.]
Eles estão saindo do portão, há
um carro preto de frente e Victor faz que vai pro lado do motorista.
Um Toyota atravessa a tela e vai de frente, dá uma guinada, Victor
volta pra trás assustado...
VICTOR:
OUW!
O Toyota freia mais a frente.
Corte rápido pro interior do
Toyota
Close no porta-luva de onde é
retirado um revólver.
Dcr olha pr’aquilo tenso e surpreso. Cael o encara rapidamente, guarda a arma na cintura e sai do carro.
Dcr olha pr’aquilo tenso e surpreso. Cael o encara rapidamente, guarda a arma na cintura e sai do carro.
Volta à cena exterior
Cael e Dcr descem do carro.
VICTOR (deboche):
Ah, mas você de novo? Como é que você me fecha desse jeito,
bacana?
Cael anda em passos normais e ao
ver que ele carrega uma arma na cintura, leva as mãos a fim de pedir
calma.
CAEL:
Não tente fazer nada. A polícia já foi acionada. Você não
precisa sair daqui preso.
Ari está abraçada a Lipe perto
de Victor.
VICTOR:
Veio bancar a advogado do diabo? A garota mata meu pai e eu não
tenho o direito de ficar com raiva, é isso?
Dcr se mostra surpreso e
indignado e para quando Cael para de caminhar.
DCR:
Do que ‘cê’ tá falando, cara?
CAEL:
Calma, Dcr...
DCR:
De quem ele tá falando, Cael?
Ari abaixa a cabeça com medo da
reação do namorado.
VICTOR:
(raiva / aponta para Ari) Ela provocou e matou meu pai e agora vive
livre e feliz da vida. Daqui a pouco meu filho aparece morto e vão
acusar insanidade de novo nela. É assim que funciona o esquema, eu
sei.
Dcr, surpreso, fita Ari que faz
uma expressão sofrida.
A câmera nos revela ao longe o
carro de Cipriano.
Corte rápido para o interior do carro.
Corte rápido para o interior do carro.
CIPRIANO:
Tem certeza que é isso mesmo que você quer fazer?
RAÍZA:
Esse Victor não tá pra brincadeira e não vai perdoar a Ari só
pela voz mansa do Cael. (pausa / olha de soslaio para Cipriano)
Vamos?
Eles atravessam a porta do carro.
Estão invisíveis.
Volta à cena do outro lado
VICTOR (se distrai / para os
reféns): Vambora!
Entrem no carro!
CAEL (se aproxima):
Você não precisa fazer isso...
VICTOR (ignora / para Ari e
Lipe): Eu não tenho o
dia todo, será que dá pra agilizar isso?
CAEL:
Fique onde está, Ari!
Victor faz uma cara de
impaciente.
VICTOR:
Já tô por aqui contigo, cara. (olha para Ari e Lipe) Entram logo
nessa droga, caramba!
Dcr aproveita sua distração,
corre em sua direção não deixando brecha para Cael impedi-lo.
Rapidamente, Victor percebe, acerta seu rosto com um soco e Dcr cai
no asfalto. Logo ele lança mão de seu revólver, envolve Ari num
abraço e aponta a arma em sua cabeça. Lipe corre para o canto do
muro. Quando Cael saca a dele, Victor aponta em sua direção.
VICTOR:
Qual é bacana? Eu posso resolver isso agora mesmo.
A câmera mostra, entre eles,
Raíza e Cipriano ao fundo. Ela está surpresa com a ação do
namorado.
Dcr se levanta, seu supercílio
sangra.
Enquanto Victor aponta para Cael, Cipriano vai por trás de Victor e analisa a situação. Ari, nesse momento, vê tanto Cipriano quanto Raíza pelo vidro do carro. Esta está por trás de Cael e faz um sinal de positivo com a cabeça.
Enquanto Victor aponta para Cael, Cipriano vai por trás de Victor e analisa a situação. Ari, nesse momento, vê tanto Cipriano quanto Raíza pelo vidro do carro. Esta está por trás de Cael e faz um sinal de positivo com a cabeça.
CAEL:
Você acha que matando a Ari vai se sentir melhor? (Victor o encara
atento) Seu filho vai ficar traumatizado e você, preso por um bom
tempo. Ainda mais sob a alegação de que você matou uma pessoa que
não é considerada sã. Isso é covardia.
Aparentemente, Victor está
avaliando aquelas palavras, faz parecer que entendeu, mas continua a
mirar nele.
VICTOR:
(sentido) Covardia? (pausa) Covardia é você atropelar o próprio
pai cadeirante por que uma garota louca o jogou na estrada. Depois
você assiste o velho morrer e não há ninguém pra pagar por essa
morte, simplesmente por que ela foi levada numa camisa de força logo
depois de matar o pai.
