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RAÍZA SÉRIE
40:00 min
WEBTVPLAY APRESENTA
RAÍZA
Série de
Cristina Ravela
Episódio 20 de 20
FINAL DE TEMPORADA
FINAL DE TEMPORADA
© 2009, WEBTV.
Todos os direitos reservados.
Nos
episódios anteriores de Raíza – O futuro lhe pertence...
CENA EM QUE DCR DESCOBRE O
SEGREDO DE RAÍZA
Dcr
cai de uma altura de 3 metros nos braços de Raíza. Ele se olha, muito assustado
e aparentemente suspenso no ar.
[1º
plano]
Ele
arregala os olhos, extasiado.
Parte
do teto do cassino desaba por completo sobre ela e Dcr...
CORTA
PARA
RAÍZA: Não...Cadê ele? (pausa) Ele
sumiu! Foi esmagado! E eu não pude evitar, não pude evitar!
ARI: O que tá havendo, Raíza? Que
sonhos são esses que parecem tão reais?
CENA EM QUE CAMILO E RAÍZA SÃO
ELETROCUTADOS
Camilo
direciona o alicate na caixa de luz.
Raíza
dá um tapa na mão dele, ouve-se o som de choque e os dois são jogados para
trás.
CENA EM QUE BRUNO É SALVO POR
DRº BEDLIN
Um
tijolo cai na direção de Bruno [efeito câmera lenta]. Raíza põe as mãos na
cabeça, apreensiva.
DCR: CUIDADO, BRUNO!
O
tijolo desvia de seu percurso. Dcr olha, esbabacado para um senhor ao lado de
cabelos brancos. Ele mira fixamente naquela direção.
Ao
mesmo tempo em que a cena transcorre, ouvimos a voz de Dcr de uma outra cena:
DCR: ...Aquele homem, só com o
olhar, desviou o tijolo! Você pode acreditar nisso?
CENA EM QUE RAÍZA DESCOBRE O
SEGREDO DE RAFAELA
Rafaela
conecta o cartão de memória no pc. O
vídeo é exibido. Ouve-se o grito de Raíza no vácuo.
RAÍZA (no vídeo): PAI! PAI!
INTERCALANDO:
RAÍZA: ...descobri que ela é a tal
Dirce...
ARI: Dirce? Que Dirce?
RAÍZA: A do blog, Ari! ‘Dirce me
disse’.
CENA EM QUE BEDLIN FAZ UMA
PREVISÃO PARA RAÍZA
BEDLIN: O Marco não é má pessoa.
(pausa) Ele é agora o que você poderá ser amanhã.
RAÍZA: Eu nunca serei como ele...
CENA EM QUE RAFAELA É SALVA POR
MARCO
O
táxi dá uma guinada...
[VISTA
PANORÂMICA]
...Freia até cantar os pneus, o outro carro
pára e o táxi rodopia duas vezes até bater violentamente contra o poste.
CORTA
Marco
abaixa o rosto e se surpreende.
[INT.]
Rafaela está com a testa ensanguentada, a
cabeça encostada à janela, inconsciente.
CORTA PARA
RAFAELA (para Raíza): Ele me trouxe
até aqui porque foi ele quem me salvou!
CENA EM QUE MARCO FAZ CHANTAGEM
COM A RAFAELA
Ela
levanta a aba do laptop e olha pra Marco subitamente.
RAFAELA (assustada): O que é isso?
MARCO: Parece um blog...Não se
lembra mais?
CORTA
PARA
MARCO (para Rafaela): Não vou contar
nada não, não se preocupe...(falso) Eu jamais faria algo contra uma amiga sua.
CENA EM QUE JOHNNY LAND DISCUTE
COM RAÍZA
JOÃO (para Raíza): Você
praticamente não deixa a Ari respirar desde que ela saiu da clínica! Chego a
pensar que ela se arrependeu de ter saído de lá...
CORTA
PARA
JOHNNY (para Raíza): Ah, mas que droga! Quanto
sentimentalismo! Aposto que você não recebe nem 1/3 do que você faz pelos
outros.
CENA EM QUE MATIAS TENTA MATAR
RAÍZA
Raíza
aperta seu braço e o ergue até que ele atira pro alto. A arma cai.
À
medida que a cena transcorre podemos ouvir a voz de Ari em outra cena:
ARI (cochicha): Controle sua
raiva, Raíza. Imagine o estrago que seria se você usasse sua raiva junto com
seus poderes?
CORTA
PARA
Raíza
lhe dá um empurrão e o sujeito cai no chão. Vai se rastejando, para o meio da
pista, de costas com os cotovelos.
HOMEM (balbucia, espantosamente): Não
me mate!...Não me mate...
O
som de um carro se aproxima na curva, o sujeito olha assustado e a luz projeta
forte em suas vistas.
O
carro o atropela.
CENA EM QUE RAÍZA VÊ JOÃO SER
GOLPEADO POR ALGUÉM INVISÍVEL
Raíza
se volta com o cabo de vassoura esmurrando ao léu.
Surpresa
vê algo golpeando o primo na cabeça.
RAÍZA (assustada): João!
CENA EM QUE JOSUÉ ACUSA RAÍZA
DE ATENTADO
Raíza está de frente pra cama onde João mantém
um olhar acusador pra ela. Josué e Bruno estão, cada um de um lado da cama.
