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RAÍZA 2ª TEMPORADA SÉRIE
0:27:00 min
WEBTVPLAY APRESENTA
RAÍZA 2
Série
de
Cristina Ravela
Episódio 03 de 23
"Pessoal"
© 2010, WebTV.
Todos os direitos reservados.
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FADE IN
CENA 1
LOJA 1320 [INT./MANHÃ]
Ouvimos tocar numa rádio a
música Have A Nice Day – Bon Jovi.
Ângulo inteiro. Portas fechadas.
Helena está diante da caixa registradora contando dinheiro e
cantarolando junto com a música.
A câmera se move em direção ao
seu lado como se alguém a observasse.
Ouvimos o barulho de alguma coisa
como se fosse mexida do lugar. Helena olha, faz que vai na direção
da câmera, quando se ouve o toque do celular. Close no celular sobre
o balcão onde também vemos um porta-retrato de Dcr ao lado de Ari,
Raíza e Rafaela.
Vemos a mão de Helena pegar o
celular.
HELENA:
Oi Danilo (ela dá as costas e ajeita uns vidros da prateleira).
A câmera torna a se mover para
as costas dela como alguém a observá-la. Ouvimos sua respiração
ofegante.
CORTA PARA
APTº 215 [INT./MANHÃ]
A mão de alguém abre uma
gaveta, mexe nas caixas de remédios melheril, lorazepan e pega uma
cartela de comprimidos com o nome de diazepan.
DCR (O.S):
Eu não vou dar esse remédio pra ele, tia. (a cena o revela ao
telefone) Eu já devia ter jogado fora. A senhora sabe que ele pode
ingerir álcool, não sabe?
HELENA (V.O):
Mas ele quer dormir, não quer?
CORTA PARA
LOJA 1320 [INT./MANHÃ]
A câmera continua numa certa
distância mostrando que alguém a observa.
HELENA (Cont.):
O que não posso é dar uma poção para ele se acalmar. Isso é
abstinência alcoólica; Isso passa.
DCR (V.O):
Eu nunca te peço nada, tia (pausa). Não há nada que a senhora
possa fazer?
Ouve-se um barulho. Helena olha
para trás e a câmera, a enquadrando de longe, se afasta. Helena
volta a atenção à caixa. Foco em seu rosto. Clima estranho de
aproximação.
HELENA:
Você sabe que as minhas ervas não são tão poderosas assim...E eu
não vou te enganar...
Ouvimos um golpe, Helena solta o
celular, bate de contra o balcão e cai fazendo com que a rádio seja
derrubada. Ouve-se o chiado da rádio.
A câmera lentamente vai
mostrando o corpo de Helena no chão e logo em seguida, um par de
calçado preto de alguém que segura um taco. Ele anda por ali,
ouvimos uma bagunça nas prateleiras e frascos caem no chão.
Close no celular.
DCR (V.O):
Tia! Tia! O que aconteceu? Tia!
A tela se fecha num baque.
FADE OUT
2x03
PESSOAL
CENA 2
HOSPITAL CENTRAL – FACHADA [MANHÃ]
Ouvimos som de sirene de
ambulância.
Corta para um dos corredores.
Dcr, de costas e mãos nos bolsos da calça, está agitado, olhando
para o lado onde há o elevador que leva aos quartos. Olha para trás
e se acalma ao ver Ari chegar.
Os dois se abraçam.
ARI:
Como ela tá?
DCR:
Disseram que ela vai ficar bem (ele observa que Ari veio sozinha) A
Raíza...?
ARI:
É...Eu acho que ela ainda tá chateada por aquele dia.
Dcr sorri sem graça.
ARI:
Mas e aí? O que aconteceu com sua tia? Sabe quem pode ter feito
isso?
DCR:
A polícia suspeita de vingança já que nada de valor foi levado, a
não ser...Por vários frascos iguais que sumiram. Apenas um vazio
foi encontrado, mas o nome tá ilegível.
ARI (coloca as mãos nos
bolsos da calça e se mostra surpresa):
Alguém quase mata sua tia por alguns frascos? Não me diga que ela
vende poções da juventude, da fortuna, algo assim?
DCR:
São ervas naturais (sorriso amarelo) Não conta pra ninguém, mas
essas ervas, no mínimo que devem fazer são curar uma dor de cabeça,
de estômago ou servirem de estimulante...Sabe? Estimulante...
ARI:
Eu entendi.
Ari sorri, mas seu semblante é
de preocupada.
FADE OUT
FADE IN
CENA 3
HOSPITAL CENTRAL - QUARTO DE HELENA [INT.]
A cena mostra a porta sendo
aberta. Diva e Daniel entram e este fecha a porta. A câmera dá um
giro de 90º e mostra Helena na cama, acordada.
HELENA:
Não precisava ter vindo, Daniel. Sei da sua dificuldade em dormir.
DANIEL:
Não consegui dormir, não se preocupe (sorri sem muita vontade).
DIVA:
Você sabe quem pode ser o agressor? O que ele queria?
Helena põe a mão na testa,
parece forçar a memória.
HELENA:
Eu não tenho inimigos (pausa), pode ter sido qualquer pessoa
insatisfeita com o efeito de alguma poção.
DIVA:
A polícia encontrou um frasco vazio e já está investigando.
DANIEL:
Tomara que encontrem o bandido.
HELENA:
Tomara mesmo.
A tela se fecha na expressão
preocupada dela.
FADE IN
CENA 4
LOJA 1320 [EXT./MANHÃ]
A cena abre em frente à placa
“Aberto após o meio-dia” fixado na porta fechada.
Corta para o interior da loja.
Plano geral, balcão curvado com
pedra de granito caramelo, prateleiras bem arrumadas e outras sendo
arrumadas por Ari e Raíza que seguram caixas com poções. Dcr está
no PC.