As palavras provocam certo
impacto em Dcr, Ari, Raíza e Cael.
VICTOR:
Agora chega de injustiça (ele engatilha) E você não vai me
impedir.
No momento em que ele vai atirar,
Cipriano aperta sua jugular fazendo Victor uma expressão de dor.
Este perde a força, desvia o cano da cabeça de Ari que vê Raíza
ir à sua direção pelo vidro do carro.
Raíza a joga no chão, mas pelos olhos dos outros, Ari é que se joga.
Raíza a joga no chão, mas pelos olhos dos outros, Ari é que se joga.
Raíza faz sinal para Cipriano
não matar Victor, então ele larga de sua jugular. Não há tempo
para Cael imobilizá-lo. Victor torna a apontar a arma para Ari caída
no chão e Cipriano começa a perder a invisibilidade. Raíza se
desespera ao vê-lo correr.
VICTOR:
Cansei dessa brincadeira.
DCR:
NÃO!
CAEL:
Não faça isso, Dcr!
[câmera lenta]
Dcr corre, dá um salto e cai
sobre Ari para protegê-la.
Victor se prepara para atirar e a
câmera mostra tanto ele quanto o braço estendido de Cael que atira
contra o ombro de Victor. Victor perde a força e cai.
[fim do efeito]
Raíza, estupefata, começa a
perder a invisibilidade e corre dali. Nesse momento, ouvimos som de
carro de polícia e moradores saem de suas casas para ver o que
acontece.
A câmera se distancia e em
ângulo alto vemos a movimentação na rua com Dcr e Ari se
abraçando, Cael guardando a arma e Bruno e Marco saindo de outro
carro.
FADE OUT
FADE IN
CENA 20
DELEGACIA [EXT. / NOITE]
Vemos Raíza em pé de frente
para a delegacia e distraída. Logo atrás vêm Cael, Dcr, Ari e
Marco. Raíza se volta e sorri para quase todos. Cael a abraça.
CAEL:
Por que você não esteve lá também?
Marco, mãos nos bolsos, atitude
clássica, está lado a lado de Dcr.
MARCO:
Talvez o tivesse impedido de atirar contra o elemento. (Todos o
encaram e ele faz graça) É assim que os policiais chamam os
bandidos.
DCR (ameniza):
Se não fosse isso eu ou a Ari estaríamos mortos. Obrigado, Cael.
Cael apenas faz um gesto com a
cabeça.
RAÍZA:
Eu só lamento pelo Lipe. Ainda bem que ele ainda tem uma tia, né?
MARCO:
Que não seja que nem o seu tio Josué, não?
Raíza desvia o olhar impaciente,
cerra os lábios, parece que vai explodir. Cael a abraça, ainda mais
notando sua ira.
CAEL:
O que até agora não consigo entender é como aquele cara descobriu
onde o Lipe estava.
MARCO (cínico):
As pessoas costumam ter seus meios, caro irmão.
Cael revira os olhos.
CAEL:
Vamos pro apartamento. O Lipe está nos esperando.
DCR:
Ah, vão na frente...Vamos depois.
Cael e Raíza sorriem.
MARCO:
Boa noite para vocês, então. Amanhã estarei lá para a despedida
do garoto.
CAEL (irônico):
Estaremos te esperando ansiosos.
Ele dá as costas com um sorriso
sacana no rosto e Raíza também. Marco disfarça a insatisfação,
olha para o casal atrás que nada dizem ou fazem. Depois ele segue
até o carro, entra olhando para o casal e parte.
TOCANDO:
Big Girls Don’t Cry – Fergie
Dcr toca os cabelos de Ari que se
mostra tensa.
ARI:
‘Cê’ poderia ter morrido...Você...Você se arriscou muito.
DCR:
E eu pretendo me arriscar sempre.
ARI:
Mas depois de tudo que o Victor disse...
Dcr toca seu rosto com as duas
mãos.
DCR:
E você acha que eu acreditei? (Ari se surpreende) Tava na cara que
ele inventou aquilo só pra justificar sua morte e esconder quem tá
por trás disso de verdade (sorri).
ARI:
Mas e se...
Dcr a beija na boca. Beijo
demorado. Depois a olha, carinhoso.
DCR:
Seja quem for que estiver por trás disso a Raíza é o principal
alvo. Querem atingir os amigos dela para deixá-la vulnerável,
entende?
Ari se incomoda por saber que não
é bem assim.
ARI:
Se refere à Valentina? Acha que ela ainda não se conformou por ter
perdido o Cael?