JOSUÉ: E você esmurrou seu primo
pensando ser o seu agressor, é isso?
RAÍZA (se altera): Eu já disse que
não!
CORTA
PARA O CORREDOR
JOSUÉ (O.S): O estranho (Josué
aparece) É que você tenha visto o futuro do seu primo e nem pôde evitar o
próprio...Você viu o que ia te acontecer?
RAÍZA: Talvez por me preocupar
demais com o futuro dos outros, eu acabo me esquecendo de cuidar do meu.
CENA EM QUE MARCO DESCONFIA QUE
RAÍZA ATRAPALHOU SEUS PLANOS DE NOVO
Juliana
engata a chave e ao virar, a cena se afasta.
O
carro explode.
MATIAS (V.O): Ela encomendou a morte
da dona Valentina...Era pra ela ter explodido...
Marco
olha para os destroços do toyota.
MARCO: Você está me dizendo que...
MATIAS: O que você acha, doutor? Essa
tal de Juliana, que Deus a tenha em sua santa glória, era apaixonada por você.
Sua amante (pausa) digo, a Valentina era um problema.
Ele
afasta o celular da orelha e olha para o lado, na saída do shopping.
[POV
de Marco]
Raíza
está com o rosto encostado ao ombro do pai e os outros, parentes e amigos ao
seu redor.
CENA EM QUE MARCO ESTÁ
ENFEITIÇADO POR RAÍZA
MARCO(para Raíza): Você não me respondeu. Não gosta de mim? Não
gosta de quem você salvou?
Os
dois se encaram.
RAÍZA: Por que de novo esse assunto?
MARCO: Por que ninguém arrisca a
própria vida em nome da benevolência...
De
repente, a beija na boca.
CORTA
PARA
RAÍZA: Você...(pausa)...Me procurou
e...Até flores me entregou...Não se lembra?
Marco
se vira para ela.
MARCO: Certamente eu não estava
bem...Eu devia estar...Bêbado pra fazer algo tão ridículo...
CENA EM QUE RAÍZA SALVA A VIDA
DE MARCO
...Marco pára na calçada, faz um movimento com a chave.
RAÍZA: CUIDADO!
Marco vira o rosto para o lado contrário.
Raíza corre e se a joga em Marco. Os dois caem na calçada,
alguns pedaços do concreto atingem a moça que protege o rosto do rapaz.
Cael aparece da porta, afobado e vê a moça sobre o irmão. Os
dois se entreolham estranhamente.
Close no rosto de
Raíza.
CORTA PARA
CAEL: A gente conversa em casa,
agora agradeça a moça e vamos embora.
MARCO: Eu não pedi pra ser salvo.
CENA EM QUE RAÍZA
DESCOBRE TER UMA CRUZ NO PULSO E DISCUTE COM JOÃO NO VIADUTO
RAÍZA (para Cipriano): Eu não pedi
isso pra minha vida.
CORTA
PARA
João crava as unhas no pulso esquerdo de Raíza e o grito de dor
dela soa pela estrada.
RAÍZA: AAah!
Uma trovoada ilumina o céu.
Os dois ficam estáticos; A cena gira em torno deles; Raíza, com
a mão estendida; O primo segurando seu pulso. O mundo corre a volta deles.
De repente, os dois caem.
CENA EM QUE DCR DESCOBRE O
SEGREDO DE RAÍZA E FINGE QUE NADA SABE
Dcr
cai de uma altura de 3 metros nos braços da amiga. Ele se olha, muito assustado
e aparentemente suspenso no ar.
Ouvimos
a voz de Dcr de uma outra cena intercalando:
DCR (sorri, sem jeito): Estou vivo
(pausa) O futuro não aconteceu.
Raíza
sorri para ele e depois nota a presença de Ari, de braços cruzados, à soleira
do corredor. As duas se olham em cumplicidade.
CENA EM QUE RAÍZA PERCEBE TER
MACHUCADO VALENTINA SEM QUERER
Raíza
se aproxima e vê Valentina caída na calçada com a cadeira bem próxima de sua
barriga.
Voz
de Raíza de uma outra cena:
RAÍZA (O.S): E se ela perder o bebê?
E se ela morrer?...Como vou ficar?
CENA EM QUE RAÍZA ROGA PRAGA EM
MARCO
Raíza
encara Marco com raiva expressa em seus olhos. Sua aparência é de pura fadiga.
Cabelos desgrenhados, maquiagem borrada e o vestido chamuscado pelo fogo.
RAÍZA: Você é um infeliz! Um dia
você vai pedir pra ser salvo e não vai ter ninguém, ninguém! Pra salvar um
monte de merda que é você!
Todas
as cenas retrocedem em alta velocidade até que a tela se fecha num baque.
FADE
IN
CENA 1 APTº 403 – SALA [INT./MANHÃ]
Raíza acorda afobada. Diante de si está Bruno a olhá-la
fixamente.
BRUNO: Raíza! Tudo bem contigo? Eu
te chamei e você não me ouvia.
RAÍZA: Pai, eu me lembrei! O João
quis arrancar a cruz de mim! Eu lembrei!
Bruno
tem uma reação surpresa, mas não parece ser pela revelação.
FADE
OUT
1X20 MÁ CONDUTA
(Final da 1ª Temporada)
(Final da 1ª Temporada)
FADE
IN
CENA 2 APTº 403 – COZINHA [INT.]
