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RAÍZA 2ª TEMPORADA SÉRIE
0:30:00 min
WEBTVPLAY APRESENTA
RAÍZA 2
Série
de
Cristina Ravela
Episódio 08 de 23
"Máscara"
© 2010, WebTV.
Todos os direitos reservados.
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FADE IN
A câmera acompanha ao longe uma
asa-delta sobrevoando a cidade.
CENA 1
RUAS DA CIDADE [MANHÃ]
A câmera vai descendo. Close
numa placa vermelha: “Diogo de Oliveira Castro – Engenheiro
chefe” a frente de uma construção.
Corta para o interior da
construção.
Vemos um salão com muitos sacos
plásticos espalhados pelo chão e cobrindo caixas. Há um balcão,
um palco, mais caixas, tudo ainda na bagunça.
CAEL (O.S):
Daqui a 2 meses a Curto-Circuito será inaugurada. Estão ansiosos?
A câmera vai subindo, vemos
ferros que servem para sustentar holofotes e globos de luz. Cael,
Raíza, Ari e Dcr caminham na sacada do 2º piso. Por ali há outras
caixas.
ARI (logo atrás deles): Eu não vejo a hora de retomar o meu trabalho.
ARI (logo atrás deles): Eu não vejo a hora de retomar o meu trabalho.
Raíza caminha com as mãos no
bolso da calça jeans preta observando o local.
DCR: Eu agradeço por me oferecer esse trabalho, Cael. Não tenho dúvidas de que me darei melhor aqui do que dando aulas de informática.
DCR: Eu agradeço por me oferecer esse trabalho, Cael. Não tenho dúvidas de que me darei melhor aqui do que dando aulas de informática.
RAÍZA:
E nós não temos dúvidas do quanto você é direto.
Eles riem e Cael a abraça.
CAEL:
Será que se eu pedi com jeito seu pai deixa você trabalhar comigo?
Raíza retribui o abraço.
RAÍZA (brinca):
E eu ia trabalhar onde? Mostrando meus dotes musicais no palco?
Ela ri e os outros também.
A câmera se distancia de frente e se move como alguém a espreitar atrás de uma pilastra.
A cena volta para eles.
A câmera se distancia de frente e se move como alguém a espreitar atrás de uma pilastra.
A cena volta para eles.
DCR:
O seu Bruno não ia querer nem pensar dela perder mais um ano no
colégio.
CAEL (para Raíza):
Falando nisso eu nunca entendi como você foi se perder da família,
perder contato com seu pai. Às vezes acho que você caiu do céu na
minha vida.
Raíza sorri sem jeito e olha
para Ari que segue logo atrás se aproximando da tal pilastra.
ARI (brinca):
Dessa queda ‘cês’ não tem do que reclamar...
Rapidamente um homem (VICTOR
LEME) surge por de
trás da pilastra, se joga em Ari na direção do vão entre as
grades de proteção e ela grita. Todos olham assustados.
RAÍZA:
ARI!
A câmera se distancia para
vermos a queda dos dois.
Cael tenta descer correndo e Dcr vai atrás.
A câmera focaliza Raíza de baixo, desesperada, aflita com a cena que vê.
Ouvimos a queda que a faz piscar os olhos.
Cael tenta descer correndo e Dcr vai atrás.
A câmera focaliza Raíza de baixo, desesperada, aflita com a cena que vê.
Ouvimos a queda que a faz piscar os olhos.
Corte rápido.
Victor sai correndo pela porta afora sob os GRITOS de Cael para parar. Este vai até a porta, bate a mão na parede de raiva e volta. Tanto ele quanto Dcr veem a cena adiante e olham para cima onde Raíza os encara assustada.
Victor sai correndo pela porta afora sob os GRITOS de Cael para parar. Este vai até a porta, bate a mão na parede de raiva e volta. Tanto ele quanto Dcr veem a cena adiante e olham para cima onde Raíza os encara assustada.
A cena desce lentamente. Ari está
desacordada sob vários plásticos e uma caixa derrubada.
A tela se fecha num baque.
2x08
MÁSCARA
MÁSCARA
CENA 2
FACHADA - HOSPITAL CENTRAL [MANHÃ]
Corta para o interior.
Enfermeiros, médicos, pessoas
comuns caminham rápido pelo corredor. A cena para na porta de nº
202 e entra no QUARTO.
Ari está deitada na cama,
acordada diante de Raíza.
RAÍZA:
Tá doendo muito?
ARI:
As minhas costas...Doem ainda.
RAÍZA:
Cael disse que um dos trabalhadores viu o homem suspeito entrar num
carro e fugir, mas ninguém o viu entrar na construção.
ARI:
Você acha que eu era o alvo mesmo?
RAÍZA:
Se não só se ele fosse ruim de pontaria.
Ari inquieta as mãos por cima de
sua barriga. Vemos marcas em seus braços provocadas pelas mãos
daquele homem.
ARI:
Raíza...Eu tenho medo...(pausa / Raíza se aproxima) Você sabe que
não tenho o melhor passado do mundo. Que existem pessoas que não
gostam de mim.
Raíza toca suas mãos na
intenção de acalmá-la.
RAÍZA:
Eu entendo. Já tentaram contra a minha vida e preciso conviver com
isso.
Ouvimos alguém bater na porta.
Raíza vê Cipriano sorrir e entrar timidamente. Ari revira os olhos
sem que sua amiga perceba.
CIPRIANO:
Eu fiquei sabendo do ocorrido...
ARI:
Ocorre-se muita coisa na vida de Raíza...
Cipriano caminha de mãos nos
bolsos da calça, beija Raíza na testa e faz o mesmo com Ari mesmo
ela tentando recuar.
CIPRIANO:
Eu estive viajando...Perdoe.
RAÍZA:
Bom eu vou ver se o Cael já sabe de mais alguma coisa.
Ari faz que irá impedi-la de
deixá-la a sós com Cipriano, mas Raíza logo sai.
Assim que a porta se fecha sob o
olhar de Cipriano, este encara Ari e vai andando para frente da cama.
Pousa as mãos sobre ela.
CIPRIANO (provoca):
Parece com problemas, Ari?
ARI (imponente / disfarça o
medo): ‘Cê’ veio
fazer o quê aqui?
Cipriano caminha em sua direção
e ela tenta recuar.
CIPRIANO:
Ora! Vim saber como você está.
ARI:
Já viu. Pode ir.
Cipriano chega bem perto.
CIPRIANO:
Sabe o que mais admiro em você? É essa sua capacidade de
entrosamento na família de Raíza. Sua cumplicidade com ela é
admirável.
Ari revira os olhos e nada diz.