RAÍZA (murmura para Ari):
Eu só vim por causa do seu Daniel, hen.
ARI (murmura):
Tá, eu disse pra ele que você veio por que estava louca para voltar
às pazes.
As duas se fitam.
ARI (murmura):
Brincadeira.
Corta para a tela do PC onde Dcr
está. Aparece uma lista de catálogos com frascos e seus respectivos
nomes em ordem alfabética.
DCR:
Garra do diabo, Gergelim, Hamamelis, Lótus, Lúpulo[...], Papoula do
Ópio...Ei peraí!
ARI:
Achou alguma coisa?
DCR:
Tem várias ervas aqui que servem como sedativo. Talvez o cara não
tivesse receita pra tantos e resolveu ter um estoque em casa.
RAÍZA (sem tirar os olhos da
caixa que segura): Já
deu pra perceber que uma só não tava dando conta do recado.
Ari e Dcr se entreolham.
ARI (notando o desprezo no tom
da amiga): Bem, melhor
não tirarmos conclusões precipitadas, né? Vamos deixar a polícia
resolver o caso (ela pega um frasco e faz que vai colocar na
prateleira / Raíza fita esbabacada).(murmura) Que cara é essa?
RAÍZA (ela equilibra a caixa
de um lado e pega o frasco da mão dela): Isso
aqui, Ari. É a mesma poção que foi usada para matar minha mãe!
Ari vê Dcr concentrado e as duas
passam a murmurar.
ARI: Mas
isso é Ginko Biloba. Serve pra quem tem problemas de memória.
RAÍZA: E
quem garante isso? Aqui
diz que é Ginko Biloba, mas se não for?
ARI (espantada):
Esse negócio de você assistir CSI duas vezes por semana não tá te
fazendo bem. 'Cê' tá se ouvindo dizer?
RAÍZA:
Eu sei, mas...É igualzinho o frasco, né? (pausa) Acho que não vou
esquecer o dia que vi minha mãe morrer. Se eu voltei ao meu passado
é porque posso descobrir como tudo aconteceu.
ARI:
E você acha que a droga veio daqui? (Raíza está confusa) Olha, seu
tio já contou o que houve, disse ter mentido que era marido de sua
mãe pra Juliana sair da cola dele e por isso ela a matou. Fim do
caso, não?
RAÍZA:
Isso pode fazer parte do fio da meada. E isso (ela mostra o frasco)
pode ser a pista de como tudo começou.
Foco no frasco.
Ari se mostra vencida.
Ari se mostra vencida.
Corta para o lado de fora da
loja.
A câmera vai movendo-se para o
lado e notamos ser o interior de um carro.
Pelo retrovisor do lado de fora vemos o rosto de um homem moreno, olhos avermelhados e arregalados e suor escorrendo pela testa. A câmera move-se para mostrar seu rosto de frente. Ele fita a loja. A câmera dá um close no fundo, no chão à frente do banco de carona e vemos um taco.
Pelo retrovisor do lado de fora vemos o rosto de um homem moreno, olhos avermelhados e arregalados e suor escorrendo pela testa. A câmera move-se para mostrar seu rosto de frente. Ele fita a loja. A câmera dá um close no fundo, no chão à frente do banco de carona e vemos um taco.
A tela se fecha num baque.
FADE IN
CENA 5
ED. CIRANDA DE PEDRA – FACHADA [FIM DA MANHÃ]
Corta para APTº 403 [EXT.]
Ari e Raíza sobem as escadas.
Ela para diante da caixa do correio, põe a mão no bolso da calça e
retira uma chave pequena. Em seguida, abre a caixa e pega uma carta.
RAÍZA:
Carta do banco pro me tio.
Ela tranca a caixa, guarda a
chave nos bolsos e elas tornam a subir.
Raíza abre a bolsa e procura por alguma coisa e assim que se aproximam da porta, Ari para fazendo a amiga o mesmo.
Raíza abre a bolsa e procura por alguma coisa e assim que se aproximam da porta, Ari para fazendo a amiga o mesmo.
ARI:
Não era melhor ter dito ao Dcr que você pegou o frasco?
Raíza pega o frasco da bolsa e
visualiza por instantes.
RAÍZA:
E dizer o quê? Que quero saber se essa poção é a mesma que matou
minha mãe quando a vi em minha visão? (Ari assente, concordando que
ela está certa) Eu vou devolver, não se preocupe.
Ela guarda o frasco e pega a
chave. Assim que ela faz que vai abrir a porta, a cena corta para o
interior do apartamento.
APTº 403 [INT.]
A porta é aberta e tanto Ari
quanto Raíza se surpreendem com o que veem.
Marco, sentado, de pernas cruzadas, bem à vontade, sorri cínico; Rafaela, também sentada, olha as duas seriamente e Josué está de pé com uma bandeja de café. Ari fecha a porta.
Marco, sentado, de pernas cruzadas, bem à vontade, sorri cínico; Rafaela, também sentada, olha as duas seriamente e Josué está de pé com uma bandeja de café. Ari fecha a porta.
JOSUÉ:
Não deu pra esperar vocês; O almoço já foi servido.
RAÍZA (tom de desprezo):
Ele almoçou aqui?
Josué se mostra envergonhado.
JOSUÉ:
Ele pagou a cirurgia do João, Raíza. Não seja indelicada.
RAÍZA:
Os médicos salvam vidas todos os dias e eu não tô vendo eles aqui.
MARCO (falso):
Tudo bem, eu entendo.
RAÍZA (arredia):
O que você entende?
MARCO:
Seu amigo...Teve um problema na família, não é?
JOSUÉ (desconversa):
Ah! Como tá a dona Helena?
Raíza fita Marco com uma
expressão de quem vai sufocá-lo.
RAÍZA:
Também tá pagando a estagiária?(dá uma olhadela em Rafaela).