O
jarro treme nas mãos de Raíza ao colocar o café no copo.
BRUNO: Como é que você foi lembrar
disso assim... De repente?
A
garota se senta e pega o copo, sem tomá-lo.
RAÍZA: Não, não foi de repente...Há
muito tempo eu venho observando o João. Ele vem me testando. Sempre achei que
ele ‘tava’ desconfiado, mas agora acho que ele sempre soube da verdade.
Bruno
olha pela janela que dá na sala, nervoso e preocupado. Senta à mesa.
BRUNO: Não é possível que ele seja
tão dissimulado assim, filha. Não...Não pode ser...
RAÍZA (alterada): Mas eu ser
mentirosa e louca, pode ‘né’?
BRUNO: Não entendo, por que diz
isso?
RAÍZA (murmura): Lembra daquelas
fotos da Valentina com o Marco? Ele tirou as fotos, Valentina me ligou
ameaçando e depois ele deu uma de que aquilo nunca aconteceu.
BRUNO: Você tem certeza...?
RAÍZA: O senhor sabe que falo a
verdade, ‘né’?
Os
dois se encaram.
RAÍZA: O senhor sabe que ele ‘tava’
ao meu lado naquele viaduto, ‘né’?
Ele
mal faz sinal de confirmação e ela se levanta, dando um soco na mesa.
RAÍZA: Por que o senhor nunca me
falou? O senhor não imagina os perigos por que passei!
Bruno
derrama café sobre a toalha, tenso.
BRUNO: Que perigos, filha? Do que
‘cê’ tá falando?
Raíza
se volta pra pia.
RAÍZA: Lembra de quando caí da
sacada?...Foi ele, pai. O João afrouxou o ferro de propósito pra eu cair. (ela
vira com um pano) Eu podia ter morrido se...
Ela
depara-se com seu tio na janela, indignado e o primo de olhos arregalados.
JOSUÉ: Você tá acusando seu primo de
tentativa de homicídio, Raíza?
JOÃO (tom provocativo): Isso é
grave, hein...
Bruno
nem olha pra cara do irmão.
CORTA
PARA
CENA 3 APTº 403 – COZINHA [INT./MANHÃ]
Josué entra, joga o saco de pães sobre a mesa.
JOSUÉ: Já cedo fazendo acusações? (ele se dirige ao Bruno)E você deixa,
Bruno?
BRUNO: Josué, calma. Vamos
conversar...
JOSUÉ: Calma nada! Ela precisa parar
com essa perseguição, meu Deus! (ele se dirige à sobrinha) E então, Raíza? O
João fez alguma coisa contra você?
Ari
chega da janela, assustada com a pressão em cima da amiga. Traja uma bata
branca e seus cabelos estão soltos. Faz um sinal para que ela não respondesse
nada que pudesse desencadear numa fúria desnecessária; Porém, a amiga não
presta atenção.
RAÍZA: Ele afrouxou o ferro pra
fazer eu cair, tio...
JOSUÉ: E como é que você tem tanta
certeza disso?
Bruno
se levanta e toca o ombro dele.
BRUNO: Josué...
JOÃO (cínico): É, Raíza! Como é que você pode afirmar uma coisa que eu jamais
teria coragem de fazer?
JOSUÉ: Tá vendo só! Você mora tanto
tempo com ele e ainda não sabe disso?
Raíza
aponta a mão na direção do primo, revoltada.
RAÍZA: Ele fala e o senhor acredita;
Agora, eu falo e sou mentirosa? (ela olha pro pai) Viu só, pai? Como eu tinha
razão?
Josué
solta uma de suas frases prediletas.
JOSUÉ: Não foi bem isso que eu quis
dizer...
RAÍZA (aumenta a voz): Ah nunca é
bem isso que o senhor quis dizer, ‘né’?
JOSUÉ (coloca as mãos na cabeça):
Meu Deus, mas essa garota tá impossível... Essa perseguição já virou vício,
viu.
RAÍZA: De vício o senhor entende...
O
clima é tenso. Josué se faz de desentendido.
RAÍZA: Por que não conta pra eles
que o senhor é viciado em jogo?
Clima.
Josué se mostra sem jeito, mas ergue a cabeça.
JOSUÉ: Eu não tenho que dar
satisfação pra ninguém.
JOÃO (cochicha pra Ari): Isso vai
feder...
RAÍZA: Mas se acha no direito de
passar sermão ‘né’?...Moral dá quem tem!
Josué
avança na direção dela, porém seu irmão o contém.
JOSUÉ: Agora você vai querer me
agredir também?
Raíza
alterna a voz alterada para uma em tom mais baixo.
RAÍZA: Eu não agrido ninguém...Será
que ninguém vê o que tá na cara?
JOSUÉ: A única coisa que tá na cara
aqui é que você já perdeu seu juízo há muito tempo...
Raíza
pára de falar. Observa o deboche escrachado no rosto do primo e o ar de Ari de
quem não queria escutar o que escutou.
RAÍZA (larga o pano sobre a pia):
Perdi a fome!
E
sai batida. Josué senta como se nada tivesse acontecido e Bruno olha pra Ari.
CORTA
PARA
CENA 4 ED. CIRANDA DE PEDRA [EXT.]
Raíza anda sem rumo pela calçada. O vento vem
bater em seus cabelos que revelam uma expressão em seu rosto, uma expressão de
raiva e de desconfiança. Um carro vem parando ao seu lado e buzina.