CIPRIANO (cínico):
O preço que você tem que pagar pra se manter naquela casa e não
voltar pra clínica deve estar sendo um fardo, hen. Guardar um
segredo se tornou uma armadilha pra você.
Ari demonstra impaciência.
ARI:
Quer fazer o favor de me deixar em paz?
Cipriano vai se afastando.
CIPRIANO:
Eu só queria ajudar. Você sabe porque foi atacada, não é? Odeio
frases clichês, mas o seu passado lhe condena.
ARI:
Se bobear foi você que plantou aquele cara lá. Por que não me
deixa em paz, hen? Você não conseguiu nada comigo. O que ainda
quer?
Cipriano torna a colocar as mãos
por dentro do bolso da calça e solta os ombros.
CIPRIANO (sonso):
Nada de mais. Eu só queria que você ficasse ciente de que seu
passado pode estar voltando.
ARI:
Eu não provoquei o meu passado sozinha. Você é parte dele, sabe
disso.
CIPRIANO:
Deixei por sua conta quando você desistiu daquela vida.
ARI (se altera):
Ai chega! Vai embora vai!
CIPRIANO:
Eu vou, mas pense bem na armadilha em que você caiu. Pense se vale a
pena guardar mais segredos só pelo medo de voltar pra clínica. As
coisas que você fez não serão apagadas por causa do seu ato
benevolente. Aproveite que você tá com tempo e pense.
A cena corta para o lado de fora
do quarto onde Marco escuta atento.
FADE OUT
FADE IN
CENA 3
HOSPITAL CENTRAL – SALA DE ESPERA [MANHÃ]
Bruno, Raíza, Cael e Dcr
conversam com um policial. Andréa chega no balcão, pergunta algo
que não ouvimos e olha pra trás. Com a raiva estampada no rosto ela
vai até eles.
ANDRÉA:
É assim que você anda cuidando da minha filha, seu Bruno?
Bruno a encara, surpreso assim
como os demais.
BRUNO:
Dona Andréa! (ele estende a mão para cumprimentá-la) Há quanto
tempo!
Andréa não o cumprimenta
mantendo a cara feia e imponente.
ANDRÉA:
Vocês me fizeram tirá-la da clínica me fazendo acreditar que ela
estaria melhor na sua casa. Não é primeira vez que alguém da sua
família vem parar aqui.
BRUNO:
Não é por falta de cuidados, dona Andréa, mas também não posso
proibir a Ari de sair. Ela está perfeitamente bem.
CAEL:
A senhora me desculpe. Ela estava comigo na hora do incidente.
POLICIAL:
Então a senhora é que é dona Andréa? Preciso de algumas
informações sobre sua filha Ariadne.
ANDRÉA (mescla nervosismo e
imponência): Tudo
bem, mas antes quero vê-la.
Bruno faz sinal pra ela o
acompanhar. Assim que eles saem Cael se afasta de Dcr e puxa Raíza
num canto. O policial troca algumas palavras com Dcr.
CAEL:
Você sabe que se a polícia não tiver suspeitos irá encerrar o
caso, né?
RAÍZA:
O problema não é quem atacou, mas quem poderia estar por trás
disso.
Cael a abraça e por cima de seu
ombro ela encara Dcr que a olha com ar suspeito.
CORTA PARA
CENA 4
ELEVADOR [EXT.]
Close na porta fechada. Assim que
abre, Andréa e Bruno dão de cara com Cipriano pronto pra entrar.
CIPRIANO:
Bom dia, Bruno! (ele se dirige a Andréa e finge que não conhece)
Bom dia.
Os dois apenas balançam a cabeça
em cumprimento e saem dando passagem para Cipriano entrar. Assim que
o faz, Bruno se volta.
BRUNO:
Tem algum parente seu nesse andar?
CIPRIANO:
Você quis dizer...Hospitalizado? (pausa) não, mas eu me compadeço
da tristeza de parentes meus para com seus amigos.
Ele sorri cínico. A porta se
fecha na cara deles e tanto Bruno quanto Andréa se encaram.
CORTA PARA
CENA 5
HOSPITAL CENTRAL - ELEVADOR [INT.]
A porta se abre, Cipriano sai com
as mãos nos bolsos da calça, cabeça erguida. Adiante, Josué está
indo na direção da sala de espera quando o vê. Este para, Cipriano
o encara enquanto caminha e passa por ele. Josué vai atrás.
= = Passagem de Tempo = =
CAFETERIA [INT.]
Cipriano pega uma xícara de café
e segue até uma mesa onde senta. Josué entra em seguida e para
diante dele, em pé.
Cipriano pega um pouco de açúcar que está sobre a mesa e põe na xícara.
Cipriano pega um pouco de açúcar que está sobre a mesa e põe na xícara.
CIPRIANO (cínico / mexe o
café): Josué! Como
vai?
JOSUÉ:
Veio fazer o que aqui?
Cipriano olha para ele e para sua
xícara fingindo não entender.
CIPRIANO:
Estranho você perguntar isso numa cafeteria...(toma o café)
Josué se senta irritado.
JOSUÉ:
Você sabe muito bem do que tô falando. O que você quer? Por que
não finge que não é da família?
CIPRIANO (sarcástico):
Não consigo.
Josué se irrita mais ainda.
CIPRIANO:
Você deve estar preocupado com a Ari, entendo (sonso). Já se apegou
a ela, certamente (toma mais um gole).
JOSUÉ:
Ela está sob os cuidados do Bruno, normal eu me preocupar, não?
CIPRIANO:
Ah claro. Sentimentalismo para com os de fora nunca foi seu forte. Já
é meio difícil com os que estão dentro...
Josué passa a mão pela boca e o
queixo, desvia o olhar cansado daquele papo.
JOSUÉ:
Eu juro que um dia ainda me canso de você e conto tudo pra Raíza.
CIPRIANO:
Ora! E não se cansou dos seus segredos? (Josué o encara sério)
Sabe, a Ari é uma moça observadora, esperta...Pude perceber o
quanto ela e Raíza são unidas e confidentes...Seria uma perda
lamentável.
JOSUÉ:
A Raíza tem outros amigos, logo ia superar.
CIPRIANO:
Ah, mas...Esses outros amigos são confidentes dela? Hoje em dia é
meio difícil encontrar alguém para compartilhar nossos segredos...E
dos outros...
Clima. Close na expressão de
dúvida em Josué.
CORTA PARA
CENA 6
HOSPITAL CENTRAL – SALA DE ESPERA [INT.]
Close nas mãos femininas que
pegam água de um bebedouro. Outro par de mãos, masculinas, pega um
copo plástico. É Marco que olha Raíza com aquele sorrisinho de
sempre.
MARCO:
Como a Ari está?