Clima. Josué faz uma cara de
desagrado e João, na cadeira de rodas, aparece do corredor.
JOÃO (falsa compreensão):
A gente entende que você age assim, por que não é o Cael quem está
pagando o tratamento.
RAÍZA (cara de quem já
esperava por aquilo):
Não, João. Eu tô assim, por que não precisava ser qualquer
pessoa, ainda mais por que decidiram tudo (encara Josué) pelas
minhas costas.
Ela olha para Ari e atravessa a
sala. Marco não a encara, mas disfarça uma satisfação.
Raíza entrega a carta do banco para Josué.
Raíza entrega a carta do banco para Josué.
RAÍZA (séria):
Chegou isso pro senhor.
Josué faz uma expressão tensa.
Ela dá as costas.
JOSUÉ (disfarça, sério,
dando a sensação de que vai dar um fora):
Você não vai dizer como tá a dona Helena?
Raíza se volta, demora um pouco
pra responder e vai olhando todos na sala com exceção de Ari.
RAÍZA:
Se recuperando do golpe que recebeu pelas costas.
Ela sai de cara feia. Josué
passa as mãos pela testa como a estar cansado daquilo. Marco fita
Rafaela que permanece quieta.
CORTA PARA
CENA 6
QUARTO DE RAÍZA [INT.]
Raíza joga a bolsa na cama com
força, vemos um abajur entre as duas camas e ela vai para frente do
espelho. Apoia as mãos na penteadeira e se encara.
RAÍZA (falando pra si mesma):
Eu devo ter cara de idiota mesmo.
Ari olha para ela através do
espelho.
ARI:
É muita cara de pau dele vir aqui. E a Rafaela, hen? Só ficou na
dela.
RAÍZA:
Também se abrisse o bico eu mandava calar.
ARI:
‘Cê’ precisa se conter. Se o Marco conta o que sabe a tragédia
tende a ser pior.
Raíza se vira para ela.
RAÍZA:
Isso que me dá raiva, sabe (ela dá as costas e senta na beirada da
cama) Eles são meus inimigos e tenho que aturá-los aqui em casa. Eu
devo tá pagando, viu? Eu devo tá pagando.
ARI:
‘Cê’ precisa tomar cuidado. Ele não vai guardar seu segredo de
graça. Alguma ele tá armando.
Raíza respira fundo, a olha
através do espelho.
RAÍZA:
Eu devia ter contado à polícia o que aconteceu. Era só explicar
que foi um acidente e...
ARI:
E o Marco contaria a versão dele. (pausa) Isso se o João não se
lembrasse do ocorrido.
Raíza se desmonta.
RAÍZA:
Quanto mais eu tento esconder meus segredos, mais eu tô me ferrando
por eles.
Ela olha Ari, vencida.
CORTA PARA
CENA 7
LOJA 1320 [INT./TARDE]
Dcr está de costas arrumando a
prateleira. A luz que vem da porta é obstruída por uma sombra que
para no balcão.
HOMEM:
Ei!
Dcr olha de imediato e vem
atender.
DCR (estranhando):
Pois não?
A câmera revela RENAN. É o
mesmo homem que vimos na cena
4. É notável seu
olhar desorientado, sua feição cansada. Ele treme os lábios.
RENAN:
Onde tá a dona Helena?
DCR:
Ela...Ela sofreu uma indisposição, mas (desconversa) em que posso
ajudar?
RENAN:
Eu quero uma poção que acabe com as minhas alucinações.
Dcr olha para a prateleira e se
mostra confuso.
DCR:
Um momento.
Dcr digita algo no PC e Renan
estica o pescoço para tentar ver.
DCR:
Me desculpe, mas não temos nada para...
O sujeito bate na bancada
assustando Dcr.
RENAN:
Você não vai me enganar como a Helena!(Ele se cala, vacila o olhar
e pisca os olhos irritantemente) Eu preciso disso...Você não sabe o
quanto isso é importante para mim.
DCR:
Eu vou falar coma dona Helena pra vê o que podemos...
RENAN (irritado):
Você não vai falar nada! EU que quero falar com ela pessoalmente.
Onde ela tá? Onde?
Dcr não sabe o que fazer, mira
no telefone próximo a Renan que o encara de forma medonha.
VOZ:
Dcr?
Dcr desmonta ao ver seu pai
Daniel entrar. Renan disfarça a agressividade e, cabisbaixo, vai
embora.
DANIEL:
Eu conheço esse cara...(pausa) Ah, era um dos enfermeiros da
clínica. (Dcr olha para ele espantado) Certa vez ele surtou alegando
ter alucinações.
DCR:
E qual o nome dele?
DANIEL:
Renan. O que ele queria?
DCR:
Uma poção para acabar com as alucinações dele.
Daniel fica surpreso.
DANIEL:
E existe? (Dcr dá de ombros) Bom, se você quiser ir ao hospital
Central agora eu posso ficar aqui.
DCR:
Pode deixar; Vou depois.
Corta para Exterior da loja
Renan espreita ao lado da porta
e, em seguida some da tela.
A tela se fecha num baque.
FADE IN
CENA 8
HOSPITAL CENTRAL – QUARTO DE HELENA [INT./TARDE]
Vemos a câmera embaçada
revelando, aos poucos, a silhueta de um homem. É Renan, em pé e com
as mãos unidas a frente do corpo. Helena acorda e se assusta. Ele
faz um gesto para ela ficar quieta.
RENAN:
Eu só vim avisar (ele se aproxima e apoia as duas mãos por entre
ela) Que se você não tiver uma solução rápida para o meu
problema (ele aproxima o rosto do dela e murmura) O seu sobrinho vai
pagar (ele vai se afastando).
HELENA:
Eu já não sei mais o que fazer pra te ajudar...