RAÍZA (em OFF): Ah, mas se for
aquele Marco, é hoje!
Ela
se volta com a intenção de ser estúpida estampada no rosto, mas vê Cipriano em
pé com a porta aberta.
CIPRIANO: Bom dia, Raíza! Nossa, mas
que cara é essa?
RAÍZA: Cara de quem perdeu o juízo!
CIPRIANO: Nossa! É o Josué de novo,
‘né’? (ele faz aquela cara de quem não se abala com sua postura agressiva)
A
garota põe as mãos nos bolsos e olha para o outro lado.
CIPRIANO: Vem! Parece que hoje você não
colocou um pingo de café na boca...
Eles
entram no carro e partem. No portão, Ari observa o carro sumir na curva.
FADE
OUT
FADE
IN
CENA 5 APTº 403 – QUARTO DE BRUNO [INT.]
Bruno se ajeita diante do espelho sob o olhar
irritadiço de Josué.
JOSUÉ: Por que não me contou que ele
foi agressivo com a Raíza naquele ano fatídico?
BRUNO: Eu queria te poupar...Mas se
eu soubesse que ia dar nisso...
JOSUÉ: O João não teria coragem de
tentar contra a própria prima, Bruno. Vai ver a Raíza viu coisas...
Bruno
se vira ajeitando a gola da camisa branca.
BRUNO: Tudo que ela viu até hoje
aconteceu. Por que é mais fácil pensar que ela tá errada? Só por que o João...
Josué
faz sinal pra ele se calar.
JOSUÉ: Não é só por causa disso (tom
de mistério) São as evidências! Não há provas de que ele fez algo errado.
Bruno
vai até a cama e alcança sua maleta.
BRUNO: Também não há o contrário.
Tente ser mais paciente com ela e não afogar suas mágoas em algum cassino.
Josué
o olha com raiva.
JOSUÉ: Viu? Nela você acredita
piamente só por que ela vê o futuro.
BRUNO: Não, Josué. São as
evidências...
Bruno
sai do quarto, Josué olha para um porta-retrato sobre a mesa de cabeceira.
Além
da foto do irmão, tem a foto de Raíza com João.
Close
na foto de Raíza.
FADE
OUT
FADE
IN
CENA 6 HDM CONSTRUTORA [EXT.]
ESCRITÓRIO
[INT.]
Close na placa sobre a mesa: Marco Bedlin.
Cael
está sentado diante da mesa, a porta atrás é aberta. Marco pára e sorri cínico.
MARCO: Ora, ora. Bom dia! Veio me
visitar?
CAEL: Pode parando com essa falsa
simpatia! (ele se levanta) Eu quero saber onde está o Camilo?
Marco
contorna a mesa e debocha daquela pergunta.
MARCO: Respirando com ajuda de
aparelhos?
CAEL: Ele é suspeito de ter
provocado o incêndio na boate e agora ele sumiu do hospital!
Marco
franze as sobrancelhas e mostra-se falsamente aborrecido com tal suspeita.
MARCO: E você está pensando...?
CAEL (desconfiado): Você acha que
ele faria tudo sozinho?
Marco
apóia as mãos sobre a mesa e curva o corpo pra frente.
MARCO: Acha mesmo que eu poria sua
vida em risco?
Cael
se levanta e faz o mesmo gesto que ele.
CAEL: Depois do que você já
aprontou, eu não duvido de mais nada!
MARCO (calmo): Então prove! Prove
que eu fiz alguma coisa. Eu não tenho culpa se você não sabe escolher seus
empregados.
Cael
se ergue e o encara, desconfiado.
CAEL: Eu espero que você não tenha
nada a ver com isso por que eu acho que já te poupei de mais até hoje.
Ele
sai e bate a porta.
A
expressão de Marco é de preocupado.
CORTA
PARA
CENA 7 CAFÉ – DÓRIA [INT./MANHÃ]
A cena se aproxima da mesa onde se encontra
Raíza e Cipriano. Ela mexe a colher na xícara de café e gira, inconformada.
CIPRIANO: Esse é um dos percalços que
você tem que enfrentar pra continuar usando seus poderes para o bem...
Raíza
pára de mexer o café, pega o pão e abocanha uma lasca com força. Olha o rapaz
estranhamente.
RAÍZA: Eu não queria esse poder; Não
tenho que me preocupar em usá-los ou não.
CIPRIANO: Você recebeu esse poder para
ser salva. Um preço você tem que pagar.
RAÍZA: Uma vez você disse que eu não
pagaria nada.
CIPRIANO: Não sou eu que cobro. Mas se
você está viva graças a esse poder não pode ignorá-lo. É preciso que se faça
algo.
Raíza
o encara, de repente.
RAÍZA: Tem uma coisa que to pra te
perguntar faz um tempinho...
CIPRIANO: Pergunte.
Raíza
apóia os braços na mesa e aproxima o rosto do dele.
RAÍZA: Desde aquela vez que sonhei
com a minha mãe sendo envenenada que eu fiquei pensando: Onde você estava? Como
era o relacionamento de vocês?
CIPRIANO: Ué, Raíza...Eu trabalhava de
vendedor numa loja e quase não tinha tempo pra visitá-la (disse, confiante).
Por quê?
RAÍZA: Ela tinha medo que eu também
fosse batizada com a cruz, não é?