RAÍZA:
Por que você não vai ver com seus próprios olhos?
Ela dá as costas, ele demonstra
impaciência, mas vai atrás.
MARCO:
É impressionante como eu tento ser simpático contigo e você só é
estúpida.
RAÍZA (andando sem olhar pra
trás / irônica):
Nossa, mas assim você me deixa mal.
Marco disfarça um sorriso
prazeroso como a gostar da sua resposta.
MARCO:
Está assim por causa da Ari ou porque você sabe que essas
investigações não darão em nada?
Raíza para e o encara.
RAÍZA:
Do que ‘cê’ tá falando?
Marco bebe um gole d’água, faz
cara de paisagem e mantém-se irritantemente calmo.
MARCO:
Ora, querida, a Ari garante não ter inimigos e a polícia quer
suspeitos. Acha que isso vai se estender até quando? 1 mês? 2
meses? Será que Cael terá clima pra inauguração?
RAÍZA:
Cael não tá preocupado com isso (ela torna a dar as costas)
MARCO:
Claro...Eu só fiquei preocupado por achar que o Cael poria os
negócios acima de tudo...De novo.
Marco bebe a água, joga o copo
na lixeira sob o olhar de Raíza e passa por ela com as mãos nos
bolsos da calça e sorriso cínico.
Raíza demonstra raiva e ao mesmo tempo dúvida no olhar.
Raíza demonstra raiva e ao mesmo tempo dúvida no olhar.
CORTA PARA
CENA 7
CONSTRUÇÃO [INT./TARDE]
Close de cima. Vemos Dcr entrar
de mãos nos bolsos e olhando ao seu redor.
A câmera passa a mostrar seus pés caminhando sobre os plásticos até que ele para. Tira o pé de cima de alguma coisa, se agacha e levanta o plástico. Ele descobre um chaveiro com um sache de borracha dependurado.
A câmera passa a mostrar seus pés caminhando sobre os plásticos até que ele para. Tira o pé de cima de alguma coisa, se agacha e levanta o plástico. Ele descobre um chaveiro com um sache de borracha dependurado.
[POV de Dcr]
O nome “COFFEE BREAK BAR”
está escrito no sache.
CORTE CASADO
O sache está em meio a outros
saches numa espécie de bombonier sobre o balcão.
Há muita movimentação no local. Vemos uma moça de costas por detrás do balcão mexendo numa máquina. Ao se voltar, é Valentina vestida com roupa preta e justa. Ela serve um capuccino a um cliente.
Há muita movimentação no local. Vemos uma moça de costas por detrás do balcão mexendo numa máquina. Ao se voltar, é Valentina vestida com roupa preta e justa. Ela serve um capuccino a um cliente.
A cena vai para a porta onde
aparece Dcr estranhando ver Valentina ali. Os funcionários o olham
com ar suspeito, mas é apenas impressão.
O local é bem grande, há várias mesas e num lado mais escuro, salas com computadores.
Ele caminha até uma mesa e se senta. Põe a mão no bolso da calça e tira o celular.
O local é bem grande, há várias mesas e num lado mais escuro, salas com computadores.
Ele caminha até uma mesa e se senta. Põe a mão no bolso da calça e tira o celular.
Passamos a ver as imagens por
dentro do aparelho. Ele tira fotos de Valentina.
Em seguida, um homem surge na imagem e cochicha algo para ela. Dcr levanta os olhos e o reconhece como sendo o autor da agressão a Ari.
Em seguida, um homem surge na imagem e cochicha algo para ela. Dcr levanta os olhos e o reconhece como sendo o autor da agressão a Ari.
A tela se fecha num baque.
FADE IN
CENA 8
FACHADA - HOSPITAL CENTRAL [TARDE]
Corta para o interior do quarto
de Ari.
Ari está nervosa contorcendo os
dedos.
ARI:
Eu não quero voltar pra lá.
Andréa está sentada na beirada
da cama sem se preocupar em fingir que é mãe complacente.
ANDRÉA:
Isso só depende de você. Você sabe que quem te atacou pode ser um
daqueles. Não vá ficar desesperada e sair contando mais do que deve
já que foi você quem buscou essa situação.
ARI:
Eu não sabia que daria nisso, mãe! A senhora sabe. Eu fui iludida.
ANDRÉA (irritada):
Iludida ou não, fique sempre de boca fechada. Ou se não eu conto o
que você aprontava anos antes de conhecer Raíza. O Josué não ia
gostar de te ter em casa...
ARI:
Não entendo esse seu medo por Cipriano. Ele tá te chantageando?
Ouvimos uma batida de porta e
Josué entra.
JOSUÉ:
Licença. Vim saber como você está.
Ele caminha com aquele jeito
habitual de ser, meio sem graça e sem muito a dizer.
Andréa se levanta e pega a bolsa num banco.
Andréa se levanta e pega a bolsa num banco.
ANDRÉA:
Eu tenho que ir. Mais tarde eu venho te ver.
Josué a cumprimenta com a cabeça
e ela sai encarando a filha de soslaio.
JOSUÉ:
Já tem alguma ideia de quem te atacou?
ARI:
Não...Deve ser algum maluco querendo atrapalhar os planos do Cael.
Ele é bem visado.
Josué caminha para o outro lado
da cama.
JOSUÉ:
Pude perceber na antiga boate...
Ele força o sorriso tentando
parecer simpático, mas está desconfiado. Ela não sorri.
JOSUÉ:
Mas acho que se fosse o caso, seria mais óbvio atacar a Raíza,
afinal ela é mais próxima dele...
Ari titubeia.
ARI:
Pode ter errado o alvo.
JOSUÉ:
Ou acertado. Depende do que você anda fazendo por aí...Às vezes,
uma coisa que falamos pode resultar em inimigos...Concorda?
Ari faz que não entende bem
aquelas palavras, mas demonstra estar assustada.
CORTA PARA
CENA 9
ENTRADA – HOSPITAL CENTRAL [INT.]
Dcr entra, esbaforido e animado,
andando apressadamente pelos corredores.
Ao alcançar a SALA DE ESPERA detém Raíza que está saindo.
Ele lhe mostra o chaveiro com o sache dependurado e faz cara de esperto.
Ao alcançar a SALA DE ESPERA detém Raíza que está saindo.
Ele lhe mostra o chaveiro com o sache dependurado e faz cara de esperto.
DCR:
Aqui ó. O que o estranho da sacada deixou cair.
Raíza olha o objeto, encara Dcr
que espera uma atitude e decidida, toca o chaveiro.
A tela se abre num FLASH para
uma visão dela:
É noite. Victor está diante de
um balcão e de frente pra Valentina. Ele está pegando o sache do
bombonier.