Ele torna a fincar as mãos por
entre ela assustando-a.
RENAN:
Você não parece com vontade de ajudar, não é? Aquelas poções
não me serviram de nada, aposto como eu pedia uma coisa e você dava
outra. 'Cê' tá brincando comigo!
HELENA:
Eu não brinco com coisa séria, cara!
RENAN:
Eu ouvi você dizer que suas ervas não servem pra nada, mas nós
dois (ênfase) sabemos que não é bem assim, não é?
HELENA:
Então foi você que me bateu! Eu poderia ter morrido, sabia?
Ele se afasta e solta um riso
debochado.
RENAN:
Você acha que alguém ia se importar?...(ele fecha a cara) Eu fiz
tudo que você me pediu, mas quando as coisas começaram a desandar
você precisava se livrar do seu cúmplice, né? Então usou o mesmo
método e todos pensam que enlouqueci. Agora é você que vai me
livrar desse tormento.
Clima. Ouvimos passos, Renan
disfarça e vai até a porta que é aberta. Uma enfermeira entra e
Renan dá uma olhada para Helena.
RENAN:
Pode deixar que vou cuidar bem do seu sobrinho...
Ele sai. A enfermeira vai até
Helena que sustenta uma cara de estranha serenidade.
= = Passagem de Tempo = =
CENA 9
FACHADA – ED. ELDORADO [TARDE]
Ouvimos um celular tocar.
Corta para APTº 215 [INT.]
A porta é aberta, Daniel entra e
estranha o som insistente do celular. Ele fecha a porta, guarda a
chave no bolso e vai até o...
QUARTO DE DCR
A luz que vem da janela é forte
e ilumina a cômoda onde há objetos incluindo um porta-retrato com
amigos e parentes.
Close no celular na cama. A mão
de Daniel pega, leva de contra luz e vemos o nome de Ari no visor.
DANIEL:
Ari?
ARI (V.O):
Seu Daniel? Ahn...O Dcr não tá por aí, não?
DANIEL:
Ele tá na loja e acabou esquecendo o celular aqui, é mole?
Alterna para o APTº 403
ARI:
Eu só queria saber se ele descobriu alguma coisa sobre o que
aconteceu com a dona Helena.
DANIEL (V.O):
Não, a polícia ainda não entregou o resultado dos exames feitos no
frasco encontrado.
ARI:
Ah, tá bom...Obrigada.
Ela faz que vai desligar.
DANIEL (V.O):
Espere! (Ari torna a atender) Eu não queria tocar nesse assunto,
mas...Você se lembra de Renan, o enfermeiro da Nova Horizonte que
surtou?
ARI:
Nem me lembre! Ele me acusou de roubar uma coisa dele sendo que nem
ele sabia o que era.
Alterna para APTº 215
DANIEL:
Pois então, ele esteve na loja procurando por poções que acabassem
com as alucinações dele.
ARI:
Então ele tem consciência de que são alucinações?
DANIEL:
Não é estranho? Só tem uma maneira disso acontecer.
Alterna para APTº 403
ARI:
Ele não tá louco...
A cena se fecha na expressão
intrigada de Ari.
FADE OUT
FADE IN
CENA 10
FACHADA - HOSPITAL CENTRAL [TARDE]
Corta para um dos corredores
Diva vem andando ao lado de um
policial que tem um papel nas mãos.
POLICIAL:
Nós acreditamos que o agressor tenha problemas psiquiátricos e que
o uso da poção que ele roubou da loja tenha afetado seu tratamento.
DIVA:
Como assim?
Ele entrega o papel e ela pega,
olha e não entende bem.
POLICIAL:
A poção era morfina produzida pela Papoula do ópio, uma das
plantas encontradas na estufa nos fundos da loja. Os médicos
disseram que se a pessoa ingerir bebida alcoólica ou fizer uso de
algum outro medicamento pros nervos pode provocar alucinações.
Enquanto conversam, a câmera
move-se para a entrada da recepção onde Raíza espreita e dá a
entender que ouviu.
Ela abre a bolsa, apanha o celular e antes de discar, ele toca.
Ela abre a bolsa, apanha o celular e antes de discar, ele toca.
RAÍZA:
Ari eu já ia ligar pra você.
ARI (V.O):
E aí? O que descobriu?
RAÍZA:
A poção roubada era morfina, mas escuta essa: O uso inadequado pode
provocar alucinações, ainda mais se a criatura ingerir álcool. E
você sabe que só essa mistura pode causar alucinações também,
né?
ARI (V.O): O
quê? Isso...Isso é estranho...
RAÍZA:
Por quê?
ARI (V.O):
O pai de Dcr me disse que um cara foi na loja querendo uma poção
para acabar com suas alucinações e que ele era um dos enfermeiros
da clínica que surtou.
RAÍZA:
Como ele pretendia acabar com as alucinações desse jeito?
ARI (V.O):
Eu não sei, mas parece que andaram sacaneando o cara e agora ele
acha que a loja é a salvação.
Close no rosto preocupado de
Raíza.
RAÍZA:
Então esse cara vai voltar lá...Nós temos que ir pra loja agora!
Raíza sai da tela e a câmera,
lentamente, revela Marco, do outro lado do corredor, com olhar
intrigado dando a entender que escutou.
FADE OUT
FADE IN
CENA 11
LOJA 1320 [INT./FIM DE TARDE]
Dcr acompanha uma mulher, com uma
sacola nas mãos, até a saída. Eles se despedem. Dcr olha o
relógio, vai até o balcão, close rápido em suas mãos que estica
para pegar um molho de chaves ao lado do teclado.
Um clima estranho paira no
ar.
Assim que se volta, Dcr é tomado de susto. Renan está parado bem a sua frente com olhar fixo, respiração ofegante e mãos voltadas para trás. O clima estranho cessa.