Cipriano
nota uma ponta de certeza em sua pergunta e trata de parecer mais convincente
ainda.
CIPRIANO: Ter um poder desse e saber
que a morte é o limite deixa qualquer um com medo. Ela tinha medo que você
passasse pelo o que ela passou...Se preocupar com a vida dos outros e esquecer
a própria.
Raíza
se recosta na cadeira.
RAÍZA (lacrimosa): E o pior que ela
fez isso até o fim...
Cipriano
toca suas mãos num falso gesto de compreensão.
CIPRIANO: E imagine se eu pensasse como
ela? Com medo de você viver uma vida que ela viveu, você nem estaria mais aqui.
RAÍZA: Mas agora? Eu posso morrer se
eu tentar arrancar essa cruz daqui?
Cipriano
afasta as mãos das delas, nada diz, mas a garota entende.
RAÍZA: Talvez fosse melhor assim.
Ninguém me suporta mais.
CIPRIANO: Você não pode se dar por
vencida! O que você precisa fazer é provar pro seu tio que João Batista não é
quem ele pensa.
RAÍZA: MAS COMO? (ela baixa a voz)
Tenho até medo de tentar fazer algo e sobrar pra mim.
Ele
sorri e toca seu pulso.
CIPRIANO: Você não sente mais aquela
dor, não é?
Raíza
não entende a observação.
CIPRIANO: Isso prova que você já
aceitou sua condição. Você tem coragem pra enfrentar as situações que surgir.
Esse seu medo não é um medo verdadeiro; Lá no fundo você quer fazer alguma
coisa pra mudar sua vida.
RAÍZA: Enquanto o João existir vai
ser impossível mudar minha vida.
Aquela
declaração faz-se acender um brilho nos olhos de Cipriano.
FADE
OUT
FADE
IN
CENA 8 RUAS DA CIDADE
Um
Toyota, entre outros carros, corre pela alta estrada. Entra numa estrada
estreita e vazia.
TOYOTA
[INT.]
Cael dirige com uma seriedade estampada no
rosto. Suas mãos seguram o volante com pouca força.
[POV
de Cael]
Camilo atravessa a rua rapidamente e logo some
de suas vistas.
Cael
dá uma guinada e faz uma brusca virada.
TOYOTA
[EXT.]
O carro perde o controle e bate contra a porta
de vidro do Café – Dória que se estilhaça. O carro pára na entrada.
Todos
se assustam.
Dentro do carro, Cael está com a testa ferida e,
assustado.
A
tela se fecha num baque.
FADE
IN
CENA 9 CAFÉ – DÓRIA [INT.]
Cael entrega um cheque para o dono da cafeteria
e sai.
[EXT.]
A polícia cerca o lugar. Raíza e Cipriano
observam quando Cael chega por trás.
RAÍZA: Ainda não entendi, Cael. Você
disse ter visto o Camilo?
CIPRIANO (falsa dúvida): Ele não estava
no hospital?
CAEL: Ele atravessou a minha frente
e sumiu, num passe de mágica.
CIPRIANO: Doentes em coma não costumam
andar por aí e nem sumir num passe de mágica. Tem certeza do que viu?
Cael
anda até a calçada, mãos nos bolsos da calça.
CAEL: Ele sumiu do hospital. (ele
se volta) Doentes em coma não têm alta do dia pra noite.
Cipriano
o olha com uma expressão séria e Raíza tem um semblante preocupado.
CORTA
PARA
CENA 10 HDM CONSTRUTORA [EXT./MANHÃ]
Venta muito, as folhas das árvores balançam
forte.
ESCRITÓRIO
– JANELA [INT.]
Nuvens negras se juntam no horizonte e alguns
pingos d’água começam a molhar a sacada da janela.
Marco
dá uma olhada.
MARCO: É hoje que vai ser um dia
cheio.
E
fecha a persiana.
VOZ: Concordo plenamente.
Marco
se volta e se assusta com a presença de Camilo, em pé e com a mão na poltrona.
MARCO: Como você entrou aqui?
Ele
avança no telefone e Camilo segura sua mão.
MARCO: Aaai!
CAMILO (sonso): Levou choque? É
horrível, não?
MARCO: Como você fez isso?
Camilo
o encara com raiva.
CAMILO: Você é a resposta...
MARCO (sem entender): O que você
quer?
CAMILO: A sua cabeça.
MARCO: Camilo...Eu ia te ajudar, mas
você se adiantou...
CAMILO: Eu podia ter morrido,
caramba! E eu pude ouvir você já me entregando à polícia.
Uma
trovoada soa forte.
A
expressão de Camilo é de alguém agitado; Nota-se o medo na cara de Marco.
MARCO: Se eu ficasse calado o Cael
ia desconfiar.
Camilo
se aproxima causando o terror no semblante de Marco.
CAMILO: Você se preocupa demais com
você mesmo. Precisa aprender a ser menos egoísta.
MARCO: Foi a Raíza! Eu não sei como
ela descobriu, mas aposto que foi ela que te causou isso!
Camilo
volta para trás, demonstra que lembra de algo, mas não se surpreende.
CAMILO: Não tem vergonha de acusar a
garota que te salvou do inferno?
Os
dois se encaram. Camilo vai se aproximando. Em primeiro plano, vemos o rosto de
Camilo chegar até a tela e ouvimos um gemido por parte de Marco.