VICTOR:
Acho que vou gostar disso.
Sorri para ela sarcasticamente.
Valentina o fita seriamente.
Assim que ele se vira, dá com Marco logo atrás tomando um capuccino. O homem olha para Valentina e pra ele em seguida.
Assim que ele se vira, dá com Marco logo atrás tomando um capuccino. O homem olha para Valentina e pra ele em seguida.
VICTOR:
Com licença, doutor...Tenho uma encomenda a fazer...
Um FLASH surge cortando a
visão.
VOLTA À CENA
Dcr a encara com olhar suspeito.
DCR:
Raíza? Raíza?
Raíza desperta e sorri, a fim de
disfarçar.
RAÍZA:
Nós precisamos ir lá com o Cael.
DCR (toma o sache dela):
Não é necessário. Eu já fui e (pega o celular) tirei fotos bem
interessantes.
Assim que mostra Raíza se
surpreende.
RAÍZA:
Eu só o vi de costas. Será que é ele mesmo?
DCR:
Claro que é, não tenho dúvida. Mas o mais curioso é a intimidade
dele com a Valentina.
RAÍZA:
Escuta Dc, não vá se meter nisso sozinho, certo? Lembra que essa
mulher já tentou contra a vida de Rafaela.
Dcr guarda o celular.
DCR:
Será que isso foi uma represália por causa dela?
RAÍZA:
Se for, eu estarei abrigando uma bandida.
A tela se fecha na expressão
extática de Dcr.
FADE IN
CENA 10
FACHADA – MANSÃO DE CAEL [TARDE]
Corta para o interior – SALA
A câmera focaliza a escada de
frente por onde desce Cael, preocupado e olhando para alguém fora da
tela.
CAEL:
Aconteceu alguma coisa?
Close nas costas de um rapaz. Dcr
se vira. Suspense, pois demonstra manter contato com Cael há algum
tempo.
Ele hesita, mas mostra as fotos que tirou.
Ele hesita, mas mostra as fotos que tirou.
DCR:
Reconhece esse cara?
Cael não entende, pega as fotos
e dá uma olhada.
CAEL:
Claro! É o cara que atacou Ari, mas...Que lugar é esse? O que a
Valentina...?
Dcr saca do bolso o chaveiro do
suspeito e coloca na sua frente.
DCR:
É a Coffee Break Bar. Reabriu
recentemente sob nova direção. (pausa) Não acha estranho ele estar
tão próximo dela? Pareciam grandes conhecidos.
CAEL:
Você tá achando que...
DCR:
Eu não sei. Mas acho que ela ainda tá muito furiosa por terem
separado você dela.
Cael estranha. Ao fundo, Lara
observa intrigada.
FADE OUT
FADE IN
CENA 11
RUAS DA CIDADE
Raíza caminha em passos rápidos
ajeitando a bolsa sobre o ombro. Close em seu rosto que muda a
expressão ao ver algo fora da tela. Ela para.
[POV de Raíza]
Vemos os fundos da COFFEE BREAK e
Dcr no estreito corredor procurando alguma coisa. Raíza não
entende, pois tinha acabado de falar com ele no hospital.
A imagem de Ari surge logo atrás dele apunhalando-o pelas costas com um pedaço de madeira.
Raíza assustada, olha para ambos os lados para atravessar, mas assim que seus olhos voltam para o local, lá é apenas um bar com alguns homens.
A imagem de Ari surge logo atrás dele apunhalando-o pelas costas com um pedaço de madeira.
Raíza assustada, olha para ambos os lados para atravessar, mas assim que seus olhos voltam para o local, lá é apenas um bar com alguns homens.
A garota volta pelo caminho de
onde veio, correndo.
CORTA PARA
CENA 12
HOSPITAL CENTRAL – QUARTO[INT./TARDE]
Ari está deitada, folheando uma
revista. Ouvimos uma batida na porta e logo Dcr entra
sorridente.
DCR: E aí? Como você tá?
DCR: E aí? Como você tá?
ARI:
Fingindo que me distraio com essa revista.
Dcr lhe beija na boca e vê o que
ela lia.
DCR:
As pessoas não o deixam em paz nem depois de morto...
Ari ri e fecha a revista. Ele
senta na beirada da cama e seu semblante se mostra preocupado.
ARI:
‘Cê’ tá com uma cara...
DCR:
É que...Andei descobrindo umas coisas sobre o cara da sacada...
Ari se ajeita na cama nervosa,
treme os lábios.
ARI:
Como assim?
Dcr abre a bolsa, pega as fotos e
lhe entrega.
Ari olha para ele mais
preocupada. Notamos que reconhece o cara da foto.
ARI:
Essa aqui não é a Valentina?
DCR:
É, tirei na Coffee Break. Algo me diz que ela não tá conformada em
ter perdido o Cael. Mas já falei com ele. Vamos resolver isso hoje.
ARI:
O que pensa em fazer?
A porta se abre e Cipriano entra
interrompendo-os.
CIPRIANO:
Ah desculpe...Volto depois.
DCR:
Não, pode entrar (ele toma as fotos de Ari e se levanta)
ARI (cara de poucos amigos):
Alguma novidade, Cipriano?
Cipriano sorri, mãos nos bolsos.
CIPRIANO:
Não, só vim saber como você tá.
ARI:
De novo?
Dcr observa aquele desagrado no
tom de voz da namorada e fita Cipriano sem que ele perceba.
CIPRIANO:
É que fico preocupado em deixar você aqui...Sozinha.
Ele sorri falsamente e vê que
Dcr o encara de maneira estranha.
CORTA PARA
HOSPITAL CENTRAL [EXT.]
Dcr está à espreita encostado
na parede onde há a porta de saída.
Imediatamente, Cipriano sai sob o
olhar atento do rapaz. Cipriano entra no carro e parte. Dcr faz o
mesmo com sua moto.
FADE OUT
FADE IN
CENA 13
RUAS DA CIDADE
Adiante, vemos um carro verde
parar. Cipriano sai, olha ao seu redor e entra na Coffee Break Bar.
Dcr surge a frente da tela,
caminha até a calçada e olha para um Toyota preto que para perto
dele. Dcr faz sinal de positivo para Cael.
CORTA PARA
COFFEE BREAK [INT.]
Há grande movimentação,
pessoas entrando pelo lado da cozinha, outras na mesa e algumas em
pé.
Dcr entra espreitando-se por entre elas e senta numa cadeira afastada do balcão.
Dcr entra espreitando-se por entre elas e senta numa cadeira afastada do balcão.
No seu ponto de vista, vemos
Cipriano sair por uma porta.