Assim que se volta, Dcr é tomado de susto. Renan está parado bem a sua frente com olhar fixo, respiração ofegante e mãos voltadas para trás. O clima estranho cessa.
DCR (sorriso trêmulo):
Ô, que susto...Eu já ia fechar a loja.
RENAN:
Eu só vim pegar aquela poção que você me prometeu.
Dcr engole a saliva e não
disfarça a tensão.
DCR:
Eu...Eu...Não prometi...Nada...
Renan se mostra impaciente.
RENAN:
Tá acontecendo de novo...Não é possível!...Aquelas poções todas
não me serviram de nada mesmo...
Dcr vai andando para trás do
balcão sem tirar os olhos dele.
RENAN (desorientado):
Tudo isso é culpa da sua tia...Culpa dela, você sabia? Querem me
deixar louco, querem me deixar louco!
Dcr mira no telefone. Há um
desejo imenso em seu olhar de alcançá-lo.
DCR (enquanto anda
disfarçadamente na direção do telefone):
Olha...Quando o senhor foi embora eu pesquisei e...(câmera logo
atrás do telefone mostra Dcr olhando-o de soslaio e Renan o
encarando) Não encontrei, mas eu posso ligar...
Ele põe a mão no telefone,
Renan imediatamente revela um revólver em sua mão direita e aponta
para Dcr que, de susto, tira o telefone do gancho.
RENAN:
É só você me dar a droga dessa poção que ninguém se machuca.
DCR:
Mas...Eu já procurei...
RENAN (berra):
Procura de novo! (ele se recompõe, mira em suas chaves e olha para
trás) Tranque as portas.
Dcr reluta.
RENAN:
Eu disse pra trancar essas portas!
Close na expressão desesperada
de Dcr.
CORTA PARA
RUAS DA CIDADE
Um ônibus para, Ari e Raíza
descem apressadas. Ari está mais atrás com um celular em mãos.
ARI:
Seu Daniel deve ter esquecido de levar o celular pro Dcr...E o
telefone da loja só dá ocupado.
RAÍZA:
Mas o pai dele disse que ele ia fechar a loja às 17:00 hs e já são
17:10 hs. E se ele não está mais na loja(ela para) o telefone devia
estar chamando.
As duas se encaram e correm em
seguida.
Logo atrás, um carro preto as segue. Pela placa reconhecemos ser de Marco.
Logo atrás, um carro preto as segue. Pela placa reconhecemos ser de Marco.
FADE TO BLACK
FADE IN
CENA 12
LOJA 1320 [EXT.]
A tela abre diante das portas
fechadas da loja. Ari surge na frente da câmera, conformada.
ARI:
O que pensei; Dcr já foi embora.
Raíza olha para trás, apanha o
celular do bolso e faz que vai discar. De repente, ouvimos um barulho
de algo quebrando. As duas voltam a atenção às portas e fazem um
sinal uma para outra de que acreditam que o barulho veio dali. Ari
faz que vai bater, mas Raíza impede.
RAÍZA:
Se o cara estiver aí ele certamente tá chapadão. Sabe Deus o que
faria com o Dcr.
ARI:
O que sugere?
Raíza olha ao redor; Casas com
janelas voltadas para elas, ruas que se cruzam e nenhuma chance de
entrar invisível na loja pela porta da frente. Então ela mira no
muro ao lado.
RAÍZA:
Se o cara estiver aí darei um toque em seu celular pra você chamar
a polícia, tá?
ARI:
Você...
RAÍZA:
É melhor não me esperar pra voltarmos juntas...
Raíza passa na frente de Ari,
preocupada. A câmera a focaliza de um ângulo e vemos o carro de
Marco parado mais adiante.
CORTA PARA
CENA 13
LOJA 1320 [INT./FIM DE TARDE]
= = Music On – Suspense = =
A cena abre por detrás do
balcão. Vemos o telefone fora do gancho, monitor do computador
virado de qualquer jeito. A cena vai abaixando mostrando frascos
jogados no chão e Dcr, nervoso, agachado diante de uma prateleira.
A mão de Renan aponta o revólver em sua nuca. Dcr olha de soslaio.
A mão de Renan aponta o revólver em sua nuca. Dcr olha de soslaio.
RENAN:
Procura que tu acha!
Dcr olha frasco por frasco, mãos
trêmulas. O cano é apertado contra sua cabeça a todo instante.
Dcr estende um frasco para ele
dando a entender que é o que ele procura. Renan pega e afasta o
cano. Abre o frasco e quando vai cheirar, rapidamente, Dcr dá um
soco em seu rosto, o empurra e tenta correr, mas Renan é mais
rápido. Segurando o revólver, ele entrelaça seu braço no pescoço
de Dcr e aperta.
RENAN:
Muito engraçadinho você, hen...Senta aí que já tô perdendo a
paciência contigo!
Dcr cai no chão, ofegante. Medo
no olhar.
RENAN:
Agora que você tá a fim de brincar eu vou contar até 3 e se você
não encontrar essa droga logo...Você vai morrer! Tá ouvindo?
Logo atrás, Raíza aparece à
espreita e observa horrorizada. Faz que vai discar um número, mas
para de repente.
RENAN:
Um...
Dcr treme os lábios.
Renan engatilha o revólver.
RENAN:
Dois...
Raíza fecha os olhos como se
buscasse uma concentração.
CORTA PARA
EXTERIOR DA LOJA
Carros de polícia começam a
chegar e Marco está entre eles. A câmera dá um giro de 90º para a
direita e, mais adiante vemos Ari sentada num banco e surpresa com
aquela ação. Olha o celular esperando uma chamada.
CORTA PARA INTERIOR DA LOJA
Raíza anda por detrás de Renan
em posição de ataque.
Renan gira os olhos notando a
presença de alguém.