FADE TO BLACK
FADE IN
CENA 11 ED. CIRANDA
DE PEDRA – CALÇADA [EXT.]
Um celular é entregue nas mãos de alguém. Esse
alguém é Raíza que hesita em pegar.
RAÍZA: Acha mesmo que isso vai dar
certo?
Cipriano
faz cara de bom moço.
CIPRIANO: Você só precisa saber
conduzir a conversa.
RAÍZA: Tenho medo de dar tudo errado
e ainda sobrar pra mim.
CIPRIANO: Já está sobrando pra você.
Enquanto você não tomar uma atitude as coisas vão sempre sobrar pra você.
Raíza
pega o celular, meio hesitante ainda. Olha para Cipriano tentando parecer
decidida.
CIPRIANO: Vai dar tudo certo.
CORTA
PARA
CENA 12 APTº 403 - SALA [INT.]
Raíza
olha ao redor, para baixo e torna a olhar pra frente. Mira na estante.
Aproxima
e coloca o celular dentro de um bibelô.
ARI (O.S): O que tá fazendo?
Raíza
vira, sobressaltada.
RAÍZA: Ari! (pausa) Que susto!
Ari
está de costas pro corredor, braços cruzados e semblante desconfiado. Anda até
ela, quieta e espicha o olho pra estante.
ARI: Que celular é esse?
Raíza
leva Ari até o sofá e esta senta.
RAÍZA: Cadê os outros?
ARI: Seu pai já foi trabalhar. O
seu Josué foi ao mercado e o João disse que voltava logo.
Raíza
senta na mesa central, afoita.
RAÍZA: Ari, é hoje que desmascaro o
João pro meu tio.
ARI: Como é que é?
RAÍZA: Eu estive com o Cipriano e...
ARI (armada): O que foi que ele
sugeriu?
RAÍZA: Nossa! Você pergunta de um
jeito...
ARI: E então?
RAÍZA: Eu vou gravar uma conversa
minha com o João. A sós ele vai soltar o verbo.
Ari
levanta, anda pela sala e põe as mãos nos bolsos da calça jeans.
ARI: O Cipriano sugeriu que você
desmascarasse o João?
RAÍZA: Por que a estranheza?
Ari
volta a sentar diante dela.
ARI: Raíza, você acha que ao
desmascarar o seu primo o seu tio vai agir diferente com você?
RAÍZA: Por que não?
ARI: Ele não parece querer que
isso aconteça.
O
clima estranho paira no ar.
RAÍZA: Não entendi. Por que tá
falando isso?
ARI: Por mais que você faça, por
tudo que já provou que pode fazer ele ainda reluta em acreditar em você. É só o
João entrar no meio que ele esquece que você é uma garota especial.
Raíza
põe as mãos sobre a perna e levanta, abismada. Caminha de volta a estante.
RAÍZA: Você quer dizer que...Se ele
não existisse meu tio prestaria mais atenção em mim?
ARI: Eu quero dizer que se você
tentar fazer algo contra seu primo você estará posando como bandida. Mesmo que
seja pra provar que você fala a verdade.
RAÍZA: Então você sugere que eu
fique calada?
ARI: Por enquanto é o melhor que
você pode fazer. Promete que você vai ficar na sua?
Raíza
olha de canto.
RAÍZA: Tudo bem...(suspense) Eu não
farei nada de errado...
CORTA
PARA
CENA 13 APTº 403 – SALA [INT./FIM DA MANHÃ]
Ari sai do corredor com a bolsa, apressada. Raíza
está sentada no sofá olhando pra estante.
ARI: Já tô indo. Você não vai
tomar banho pra ir à escola?
RAÍZA (sem tirar os olhos da
estante): Vou. Hoje entro mais tarde...
ARI: Você pensou bem no que eu
disse, ‘né’?
Raíza
vira o rosto pra ela.
RAÍZA: Pode deixar.
ARI: Então tá. Tchau!
RAÍZA: Tchau.
Ari
abre a porta, sai e quando a fecha, Raíza pula do sofá e vai até a estante.
Apanha o celular. Olhar de suspense.
RAÍZA: Já está programado...É a
minha chance, Ari...É a minha chance.
FADE
OUT
FADE
IN
CENA 14 APTº 403 [EXT./INÍCIO DA
TARDE]
João sobe as escadas com aquela cara de
enjoado.
APTº
403 – SALA [INT.]
A cena mostra o vento balançar violentamente a cortina. Algo
estranho está no ar. Raíza está dormindo no sofá e atrás dela, em pé, está
Camilo.
Ele
toca sua mão e ela, num baita susto abre os olhos subitamente e trêmula.
[VISÃO]
Camilo está num ambiente fechado, pouca luz e,
celular na orelha. Tom de suspense.
CAMILO: Foi o João que te avisou
isso? Por que a Raíza ia sugerir ao seu irmão uma vistoria de última hora?
(pausa)Hã? Se ela fosse vidente mesmo não teria nem salvo tua pele naquele dia.
[FIM
DA VISÃO]
Raíza levanta dando murros ao léu. Ela sabe que
na maioria das vezes, para ter uma visão é preciso tocar as mãos de alguém.
Pára diante do primo ao pé da porta.
JOÃO (deboche): Outro pesadelo?
Ele
caminha pro meio da sala.
Raíza
levanta, quase tropeça na mesa central e avança no primo.
RAÍZA: Foi você! Seu imbecil!