A câmera corre para o outro lado
e Cael entra, mãos nos bolsos da calça. Se aproxima do balcão e se
apoia nele. Marco vem caminhando com aquela cara de cínico.
MARCO: Me
perseguindo?
Cael o vê ao seu lado com aquele
sorrisinho sacana.
CAEL:
Marco? Frequentando um café?
MARCO:
A surpresa é mútua.
Uma outra garçonete, que está
de costas, se vira. É Valentina que para ao ver aqueles dois,
debruçados sobre o balcão e a encarando como a esperar alguma
reação. Silêncio.
CAEL:
Um capuccino, por favor.
MARCO (levanta o dedo):
O meu com mais café.
Ele sorri para Cael que revira os
olhos e olha pra trás. Dcr faz um sinal e se levanta.
CAEL:
Bom ver que você está bem, Valentina.
Ela dá as costas, prepara o
capuccino e coloca sobre o balcão.
VALENTINA (raiva):
Só isso?
CAEL:
Faltou o dele...
Cael nota que Marco não está
mais ao seu lado e olha para a porta por onde Dcr saiu. Close em sua
expressão de preocupado.
CORTA PARA
FUNDOS – BAR
O local é pouco iluminado pela
luz do sol. Dcr se espreita pelo corredor e olha por todos os lados
sem entender nada.
Vai pro lado de fora e não há ninguém na rua. Ouvimos o som de algo se movendo, Dcr se assusta, mas não vê nada. Close em seu rosto.
Vai pro lado de fora e não há ninguém na rua. Ouvimos o som de algo se movendo, Dcr se assusta, mas não vê nada. Close em seu rosto.
= = Music On – Suspense = =
Dcr faz uma expressão tensa, mas
não há tempo de se voltar. Recebe uma apunhalada pelas costas e cai
desacordado. A câmera sobe lentamente revelando Ari com um pedaço
de madeira na mão.
= = Music Off = =
FADE TO BLACK
FADE IN
CENA 14
HOSPITAL CENTRAL – SALA DE ESPERA [INT./FIM DE TARDE]
Raíza entra apressada, nervosa
ao celular. Ouvimos vozes, passos, confusão normal de um hospital.
JOÃO (O.S):
Pensei que ia te encontrar com o seu namoradinho.
Raíza se volta e dá de cara com
Rafaela ao lado de seu primo.
RAÍZA (desligando o celular):
Vieram fazer o quê aqui?
Josué vem ao encontro deles e
nota o clima.
JOSUÉ:
Não estão brigando né? Aqui não é lugar nem hora pra isso.
Raíza faz que vai responder
quando, pelo seu ponto de vista vemos Victor atravessar o corredor.
RAÍZA: Ei! Ei!
RAÍZA: Ei! Ei!
Josué, João e Rafaela não
entendem.
Raíza vai atrás e o segue pela escadaria. Corte rápido para o andar de cima. Raíza sai no corredor, olha para ambos os lados e vê aquele cara entrar no quarto onde está Ari, mas ele age naturalmente como se não a visse.
Raíza corre, abre a porta subitamente e procura pelo cara, mas não o encontra.
Raíza vai atrás e o segue pela escadaria. Corte rápido para o andar de cima. Raíza sai no corredor, olha para ambos os lados e vê aquele cara entrar no quarto onde está Ari, mas ele age naturalmente como se não a visse.
Raíza corre, abre a porta subitamente e procura pelo cara, mas não o encontra.
Ari está assustada como se
acabasse de vir de algum lugar.
ARI:
Ainda bem que ‘cê’ veio, Raíza...Eu preciso...
RAÍZA:
Ari eu vi...
ARI:
Você precisa ir num lugar, rápido!
Raíza para diante dela achando
estranho seu comportamento e não consegue dizer mais nada.
CORTA PARA
CENA 15
FUNDOS – COFFEE BREAK BAR [INT./FIM DE TARDE]
Cael vem andando apressadamente
procurando por Dcr e vai pro lado de fora. Para estupefato ao ver Dcr
desmaiado no chão da calçada e se agacha para acordá-lo.
CAEL:
Dcr! Dcr!
O garoto acorda e põe a mão na
nuca. Faz expressão de dor.
CAEL:
O que aconteceu? Viu alguma coisa suspeita?
DCR (dor):
Acho que a coisa é pior do que a gente imaginava...
MARCO (O.S):
O que está havendo aqui?
Cael olha para trás e em seguida
faz o mesmo para Dcr, tenso. Ele o ajuda a se levantar e Marco tenta
dar uma de bom moço fazendo o mesmo. Dcr recua.
DCR:
Eu tô bem.
Cael nota o clima ruim e se
surpreende ao ver alguém chegar.
CAEL:
Raíza?
MARCO (debochado / mãos nos
bolsos): Vocês
marcaram encontro aqui a três?
Raíza para cansada e toca em Dcr
pra vê se está tudo bem.
RAÍZA:
O que ‘cê’ tá fazendo aqui? O que houve?
DCR:
Como sabia onde eu estaria?
RAÍZA:
Você disse que queria descobrir sobre o cara que atacou a Ari,
lembra?
MARCO:
Eu pensei que tinham deixado pra polícia descobrir.
Todos ignoram.
DCR:
Raíza esse cara não quis dar só um susto nela. Ele pode querer
terminar o serviço.
Raíza não entende de imediato,
mas sua expressão muda de repente fazendo-a recordar de sua visão
anterior.
RAÍZA:
A gente precisa voltar ao hospital agora!
Cael apoia Dcr e os três seguem
seu rumo deixando Marco encucado.
CORTA PARA
CENA 16
HOSPITAL CENTRAL [INT.]
Um enfermeiro entra na sala de
troca de roupa, fecha a porta e vai até um armário. Abre, pega sua
roupa comum e assim que fecha vemos Victor ao lado. O enfermeiro dá
as costas e é apunhalado.
CORTA PARA
CENA 17
HOSPITAL CENTRAL – SALA DE ESPERA [INT.]
Andréa conversa com Josué e
Bruno, mas não ouvimos o assunto. Em segundo plano, Victor atravessa
o corredor com uniforme de enfermeiro e a câmera dá um close em
Andréa de olhar malicioso.
CORTA PARA
CENA 18
HOSPITAL CENTRAL – QUARTO DE ARI [INT.]
Close na maçaneta que abre
rapidamente. A câmera corre na direção de Ari que vê um
enfermeiro entrando com uma prancheta escondendo seu rosto,
supostamente lendo-a. Ele fecha a porta e se aproxima da cama.
HOMEM:
Senhorita Ariadne Torgano (ele revela seu rosto. É Victor Leme) Que
bom revê-la.
Ari recua de susto, sem ter como
se defender.