RENAN:
TRÊS!
Renan se volta repentinamente.
RENAN:
TE PEGUEI!
Raíza está sem ação e Renan
atira.
[efeito câmera lenta] Close no rosto apreensivo de Raíza, a bala se aproxima e a câmera vai dando um giro revelando a face assustada de Dcr e a de atordoada de Renan. A câmera vai girando em torno de Raíza [fim do efeito].
[efeito câmera lenta] Close no rosto apreensivo de Raíza, a bala se aproxima e a câmera vai dando um giro revelando a face assustada de Dcr e a de atordoada de Renan. A câmera vai girando em torno de Raíza [fim do efeito].
A bala a atravessa, bate na porta
de ferro por onde ela entrou, ricocheteia e volta atingindo o ombro
de Renan.
RENAN:
Ai, desgraçada! Como ‘cê’ fez isso?!
Pelo ponto de vista de Dcr, Raíza
não aparece, mas Renan, alucinado, consegue vê-la.
RENAN:
Você não é minha alucinação, não é!!
Ele atira de novo e a bala
atravessa a garota e não ricocheteia. Nervoso ele vai até ela,
consegue pegá-la pelos ombros e os dois iniciam uma luta. Batem
contra as prateleiras, derrubam frascos e Dcr fica ali, apavorado e
deslumbrado com a cena mais louca que já viu: Um homem lutando
aparentemente sozinho.
De repente, Renan recebe uma
pancada da rádio na cabeça e cai.
Dcr segura a rádio e olha para o
nada como se esperasse algo. Raíza o encara e sorri
aliviada.
Ouvimos um barulho de pessoas entrando. Dcr volta ao balcão e deixa a rádio ali. Policiais invadem o local pelos fundos.
Ouvimos um barulho de pessoas entrando. Dcr volta ao balcão e deixa a rádio ali. Policiais invadem o local pelos fundos.
POLICIAL (vendo o corpo de
Renan): O que
aconteceu aqui?
Dcr encara a todos, inclusive
Marco que surge atrás dos policiais, confuso por não encontrar
Raíza.
= = Music Off = =
FADE OUT
FADE IN
CENA 14
FACHADA – HOSPITAL CENTRAL [NOITE]
CORTA PARA QUARTO DE HELENA
A porta é aberta. Daniel entra,
para e encara Helena arrumando sua bolsa em cima da cama para ir
embora.
HELENA:
Daniel...Eu já tô quase indo...
Daniel fecha a porta e ela o olha
sem entender.
DANIEL:
Aquele bandido não para de te acusar de vender poções com efeitos
diferentes do que ele queria.
Helena, calmamente, dobra sua
blusa.
HELENA:
É triste a autonegação; Ele não disse que queria a poção para
acabar com as alucinações. Ele só queria um calmante.
DANIEL:
Você o conhecia da clínica. Sabia que ele não estava bem. Podia
ter negado a poção.
HELENA:
Ele nunca comprava muito e além do mais, não tenho memória tão
boa pra lembrar de todo maluco que vejo pela frente, né?
Daniel a segura pelo braço com
força. Helena não reage, mas se mostra apreensiva.
DANIEL (raiva):
O meu filho quase morreu por causa de sua falta de memória
(irônico).
HELENA:
Eu não tenho culpa. E a polícia não (ela se solta) está me
acusando de nada.
DANIEL:
Sorte tem meu filho de ter amigos. Não quero nem imaginar o que
teria acontecido se a polícia não tivesse chegado a tempo.
A expressão de Helena é de
deboche.
HELENA:
O Danilo já passou por muitos perigos e você não estava por perto
para se preocupar.
Daniel faz uma cara daquelas. A
porta é aberta e Diva entra sorrindo.
DIVA:
Vamos?
Daniel e Helena se encaram.
CORTA PARA
CENA 15
QUARTO DE RENAN [INT.]
= = Music On = =
A cena abre no rosto desorientado
de Renan deitado na cama.
RENAN:
Você estava lá! É você! Você fez aquele tiro pegar em mim!
A câmera dá um giro e para em
Raíza, séria fingindo estar ouvindo a coisa mais absurda do mundo.
Dcr, braços cruzados, olha para ela, confuso.
DCR (para Renan):
Não havia ninguém lá além de nós dois...
RENAN:
Eu não tive uma alucinação, garoto! Ela estava lá com essa mesma
cara de fingida!
RAÍZA (para Dcr):
Dc, sua tia ainda tem aquele porta-retrato nosso no balcão?
DCR:
Sim, sim...(para Renan)Ah, pode ter sido isso...Como você tomou
muitas poções , então...
RENAN:
Sabe quando você vê uma coisa e não acredita no que vê? (Dcr nada
diz) Não foi isso que aconteceu comigo.
Ele encara Raíza com ódio e ela
força a cara de insossa.
CORTA PARA CORREDOR
Entre enfermeiros e médicos que
passam por todos os lados, se destaca Ari andando apressada como se
procurasse alguém. Ela para ao ver algo fora da tela.
Logo vemos Marco, mãos nos
bolsos da calça, vindo em sua direção.
MARCO:
Ari...Tudo bem?
ARI (põe as mãos nos bolsos
da calça também):
É...Fiquei sabendo que foi você quem chamou a polícia.
MARCO:
Me desculpe...Eu ouvi sua conversa com Raíza ao telefone e me
preocupei.
ARI:
Se preocupou?
MARCO:
Sim. Sabe...Bruno e Josué não suportariam mais uma tragédia. Vocês
deveriam ter chamado reforço antes de bancarem a heroínas.
ARI:
A gente?
MARCO:
Você e...Sua amiga. Aliás...Não a vi por lá...Onde ela estava?
Ari reluta, mas é salva pelo
gongo. Dcr e Raíza se aproximam.
ARI:
Ah...E como foi? O Renan tá bem?