João
Batista anda pra trás.
JOÃO: Você pirou, garota? Ainda tá
dormindo?
Ele
é prensado na parede. Tenta se desvencilhar, mas a garota não dá trégua.
RAÍZA: Eu agora lembro...(ela finge
uma lembrança) Você ter me feito cair da sacada, ser atropelada não foi nada
perto da maldade de ser cúmplice do incêndio na boate.
JOÃO: O quê? Você endoideceu de
vez!
A
garota o aperta contra a parede.
RAÍZA: Você sabia que eu ia pedir
que Cael fizesse uma vistoria antes da festa e avisou pro Marco, não foi?
JOÃO: Eu não entendo aonde você
quer chegar com isso...(ele escapa)
Raíza
se enerva.
RAÍZA: Mas eu sei aonde você quer
chegar com isso; Você sempre quis os poderes daquela maldita cruz, ‘né’?
João
não consegue esconder seu nervosismo quanto a expressão da prima. Ela não está
pra brincadeira.
RAÍZA: Vamos! Confesse!...Sua
vontade é tanta de acabar comigo que você nem pensou nas mortes que você teria
que carregar na consciência!
João
olha pra janela da cozinha e para o corredor.
RAÍZA: Não, não se preocupe. Não tem
mais ninguém em casa.
JOÃO: Agora me explica que história
é essa que ‘cê’ tá me contando.
A
garota lhe aponta o dedo.
RAÍZA: Você sabe muito bem que
história é essa que eu tô contando. Muita gente podia ter morrido, inclusive o
nosso tio!
JOÃO: O que ele tem a ver com isso?
(deboche) Não vai me dizer que ele também estava no seu pesadelo?
RAÍZA: Ele ‘tava’ no cassino!
Enchendo a cara e gastando os tubos provavelmente por culpa sua! Por que deve
se perguntar o porquê de ainda te defender tanto.
JOÃO: Ele frequenta esses lugares
por influência sua! Não fui eu que fiz amizade com os donos da boate. Não fui
eu que salvei a vida de um deles...
Raíza
lhe dá um empurrão que o faz cair sobre o sofá.
RAÍZA: Não mude de assunto! A essa
hora o nosso tio estaria morto, entendeu? Morto! E você teria que carregar essa
culpa sozinho!
Ele
levanta, furioso.
JOÃO: CHEGA! Eu não carregaria
sozinho, o Marco tem mais culpa nisso do que eu!
A
garota esboça satisfação.
RAÍZA: Vocês dois foram cúmplices! O
Dcr, a Ari...O Cael podiam estar mortos, carbonizados por sua culpa!
JOÃO: É só neles que você se
importa, ‘né’? Mas na hora de usar seus poderes pra evitar que eu fosse
atacado, você não usou!
Raíza
se baqueia. Clima esquenta.
JOÃO: Surpresa? Eu tive que
descobrir isso assim, ouvindo atrás da porta, te observando o tempo todo. Por
que nem aquele tonto do meu tio Josué quis me contar.
RAÍZA (aponta-lhe o dedo): Olha como
tu fala dele! Ele que te defende pacas!
JOÃO: Ele é um tonto sim! Nem pra
confiar em mim.
RAÍZA: E dá pra confiar? Você já
tentou acabar comigo me fazendo cair da janela, fui atropelada e podia ter
morrido soterrada na boate.
JOÃO (sacode os braços): Pára de
asneiras! Você sabe que sairia ilesa.
RAÍZA (seus olhos lacrimejam e
nota-se uma raiva neles): Você pôs em risco a vida de várias pessoas pra me
testar, João. Você passou dos limites!
JOÃO: NÃO! Eu fui obrigado a manter
o Marco informado. Eu não sabia que daria nisso...
RAÍZA (desconfiança): Obrigado? E
por acaso ele descobriu algum podre seu pra te chantagear?
JOÃO: E você acha que precisa? Esse
tipo de cara pode acabar comigo em dois tempos. E eu não sou seu queridinho pra
ser salvo por você.
RAÍZA: E você salvaria alguém que te
deixa ser mal visto perante os outros? Salvaria? (pausa) Claro que não. Então é
a sua vez de sentir o que sinto toda vez que meu tio olha pra mim.
A
garota se dirige até a estante e apanha o celular. João não entende.
RAÍZA: Tá tudo aqui. Eu gravei a sua
confissão, João. Agora eu quero ver o que meu tio vai pensar a respeito.
JOÃO (se aproxima vagarosamente):
Raíza...Eu posso ser preso por cumplicidade. Você tem idéia do sofrimento que
você trará pra família?
RAÍZA: Culpa minha? Pensasse nisso
antes de se juntar àquele infeliz.
João
avança, ela bate de costas na porta e o celular escapa de suas mãos.
Raíza
o empurra, se a joga no chão. João cai em cima dela, alcança o celular e no
momento que o empurra, a câmera desvia e vemos o celular ir pra debaixo da
rack.
Ele
levanta.
Raíza
agarra suas pernas e ele cai sobre o sofá.
JOÃO: Isso é tudo que você consegue
fazer? (deboche) Cadê seus poderes? Use!
Raíza,
nitidamente furiosa, o agarra pelos braços e o joga pro lado. Agacha-se e pega
o celular com a mão esquerda.
Quando
levanta, João avança.
Ao
tocar seu pulso, uma trovoada soa perto, os dois se desequilibram e caem. O
cenário é um viaduto.