CORTA PARA
SALA DE ESPERA [INT.]
Vemos, entre Josué, Bruno e
Andréa, Raíza afobada passar pelo corredor. Ela para e adentra a
sala seguida por Cael e Dcr.
JOSUÉ:
Ah, muito bonito hen, Raíza. Como é que você some desse jeito? Eu
pedi que você fosse pra casa ficar com o João porque a Rafaela
tinha que sair um instante e você me deu as costas.
RAÍZA:
Hã?...Não lembro disso...Fui resolver uns lances...
Josué faz cara de desagrado e
olha pra Bruno e Andréa.
JOSUÉ:
‘Tão’ vendo? É assim que ela me responde.
RAÍZA:
Cadê o João?
BRUNO:
Como você sabe que ele veio? Ele chegou bem antes de você.
Raíza se mostra paralisada por
um instante com o que ouve, entreolha Cael e Dcr que não entendem
seu ar estupefato. Bruno e Josué franzem as sobrancelhas ao mesmo
tempo em que se encaram e se mostram entendidos do problema.
RAÍZA:
Droga!
A garota sai em disparada e todos
vão atrás.
CORTE RÁPIDO
QUARTO DE ARI [INT.]
Ari se mostra com muito medo
daquela aproximação e tenta se afastar, mas é inútil.
VICTOR (olhos esbugalhados e
sorriso estremecido):
Não tenha medo; Eu serei rápido.
Ele subitamente arranca o
travesseiro dela fazendo-a bater com a cabeça no colchão sem tempo
de reagir à tentativa de sufocamento.
A garota se contorce para tentar se livrar dele, se debate e ele força ainda mais.
A garota se contorce para tentar se livrar dele, se debate e ele força ainda mais.
CORTE RÁPIDO
Raíza, Dcr, Cael e Andréa estão
no elevador. Raíza aperta o botão do 2º andar nervosa.
RAÍZA:
Tem que dar tempo, tem que dar tempo!
ANDRÉA (fingida):
O que essa garota tá dizendo? Por que ela acha que a Ari tá
correndo perigo?
DCR:
Confie na gente, dona Andréa.
Ele e Raíza se entreolham com ar
de esperança perdida.
CORTE RÁPIDO
Ari se debate, mas Victor é
insistente.
VICTOR:
Por que não morre de uma vez? Por quê? Por quê? Por quê?
JOÃO (O.S / assustado):
O que é isso? O que tá fazendo?
Victor olha para trás sem largar
de Ari e vê João próximo da porta aberta horrorizado.
VÍCTOR:
Não se meta, aleijado!
A câmera foca Ari sendo
asfixiada. Em seguida, ouvimos um golpe e ele para de sufocá-la. Ari
retira o travesseiro de cima quase sem ar, vemos o cara cair sobre
ela e logo atrás, para surpresa da garota, está João DE PÉ e
segurando o pequeno vaso da decoração do quarto que usou no golpe.
ARI (olhando-o de cima em
baixo): João?!
Ouvimos passos de corrida e João
se senta imediatamente na cadeira. Raíza, Cael, Dcr e Andréa
adentram desesperados. Todos se mostram aliviados e surpresos por
verem Victor inconsciente.
Bruno e Josué chegam em seguida cansados e se deparam com a cena.
João disfarça a tensão e o medo de ser desmascarado por Ari.
Bruno e Josué chegam em seguida cansados e se deparam com a cena.
João disfarça a tensão e o medo de ser desmascarado por Ari.
FADE OUT
FADE IN
CENA 19
FACHADA – HOSPITAL CENTRAL [NOITE]
Ouvimos sirene de ambulância e
polícia.
Corta para o interior – Corredor
Corta para o interior – Corredor
Cael cumprimenta um policial com
quem acaba de conversar e este vai embora.
Dcr aparece na frente da tela de braços cruzados, expressão de ansioso. Cael vem ao seu encontro.
Dcr aparece na frente da tela de braços cruzados, expressão de ansioso. Cael vem ao seu encontro.
CAEL:
Agora me explica aquilo direito. Seu alvo não era bem o Victor e sim
o Cipriano? O que ele tem a ver com essa história?
DCR:
Sabe o que acontece quando Raíza e Marco estão juntos?
CAEL:
Troca de ironias.
DCR:
É isso que percebi entre Ari e esse Cipriano. Nunca fui com a cara
desse cara e a visita dele só fez me motivar a seguí-lo. Então vi
quando ele foi pros fundos. O resto ‘cê’ já sabe.
CAEL:
Você tem que ter mais cuidado. Não faz sentido ele querer matar a
Ari. Você pode tá deixando a emoção falar mais alto.
Dcr o encara firme e forte.
DCR:
Eu nunca estive tão certo de uma coisa como agora.
Cael estranha aquela
desconfiança.
CORTA PARA
CENA 20
QUARTO DE ARI [INT.]
A câmera se movimenta lentamente
ao redor das pessoas presentes que cercam a cama de Ari. Raíza
segura as mãos da amiga sob o olhar esnobe de Andréa. Bruno, braços
cruzados, sorri feliz pela cena, Josué segura a cadeira onde está
João com ar de satisfação.
RAÍZA:
A polícia já prendeu o cara e acho meio difícil ele sair tão
cedo.
ARI (olhos molhados/ emoção):
Eu nunca estive tão perto da morte como hoje.
RAÍZA:
Eu queria ter chegado a tempo e evitado esse sofrimento todo.
JOSUÉ (esnobe):
Tá falando isso por quê? Por que foi o João quem a salvou?
BRUNO:
Josué, por favor, isso não é hora.
JOSUÉ:
Eu só quero dizer que agora ela não poderá se queixar dele.
João se mostra incomodado com o
olhar fixo que vez ou outra Ari lança.
ANDRÉA (ignorante):
O importante é que ele conseguiu salvar minha filha, o mínimo que
podiam fazer, né?
RAÍZA (desconfiada):
É, numa única tacada. (para João) Se você não tivesse acertado
de primeira, acho que não haveria tempo pra uma segunda. A não ser
que você estivesse bem próximo dele...E de pé. (João desvia o
olhar) O que não é o seu caso.
Ela olha para Ari e sorri. Esta
retribui o sorriso sem graça e temerosa por saber o segredo de João.
CORTA PARA
CENA 21
RUAS DA CIDADE [NOITE]
Ouvimos buzina ao longe e vemos
poucos carros estacionados ao longo da calçada.
CIPRIANO (O.S):
O Victor ainda não sabe quem é Ari de fato, mas não vai demorar
muito a descobrir...
A câmera se aproxima lentamente
de um carro verde e pelo retrovisor vemos Cipriano ao celular.