Dcr dá uma olhada básica para
Raíza.
DCR:
Nem te conto. Ele tá pior do que nunca. Foi capaz até de admitir
que agrediu minha tia.
MARCO:
Então nada que ele diz pode ser levado em conta.
Todos o encaram.
MARCO (corrige):
Quero dizer...Nada que ele disser a polícia será levado em conta.
Daqui a pouco ele será solto, acreditem.
DCR:
Eu queria agradecer por você ter chamado a polícia.
MARCO:
Eu só fiz o que estava ao meu alcance (sorri debochado).
Raíza nem olha mais para ele.
MARCO:
Bem, vou indo. Até mais.
Ele toca os ombros de Ari e, em
seguida, faz o mesmo em Raíza que não o encara. Ele sorri para Dcr
e vai embora.
Dcr se vira de frente para Raíza
vendo Marco ir embora.
DCR:
Absurdo isso, não acham?
ARI:
Pois é, tocar no meu ombro como se fossemos amigos.
DCR:
Não, eu disse absurdo, por que ele não tocou em mim também.
Ari ri.
ARI:
Bobo.
Dcr ri, mas Raíza não acha
graça.
RAÍZA:
O mundo tá feito com esses heróis (irônica).
DCR:
Eu não acho que fui salvo por ele.
Raíza estranha, mas Ari se
mostra calma.
DCR:
Ari me disse que foi até a loja e viu que estava acontecendo alguma
coisa de errado. Então, sem saber como agir ela ligou pra você.
Você que ligou pra polícia também, né?
Ari sorri e Raíza não sabe o
que responder.
DCR:
Pena que o Marco foi mais rápido. Ele deve ter algum problema sério
com sua família, Raíza, por que tá sempre por perto.
RAÍZA:
Vai vê é carência.
Eles riem.
Dcr olha Raíza profundamente e
podemos notar sua feição admirada.
DCR:
Mesmo não vendo eu sabia que você, de alguma forma, estava por
perto.
Ele a abraça de repente e Raíza,
por um momento fica sem reação. Depois corresponde ao abraço
sorrindo para Ari.
= = Music Off = =
FADE OUT
FADE IN
CENA 16
HOSPITAL CENTRAL [EXT./NOITE]
A tela abre na fachada do
hospital.
MARCO (O.S):
Ela estava lá. Eu vi. Não tinha como ela ter saído sem que ninguém
a visse.
A câmera revela o carro de Marco
estacionado.
Corta para o interior do
carro.
Marco está ao telefone.
Marco está ao telefone.
CIPRIANO (O.S):
Ela devia ter se escondido, Marco. A sua obsessão por ela é tanta
que anda vendo coisas. Daqui a pouco eu vou achar que você e o Renan
fazem parte do mesmo clube (ele ri).
MARCO:
Tudo isso até poderia fazer sentido se o Dcr não tivesse ignorado a
presença daquelas duas.
CIPRIANO (O.S):
Você saiu como herói e ainda reclama? Não sei qual é o seu
problema.
MARCO:
Talvez eu não goste de ser o herói de uma história que não
conheço.
Close em sua expressão
intrigada.
CORTA PARA
CENA 17
FACHADA – ED. ELDORADO [NOITE]
Corta para APTº 215 – QUARTO
DE HELENA [INT.]
Helena está desfazendo sua mala.
Dcr aparece na porta e dá uma batida.
HELENA:
Oi, Danilo. Entra aí.
Dcr vai se chegando com ar de
quem quer perguntar algo, mas não sabe como. Helena nota, mas finge
que não. Ela para de desfazer sua mala e se volta para ele.
HELENA:
Desculpe por ter colocado sua vida em risco. Eu não imaginava que...
DCR:
Os médicos disseram que Renan só teve aquela reação, por que além
de ter consumido álcool após tomar morfina, a dosagem era alta
demais. Isso te isentou de culpa, por que os policiais consideraram
suas fórmulas naturais e dentro da lei.
HELENA:
E você tinha alguma dúvida disso?
DCR:
Tia, ele ficou que nem meu pai. Tanto faz tomar remédios como suas
poções uma pessoa corre risco de surtar a qualquer momento.
Helena toca seus ombros e o faz
sentar. Ela senta também.
HELENA (argumenta):
Danilo o Renan tem problemas mesmo. Foi comprovado, e se eu o tivesse
reconhecido da clínica eu nem teria vendido.
DCR:
A doença do meu pai também foi comprovada e ele não tá louco.
Helena se mostra sem jeito.
Acaricia suas mãos e sorri.
HELENA:
O seu pai está controlado. De vez em quando ele acorda de madrugada
dizendo ter visto algo (Dcr abaixa a cabeça, pois sabe que o pai tem
sonhos premonitórios) isso não é normal.
DCR:
Eu só tô preocupado, por que as pessoas podem ter diferentes
reações ao consumir uma erva ou poção que deveriam ser
inofensivas, mas não sabem como o álcool é capaz de destruir uma
vida.
HELENA:
Danilo, eu te entendo, mas isso não faz diferença com seu pai. Ele
já vinha apresentando problemas que se agravaram.
DCR (nervoso):
Mas se o médico tivesse dito que o efeito contrário poderia se
parecer com um surto eu não teria deixado meu pai naquela clínica
por tanto tempo, mas ele omitiu, deixou a gente pensar qualquer
coisa, menos no óbvio (pausa)...Afinal, o que seria de uma clínica
dessas se não fossem os loucos?
HELENA:
O que seria da minha loja se não fossem pessoas como você? Que
pensam dessa forma, que não querem tomar remédios químicos?
Dcr a encara, pensativo.
HELENA (cont.):
Danilo, a minha loja é registrada, não vendo nada ilegal. Ilegal é
o mau uso que as pessoas fazem dela e isso até com um remédio
prescrito pelo médico pode ser feito.