DCR (coça a nuca):
Ahn...É. Tem o Marco também que não sai da cola dela. Acho até
que a Rafaela ainda não foi pro limbo por que anda com ele.
Ele a nota com olhar vago e
deprimido.
DCR:
Você tá tensa desde que chegamos aqui. (ele toca seu rosto) Tem
algo que queira me dizer?
Ari tem uma expressão tensa, faz
que vai dizer alguma coisa, mas sorri fingindo-se aliviada.
ARI:
Que te amo, sabia?
Os dois sorriem e se abraçam.
Tensão no olhar dela; Ele a abraça como não a querer soltá-la
mais.
FUSÃO PARA
Takes da cidade à noite...
CORTA PARA
CENA 21
FACHADA – ED. CIRANDA DE PEDRA [NOITE]
= = Music Off = =
Corta para o interior do APTº
403 – SALA
Cael está em pé perto da porta,
põe a mão na cabeça de Lipe e o abraça.
CAEL:
Já entrei em contato com uma tia dele, mas ela só poderá vir
amanhã cedo.
RAÍZA:
É...Nada disso teria acontecido se o Lipe não fosse tomar o tal ar
fresco (ênfase /
fitando João).
Josué está ao lado do sobrinho
próximo do sofá.
JOSUÉ:
Pelo menos agora ele poderá ter uma condição de vida melhor.
RAÍZA (aborrecida):
Às custas da quase morte da Ari e do Dcr, né?
Clima. Todos cruzam o olhar.
Cipriano é encarado por Ari e Lipe, Dcr observa.
BRUNO (disfarça):
Querem um suco? Tem de tangerina que é uma delícia...
CAEL:
Ahn...Eu agradeço, mas preciso ir.
Bruno assente. Dcr levanta o
dedo.
DCR:
Eu aceito!
Alguns riem, menos Josué e João.
CORTA PARA
CENA 22
ED. CIRANDA DE PEDRA [EXT./NOITE]
Cael e Raíza vêm andando
abraçados até o portão.
CAEL:
Esse Dcr é uma figura, não é?
RAÍZA:
Figuraça.
Ele ri, mas ela logo fecha o
semblante. Os dois param na calçada.
CAEL:
Está assim por causa do Josué, não é? (ela nada diz) Eu acho que
ele só quis ver o lado bom das coisas. Ele só tem estado um
pouco...Estressado.
RAÍZA (aborrecida):
Até de mais, não? Eu não posso falar nada que tô errada, mas se é
ele a culpa é do estresse.
Cael acaricia seu rosto com as
duas mãos.
CAEL:
Não gostou do que eu falei?
Raíza desvia o olhar, respira
fundo.
RAÍZA:
Olha eu sei que ele ficou pior desde o acidente do João. Ele não se
conforma, sabe. Mas não acho certo justificar um mal com outro mal.
Não sou só eu quem paga com isso, é a Ari também.
CAEL:
Já parou pra pensar que o Josué sofre tanto quanto você? E como
não consegue lidar com isso acaba sobrando para os outros.
RAÍZA:
Ele já bateu em mim, Cael. Se ele me der um tiro pra defender
alguém, ainda sim você o justificaria?
Cael larga as mãos do rosto
dela, cerra os lábios e se mostra vencido.
CAEL:
Hmmm, já entendi. É isso que te aborrece. (ela abaixa a cabeça e
depois o encara confirmando) Depois do atentado que sofri preciso
andar reforçado, você sabe e a situação pedia.
Raíza olha para a direita,
lembra de algo.
CAEL:
O que foi?
RAÍZA:
Me lembrei agora do que você me disse no velório da falsa morte de
Paulo. (repete) “Ele estava armado...Isso indica que propensão pra
matar ele tinha”.
CAEL (admirado):
Que memória...(pausa) A gente fala coisas que depois se voltam
contra nós.
RAÍZA:
É por que ele era um bandido, não é? Você não teria coragem de
matar...Teria?
Pausa. Cael sorri um sorriso
fechado.
CAEL:
Jamais.
Os dois se abraçam. Ela sorri
aliviada; Ele está pensativo.
CORTA PARA
CENA 23
CARRO DE MARCO [INT./NOITE]
O corte é feito diretamente em
Marco, mãos no volante, dirigindo. Ouvimos o toque de um celular.
Ele inclina a cabeça para o lado e pra baixo e vemos seu celular
sobre a poltrona. O visor mostra o nome de Valentina. Ele aperta uma
tecla. A conversa é por viva-voz e alterna entre ele e ela.
MARCO (deboche):
Que é? Ligou pra lamentar o não ocorrido?