CIPRIANO (cont.):
Eu e o Marco estamos com nossa amizade meio estremecida, (sorri
irônico) mas isso não evitou que ele me procurasse pra encontrar
alguém disposto a dar um susto nela. Eu não podia ter encontrado
pessoa melhor pro serviço. (pausa) Calma! Ele não a matou, não é?
Então pronto. (pausa) Você está preocupada com o que Dcr pode ou
não descobrir? Ele só tentou dar uma de investigador barato e
acabou perdendo o foco (ri). (pausa) Sobre a Ari tenho alguns planos
pra ela...
CORTA PARA
HOSPITAL CENTRAL – CORREDOR
Andréa acaba de desligar o
celular com cara de poucos amigos.
Caminha em direção da tela e Marco surge logo atrás intrigado. Pega o celular e disca um número.
Caminha em direção da tela e Marco surge logo atrás intrigado. Pega o celular e disca um número.
CORTA PARA
CENA 22
COFFEE BREAK BAR – COZINHA [INT.]
A câmera passa pelas garçonetes
que entram e saem do local. Valentina atende o celular e põe uma
toalha sobre o ombro.
VALENTINA:
Que é?(pausa) Me ligou pra isso? Pra me chamar de precipitada?
(pausa) A culpa é daquele Cipriano que acabou trazendo aquele garoto
enxerido pra cá (pausa) O quê?...Foi ele que indicou aquele cara?
(risos) Mas essa Raíza tá mais ferrada do que eu pensava. (pausa)
Dcr é um garoto metido a James Bond dos infernos. Você devia ter
vergonha de se preocupar com ele.
Valentina sai da cozinha, vai até
perto da máquina de capuccino. Dá as costas pro balcão.
VALENTINA (cont.):
Que mania você tem de cortar meu barato. Tá sempre me acusando de
tudo de errado.
A câmera corre ao lado e Cael
entra apressado segurando um envelope na mão. Vai até o balcão.
CAEL:
Valentina. (esta olha pra trás e emudece / Cael retira umas fotos de
dentro do envelope e a mostra) Você conhecia Victor Leme?
VALENTINA (ao telefone):
Depois te ligo...(ela desliga e faz cara de desentendida) Quem?
Cael insiste com as fotos de
frente pra ela. Valentina finge desconhecer.
VALENTINA:
Mandou alguém ficar me vigiando?
CAEL (sério, tom seco):
Será que você poderia se limitar a responder a pergunta?
Valentina não gosta do tom
daquela voz e revira os olhos.
VALENTINA:
Deve ser algum cliente, passam tantos por aqui...
CAEL:
E você conversa com todos eles assim? Como se fossem grandes amigos?
VALENTINA:
Qual o problema? Tá com ciúmes?
CAEL:
Esse cara tentou matar Ari duas vezes e ele disse à polícia que não
sabia o que fazia, mas não foram encontradas drogas no organismo
dele.
Valentina sai detrás do balcão
e caminha na direção de uma mesa vazia.
VALENTINA (retirando os
copos): E o que eu
teria a ver com isso?
CAEL:
Talvez...Você possa ter escutado alguma coisa...Saber o motivo ou
quem está por trás disso...
Valentina fita-o. A câmera se
coloca entre os dois.
VALENTINA:
Acho que você tá procurando a resposta no lugar errado, Cael. Às
vezes quem nos quer mal nem tá muito longe.
Cael faz que vai dizer mais
alguma coisa, mas ela dá as costas deixando-o intrigado.
FUSÃO PARA
CENA 23
FACHADA - HOSPITAL CENTRAL [MANHÃ SEGUINTE]
Corta para o interior – sala de
espera
Ari chega abraçada a Bruno de um
lado e Raíza de outro, ambos sorrindo.
Marco e Josué se levantam do sofá e Ari procura por alguém na sala. João se mostra na expectativa de alguma coisa.
Marco e Josué se levantam do sofá e Ari procura por alguém na sala. João se mostra na expectativa de alguma coisa.
ARI:
Minha mãe não veio?
BRUNO:
Ela disse que precisava resolver alguma coisa no trabalho. Disse que
ia aparecer no apartamento mais tarde.
Nota-se a cara dela de quem não
leva fé no que ouviu.
MARCO:
Fico feliz que esteja bem, querida.
Ari balança a cabeça como a
agradecer.
ARI:
Pensei que o Dcr viria...
MARCO:
Não é só seu namorado que parece atrasado (olha pra Raíza
provocando-a).
Raíza revira os olhos,
desconfortável com sua presença.
Cipriano surge logo atrás de
Bruno tocando-o no ombro. Bruno se indigna, mas disfarça.
CIPRIANO:
Fico feliz que tudo tenha dado certo. Fiquei com medo de não
conseguir...
Todos se entreolham sem entender.
CORTA PARA
CORREDOR
Dcr anda apressadamente seguido
por Cael.
CAEL:
Você tem certeza que quer fazer isso? Nem provas você tem contra
ele.
DCR (continua andando):
Eu preciso contar pra Raíza da minha desconfiança. Eu não consigo
engolir esse cara com a mania de sempre parecer tão amigo.
Cael o puxa pelo braço e o faz
voltar.
CAEL:
Veja bem o que vai fazer. Não vale a pena perder uma amizade por uma
cisma.
Dcr se mantém firme no que
pretende fazer.
CORTA PARA
CENA 24
SALA DE ESPERA
Cipriano está diante de todos
que se entreolham surpresos.
CIPRIANO:
[...] Quando ouvi Victor comentar por telefone que terminaria o
serviço, tentei ligar pra Raíza, mas não consegui. O pneu do meu
carro foi furado e depois de tantas tentativas, acabei ligando pro
João (João não sabe pra onde olhar, mas não contesta mesmo
sabendo ser mentira)...O resto vocês já sabem.
RAÍZA:
Então você também a salvou? (sorri) Viu Ari? Você nunca esteve
sozinha.
Ari força um sorriso e fecha a
cara quando olha para Cipriano.
Raíza o abraça, agradecida e nesse momento, Dcr e Cael chegam presenciando a cena. Afobado, Dcr desmonta e Cipriano lhe sorri.
Raíza o abraça, agradecida e nesse momento, Dcr e Cael chegam presenciando a cena. Afobado, Dcr desmonta e Cipriano lhe sorri.
CIPRIANO (faz um gesto na
direção dele): Eu
não teria conseguido sem a ajuda de Dcr também. (Todos veem os dois
que acabaram de chegar / Ari o abraça) Foi ele quem tirou as fotos e
me permitiu reconhecer o sujeito.
DCR (frustrado):
Do que ‘cês’ tão falando?