DCR:
A gente quase morreu, porque alguém queria se salvar, tia (pausa). O
Renan só precisava que alguém acreditasse nele. Quantas pessoas
serão tidas como loucas sem realmente serem?
HELENA:
A pessoa pode apresentar os sintomas, mas ninguém fica, de fato,
louco por causa disso.
DCR:
Mas depois de passar por uma clínica quem vai acreditar nisso?
A cena se fecha no rosto sem
reação de Helena.
FADE OUT
FADE IN
CENA 18
APTº 403 – QUARTO DE RAÍZA [INT./NOITE]
Um frasco vazio preenche a tela.
Ele é segurado por mãos femininas.
RAÍZA:
Não há muito que se fazer (a cena a revela segurando o frasco) Você
tinha razão. Isso é apenas Ginko Biloba.
A cena abre e vemos Ari e Raíza
sentadas na cama.
ARI (faz graça): Ainda
bem que foi comprovado, né? Eu já tava ficando com medo até de
balinha de hortelã.
RAÍZA (dá uma risadinha
esnobe): Engraçadinha
você. (Ari ri) Tudo
bem, vai...Eu devo tá assistindo CSI demais pra suspeitar que a dona
Helena venderia ervas ilícitas.
ARI:
É, a gente sabe que o que separa o remédio do veneno é a dose, mas
pensar que a dona Helena seria uma bandida, aí sim é muito CSI.
Raíza abre o frasco e cheira.
Ari finge um desmaio e Raíza ri.
FADE OUT
FADE IN
CENA 19
FACHADA - ED. CIRANDA DE PEDRA [MANHÃ]
Vemos o carro de Marco e um outro
vermelho estacionado um atrás do outro.
CORTA PARA
APTº 403 – SALA [INT.]
Josué abre a porta e recebe Dcr,
Daniel e Helena que sorriem.
JOSUÉ (sorrindo):
Vamos entrando!
Marco está de pé tomando café,
Bruno sentado no sofá e João ao lado dele na cadeira de rodas.
HELENA:
Eu precisava vim agradecer a uma pessoa que ajudou meu sobrinho numa
hora muito difícil.
Ela vai até Marco e estende a
mão.
Ari e Raíza surgem do corredor e
presenciam a cena.
Helena e Marco se cumprimentam.
Helena e Marco se cumprimentam.
HELENA:
Eu havia ligado logo cedo pra saber como te encontrar e disseram que
você estaria aqui. Obrigada pela ajuda de ontem.
MARCO:
Só fiz o que estava ao meu alcance (sorri e depois encara Raíza com
outro sorrisinho, de sacana).
JOSUÉ (sarcástico):
É, não é só a Raíza que banca a heroína.
Raíza lhe dá uma olhada mortal.
Josué disfarça. Daniel e Dcr
cumprimentam Ari e Raíza à distância. Elas vão até ele, dão as
mãos e Raíza abraça Dcr.
JOSUÉ:
Por favor, sentem-se. Vou buscar café para todos.
DANIEL:
Não se incomode. Só viemos agradecer mesmo, não é gente?
HELENA:
Ah, é...
BRUNO:
E aquele cara? O Renan? Ele está bem?
Helena fica sem jeito.
HELENA:
Não sabemos. Não quero voltar àquele hospital nem tão cedo.
JOÃO:
Sorte a sua que tem como escolher.
O constrangimento é claro.
Daniel se prepara para sair e Josué vai até a porta. Ari e Raíza
seguem com Dcr. Josué abre a porta.
JOSUÉ:
Voltem sempre que quiser.
HELENA:
Obrigada. (ela olha para Raíza e sorri) Ainda bem que você voltou
às pazes com o Danilo; Ele é um chato sem os amigos dele.
DCR:
Tia, que horror!
As meninas riem.
RAÍZA:
Eu sei que ele não ia conseguir viver sem mim por muito tempo.
Aos risos, Helena dá a mão para
se despedir. Assim que Raíza aperta, abre-se um efeito de flashes
azuis e Raíza fica paralisada.
[FLASHBACK]
Ouvimos o som do monitor que
indica sinais vitais. O rosto de Renan deitado preenche a tela. Ele
acorda, a cena vai abrindo o revelando na cama de hospital. Ele olha
para alguém fora da tela e, em seguida para baixo. Seu olhar é de
medo.
RENAN:
O que vai fazer? O que vai fazer? Eu juro que não conto a ninguém
que você queria matar o Daniel!
A mão enluvada de alguém
aparece apertando o tubo injetado na veia do paciente. Renan se
retorce de dor até que para de olhos abertos. Ouvimos o som agudo do
monitor que indica não haver mais sinais vitais.
Em seguida, a mão enluvada fecha
os olhos de Renan e, a medida que tira a mão, a câmera a acompanha.
Helena olha para o morto com um olhar indiferente.
[FIM DO FLASHBACK]
A cena volta ao apartamento.
Raíza olha, surpresa para Helena.
FADE TO BLACK
= FIM DO EPISÓDIO =
Série escrita por:
Cristina Ravela
Cristina Ravela
Elenco:
Raíza (Maria Flor)
João Batista (Caio Blat)
Bruno (Juan Alba)
Josué (Caco Ciocler)
Cael (Michael Rosenbaum)
Marco (Pierre Kiwitt)
Valentina (Alinne Moraes)
Rafaela (Fernanda Vasconcellos)
Ari (Nathália Dill)
Dcr (Aaron Ashmore)
Cipriano (Thiago Rodrigues)
Participação Especial:
Diva (Júlia Lemmertz)
Renan (Sacha Bali)
Helena (Thaís de Campos)
Daniel (Zé Carlos Machado)
Trilha Sonora:
Have a Nice Day (Bon Jovi)
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