Valentina se volta com uma
expressão nada boa.
VALENTINA (irritada):
Por que aquele Victor não atirou logo naquela garota? Por que tem
sempre que dar errado?
MARCO:
Se você que foi espiar não viu, como é que eu vou saber?
VALENTINA:
‘Cê’ deve estar rindo, né? Mais uma vez a sua nova família
escapou. Eu ainda perco a paciência, vou naquele apartamento de
quinta e acerto um tiro na cara da Raíza. Acabo de uma vez por todas
com isso.
MARCO:
Quando você fica nervosa fica tão clichê.
VALENTINA:
Qual é a tua, hen? Às vezes parece que você não queria que a Ari
morresse.
MARCO:
Você devia ver as coisas pelo lado positivo. Será que Raíza está
satisfeita com o desempenho de Cael como um herói nada convencional?
Um homem apaixonado capaz de tentar matar para defender quem quer que
seja...
VALENTINA (desdenha):
Você é tão tosco. Uma garota que defende uma assassina nunca vai
se importar se o cara com quem ela namora anda armado ou não.
MARCO:
Você que pensa. Uma coisa é defender uma amiga; Outra bem diferente
é namorar um cara que a qualquer momento pode empunhar uma arma para
defender o que for, ou quem for (sorri sacana).
VALENTINA:
Do jeito que tô com azar é capaz dela ter adorado essa história.
MARCO:
Isso, com o tempo, não vai deixá-la dormir. Acredite. (sorri
malicioso).
Close em Valentina pensativa e
ainda com raiva.
CORTA PARA
CENA 24
APTº 403 – QUARTO DE ARI E RAÍZA [INT./NOITE]
A tela está escura.
ARI (O.S):
Raíza?
RAÍZA (O.S):
Oi.
ARI (O.S):
Por que o Cipriano tava com você lá na hora em que o Victor quase
acabou comigo?
A luz do abajur é acesa. Vemos
que foi Raíza quem acendeu.
A câmera mostra no ângulo de cima as duas deitadas, cada uma em sua cama.
A câmera mostra no ângulo de cima as duas deitadas, cada uma em sua cama.
RAÍZA (olhando para ela):
Como sabe?
ARI (olhando pro teto):
Vi vocês dois pelo vidro do carro.
RAÍZA (olha pro teto também):
Nossa...Tinha me esquecido disso (pausa). Ele quis ajudar. Se não
fosse por ele você teria levado aquele tiro.
ARI:
Do mesmo jeito que aconteceu com você e o Paulo, né?
As duas se encaram.
RAÍZA:
O importante é que você tá viva.
ARI (instiga):
Ele matou um cara pra te defender e defender seu pai, mas você não
gostou quando Cael atirou no Victor para me defender.
RAÍZA:
É...Se o Cipriano não tivesse perdendo a invisibilidade na hora,
talvez nada daquilo teria acontecido.
ARI:
Você tá preocupada com o que Cael fez, mas você não me condena
por eu já ter matado alguém, (pausa) aliás, você não condena o
Cipriano por ter matado o Paulo e sabe Deus quantos mais (Raíza a
olha de repente, assustada). Só por que o Cael é seu namorado ele
não pode cometer um erro?
Raíza faz expressão de quem não
sabe o que dizer. Olha pro teto, pensativa.
FADE OUT
FADE IN
CENA 25
FACHADA – ED. CIRANDA DE PEDRA [MANHÃ SEGUINTE]
A câmera desce, vemos Bruno
carregando Lipe pelas mãos, Raíza ao seu lado e Ari vem logo atrás.
Eles chegam no portão, Cael está esperando ao lado de uma mulher
morena que retira os óculos, sorridente. Há dois carros parados
próximos da calçada.
MULHER (feliz):
Lipe! (ela o abraça) Espero que não tenha dado trabalho pra eles,
hen.
ARI (sorri):
Imagina. Ele é um menino tão educado.
BRUNO:
E então dona Elisa? Vocês vão morar mesmo em Petrópolis?
ELISA:
Sim. Tenho trabalho lá.
ARI:
Mantenha contato, tá?
ELISA:
Claro!
Um carro para logo atrás do
Toyota de Cael.
CAEL (resmunga):
Não faltava mais ninguém...
Marco sai do carro e se aproxima
com as mãos nos bolsos, sorriso cínico.
MARCO:
Lipe!...Ia embora sem se despedir de mim?
O garoto o encara estranhamente.
Todos estranham sua nova atitude.
MARCO (forçando o ar de
deboche): O que é?
Não vai mais amarrotar minha roupa?