MARCO:
Do heroísmo dele em ter ido a Coffee Break investigar sobre o tal
Victor e escutar o que ele pretendia.
JOSUÉ:
É, e acabou que a única pessoa com quem ele conseguiu falar pra
avisar (põe a mão no ombro do sobrinho todo satisfeito / João está
tenso) foi o João.
Dcr nota o olhar suspeito de
Cipriano para com ele e olha de soslaio para Cael ao seu lado.
= = Passagem de Tempo = =
FUSÃO PARA
CENA 25
SALA DE ESPERA
Vemos pessoas no balcão,
incluindo Cael, Bruno e Josué. Adiante, atento, está Marco
observando a conversa entre Raíza e Cipriano.
O rosto de João aparece diante
da tela, preocupado. Câmera foca suas mãos tocando nas de alguém
que logo é mostrada. É Ari.
JOÃO:
Você sabe o que vai fazer?
ARI (desvia o olhar por
instantes): Por que
finge que não pode andar? A Raíza sofreu, sabia?
JOÃO (finge sensibilidade):
E você acha que eu não sofro toda vez que lembro que não foi um
estranho que tentou me matar? Foi minha prima. Eu poderia tê-la
denunciado e não o fiz.
ARI:
Isso não ameniza o que você tá fazendo.
JOÃO:
Ela tá sustentando uma mentira, Ari, coisa que nunca fez. Eu apenas
quero que, toda vez que ela me vê assim sinta o que fez e conte a
verdade.
ARI:
Fingir que não anda...Fazer seu tio gastar com fisioterapia à
toa...Isso não tá certo, João...
João acaricia suas mãos.
JOÃO:
Eu arrisquei meu segredo pra te ajudar. Só alguém que gosta muito
do outro pra fazer isso.
Ari fica sem reação. Dcr chega
na hora e dá uma olhada mortal para aquelas mãos unidas.
DCR:
Já estamos indo. Vamos?
Ari o abraça sob o olhar de João
que mescla nervosismo e satisfação.
FUSÃO PARA
CENA 26
FACHADA – ED. CIRANDA DE PEDRA [MANHÃ]
Corta para o APTº 403 - QUARTO
DE RAÍZA
Ari entra e, em seguida entra
Raíza que fecha a porta.
ARI:
Ai que bom estar aqui de novo!
RAÍZA:
O Dcr ficou com uma baita dor na nuca...É assim que você gosta
dele?
Ari se volta sobressaltada e
estremece o sorriso.
ARI:
Do que...
Raíza a puxa para sentar.
RAÍZA:
Eu vi...Você sabe...A droga é que não consegui evitar nenhum dos
dois acontecimentos...Por quê, Ari? Ele queria ajudar.
Ari, pensativa, hesita, passa a
mão pela testa e tem dificuldade de explicar.
ARI:
Esse Victor...(pausa) Ele quer se vingar (pausa) Eu tô perdida,
Raíza...
RAÍZA:
É alguém do passado?
ARI (triste):
Ele é filho do homem que eu matei...(Raíza não se mostra pasma)
Você se lembra da história que te contei, né?
RAÍZA:
Sim. Todos aqueles que você fez mal voltariam para lhe cobrar.
ARI:
O pai dele me provocava, me chamava de bruxa. Até chegou a me acusar
de roubo se aproveitando de que todos da rua sabiam que eu entrava e
saía sem ser vista dos lugares.(pausa) Ele não tinha medo de mim.
RAÍZA:
Tava pagando pra ver.
Ari respira fundo, triste.
ARI:
É. (pausa)E como parte do trato de ter poderes com essa cruz eu
tinha que, onde eu estivesse, arrancar sangue. Conseguir me
teletransportar é a única coisa que me restou, mas juro que quando
o matei foi por puro desespero depois do que fiz com meu pai.
RAÍZA:
Esse Victor está livre por ser réu primário. Como ele, outros
devem vir atrás de você. Não acho que esconder isso do Dcr vá
ajudar em alguma coisa.
ARI:
Eu não quero que ele se decepcione comigo. Por isso evitei que ele
chegasse muito perto da verdade. Você não quer contar o que fez
contra João por medo das pessoas te desprezarem e de ser presa, não
é?
RAÍZA:
Se ouvisse isso do Marco já ia achar que era chantagem.
ARI:
Não, é que...A situação é a mesma, entende? Se houvesse alguma
coisa, uma magia pra fazer as pessoas me esquecerem, eu faria. Mas
não há.
Raíza acaricia seus cabelos,
penalizada.
RAÍZA:
Será que esse cara se lembra mesmo de você? Não poderia ter sido
uma encomenda esse serviço?
ARI:
‘Cê’ viu alguma coisa?
RAÍZA:
‘Cê’ também viu. As fotos que o Dcr tirou. Tendo Valentina e
Marco no meio é melhor desconfiar.
ARI (sorri):
‘Cê’ só tá querendo me deixar mais calma, né? Como se fosse
menos grave ter a Valentina como inimiga.
RAÍZA:
Pior é ter o Marco o tempo todo aqui (ri) e ainda mais agora que o
João te salvou. Vai ser um tal de “viu só, Raíza? Agora você
não pode falar dele”, “Ele foi um herói”...Aff.
Ari ri.
RAÍZA:
Falando nisso...Você viu a hora que ele atacou o
Victor?...(desconfiada) Ele foi tão forte...Tão preciso...
Ari ri sem graça, disfarça a
tensão.
ARI:
Eu tava ocupada tirando o travesseiro sobre mim e recuperando o ar.
Elas riem.
RAÍZA:
Eu espero que ele não fique lembrando disso o tempo todo...
Ouvimos um barulho na janela, mas
aparentemente não é nada.
Elas riem e a câmera anda para trás e vai até a sacada. Lentamente, a cena mostra Victor em pé e com raiva expressa no rosto.
Elas riem e a câmera anda para trás e vai até a sacada. Lentamente, a cena mostra Victor em pé e com raiva expressa no rosto.
= = Music On – Suspense = =
FADE TO BLACK
= = Music Off = =
= FIM DO EPISÓDIO =
Série escrita por:
Cristina Ravela
Cristina Ravela
Elenco:
Raíza (Maria Flor)
João Batista (Caio Blat)
Bruno (Juan Alba)
Josué (Caco Ciocler)
Cael (Michael Rosenbaum)
Marco (Pierre Kiwitt)
Valentina (Alinne Moraes)
Rafaela (Fernanda Vasconcellos)
Ari (Nathália Dill)
Dcr (Aaron Ashmore)
Cipriano (Thiago Rodrigues)
Participação Especial:
Víctor (Alexandre Barilari)
Andréa (Helena Fernandes)
Lara (Jane Saymour)
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