CORTA
PARA
CENA 15 HDM CONSTRUTORA – SALA DE MARCO [INT.]
Marco bebe água diante de Bruno e da
secretária.
BRUNO: Tem certeza que foi um mal
estar? Você tá com uma cara de quem...Levou choque...
Marco
pára o copo na boca e o coloca na mesa.
MARCO: Foi um mal estar, já disse.
Ari
adentra, nervosa.
BRUNO: Ari? O que faz aqui?
Ela
nada responde e Bruno entende que é particular.
BRUNO: Com licença.
Ele
se afasta com Ari para a porta sob o olhar desconfiado de Marco.
BRUNO (murmura): O que houve?
ARI (murmura): Seu Bruno (pausa)
Eu cochilei um instante na aula e me transportei para um viaduto (pausa) A
Raíza...A Raíza e o João...
=
Music On – Suspense =
BRUNO: O que? (de repente, ele
entende).
Marco
atenta para a conversa dos dois que continuam a falar, mas as vozes estão
abafadas.
ARI (murmura): É um pouco longe
daqui, seu Bruno...A gente precisa correr!
BRUNO (murmura): Ai meu Deus do céu!
De novo, não! (vira para Marco) Olha, eu tenho que sair agora. Caso urgente!
MARCO (cínico): Eu posso ajudar?
Bruno
não dá ouvidos e sai batido com a Ari.
Marco
observa, curioso.
CORTA
PARA
CENA 16 RUAS DA CIDADE – VIADUTO [TARDE]
=
Music On – suspense (cont.) =
A tempestade vem rápida. Raíza se assusta com a mudança de
ambiente e, na sua distração, João Batista, em cima dela, crava as unhas em seu
pulso erguidas sobre sua cabeça.
RAÍZA: Aaaai!
Os
olhos da garota lacrimejam, ficam vermelhos e sua expressão é de dor.
JOÃO (provoca): E então? Hein?
Doeu, foi?
Ela
dá um tapaço no primo e o faz virar para a borda do viaduto.
Abaixo
deles há um rio.
INSERT
– Grade azul
A grade está se soltando devido a forte
tempestade e uma névoa impede que Raíza veja onde exatamente estão.
Adiante
vem um carro que pára no acostamento. Poucos carros passam por ali.
JOÃO: Nervosa? Cadê seus poderes?
Sumiram na sua tentativa ridícula de me entregar?
Ele
ri contemplando-a, aparentemente, sem forças.
RAÍZA (grita): Por que tudo isso,
João? Tudo por causa dessa maldita cruz!
JOÃO: Esses poderes eram pra ser
meus e você tinha que estragar tudo! O Marco tem razão em não gostar de você;
Você atrapalha a vida dos outros!
RAÍZA: Você não tem que concordar
com um estranho, caramba!
João
quase cospe.
JOÃO: Um estranho que você salvou
não é mais um estranho...
Raíza
sacode seus ombros, furiosa.
RAÍZA: Mas que DROGA!
Ela
levanta com dificuldade e dá as costas. Ele também levanta.
JOÃO: Onde você pensa que vai?
RAÍZA (continua andando): Te
entregar pro meu tio (pausa) e quem sabe pra polícia.
Ele
a puxa pelo braço.
Ela
se solta dele, vira-se de costas toda encharcada. João a agarra pelo braço.
JOÃO: Você não vai a lugar nenhum!
Os
dois estão cara a cara.
RAÍZA: Me solta!
Ele
encosta seu rosto no dela apertando seu braço.
JOÃO: Use seus poderes! Vamos!
Quero vê se você tem coragem de exibir seus dons diante do mundo!
Close
no rosto dela.
RAÍZA: Não será dessa vez!
Raíza
dá uma braçada na cara do primo.
Vemos
a cena pelo lado do rio.
Ele
bate na grade violentamente, derrubando-a e cai nas águas.
A
garota vê o primo sumir na correnteza enquanto se debate.
Close
no rosto dela.
Não
devia, mas naquele instante sua feição é de alívio. Olha para o lado e torna a
olhar para o rio.
Não
mais vendo o primo, Raíza dá as costas e esboça uma seriedade estranha, um
olhar distante.
Ela
caminha em passos largos até sumir da tela.
Ao
fundo, Marco, debaixo de guarda-chuva observa a cena, assustado e deslumbrado.
A
cena vai se afastando até que aquilo tudo está dentro de um espelho.
Cipriano
vibra com a atitude da moça e sorri vitorioso.
FADE
OUT
=
Music Off =
Continua na próxima
temporada...
Autora:
Cristina Ravela
Elenco:
Raíza (Maria Flor)
João Batista (Caio Blat)
Bruno (Juan Alba)
Josué (Caco Ciocler)
Cael (Michael Rosenbaum)
Marco (Pierre Kiwitt)
Rafaela (Fernanda Vasconscellos)
Ari (Nathália Dill)
Dcr (Aaron Ashmore)
Valentina (Alinne Moraes)
Cipriano (Thiago Rodrigues)
Participação Especial:
Camilo (Sérgio Marone)
Produção:
Bruno Olsen
Cristina Ravela
Esta é uma obra de ficção virtual sem fins lucrativos. Qualquer semelhança com
nomes, pessoas, fatos ou situações da vida real terá sido mera coincidência.
REALIZAÇÃO
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