CAEL (sarcasmo):
O que foi, Marco? Carência?
Bruno, Ari, Raíza e Elisa riem.
Marco faz cara de poucos amigos.
MARCO:
Eu só estou estranhando o novo comportamento do garoto.
ELISA (preocupada):
Novo comportamento? Como assim? Será que preciso levá-lo a um
psicólogo?
BRUNO:
É o recomendável nesses casos...
ARI:
Acho que não é esse o problema. Vai vê ele só tá enxergando as
coisas de maneira diferente agora (fita Marco).
Elisa faz que não entende.
CAEL:
Não, não é nada a que se preocupar.
Ari puxa Lipe em um canto
enquanto Cael e Bruno conversam com Elisa. Ari se agacha.
ARI (fala baixo):
Por que você tratou o Marco daquele jeito? Você parecia gostar
dele...
LIPE:
Não vejo ele mais como antes. Ele é uma pessoa triste, não é?
ARI:
Por acaso é desde ontem à tarde quando tudo aquilo...Aconteceu?
LIPE:
Acho que sim. Por quê?
ARI:
Por que eu acho que você não enxerga mais o passado das pessoas por
que se livrou do próprio.
LIPE:
Como assim?
Ari sorri e toca seu cabelo.
ARI:
Deixa pra lá.(pausa) Mas falando nisso...Como você me enxerga
agora?
Lipe se mostra pensativo, solta
os ombros.
LIPE:
Não tenho mais raiva de você. Você mudou.
ARI:
Mas isso não responde minha pergunta. Como você me enxerga agora?
LIPE (solta os ombros de
novo): Como você é.
TOCANDO:
Sweet Child O’Mine – Danni Carlos
Ari não tem tempo de questionar;
Lipe a abraça.
ELISA:
Vamos, Lipe?
Lipe se afasta dela que se
levanta. Cael e Bruno passam a mão na cabeça dele. Lipe entra no
carro; Elisa também.
De dentro do carro, Elisa acena para eles e acelera. Enquanto o carro parte, Lipe olha para trás.
De dentro do carro, Elisa acena para eles e acelera. Enquanto o carro parte, Lipe olha para trás.
Todos observam, Raíza se
aproxima de Ari.
ARI:
Eu consegui livrá-lo do próprio passado, mas não pude fazer o
mesmo com o meu.
RAÍZA:
Foi pra isso que você voltou naquele bairro? Para convencer as
pessoas de que mudou?
ARI:
Não posso mudar a visão que todos têm de mim, né?
Raíza apoia seu braço direito
no ombro dela.
RAÍZA:
Lipe era especial, mas aquelas pessoas vão continuar te vendo como
você é e não como você está agora.
A câmera vai se aproximando de
Ari como se fosse fechar em seu rosto.
ARI:
É...E eu sei como sou.
Ela olha para Raíza e a câmera
gira focando o carro ao longe. O carro faz uma curva e some.
FADE OUT
FIM
A música termina nos créditos…
CRIADA
POR: Cristina
Ravela
ESTRELANDO:
Maria Flor - Raíza
Michael Rosenbaum - Cael
Pierre Kiwitt - Marco
Caio Blat - João Batista
Nathália Dill - Ari
Aaron Ashmore - Dcr
Fernanda Vasconcellos - Rafaela
Alinne Moraes - Valentina
Caco Ciocler - Josué
Juan Alba - Bruno
Thiago Rodrigues - Cipriano
ESTRELANDO:
Maria Flor - Raíza
Michael Rosenbaum - Cael
Pierre Kiwitt - Marco
Caio Blat - João Batista
Nathália Dill - Ari
Aaron Ashmore - Dcr
Fernanda Vasconcellos - Rafaela
Alinne Moraes - Valentina
Caco Ciocler - Josué
Juan Alba - Bruno
Thiago Rodrigues - Cipriano
PARTICIPAÇÕES:
Jane Saymour - Lara
José Augusto Branco - Drº Bedlin
PARTICIPAÇÕES ESPECIAIS:
Jane Saymour - Lara
José Augusto Branco - Drº Bedlin
PARTICIPAÇÕES ESPECIAIS:
Frederico
Volkmann - Lipe Soares
Alexandre Barilari - Victor Leme
Mulher - Dayse Belico
Júlia Almeida - Elisa
TRILHA SONORA:
Big Girls Don't Cry - Fergie
Sweet Child O'Mine - Danni Carlos
Alexandre Barilari - Victor Leme
Mulher - Dayse Belico
Júlia Almeida - Elisa
TRILHA SONORA:
Big Girls Don't Cry - Fergie
Sweet Child O'Mine - Danni Carlos
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